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sábado, 2 de novembro de 2019

A ANVISA SE RENDE AO MERCADO OU À ONDA RURALISTA DO BRASIL E ATÉ TIRA ALERTA DE AGROTÓXICO QUE PODE CEGAR PESSOAS E CAUSAR CÂNCER ALÉM DE POLUIR O MEIO AMBIENTE

A advertência está sendo feita pelo portal de jornalistas independentes Agência Pública em conjunto com o Repórter Brasil também com o site e jornal El Pais da Espanha mostram que pesticida mais vendido no Brasil é proibido em países da Europa: aqui no blog da ecologia e da cidadania um resumo neste tema bem apropriado ao clima fúnebre do feriado de Finados



A propaganda torna bonito o que é trágico...

...e muitos produtores rurais estão sendo ludibriados 



Um terço dos agrotóxicos usados no Brasil contém substâncias proibidas na UE, é o que adverte esta matéria, feita por Pedro Grigori, que diz, o cenário mundial não está favorável aos fabricantes de glifosato. Este herbicida enfrenta vetos em países europeus e mais de 18.000 ações nos tribunais nos Estados Unidos seu uso a doenças como o câncer, alguns tipos de cegueira e outros males mais. Mas, no Brasil, o agrotóxico mais vendido no mundo não só teve a licença de comercialização renovada como também, oficialmente, já foi oficializado como menos perigoso aos olhos das autoridades governamentais brasileiras hoje. Isso porque, após a reclassificação de toxicidade aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 93 produtos formulados à base de glifosato tiveram a classificação de toxicidade reduzida, segundo um levantamento inédito realizado por esta reportagem que faz parte do projeto Por Trás do Alimento, para investigar o uso de Agrotóxicos no Brasil. A cobertura completa você pode consultar no site deste projeto. Um detalhe: os dados que são apresentados nesta advertência são baseados também em publicações do Diário Oficial. Antes, 24 produtos à base deste herbicida eram considerados tipo “Extremamente Tóxico”. Agora não há mais nenhum produto enquadrado na categoria máxima de toxicidade. O levantamento mostrou ainda que três produtos se mantiveram na mesma classe toxicológica. "Até mesmo o alerta vai sair da embalagem do glifosato, um produto que pode corroer a córnea. A embalagem agora será igual a de qualquer produto de uso doméstico. Estamos seguindo contra todos os limites que o mundo está abrindo para o glifosato”, afirma Luiz Cláudio Meirelles, pesquisador da Fiocruz.



O contato direto com o glifosato no campo...

 ...aumenta ainda mais o perigo e a toxicidade...

...a substância também polui o ar, a água, o ambiente


A portaria que diminuiu a classificação toxicológica dos produtos à base de glifosato foi publicada ainda em julho deste ano. Agora, só receberá o alerta máximo os pesticidas que causarem morte ao serem ingeridos ou entrarem em contato com os olhos ou pele. Especialistas acreditam que as mudanças afetam mais os que manuseiam os produtos, porque o símbolo de perigo, a caveira, passará a ser usado apenas no rótulo de produtos que causem a morte ao serem ingeridos ou entrar em contato com olhos e pele. Os demais agrotóxicos têm o caminho aberto para o consumo no Brasil, apesar dos pesares. 


Pesquisador de plantas daninhas na Embrapa Fernando Stomiolo diz que o glifosato é até prejudicial para a agricultura e o controle de pragas

Alguns veículos da mídia procuram alertar a população

Eventos como o 12XTalks questionam a eficiência do glifosato para alguns problemas de plantio


O pior é que há mais de 40 anos no mercado mundial, o glifosato virou líder de vendas no Brasil e em parte do mundo. Em nosso país existem atualmente 123 produtos formulados à base do ingrediente ativo glifosato, sendo hoje usados direto para o controle de mais de 150 plantas infestantes em variados cultivos, de soja e café até feijão, maçã e uva. Em 2017, 173.000 toneladas de glifosato foram vendidas no Brasil, conforme levantou o Ibama. Porém, estudos acenderam o alerta sobre a segurança, correlacionando o uso do pesticida com o aparecimento de doenças como depressão, autismo, infertilidade, Alzheimer, Parkinson e cânceres variados e em diversas partes do corpo. Já em 2015, após análise de diversos estudos a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (Iarc) da OMS (Organização Mundial de Saúde) concluiu que o glifosato era “provavelmente cancerígeno” para humanos. Em fevereiro de 2019, a Anvisa concluiu a reavaliação do glifosato, processo que durou 11 anos e entendeu que o produto não se enquadra nos critérios proibitivos previstos na legislação brasileiras: não é classificado como mutagênico, carcinogênico, tóxico para a reprodução e teratogênico (que causa malformação fetal). “A principal conclusão da reavaliação é que o glifosato apresenta maior risco para os trabalhadores que atuam em lavouras e para as pessoas que vivem próximas a estas áreas”, informou a agência sanitária, assim, se rendendo ao mercado de consumo deste perigoso produto para a saúde e para a ecologia. E não adiante reclamar ou entrar na Justiça, agora, não há previsão de uma nova avaliação por parte do Governo, a legislação não estipula um novo prazo, diferentemente do que acontece por bom senso em toda União Européia e nos Estados Unidos.



Campeão de vendas e de problemas de saúde na Justiça


Gerente-geral de toxicidade da Anivisa ainda em 2008, Luiz Cláudio Meirelles conta que o produto entrou em reavaliação devido às suspeitas de doenças crônicas, como câncer e autismo: “Uma das maiores preocupações eram os efeitos crônicos, aqueles que aparecem anos depois, após a pessoa ter exposição contínua ao produto”. Agora em 2019, o especialista Luiz Cláudio entende que o caminho a ser tomado deveria ser o da proibição: “Hoje a situação do glifosato é um caminho sem volta. Tudo que começa a ser apontado como problemático na saúde e no meio ambiente, a ciência guia ou deveria guiar para uma condenação”. 


A Áustria é um dos países da UE que aboliram o uso do glifosato


(Confira na seção de comentários deste blog de ecologia, cidadania, ciência e não violência mais informações (inclusive a opinião da fabricante Bayer, que adquiriu a Monsanto): no vídeo nesta página continua para uma plena divulgação a reportagem da Euronews sobre o novo tipo de movimento de jovens ambientalistas Extinction Rebellion, rebeldes pela vida)





Fontes: Agência Pública - Repórter Brasil - El Pais
               folhaverdenews.blogspot.com


8 comentários:

  1. "O glifosato é defendido pela Bayer, dona da Monsanto. A reportagem questionou a empresa sobre a reavaliação da Anvisa, a queda na classe toxicológica, os processos nos Estados Unidos e o banimento na Europa. No entanto, a Bayer limitou-se em comentar os dois últimos pontos. Por nota, a empresa informou que se solidariza com os demandantes e suas famílias, mas que “o glifosato não foi a causa de suas doenças”: comentário da reportagem da Agência Pública.

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  2. “Há um extenso trabalho de pesquisas sobre o glifosato e os herbicidas à base do mesmo, incluindo mais de 800 estudos analisados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), por agências europeias e outros reguladores no momento do registro dessa molécula. Todas as agências regulatórias que analisaram estes estudos chegaram à mesma conclusão: produtos à base de glifosato são seguros quando usados conforme as instruções”: comentário da Bayer, a fabricante.




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  3. "A Bayer — dona da Monsanto, primeira empresa a vender agrotóxicos à base de glifosato — responde a mais de 18.000 ações contra o glifosato, sendo que 5.000 dessas foram registradas apenas em abril deste ano": comentário feito no levantamento da Agência Pública, Repórter Brasil e El Pais.

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  4. "No evento i2x Talks, conversamos com Pedro Cristofoletti, da Esalq/USP e Pedro Schneider, da Agriplus, para destacar dois problemas sérios para a agricultura brasileira: a buva e o amaranthus, que já aparece em uma pequena área no Mato Grosso. O destaque que ambos fazem é que não adianta mais aplicar glifosato para o controle da buva, já que não há mais nenhum efeito. Já o amaranthus consegue ser contido apenas com o auxílio do dicamba, que poderá ser aplicado com o lançamento da Intacta 2 Xtend. Enfim, além do mais, é ineficaz em alguns casos": comentário extraído do site e jornal Notícias Agrícolas.


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  5. "Vale destacar que as plantas daninhas são seres em evolução. O ser humano impõe tecnologias e elas evoluem no seu processo. Hoje, o desafio do produtor rural é saber como controlá-las e buscar medidas alternativas para esse controle": comentário de Pedro Cristofoletti (Esalq/Usp).



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  6. "Ainda não há no mercado um herbicida capaz de substituir o glifosato. Se fosse proibido, não teríamos outro herbicida de ação tão ampla que sozinho pudesse substituí-lo": comentário de Ricardo Carmona, professor de Produção Vegetal na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB).



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  7. "Nos States, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) avaliou, em 2017, que o glifosato é “provavelmente" não cancerígeno para humanos. No entanto, a Justiça americana tem decidido de maneira oposta": comentário extraído da matéria Agência Pública/Repórter Brasil/El Pais

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  8. Depois mais tarde, aqui nesta seção, outra edição com mais comentários, você pode postar direto aqui a sua opinião ou notícia, se preferir mande o seu conteúdo (também fotos, vídeos, charges, pesquisas) pro e-mail do editor deste blog que aí, depois, postaremos aqui: mande então sua mensagem para padinhafranca603@gmail.com

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