PODCAST

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

A FINLÂNDIA JÁ COMEÇA A RESOLVER O PROBLEMA DO POVO DA RUA DANDO CASA PARA OS SEM TETO MORAR (UMA IDEIA ATÉ CHOCANTE PRO BRASIL E PARA A MAIOR PARTE DOS PAÍSES)

Esta medida já fez diminuir em 35% este problema que só aumenta cada vez mais no Brasil assim como nos Estados Unidos ou até na Europa: o futuro começa com um molho de chaves (este é  o slogan do movimento inédito em todo o planeta e que tem um conteúdo raro e humanitário)



Invisíveis - no Brasil e em quase todos países ninguém quer ver o lado do povo da rua


Recebemos por e-mail esta matéria de Belem Dominguez Cebrian que é destaque hoje no jornal e site El Pais: "Qualquer pessoa que tenha visitado a Finlândia conhece a expressão the finnish way (o jeito finlandês), que seus cidadãos e cidadãs repetem com certa altivez. É uma maneira inovadora de tomar decisões para lidar com problemas de forma surpreendente, pode parecer uma loucura, no entanto, está dando certo. É o caso da Housing First, a maneira simples (e ao mesmo tempo original) de tirar milhares de indigentes das ruas, devolvendo a eles um mínimo de dignidade, tendo casa os marginalizados se integram socialmente", começa assim esta reportagem sobre este programa social que causa polêmica no resto do mundo mas está melhorando a qualidade de vida neste país nórdico, liderado pelo socialista Antti Rinne: o programa de doar casas aos povos da rua é organizado por uma organização não governamental Y-Foundation com sede em Helsinque. E apesar das crises econômicas –primeiro, de sua gigante Nokia e depois, do euro–, a Finlândia cresceu em bem-estar social, o que ajuda também para o país caminhar rumo a um desenvolvimento sustentável.  O Brasil e a maioria dos países mais pragmáticos ou menos sonhadores, conseguirão este avanço revolucionário? Depende de uma visão humanitária da vida. 



Em São Paulo já houve manifestações do povo da rua


(Confira depois mais tarde na seção de comentários deste blog de ecologia e de cidadania mais informações sobre este programa social e humanitário da Finlândia, no vídeo da TVT vamos mostrar o que continua acontecendo no Brasil com a falta de solução para os moradores de rua)



Noias - drogados são presos por ocupar casa vazia no Brasil

Nas periferias crianças negras e pobres são as maiores vítima de violência em nosso país


Um cientista político, um bispo, um médico e um sociólogo formaram há 10 anos o comitê especial governamental com a missão era de tirar milhares de pessoas sem-teto das ruas das cidades filandesas, inspirado no movimento Pathways Housing First, fundado no início dos anos 90 pelo psicólogo Sam Tsemberis, nos Estados Unidos. O governo do país nórdico reduziu em menos de uma década em 35% o número de pessoas que vão dormir e acordam todos os dias a céu aberto: 1.345 pessoas que vagavam pelas ruas sem esperança para o futuro já pararam de fazer isso, em Helsinque, segundo dizem as entidades envolvidas no programa, quase não há mais moradores de rua. E o objetivo agora é erradicar a população de rua em todo o país até 2027, informa a Bloomberg. No rastro do psicólogo americano Sam Tsemberis, desprezado no país de Trump e que implementou o projeto em Nova York, uma cidade especialmente dramática neste tema, a chave não está na reinserção nem na desintoxicação de drogas ou álcool como condição sine qua non para ter acesso a uma moradia, este programa se quase literalmente de “começar a casa pelo telhado”, explicou Sam Tsemberis que tudo começa com a entrega das chaves, sem condições nem pré-julgamentos ou quebrando tabus. A partir daí, garantem os executores do projeto na Finlândia, as vidas de milhares de famílias e seres humanos sem destino começa a melhorar. "A casa é concebida como ponto de partida e não como ponto de chegada no caminho dos sem-teto", explica em um vídeo a entidade não governamental Feantsa, envolvida no projeto e que já administra mais de 3 mil apartamentos em 10 cidades do país com ex-moradores de rua.



Também por aqui andarilhos se abrigam onde dá

Endereço - povo mora debaixo da ponte ou dos viadutos


Ex-moradores de rua, os sem-teto da Finlândia, um país com pouco mais de cinco milhões de habitantes, têm o dever de pagar algum aluguel, os beneficiários podem acertar o aluguel da nova casa com parte da assistência financeira que recebem do estado por sua condição de desempregados, incapacitados, viúvos, marginalizados, drogados, mendigos, andarilhos etc. Outro ponto que torna esse programa único é que, nos complexos habitacionais, integrados em bairros de classe média para evitar os guetos (como na Dinamarca, por exemplo), nem o consumo de álcool chega a ser proibido. Este país com esta programa humanitário que por incrível que pareça está dano certo, está retirando temporariamente os abrigos temporários para os sem-teto (dos 600 que havia em Helsinque, restam apenas 50 hoje em dia), eles são usados apenas no inverno como emergência, quando as temperaturas caem para 20 graus negativos).



Na Finlândia o inverno chega a 20 graus negativos e este sufoco também inspirou esta solução inédita, humanitária e que está sendo sustentável


Os promotores desta ideia na Finlândia batizaram seu primeiro relatório como Nimi Ovessa (significa, o seu nome na porta): eles estão convencidos de que o simples fato de ver uma placa com a identificação de cada inquilino próxima ao interfone ou na caixa de correio injeta força de vontade uma pessoa poder começar a mudar de vida e de hábitos: “Este apartamento me deu a oportunidade de voltar a viver. Posso planejar meu futuro”, comentou um homem de 48 anos, já uma mulher de 59 anos explicou que morar em um apartamento lhe dá segurança de que vai conseguir uma virada na vida.. Eles são dois dos beneficiários desta medida que, ao longo de dez anos, custou aos cofres públicos finlandeses cerca de 300 milhões de euros (1,36 bilhão de reais), dos quais 70 milhões de euros (316 milhões de reais) nos últimos três anos. Uma quantia que não é esmagadora se for considerado o que o erário deixa de gastar todo dia no socorro e na saúde pública de moradores de rua com serviços de emergência, despesas policiais e judiciais ou tratamento de doenças, de acordo com um estudo do Fórum Econômico MundialEmbora o programa tenha sido bem recebido, de modo geral, também levantou críticas. Timo Kauppinen, sociólogo do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar, explica por e-mail que, quando novos apartamentos desse tipo são planejados, alguns vizinhos reagem com o que foi apelidado de NIMBY (a sigla em inglês para “não no meu quintal”): “Essas casas provocam de antemão alguns temores, talvez ainda mais se forem planejadas perto de escolas ou jardins de infância. Mas na realidade, não houve grandes problemas nos bairros quando essas unidades começaram a funcionar”. Os habitantes das áreas onde ficam as moradias dos ex-sem teto – geralmente nos arredores de uma dezena de grandes cidades, como Helsinque, Tampere ou Turku– levam em média dois anos para se acostumar com seus novos vizinhos mas se acostumam no mesmo ritmo e ao mesmo tempo em que o povo das ruas se reintegra na vida: "Todos mudam na cidade, aliás, todos precisamos mudar para que exista um futuro sustentável". Bem que poderia existir pelo menos um Timo Kauppinen no Brasil. 



 Cada vez mais -  Por aqui e em todo o Brasil



Casa pro morador de rua é uma alternativa à favela?


Fontes: El Pais -  Bloomberg - The Trust Project


7 comentários:

  1. “O sistema de abrigos temporários não estava funcionando e enquanto essas pessoas da rua não tiverem uma casa permanente, sempre serão consideradas como subcidadãos”: comentário de Juha Kaakinen, que fez parte do quarteto de especialistas que lançaram o projeto e agora é CEO da Y-Foundation, a ONG responsável por executar na Finlândia este programa arrojado que está se mostrando solução para um futuro sustentável nas cidades.



    ResponderExcluir
  2. "Diferentemente de um apartamento compartilhado ou de um abrigo onde você passa a noite de modo intermitente, essa iniciativa de uma casa pro homem da rua oferece o sentimento de pertencer a um lugar, a uma comunidade. Um valor intangível que faz a pessoa ter cidadania e torna o ser humano mais humano": comentário do fundador da Housing First, Sam Tsemberis, sociólogo que não foi ouvido em seu pa[is (os Estados Unidos), mas sim, agora, na Finlândia.

    ResponderExcluir
  3. "Assistentes sociais e especialistas em doenças mentais, vícios e outros problemas que sofrem muitos dos ex-sem-teto se aproximam uma vez por semana desses bairros para oferecer apoio e incentivar a integração deles na vida da comunidade, por exemplo, coletando lixo ou se envolvendo nas atividades do bairro, voltando aos poucos a se socializar": comentário extraído da matéria de Belem Dominguez Cabrian, no jornal e site El Pais.


    ResponderExcluir
  4. "Apesar de haver uma estimativa das autoridades de que 5.482 sem-teto ainda permanecem nas ruas por toda a Finlândia (um país com uma densidade populacional muito baixa: 17 habitantes por quilômetro quadrado), o programa tem tido êxito. Enquanto no Reino Unido, o número de sem-teto aumentou 7% no último ano; na Alemanha, 35% desde 2017, e na França, 50% na última década, o país nórdico é o único na Europa em que o número de moradores de rua diminuiu radicalmente": comentário em um estudo do Fórum Econômico Mundial sobre esta solução da Finlândia.

    ResponderExcluir
  5. Mais tarde, aqui nnesta seção, mais comentários: você pode participar, poste aqui sua opinião ou envie seu conteúdo por e-mail pro editor deste blog padinhafranca603@gmail.com e aí a gente divulga aqui para você.

    ResponderExcluir
  6. "Sai mais barato do que criar pseudas casas populares ou que estimular favelas, ocupar casas vazias": comentário de José Pedro Garcia, arquiteto, de São Paulo.

    ResponderExcluir
  7. Deve salientar que a Finlandia tem um excelente programa educacional.

    ResponderExcluir

Translation

translation