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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

PODEM AUMENTAR AS DOENÇAS COM AS CRESCENTES MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AMBIENTAIS POR AQUI

Rone Carvalho da BBC nos informa direto de São José de Rio Preto (SP) sobre desafios da saúde da população agora


Arboviroses cada vez maiores com eventos extremos


Cada vez mais eventos extremos, como enchentes ou secas, tempo mais quente, chuvas mais bravas, isso já é uma tendência comum a várias regiões do país e do planeta, cada vez de forma mais problemática nos próximos anos.Por dados de vários pesquisadores a forte desigualdade social existente no país deve ter impacto direto sobre quem mais sofrerá com os efeitos dos rpoblemas do clima e do meio ambiente na saúde pública, seja pelo surgimento de novas doenças ou pelo crescimento do número de casos de arboviroses (doenças transmitidas principalmente por mosquitos), isso desde as já conhecidas (dengue, malária,febre amarela) a algumas outras que devem impactar em especial as pessoas mais vulneráveis na realidade brasileira e planetária. 


Uma das fontes são os combustíveis fósseis...

...outra causa os fenômenos oceânicos e cósmicos


Cassia Lemos, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é uma das brasileiras que tem se dedicado a prever como as mudanças climáticas devem impactar o sistema de saúde do Brasil. A articuladora da AdaptaBrasil, plataforma que mostra os potenciais riscos das mudanças climáticas no país em diversas áreas, afirma que estudos já mostram que as doenças que mais devem aumentar neste cenário são as arboviroses"Além da dengue, que já é um grande problema, nossas projeções mostram que a malária deve se alastrar ainda mais pela região Norte e atingir de forma intensa o litoral do Nordeste até 2050". As projeções da plataforma criada pelo governo federal, em parceria com instituições de ensino de pesquisa do Brasil, também apontam para o aumento de casos de leishmaniose tegumentar americana e leishmaniose visceral. Para chegar às previsões, os pesquisadores analisaram o perfil epidemiológico das infecções, as especificidades de cada doença e dados sobre o desenrolar da condição de saúde, por exemplo, hospitalização ou morte. Em seguida, foram considerados os aspectos socioeconômicos e demográficos de cada município, a organização e a qualidade do sistema de saúde em escala municipal para responder às demandas sanitárias pelas doenças e para promover a vigilância e controle dos vetores. "Com isso, podemos perceber que não é somente o aumento de temperatura ou eventos climáticos extremos que irão causar as doenças, mas as próprias características socioecológicas da população brasileira devem favorecer a proliferação dessas patologias", argumenta também  Cassia Lemos. 


Tanto as enchentes influem como as secas como...

...os contrastes e/ou efeitos extremos na vida


Vetores mais resistentes Para Leandro Gurgel, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), outro fato que devem contribuir para que as arboviroses sejam um problema maior no futuro é que os mosquitos e pernilongos levam ao "pé da letra" a Teoria de Seleção Natural de Charles Darwin: "Todos nós temos um limite de tolerância de temperatura, seja superior ou inferior, mas o que temos notado é que os vetores se adaptam cada vez melhor a esses extremos climáticos. Isso os torna um problema cada vez maior para a saúde pública do mundo, mais resistentes os mosquitos possuem mais exemplares e consequentemente conseguem atingir mais pessoas transmitindo doenças", alerta Gurgel. Para exemplificar, o pesquisador o pesquisador da Fiocruz cita a capacidade de reprodução do Aedes aegypti, um dos vetores mais conhecidos dos brasileiros por transmitir a dengue, chikungunya e zika vírus: "Ele é um mosquito cada vez mais adaptado às mudanças do clima. Antigamente, ouvíamos que ele somente se reproduzia em água limpa e parada. Hoje em dia, por exemplo, sabemos que ele se reproduz em lixo, água suja e que o ovo do mosquito pode se manter viável por mais de um ano sem água", explica Leandro Gurgel: "Mas o pior é que, hoje em dia, não é apenas picando uma pessoa contaminada que o vetor se contamina e transmite a doença. O simples ato de uma fêmea 'grávida' do Aedes aegypti picar uma pessoa com dengue, automaticamente, faz com que ela contamine até 50% dos seus 'filhos'. Ou seja, são novos Aedes que já apresentam capacidade de transmitir doenças em sua origem".


 A falta de água e a perda da ecologia...


Maior risco de morte - Não são só as arboviroses que devem aumentar no futuro. Estudos mostram que doenças respiratórias, cardiovasculares e até renais devem aumentar no Brasil a partir do acréscimo de 1,5ºC a 4ºC na temperatura média até o final deste século, conforme projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas. Para se ter uma ideia, uma pesquisa que avaliou os registros de saúde de 1.816 cidades brasileiras entre 2000 e 2015 sugere que o aumento de 1ºC na temperatura média pode ter elevado em quase 1% o risco de internações por doenças que afetam os rins. A pesquisa foi realizada pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Monash, da Austrália. Segundo os estudiosos, grande parte das doenças renais ocorrem devido à desidratação, o que deve se agravar a partir de um maior aumento da temperatura nos próximos anos. Ao mesmo tempo, outro estudo do Salud Urbana en América Latina (Salurbal), publicado na revista Nature Medicine, constatou que quanto maior a temperatura, maior o risco de morte por doenças cardiovasculares e respiratórias. Para chegar à conclusão, os pesquisadores analisaram a relação entre as temperaturas altas ou baixas demais e a mortalidade em 326 cidades de nove países da América Latina, durante 13 anos: "O que a gente notou é que tanto para as temperaturas extremas para baixo (frio), quanto para as temperaturas extremas para cima (calor), aumenta o risco de morte para as doenças. Entretanto, quando é maior a temperatura para cima esse risco de morrer aumenta", explica Waleska Teixeira Caiaffa, médica brasileira que participou do estudo e coordenadora do Observatório de Saúde Urbana da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Isso porque a exposição em longo prazo às altas temperaturas diminui a capacidade do corpo de ter uma temperatura constante, levando à insolação, síncope e exaustão ao calor, o que causa maiores chances que a pessoa venha a ter um AVC: "Os dados somente evidenciam como mudanças climáticas não são uma pauta que deve estar ligada somente ao meio ambiente, mas a muitos setores, pois todos de alguma forma vão ser afetados pelo aumento da temperatura ou eventos climáticos extremos", aponta Waleska Caiaffa.


 Outras doenças estão a caminho...

...não são somente as arboviroses


Conheça outras doenças que podem incidir nas pessoas em regiões com maiores problemas de clima e de meio ambiente na seção de comentários aqui no blog da ecologia e da cidadania.


Fontes: BBC - USP - UFMG - folhaverdenews.blogspot.com


8 comentários:

  1. "A gente tem tudo a ver com o planeta, com a desnatureza ou com a ecologia, fenômenos oceânicos, terrestes ou cósmicos influem diretamente em nossa vida para a saúde ou a doença a depender do que fazemos. Confira aqui no blog também 2 vídeos, um da BBC e outro de pesquisador independente neste tema superatual, precisamos mudar e avançar a realidade pro ser humano sobreviver": comentário de Antônio de Pádua Silva Padinha, ecologista e editor do Folha Verde News.

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  3. "Também deve crescer no Brasil a incidência de doenças infecciosas e parasitárias a partir dos alagamentos provocados por desastres naturais ou eventos climáticos extremos em grandes centros urbanos. Isso porque a chuva, a dificuldade na drenagem de águas e as falhas na coleta de lixo e esgoto configuram cenários propícios para surtos de leptospirose": comentário de Rone Carvalho, da BBC.

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  4. Da mesma forma, a falta d'água em função das altas temperaturas este fato pode provocar mais casos de esquistossomose e diarreias, problemas decorrentes do consumo de água contaminada": comentário também de Rone Carvalho, que ouviu especialistas na BBC.

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  5. "Os caramujos do gênero Biomphalaria são hospedeiros do parasita que causa a esquistossomose, são favorecidos por pontos de água com pouca correnteza. Pode ser, por exemplo, que tenhamos mais problema de malária no Norte e Nordeste, mas de dengue no Sudeste. O aumento de doenças vai depender muito de quais vão ser as mudanças climáticas para cada região e de como é a situação socioeconômica da população": comentário de James Venturi, coordenador do programa de pós graduação de doenças infecciosas e parasitárias da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

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  6. "A própria resposta da sociedade pode favorecer a proliferação de certos parasitas. Então, por exemplo, quando eu tenho aumento de temperatura e passo a ter a necessidade de usar ainda mais agrotóxicos e fungicidas, já percebemos uma seleção natural, tornando esses parasitas mais resistentes e propícios a contaminar, no sentido de infectar, seres humanos no futuro": comentário também de James Venturi, UFMS.



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  7. "Mais do que nunca é preciso empenho de governos e sociedade civil em prol da mitigação das mudanças climáticas. Assim como as doenças, que são resultado de uma agressão ao meio ambiente, a mesma coisa está acontecendo com o meio ambiente. Nós o estamos agredindo e uma hora a conta chega, seja com aumento de temperatura, alteração no regime de chuvas ou até eventos climáticos extremos": comentário deLeandro Gurgel, pesquisador da Fiocruz,

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  8. "A situação precisa ser mais discutida pela sociedade. As pessoas precisam entender que o que a gente esperava acontecer em 2030 já está acontecendo. É necessário organizarmos nosso serviço de saúde para essas novas demandas, e isso também inclui planejamento urbano. Um idoso na favela que mora em uma casa sem água encanada ou saneamento básico pode ser uma potencial vítima das mudanças climáticas. Assim como uma criança sem acesso a serviços básicos de saúde. É preciso que entendamos a gravidade das mudanças climáticas": comentário de Waleska Teixeira Caiaffa, da UFMG.

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