Roda o mundo todo e as
redes sociais a imagem também destacada por sites como BBC e Terra, de bombeiro
dando água para tentar salvar um Tatu após mais uma queimada no Mato Grosso, na
fronteira do agronegócio: o pior é que não é necessário desmatar mais nada no
Brasil para plantio ou para a pecuária, há terras agricultáveis suficientes, falta uma
gestão ambiental sustentável e governamental, gestão geoambiental também. Por aqui é destaque o biólogo
Izar Aximoff, que estudou a recomposição de florestas no Rio de Janeiro após as queimadas. Testemunhou áreas verdes se transformarem em pó preto e o rico som
das florestas, em silêncio mortal.
"A perda da biodiversidade é de
valor inestimável, muito superior às multas aplicadas, isso, quando se encontra
o culpado, o que é raro", diz Izar Aximoff, ele que estuda a recomposição de
florestas no Rio de Janeiro após tantas queimadas, também por aqui no Sudeste
do país
"É muito
triste ver a floresta totalmente dizimada. Aquele cenário colorido, com flores,
sons de animais, pássaros cantando, bichos se movimentando e o cheiro de mata dá
lugar ao silêncio, a animais carbonizados, a um cheiro de carne queimada, à
desolação. Fica tudo preto e você fica sujo com aquele resíduo de carvão",
descreve o biólogo, que é o personagem do vídeo aqui no blog hoje, falando sobre o seu trabalho ecológico e o seu livro: mais informações sobre a sequelas das queimadas em nossa seção de comentários depois mais tarde, OK?
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| Milhares de animais nativos tem sido carbonizados... |
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| ...e esta é só mais uma sequela das queimadas |
"Estudando as queimadas, eu vi filhote
de jiboia queimado, bicho-preguiça carbonizado, bromélia queimada. Dá vontade
de chorar. A perda é de valor inestimável. Muito superior ao das multas
aplicadas e isso, quando se encontra o culpado, o que é raro", compara o biólogo, especialista no tema em áreas de Mata Atlântica, como o Parque Nacional de
Itatiaia.
Após o quadro de
destruição, aí novos desafios surgem no reflorestamento, explica o biólogo, que é
doutor em Botânica pelo Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (JBRJ). "Espécies
ameaçadas acabam não voltando. À cada queimada, a diversidade é perdida e muitas
áreas de Mata Atlântica, por exemplo, não conseguem se regenerar sozinhas. É
preciso um reforço. Temos as melhores cabeças do mundo na área de reflorestamento,
mas a demanda é hoje em dia grande demais", explica Izar Aximoff, lembrando que a situação é agora também grave em áreas que ganham menos holofotes que a Amazônia como é o caso do Cerrado e da Caatinga.
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| Na realidade monstro das queimadas aumentando... |
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| ...poucos animais acabam sendo salvos... |
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| ...não há uma estrutura avançada de combate ao fogo nem gestão governamental nem fiscalização e então... |
Fontes: Terra - BBC News
folhaverdenews.blogspot.com









"Além das labaredas e grandes colunas de fumaça, as queimadas provocam efeitos danosos e de longo prazo que não são assim imediatamente visíveis. O primeiro é o empobrecimento do solo. Especialmente em áreas em que o fogo é recorrente, ou seja, quando ele é usado como ferramenta agrícola, ele degrada e afeta a fertilidade da terra, e reduz tanto a produção agrícola quanto sua capacidade de produção. E os nutrientes essenciais às plantas, como nitrogênio, potássio e fósforo, são eliminados. Além disso, a prática reduz a umidade do solo e acarreta na sua compactação, resultando em um processo erosivo e escassez de água": comentário extraído de texto do IPAM, escrito pelo engenheiro Paulo Moutinho.
ResponderExcluir"Na Amazônia, as queimadas se somam ao desmatamento e a secas extremas para ampliar esse processo, uma vez que cada um desses fatores alimenta o seguinte. Com a crescente demanda por alimentos, a saúde do solo, que é um recurso finito, é uma preocupação mundial. E hoje cerca de 32% das terras do mundo estão degradadas": comentário em estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)
ResponderExcluir“No Brasil 40% do PIB vem do uso do solo. Se fizermos o manejo de forma equivocada, vamos comprometer o futuro e a segurança alimentar da população. Por isso, é preciso investir na conservação, na recuperação e no bom uso do solo": comentário do diretor-executivo do IPAM, André Guimarães.
ResponderExcluir"Um outro efeito das queimadas é o impacto no clima. Além de reduzir a capacidade das florestas em armazenar o carbono, as queimas são responsáveis por liberar uma grande quantidade de CO2, o principal gás do efeito estufa, na atmosfera. Agora as estimativas globais indicam que 70% a 80% do CO2 que chega à troposfera pela queima de biomassa em um ano vem de regiões equatoriais e subtropicais. As emissões de gases estufa pelo fogo seguidas de desmatamento correspondem a 350 milhões de toneladas de CO2 equivalente (t CO2e), que são 63% das emissões totais de uso de solo": comentário do cientista da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Raoni Rajão.
ResponderExcluir“Há também as emissões de mais de 450 milhões de tCO2e que, por serem de fogo que não ocasionaram desmatamento, não são contabilizadas, já que parte disso pode voltar para a floresta em recuperação. Quanto mais gases estufa na atmosfera, piores são as mudanças climáticas e mais intensos e frequentes serão os eventos extremos, como as secas – que, por sua vez, alimentam mais fogo, num círculo vicioso e extremamente perigoso para a Amazônia e para quem vive na região": comentário também de Raoni Rajão, pesquisador do tema na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
ResponderExcluir“Enquanto desmatamento e queimadas forem uma prática corrente na Amazônia, não haverá o mínimo equilíbrio ecológico": comentário de Paulo Moutinho, do IPAM, instituto de pesquisa da Amazônia.
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