Colapso oceânico pode transformar o clima no país com mais secas e prejuízos também à agricultura como a do Café além da saúde de toda a população
Recebemos por e-mail matéria de Guilherme Borges do site meteorológico Climatempo, informando que nas profundezas do Atlântico, longe dos olhos do mundo, uma perturbação significativa se desenvolve lentamente, mas suas consequências podem reverberar por todo o planeta. Estudos recentes alertam para a possibilidade de colapso da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), uma corrente oceânica crucial para o equilíbrio climático global. O Brasil, mesmo distante da Europa, pode não escapar dos impactos devastadores dessa mudança. Há urgência de gestão sustentável deste novo problema mas por aqui não existe ainda nenhuma providência de prevenção do que seria um caos econômico e ecológico.
Climatempo divulgando pesquisa oceanográfica |
A circulação oceânica funciona como uma gigantesca esteira oceânica, transportando água quente dos trópicos para o norte do Atlântico e devolvendo águas frias para o sul. Esse mecanismo mantém o clima relativamente estável em diversas regiões, incluindo a Europa e partes da América do Sul. Contudo, as mudanças climáticas vêm alterando a salinidade das águas no Atlântico Norte. O derretimento das geleiras na Groenlândia, aliado ao aumento das chuvas e escoamentos fluviais, está diluindo a salinidade necessária para que a corrente se mantenha ativa.
Um novo desafio desse tempo vem do mar |
Se houver uma desaceleração ou um colapso na circulação dos oceanos, em especial do Atlântico agora, como detectaram estudos de cientistas na Europa e Estados Unidos, o clima global pode enfrentar grandes desequilíbrios, afetando padrões de chuva e a agricultura em várias partes do mundo, por aqui também.
Atlântico vital para haver um equilíbrio do clima, da ecologia, da economia e da saúde da população |
Secas severas e mudanças drásticas no Brasil - O colapso da AMOC (circulação oceânica) não se restringirá ao Hemisfério Norte. Em nosso país, a circulação oceânica é essencial para manter o equilíbrio das chuvas na Amazônia e no Nordeste. Sem esse suporte, a estação chuvosa da Amazônia poderá ser severamente afetada, provocando longos períodos de estiagem. Isso colocaria em risco o ecossistema local, a biodiversidade e as populações ribeirinhas.
A imagem que sintetiza este novo desafio |
Além disso, com a alteração no ciclo de chuvas no Norte, o Nordeste enfrentaria desafios ainda maiores em termos de seca, enquanto o Centro-Oeste poderia ver uma intensificação dos períodos de estiagem. Isso agravaria problemas já conhecidos, como queimadas e a crise hídrica, dificultando o abastecimento de água e energia.
Impacto nos alimentos e no sistema econômico - Um dos maiores temores com o colapso da AMOC é o impacto na produção agrícola
global. Sem chuvas regulares, culturas estratégicas como soja, milho e café (essencial para nossa macrorregião) sofreriam quedas na produtividade, afetando tanto o mercado interno quanto as
exportações brasileiras. Estudos indicam
que, em um cenário extremo, o Brasil poderá perder até metade das suas áreas
produtivas, especialmente nas regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas.
Isso elevaria os custos de produção e prejudicaria a segurança alimentar da
população.
O Brasil está preparado para um cenário extremo? - Apesar dos alertas internacionais, nosso país ainda não realiza avaliações de risco abrangentes sobre possíveis colapsos climáticos globais e seus impactos no território nacional. Assim como o governo britânico foi criticado por não avaliar adequadamente o risco de colapso da AMOC, o Brasil precisa adotar uma abordagem mais proativa. Ações como reforçar a infraestrutura para enfrentar secas prolongadas, proteger áreas agrícolas estratégicas e investir em tecnologias sustentáveis seriam passos importantes. Além disso, o país pode apostar em soluções inovadoras, como a agricultura vertical e o uso eficiente da água, para minimizar os danos de eventos climáticos extremos.
Ação climática e ambiental antes que seja o pior |
Fontes: climatempo.com.br - Unesp - BBC - – folhaverdenews.blogsot.com
ResponderExcluir"Assim como o Reino Unido debate como mitigar os riscos de um colapso climático, o Brasil precisa encarar as mudanças climáticas como uma questão de segurança nacional. Reduzir emissões de gases de efeito estufa, restaurar ecossistemas degradados e adotar políticas de adaptação são medidas urgentes para evitar impactos mais severos": comentário do cientista Guilherme Borges, no site Climatempo. .
A ciência climática já mostrou que o futuro pode trazer desafios inesperados, e a prevenção é o melhor caminho. A pergunta que o Brasil precisa responder é: estamos prontos para enfrentar um cenário climático imprevisível?
ResponderExcluirVocê também pode postar direto aqui nesta seção a sua opinião, crítica ou resumo da pesquisa neste tema que é vital para uma recuperação da ecologia no Brasil.
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