A gente resume aqui no blog da ecologia e da cidadania informações da jornalista Carolina Dantas, hoje no G1, bem como, dados do satélite Aqua e comentários da pesquisadora Ane Alencar, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Confira aqui, agora.
Se outubro
de 2019 está apresentando o menor número de queimadas na Amazônia desde o início do
monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que começou a ser feito ainda em 1998, no Pantanal por outro lado, o cenário é totalmente oposto e negativo demais para a ecologia brasileira. No bioma amazônico, o número de focos de queimadas agora em outubro foi menor do que o recorde positivo de 21 anos atrás quando haviam sido registrados 8.777 pontos de fogo, agora neste mês, foram 7.855 pontos.
Podemos dizer que valeu a pressão dos cientistas, dos ecologistas, da mídia internacional e da opinião pública em nosso país, além das chuvas agora estarem sendo mais fortes e intensas. A queda de focos não se trata de gestão ambiental mesmo porque as queimadas apenas mudaram de localização, no Pantanal agora em outubro aconteceram 2.430 pontos de queimadas, neste bioma estão aumentando muito as detecções de calor.
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Quase 2.500 pontos de queimadas no bioma |
E mais, na Caatinga, nordeste do Brasil, o
número de queimadas agora neste mês é quase o dobro do que foi visto no mesmo período em 2018: passou de 2.476 para 4.716. E em relação ao bioma Mata Atlântica, este problema também praticamente dobrou de gravidade: em outubro do ano passado, 1.243 focos, agora em 2019, 2.184 queimadas.
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"Esta alta em
outros biomas está associado às mesmas coisas que causaram fogo na Amazônia. A
seca pode ajudar a espalhar fogo, mas não a criar. Há ainda uma sensação de
impunidade", explica Ane Alencar, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (Ipam).
De acordo com o Ipam, não há apenas um motivo para atribuir à queda do fogo na Amazônia. A temporada de chuva começou em algumas regiões, assim como houve uma redução nas queimadas intencionais - reflexo da repercussão do fogo e também do índice alto no mês de agosto. Além disso, se reconhece que ocorreu a implementação da Operação da Garantia da Lei e da Ordem Ambiental (GLO), comandada pelo Exército Brasileiro por meio de um decreto do governo federal para combater crimes ambientais. Mas, por outro lado, é um fato triste a ser registrado, no Pantanal, o índice de queimadas explodiu tomando por base os números de 2018: em 2019, agora em outubro, os focos de queimada são 20 vezes maiores do que neste mesmo mês no ano passado. O agronegócio neste caso de queimadas ilegais mudou de endereço para assim continuar em outros pontos com menor vigilância a sua voracidade.
(Confira depois mais tarde outras informações na seção de comentários deste blog da gente, no vídeo continuamos postando material da Euronews sobre o avanço do movimento de jovens ambientalistas na UE, Extinction Rebellion, rebeldes pela ecologia, sinal destes tempos)
Soja e gado no Pantanal? - O regime sazonal de inundação da planície do Pantanal impede o plantio de soja, por falta de tecnologia para o cultivo do grão na terra alagada, resultado das cheias do Rio Paraguai. No entanto, a cultura já avança na parte mais alta da bacia, com reflexos no ecoturismo, causando assoreamento de rios e prejuízos à biodiversidade da região, já alertaram pesquisadores e ecologistas. O Pantanal ocupa a região baixa da Bacia do Alto Paraguai. A parte mais elevada, vasta região do planalto, está cada vez mais ocupada por monoculturas e pastagens, impactando o regime hidrológico responsável pela sustentabilidade do bioma.
Garimpo no Pantanal? - Diversos garimpos clandestinos têm sido flagrados (alguns, fechados) na região do Pantanal por fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). As multas somaram muitos milhões, por exemplo, em operação deflagrada pelo órgão nas cidades de Nossa Senhora do Livramento e Poconé, distantes entre 40 e 100 quilômetros de Cuiabá, Mato Grosso.
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Na planície não mas no planalto do Pantanal agrotóxico de plantios de soja e pastarias |
Soja e gado no Pantanal? - O regime sazonal de inundação da planície do Pantanal impede o plantio de soja, por falta de tecnologia para o cultivo do grão na terra alagada, resultado das cheias do Rio Paraguai. No entanto, a cultura já avança na parte mais alta da bacia, com reflexos no ecoturismo, causando assoreamento de rios e prejuízos à biodiversidade da região, já alertaram pesquisadores e ecologistas. O Pantanal ocupa a região baixa da Bacia do Alto Paraguai. A parte mais elevada, vasta região do planalto, está cada vez mais ocupada por monoculturas e pastagens, impactando o regime hidrológico responsável pela sustentabilidade do bioma.
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Ibama têm feito operações contra garimpos que pipocam pela região pantaneira |
Garimpo no Pantanal? - Diversos garimpos clandestinos têm sido flagrados (alguns, fechados) na região do Pantanal por fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). As multas somaram muitos milhões, por exemplo, em operação deflagrada pelo órgão nas cidades de Nossa Senhora do Livramento e Poconé, distantes entre 40 e 100 quilômetros de Cuiabá, Mato Grosso.
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Seja onde for elas precisam parar |
Os dados de queimadas no Brasil postados aqui hoje foram retirados do Programa Queimadas, que é gerenciado pelo Inpe, sendo que o satélite Aqua é usado como referência das informações para garantir uma comparação correta e um histórico mais próximo da realidade, neste momento do Brasil, de acordo com o especialista Alberto Setzer.
Fontes: g1.globo.com - Ipam - Inpe - Agência Brasil
folhaverdenews.blogspot.com
Depois mais tarde vamos postar mais informações e outros comentários que já temos por aqui, aguarde e volte a esta seção para conferir mais detalhes desta pauta de hoje, de extrema gravidade para a biodiversidade e a ecologia no Brasil.
ResponderExcluirVocê pode postar direto aqui sua opinião mas se preferir envie por e-mail o seu conteúdo (mensagem, fotos, vídeos, dados) pro editor deste blog padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Num país sem enfoque ambiental, só mesmo Deus e a natureza, com as chuvas, para aliviar a situação": comentário de Clay Pereira Santos, Belém do Pará, agrônomo.
ResponderExcluir"Este ano reduziu muito na Amazônia, mas ainda temos muitas áreas secas que poderiam estar queimando e não estão. Isso prova que uma pressão social e do mercado tem um efeito, quando existe uma resposta política" - Ane Alencar, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
ResponderExcluir"As pesquisas de queimadas na Amazônia foram principalmente em agosto deste ano, quando o aumento no número de focos foi ao máximo na região amazônica chamou a atenção da imprensa internacional e da opinião pública. Naquele mês, o bioma apresentou o maior número de queimadas dos últimos 9 anos - foram mais de 30 mil focos de calor detectados": comentário extraído de documento do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).
ResponderExcluir"Os dados de queimadas no Brasil divulgados no G1 hoje foram retirados do Programa Queimadas, que é gerenciado pelo Inpe. O satélite Aqua é usado como referência para garantir uma comparação correta e garantir o histórico mais similar à realidade": comentário de Alberto Setzer, especialista nesta problema de focos de fogo, que agora se mostram maiores fora da Amazônia.
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