Acordo União Européia com
Mercosul só deverá ser concretizado se tiver bases sustentáveis acredita um pesquisador
brasileiro entrevistado lá e que atua na Universidade Católica de Louvain na Bélgica em grupo de estudos neste tema
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Agronegócio brasileiro conseguirá ser sustentável?... |
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...é a questão levantada por pesquisadores na Europa sobre o acordo com o Mercosul |
Em entrevista ao site Deutsche
Welle um brasileiro que assinou o alerta
de 600 cientistas exigindo que União Européia vincule a importação de produtos
brasileiros à preservação ambiental fala sobre cenário atual de queimadas e desmatamentos na
Amazônia: Tiago Reis que vive na Bélgica se notabilizou por suas pesquisas
sobre uso do solo e desmatamento feitas na Universidade de Louvain. Como esta questão relacionada ao meio
ambiente no Brasil ganhou grande repercussão
internacional, rádios, jornais, TVs e
amigos ou amigas pela WhatsApp têm feito todos os dias muitas perguntas a este cientista brasileiro:
“Consumidores querem decidir se devem deixar de comprar produtos brasileiros,
por exemplo”, comentou ele nesta matéria
do site DW, emissora alemã que manda notícias para todo o planeta, traduzidas
em 30 idiomas. A opinião pública, em especial na Europa. já tem uma visão de que o melhor rumo é mesmo um comércio que não prejudique a ecologia e o clima, atenuando as mudanças climáticas e os problemas que ela causa na saúde e na vida das pessoas.
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Dados relacionados ao alerta dos 600 pesquisadores |
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Matéria DW mostra que pesquisadores, redes sociais e também a... |
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...opinião pública quer mercado com princípios sustentáveis e ambientais a bem do clima |
Tiago Reis
foi um dos participantes da carta aberta
(publicada ainda em abril pela revista Science) em que mais de 600 cientistas
que atuam na União Europeia (UE) pediram que nas negociações comerciais, o bloco vincule as
importações oriundas do Brasil à proteção do meio ambiente: “Isso ganhou a maior atualidade agora e só em 2011, a UE importou carne bovina
e ração para gado associados a mais de 1.000 km² de desmatamento no Brasil e isso equivale em destruição de florestas a mais de 300 campos de futebol por dia”, advertia este texto de cientistas e ecologistas, pedindo que
o mercado europeu “faça da sustentabilidade o pilar de suas negociações
comerciais com o Brasil”. Isso poderá ajudar a economia e a ecologia, no
argumento dos pesquisadores.
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Órgãos de fiscalização e prevenção de desmate e queimadas sem força política no Brasil |
Em
entrevista agora à DW Brasil, o cientista conta que o grupo se mobiliza por temer que a desconstrução da política ambiental brasileira leva a um aumento das queimadas e dos desmatamentos ainda mais, o que acabará por afetar as exportações brasileiras também. Tiago Reis argumenta nn sua entrevista que "o acordo ainda não foi ratificado pelos Parlamentos dos países da Europa e do Mercosul, devido a esta situação, não foi regulamentado, a Amazônia se tornou o centro da atenção mundial por causa destes fatores". E a reportagem cita a retomada dos desmatamentos e queimadas no Brasil, com a flexibilização das leis ambientais, a falta de estrutura do Ibama e a não punição de responsáveis por estes crimes. No site Uol, a informação é que em dois anos, foram feitas mais de 2500 ações na justiça por desmatamentos ilegais e queimadas, dados do Prodes e do Inpe, mas nenhuma condenação! As eventuais punições, com cálculo do MPF, renderiam mais de 5 bilhões de reais ao Brasil, que então podeira investir na defesa das florestas. "Agora em 2019 um novo pico foi observado. O fogo que aparece agora é só a consequência.
Os incêndios são o sintoma. A causa é o desmatamento. O que são os incêndios? O
sujeito acabou de desmatar uma área e ele precisa colocar fogo para limpar a
área. Ou, de maneira mais primitiva, ele faz uma degradação da área, uma
extração seletiva e ilegal da madeira. No que resta da floresta ele põe fogo. A
floresta em si é úmida e não pega fogo. Então, o fogo é ou em uma área já
desmatada ou já muito degradada ou na borda da floresta que já está
comprometida e com sua estrutura danificada pelo desmatamento próximo a propriedades de pecuária ou de agricultura".
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Povos indígenas têm sido guardiões de florestas... |
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... e poderiam oficialmente ajudar o controle ambiental |
A matéria se refere também a discursos públicos do presidente brasileiro a favor da mineração ilegal, da extração
ilegal de madeira em terras indígenas e em unidades de conservação. Sobre isso, Tiago Reis fala: "Isso é
crime. Porque o governo federal tem a prerrogativa, a obrigação constitucional
de promover ações de conservação do meio ambiente. Ou seja: o governo
brasileiro está cometendo crimes por atuar de modo inconstitucional ao não
cumprir sua obrigação de conservação do meio ambiente. O fogo pode ocorrer todos
os anos. A diferença é que no passado o governo lutava contra, havia uma
política mínima de combate. Hoje temos um governo que ativamente promoveu condições
para o desrespeito às leis ambientais".
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DW: Não há cumprimento das leis ambientais no país |
Os 600 pesquisadores que assinaram o alerta seguem em comunicação. A carta aberta se desdobrou em um movimento, o objetivo é fazer
com que o comércio entre União Europeia e Mercosul se torne sustentável: "Atualmente estamos trabalhando em articulação, realizando reuniões estratégicas
com tomadores de decisões, incluindo tanto integrantes da Comissão Europeia
como membros de partidos políticos europeus e organizações não governamentais.
Estamos trabalhando também em um artigo que resume tudo com base em dados e
evidências científicas direcionados à formulação e execução de políticas
públicas. Queremos detalhar, testar e mostrar como as diretrizes sustentáveis
que pedimos poderiam ser de fato implementadas desde já na política comercial europeia, que já caminha para esta tendência, demonstrando a viabilidade da aplicação concreta de conceitos ecológicos na economia a bem do clima e da vida de todo o planeta".
(Confira depois na seção de comentários aqui neste blog mais informações, também vamos postar um vídeo da BBC que dá muitos dados e argumentos nesta pauta de hoje aqui nesta webpágina da ecologia e da cidadania)
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Carne e soja em meio à questão mais polêmica hoje na mídia européia (tem boi na linha) |
Fontes:Deutsche Welle (DW) - Uol - BBC
folhaverdenews.blogspot.com
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ResponderExcluirAgradecemos à equipe de redação DW que nos enviou por e-mail esta matéria. A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas, sendo uma das mídias mais abrangentes e respeitadas hoje na Europa e em quase todo o planeta.
ResponderExcluir"Depois que os incêndios da Amazônia se tornaram notícia mundial, passei a ser acionado constantemente por conhecidos via WhatsApp. E por outros pesquisadores na universidade, tenho dado também entrevistas em nome desta carta aberta de 600 cientistas, que virou um movimento": comentário do pesquisador brasileiro Tiago Reis que atua na Universidade de Louvain na Bélgica, especialista em sustentabilidade.
ResponderExcluir"Em 2012 chegamos ao ponto de inflexão das políticas de combate e controle de desmatamento. O que restou dali deveria ser tratado com outras políticas públicas, como regularização fundiária, maior presença do Estado, também a construção de infraestrutura, subsídios e assistência técnica a pequenos produtores. Uma agenda positiva. Mas o que se observou foi o contrário: com a aprovação do Código Florestal de 2012, passamos a ver uma retomada cada vez maior dos níveis de desmatamento": comentário também de Tiago Reis, na entrevista a DW.
ResponderExcluir"DW: Qual a avaliação de vocês quanto ao impacto da carta publicada pelo grupo ou movimento dos cientistas?
ResponderExcluirTiago Reis:Tivemos um engajamento muito forte de alguns parlamentares europeus. Eles levaram as nossas considerações para debates no Parlamento Europeu e em alguns parlamentos nacionais, como na Alemanha, na França e na Irlanda. Nós também participamos de mobilizações. Nossa carta ajudou a pautar a relação do comércio internacional com o desmatamento, trazendo o tema para o centro do debate. E qualificamos o debate: este é o papel da ciência. Mostramos a responsabilidade: grande parte do desmatamento é associada a commodities de exportação. Tudo isso é explícito e evidente. Nós fazemos um apelo para que a política europeia de comércio
(COMPLETANDO A FALA)
ResponderExcluirtIAGO rEIS: "...Nós fazemos um apelo para que a política européia de comércio internacional seja condizente com as preocupações ambientais de toda a comunidade, de toda a sociedade, de toda cidadania europeia".
"Superimportante esta iniciativa dew pesquisadores, da mnídia e até do mercado e da opinião pública na Europa, pena que por aqui em nosso país não vejo a mesma mobilização": comentário de Fabrício Moretti, de Porto Alegre (RS), advogado.
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