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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

PREVENIR E EVITAR QUEIMADAS É ALÉM DO MAIS BEM MAIS ECONÔMICO DO QUE A BUSCA PARA REPARAR A ECOLOGIA DEPOIS DUMA LOUCURA COMO ESSA QUE ASSOLA O PAÍS

Animais carbonizados e silêncio no lugar do verde e do som de pássaros: o biólogo Izar Aximoff descreve assim o caos apocalíptico após queimadas que ele estuda



Bombeiro tentar salvar animal após queimada no Cerrado


Roda o mundo todo e as redes sociais a imagem também destacada por sites como BBC e Terra, de bombeiro dando água para tentar salvar um Tatu após mais uma queimada no Mato Grosso, na fronteira do agronegócio: o pior é que não é necessário desmatar mais nada no Brasil para plantio ou para a pecuária, há terras agricultáveis suficientes, falta uma gestão ambiental sustentável e governamental, gestão geoambiental também. Por aqui é destaque o biólogo Izar Aximoff, que estudou a recomposição de florestas no Rio de Janeiro após as queimadas. Testemunhou áreas verdes se transformarem em pó preto e o rico som das florestas, em silêncio mortal. 

Florestas se transformam em um pó preto


"A perda da biodiversidade é de valor inestimável, muito superior às multas aplicadas, isso, quando se encontra o culpado, o que é raro", diz Izar Aximoff, ele que estuda a recomposição de florestas no Rio de Janeiro após tantas queimadas, também por aqui no Sudeste do país


O biólogo Izar Aximoff alerta sobre a violência das queimadas também fora da Amazônia


"É muito triste ver a floresta totalmente dizimada. Aquele cenário colorido, com flores, sons de animais, pássaros cantando, bichos se movimentando e o cheiro de mata dá lugar ao silêncio, a animais carbonizados, a um cheiro de carne queimada, à desolação. Fica tudo preto e você fica sujo com aquele resíduo de carvão", descreve o biólogo, que é o personagem do vídeo aqui no blog hoje, falando sobre o seu trabalho ecológico e o seu livro: mais informações sobre a sequelas das queimadas em nossa seção de comentários depois mais tarde, OK? 


Milhares de animais nativos tem sido carbonizados...

...e esta é só mais uma sequela das queimadas


"Estudando as queimadas, eu vi filhote de jiboia queimado, bicho-preguiça carbonizado, bromélia queimada. Dá vontade de chorar. A perda é de valor inestimável. Muito superior ao das multas aplicadas e isso, quando se encontra o culpado, o que é raro", compara o biólogo, especialista no tema em áreas de Mata Atlântica, como o Parque Nacional de Itatiaia.
Após o quadro de destruição, aí novos desafios surgem no reflorestamento, explica o biólogo, que é doutor em Botânica pelo Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). "Espécies ameaçadas acabam não voltando. À cada queimada, a diversidade é perdida e muitas áreas de Mata Atlântica, por exemplo, não conseguem se regenerar sozinhas. É preciso um reforço. Temos as melhores cabeças do mundo na área de reflorestamento, mas a demanda é hoje em dia grande demais", explica Izar Aximoff, lembrando que a situação é agora também grave em áreas que ganham menos holofotes que a Amazônia como é o caso do Cerrado e da Caatinga.


Na realidade monstro das queimadas aumentando...

 ...poucos animais acabam sendo salvos...

 ...não há uma estrutura avançada de combate ao fogo nem gestão governamental nem fiscalização e então...

...até a pecuária e a agricultura sofrerão o impacto desta violência das queimadas


Fontes: Terra - BBC News
               folhaverdenews.blogspot.com

6 comentários:

  1. "Além das labaredas e grandes colunas de fumaça, as queimadas provocam efeitos danosos e de longo prazo que não são assim imediatamente visíveis. O primeiro é o empobrecimento do solo. Especialmente em áreas em que o fogo é recorrente, ou seja, quando ele é usado como ferramenta agrícola, ele degrada e afeta a fertilidade da terra, e reduz tanto a produção agrícola quanto sua capacidade de produção. E os nutrientes essenciais às plantas, como nitrogênio, potássio e fósforo, são eliminados. Além disso, a prática reduz a umidade do solo e acarreta na sua compactação, resultando em um processo erosivo e escassez de água": comentário extraído de texto do IPAM, escrito pelo engenheiro Paulo Moutinho.

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  2. "Na Amazônia, as queimadas se somam ao desmatamento e a secas extremas para ampliar esse processo, uma vez que cada um desses fatores alimenta o seguinte. Com a crescente demanda por alimentos, a saúde do solo, que é um recurso finito, é uma preocupação mundial. E hoje cerca de 32% das terras do mundo estão degradadas": comentário em estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)

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  3. “No Brasil 40% do PIB vem do uso do solo. Se fizermos o manejo de forma equivocada, vamos comprometer o futuro e a segurança alimentar da população. Por isso, é preciso investir na conservação, na recuperação e no bom uso do solo": comentário do diretor-executivo do IPAM, André Guimarães.

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  4. "Um outro efeito das queimadas é o impacto no clima. Além de reduzir a capacidade das florestas em armazenar o carbono, as queimas são responsáveis por liberar uma grande quantidade de CO2, o principal gás do efeito estufa, na atmosfera. Agora as estimativas globais indicam que 70% a 80% do CO2 que chega à troposfera pela queima de biomassa em um ano vem de regiões equatoriais e subtropicais. As emissões de gases estufa pelo fogo seguidas de desmatamento correspondem a 350 milhões de toneladas de CO2 equivalente (t CO2e), que são 63% das emissões totais de uso de solo": comentário do cientista da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Raoni Rajão.

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  5. “Há também as emissões de mais de 450 milhões de tCO2e que, por serem de fogo que não ocasionaram desmatamento, não são contabilizadas, já que parte disso pode voltar para a floresta em recuperação. Quanto mais gases estufa na atmosfera, piores são as mudanças climáticas e mais intensos e frequentes serão os eventos extremos, como as secas – que, por sua vez, alimentam mais fogo, num círculo vicioso e extremamente perigoso para a Amazônia e para quem vive na região": comentário também de Raoni Rajão, pesquisador do tema na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

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  6. “Enquanto desmatamento e queimadas forem uma prática corrente na Amazônia, não haverá o mínimo equilíbrio ecológico": comentário de Paulo Moutinho, do IPAM, instituto de pesquisa da Amazônia.

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