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terça-feira, 10 de setembro de 2019

DEFENSOR DE ÍNDIOS DO VALE DO JAVARI E COLABORADOR DA FUNAI É ASSASSINADO EM MAIS UMA FORMA DE VIOLÊNCIA NA AMAZÔNIA

Não faltam suspeitos: grileiros, madeireiros, caçadores e garimpeiros ou mineradores e fazendeiros já que há muita gente  de olho nestas terras indígenas do vale ou em seus recursos naturais, até a Petrobrás tem área de interesse por lá (se espera uma investigação de mais este crime com a descoberta e a punição dos seus responsáveis)


Maxciel Pereira do Santos

Índios se revoltaram com a morte do seu protetor que era um ecologista colaborador também da Funai



O indigenista Maxciel Pereira dos Santos foi assassinado na frente de seus familiares na cidade de Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas, o assassinato foi no domingo e agora confirmado pela entidade Indigenistas Associados (INA), e pela associação de servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai). Colaborador e defensor de povos indígenas do Vale do Javari, Maxciel Santos foi assassinado a sangue frio diante de sua família em uma rua movimentada de Tabatinga, que fica próxima da fronteira da Amazônia brasileira com a Colômbia e o Peru. Em nota, a INA mencionou que há evidências que o crime ocorreu em represália ao papel deste defensor de índios e ecologista no combate a invasões ilegais na região por caçadores, madeireiros e mineradores na reserva do Vale do Javari, local que abriga a maior concentração de tribos indígenas não contactadas do mundo.



Há várias etnias de índios no Vale do Javari...

...onde o assassinato abalou a população...
 ...e depois de 3 dias a notícia já chegou...
 ...a notícia chegou pelo rios da região oeste da Amazônia, divisa com Peru e Colômbia


Existe até uma área de interesse da Petrobrás em torno do Vale do Javari (ao longo do Rio Juruá), mas o crime segundo as primeiras notícias parece estar ligado a conflito ligado a exploração de recursos e de terras dos 23 povos indígenas que sobrevivem no vale do Rio Javari. Alguns deles, ainda totalmente isolados, como nono Alto Jutaí. Regiões e aldeias como Jandiatuba, Kanamari, Koruboi, Marubo, Kulina, Malis, Matsés e Issohom Dyapa se concentram em vários pontos desta zona ainda remota do Amazonas, que faz divisa com o Peru e a Colômbia, despertando também cobiça e invasões no rios Esquerdo, Itaquiat e Quixito, com grandes blocos de floresta virgem.



Há pelo menos 11 povos isolados na região...

...entre os índios mais chegados consternação pela notícia da morte de Santos



"A Amazônia está cada vez mais desmatada, agredida e aquecida, isso é um problema pro clima e para as águas não só desta região, as últimas reservas indígenas são importantes também nesse sentido", comentou dias atrás o Maxciel Pereira dos Santos em emissora de rádio captada em Tabatinga (AM), mais uma vítima dos conflitos e da luta ambiental na Amazônia. 




 Maxciel Pereira dos Santos era pessoa tranquila...
 ...totalmente ligado na defesa dos índios e dos recursos naturais do Vale do Javari



Maxciel Santos atuava há mais de 12 anos junto à Funai, sendo cinco deles como chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial do Vale do Javari, conforme o texto da nota oficial da INA. Nesta região há tem três sedes para proteger a reserva do Vale do Javari, que abriga cerca de 6 mil pessoas de oito tribos indígenas mais conhecidas e de pelo menos de 16 tribos ainda não contactadas. Podem haver mais nativos em áreas mais afastadas e fronteiriças. E também jornais e rádios, toda a mídia regional repercutiu a preocupação com a investigação do caso e punição dos responsáveis, pedindo que as autoridades demonstrem que o Brasil "já não compactua com a violência contra os que, na forma da lei, se dedicam à proteção e promoção dos direitos dos índios", manifestou oficialmente a Funai. Pesquisadores e ecologistas também pediram que as autoridades protejam agentes que seguem atuando na proteção de terras indígenas e na promoção dos direitos dos povos nativos.



Vale do Javari reserva e reduto de 23 povos  nativos


(Confira depois na seção de comentários por aqui no blog da gente mais informações, vamos postar também um vídeo que do Jornal Hoje tem relação com este tema em nossa webpágina de ecologia e de cidadania)


Fontes: Terra - INA - Universidade Federal da Amazônia
                folhaverdenews.blogspot.com

6 comentários:

  1. Mais tarde aqui nesta seção a edição de comentários e a atualização de informações, aguarde e venha conferir mais tarde.

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  2. "O indigenista Maxciel dos Santos foi morto com um tiro na nuca e este crime levanta suspeita de encomenda com viés político": comentário de matéria no site Carta Capital.


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  3. "O ecologista dedicado à questão indígena Maxciel Pereira dos Santos foi morto na noite de sábado 7 nas ruas de Tabatinga (AM), na frente da família, por um pistoleiro, com tiro na nuca. O crime levanta suspeitas de encomenda com viés político e precisa ser investigado pela Polícia Federal. Santos trabalhava há mais de uma década na Funai na proteção e fiscalização da Terra Indígena Vale do Javari, ele era bem especializado na proteção aos povos indígenas em isolamento voluntário na região. A região tem inúmeros conflitos que envolvem diretamente o trabalho de servidores da Funai para proteger os direitos territoriais indígenas: caça e pesca ilegal, ação ilegal de madeireiros, garimpeiros, e narcotráfico internacional, há uma rota de cocaína e tráfico de armas também": comentário também na Carta Capital.

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  4. "A Terra Indígena Vale do Javari é a segunda maior do país, com 8,5 milhões de hectares, habitada por povos de cinco etnias e ao menos 16 grupos em isolamento. Fica no noroeste amazônico, na tríplice fronteira com Peru e Colômbia. Esse crime brutal, caso não haja investigação e punição, pode não apenas colocar em risco o trabalho de indegenistas em todo o país, como revelar um novo de tipo de perseguição e controle com o apoio disfarçado do governo a práticas ilegais deste tipo": comentário também em matéria sobre este crime no site Carta Capital, noticiário a nós enviado por Emnerson Moreira, que é artista plástico em Manais (AM) e fez uma série de artes sobre povos isolados no Vale do Javari.

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  5. "Maxciel Santos era tido como um funcionário comprometido, aliado dos povos indígenas, e dedicado. Como os melhores funcionários de campo da Funai, ele vivia a contradição de servir a instituição com empenho, mas possuir a instabilidade de emprego (funções gratificadas e colaborações temporárias). O indigenista começou a trabalhar com a Funai para a proteção dos povos indígenas isolados que vivem dentro do Vale do Javari comigo": comentário do experiente sertanista Rieli Franciscato, hoje em Rondônia, chefiando a proteção dos isolados que vivem na TI Uru-Eu-Wau-Wau.

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  6. "Se não houver uma investigação imediata, que elucide os fatos e puna os criminosos, não apenas o pistoleiro, mas os mandantes, e que tenha competência federal para essa investigação, podemos estar à beira de um abismo ambiental e institucional também nesta região. A morte de Maxciel Pereira dos Santos pode ser visto como um ataque a todos servidores, não só da Funai, mas do Ibama, do ICMBio, fiscais do Trabalho, e aqueles que servem em defesa do bem comum.
    Todos estamos em risco, até que uma investigação elucide o crime bárbaro contra uma vítima indefesa que defendeu os povos indígenas, a natureza e o patrimônio público federal nos últimos 12 anos": comentário final da matéria do seite Carta Capital.

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