COP 28 PODERÁ MARCAR UM CAOS NA ECOLOGIA?
Esta é a opinião do respeitado ambientalista Carlos Bocuhy, do Proam, devido ao conflito de interesse entre o setor petrolífero árabe e as nacessidades do clima e do meio ambiente, inclusive com energias limpas e verba para socorrer países e população mais vulneráveis, Ahmed Al-Jaber (Ceo da Adnoc a maior petrolífera dos Emirados Árabes Unidos) se choca com as propostas da ONU, dos cientistas e dos ambientalistas de conter os eventos climáticos extremos e recuperar a ecologia da vida no planeta...
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Al-Jaber é o problema... |
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...segundo opina Carlos Boculy |
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A força gigante do petróleo pode travar a COP28 |
Conflitos de
interesse pela força do setor petrolífero árabe geram dúvidas e críticas dos
ambientalistas, a delegação brasileira ao evento mundial que reúne em Catar 200 países tem propostas para resolver os impasses e ajudar a sustentabilidade, mas isso está difícil segundo o lider do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam). O lobby na
COP das grandes empresas do setor petrolífero seguem com metas que não
ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. E os combustíveis
fósseis, 80% do suprimento, ganham mais espaço, enquanto que os projetos para
energia limpa têm apenas 1% de orçamento total, a liderança lá de Ahmed
Al-Jaber (Ceo da Adnoc) se choca
com as propostas da ONU, dos cientistas e dos ambientalistas de conter os
eventos extremos do clima e reequilibrar o meio ambiente, o caos da ecologia
afeta os países e as populações mais vulneráveis. A omissão de alguns dos países mais poluidores como Estados Unidos e China é outro agravante. Este é em parte o argumento de Carlos
Bocuhy, que preside o Proam, aqui, a gente resume em alguns de seus conteúdos principais no blog da ecologia, da
não violência e da luta pela criação do futuro sustentável. Aqui à distância, estamos indo à luta, pela busca da informação.
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O Presidente do Brasil convidado para integrar a Opep falou da importância hoje das energias limpas |
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A contradição da COP28 tira o sono de cientistas e ecologistas de todo o planeta |
"A manutenção de altos
investimentos futuros em petróleo e gás no Brasil e no exterior, sem uma
equivalente priorização de alternativas limpas, indicam que matrizes econômicas
voluntárias limpas não estão realmente no horizonte", chegou a comentar Carlos Bocuhy. E que o aquecimento global, que se
manifesta cada vez em maior ou mais alta velocidade, com seus impactos acima dos esperados, não
deverão assim ser brecados nas decisões desta conferência na Arábia. A constatação do ambientalista Carlos Bocuhy, que é membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Marina Silva luta com todas as forças para reverter este cenário e os discurso do Presidente do Brasil indicam esperança de acordos positivos. Mas o ambientalista Carlos Bocuhuy chama atenção para o fato de
que, no atual contexto global, as grandes empresas petrolíferas seguem
apresentando propostas que em nada atendem expectativas de redução das emissões
de gases de efeito estufa. Afinal, os combustíveis fósseis, que respondem por
80% do suprimento global de energia, continuam a ganhar espaço. E os projetos
para a área de energia limpa preveem apenas 1% de orçamento total.
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Os debates começaram e vão até 12 de dezembro, a gente espera que haja avanços climáticos e ambientais hoje urgentes |
Dono do 9º maior PIB mundial, o Brasil
é o 6º maior emissor de gases de efeito estufa. Para Bocuhy, como país
progressista, nosso país deveria evoluir fortemente para fora da órbita dos fósseis.
“Mas essa disposição não está sinalizada no Plano de Aceleração do
Crescimento (PAC), nem no Plano Estratégico da Petrobras (2024-2028),
anunciado às portas da COP28 com a destinação mínima de aproximadamente 5% de
seus investimentos para o próximo quinquênio em energia limpa”, escreve o
ambientalista em seu artigo. Por isso, ele estima que na COP28, o Brasil acabará
fazendo coro aos baixíssimos investimentos em energia limpa das grandes
petroleiras, como Equinor, TotalEnergies, Shell e BP, além de centenas das
menores, seus pares, inclusive estatais. Não é diferente entre os maiores empresários do setor. Ahmed Al-Jaber, CEO da
Empresa Nacional de Petróleo de Abu-Dhabi (Adnoc), a maior dos Emirados Árabes
Unidos, projeta um cenário de transição energética no qual o petróleo terá
participação de 50% até 2050. Isso está na contramão das recomendações
científicas para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
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Fósseis X energias limpas |
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O Presidente brasileiro tenta articular um acordo entre posições opostas, combustíveis fósseis e sustentabilidade |
O problema é que um magnata da indústria petrolífera está
na coordenação da COP28, lembra Bocuhy, Al-Jaber,
representante do setor petrolífero local, é também o homem por trás da
organização da COP28, evento da ONU que começou neste dia 1º de dezembro em Dubai, para discutir
justamente a diminuição das emissões dos combustíveis fósseis. Na
avaliação da Anistia Internacional, o poderoso da indústria petrolífera na prática não tem condições para
liderar esta importante conferência mundial. Seria como um executivo da indústria do tabaco
coordenar uma conferência anti-tabagismo, disse Carlos Bocuhy ao Le Monde. Além da prioridade para combustíveis
fósseis, que têm inclusive subsídios estatais que somam cerca de US$ 7 trilhões
por ano, esses setores ainda promovem o greenwashing. Trata-se de
uma prática que consiste em discursos, anúncios, ações, documentos, propagandas
e campanhas publicitárias para maquiarem sua atuação poluente. Um
parêntese: esses subsídios poderiam custear a transição energética global, cuja
estimativa de investimento em energia limpa é passar de US$ 1,8 trilhão para
cerca de US$ 4,5 trilhões por ano até o início de 2030.
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Vamos aguardar o desenrolar dos fatos... |
Bocuhy aborda criticamente ainda outras faces do
conflito de interesses por trás das conferências. Na COP27, no Egito, a maior
delegação foi formada por lobistas do petróleo e gás, superando a maioria.
Tanto que o texto final incluiu, de última hora, um dispositivo para
impulsionar “energia de baixa emissão”. Mas na realidade, segundo ele, ainda
não existe tecnologia capaz de realizar essa tarefa de maneira efetiva na
escala desejável. “O blefe tecnológico obviamente não convence a área científica,
mas serve como desculpa política para evitar a eliminação dos fósseis, utilizando de
subterfúgio para perpetuar sua presença com a promessa de apenas sua
redução”, escreveu o ativista brasileiro.
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Ahmed Al-Jaber no centro da polêmica |
Humanidade e biodiversidade na mira - Em meio a tudo isso, estudos liderados
pelo climatologista James Hansen (ex-Nasa), apontam um cenário de + 3ºC até o
fim do século, e não +1,5ºC conforme o limite considerado “seguro” estabelecido
no Acordo de Paris. O limiar de +3ºC, que poderá inclusive ser atingido em
meados do século, representa altíssimo risco para a humanidade e a
biodiversidade: afeta a segurança hídrica e alimentar, além de provocar a
extinção massiva de espécies e migrações em massa. Sem aportes financeiros para enfrentar
essas consequências nefastas das emissões, a COP28 começa com
a cobrança de reparação de perdas e danos no montante de US$ 100 bilhões
para os países mais pobres. A reivindicação foi feita em 2010, em Cancún, com o
repasse de recursos até 2020. Mas só foi ratificada em 2022, na COP27 de Sharm
el-Sheikh, ainda sem aporte financeiro concreto. Segundo Bocuhy, com “exceção honrosa”
da União Europeia, os países mais ricos e poluidores demonstram pouca
disposição para colocar a mão no bolso e ressarcir os países em
desenvolvimento em função dos impactos das mudanças climáticas. Os maiores
responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa, conforme destaca, são a
China, Estados Unidos, Rússia, Índia e Japão, seguidos pelo Brasil. “A quantia
de U$ 100 bilhões é considerada pequena diante da necessidade de aporte de
trilhões de dólares para a transição energética, que continua empacada”, comentou ainda o líder do Proam. Nós continuamos ligados e torcendo que o desenrolar desta COP surpreenda positivamente, mais diantes de todos estes argumentos, já tememos pelo pior, ao invés da recuperação da ecologia da vida, o caos.
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A recuperação da ecologia da vida é essencial para a humanidade, a biodiversidade e a sobrevivência da Terra |
Fontes: Proam - Le Monde - Carta Capital - Rede Brasil Atual - Jornal da USP - folhaverdenews.blogspot.com
"Nas falas do Presidente do Brasil e nas propostas de Marina Silva, bem como na participação de cientistas e ativistas da delegação brasileira à COP28 dá para sentir o objetivo de mudar a realidade, avançar a energia, criar um futuro que seja sustentável também para a condição de vida e de saúde das populações, porém, esta contradição do evento da ONU ser presidido e acontecer na meca das empresas petrolíferas atenua a chance dos projetos mais positivos se tornarem rapidamente reais": comentário de Antônio de Pádua Silva Padinha, editor deste blog, ainda considerando "válidas a tentativa e as articulações de todo mundo que ama a ecologia mesmo enfrentando o poder gigante dos combustíveis fósseis, essa é a luta que pode definir a chance de sobrevivência da própria vida na Terra cada vez mais tumultuda por eventos extremos do clima e do meio ambiente".
ResponderExcluirVocê também pode postar direto aqui nessa seção do blog a sua opinião, comentário ou conteúdo (textto, foto, vídeo, arte, pesquisa, notícia etc) mas se prefir envie para o e-mail do nosso editor que divulgará depois, mande então desde já a sua mensagem para padinhafranca603@gmail.com
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ResponderExcluirO Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM) é uma organização não-governamental que estimula ações e políticas públicas com a finalidade de tornar o ambiente saudável, principalmente em grandes áreas urbanas. Fundada em abril de 2003, a ONG é presidida pelo ambientalista Carlos Bocuhy (conselheiro do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente). Desde sua fundação o PROAM faz levantamentos sobre a situação ambiental de regiões no estado de São Paulo, por meio de vistorias, denúncias e cobrança de soluções para os órgãos competentes. Além disso, a ONG desenvolveu a campanha ambiental "Billings, Eu te quero Viva!" e o programa Metrópoles Saudáveis. Este programa, atualmente em andamento, é coordenado pelo PROAM e apoiado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 1º, que as economias mundiais precisam enfrentar o debate sobre combustíveis fósseis e diminuir seu uso. A fala do presidente foi durante o convite da Opep para integrar nosso país ao clube mundial do petróleo.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 1º, que as economias mundiais precisam enfrentar o debate sobre combustíveis fósseis e diminuir seu uso e aumentar a implantação de energias limpas. A fala do presidente brasileiro foi durante o convite da Opep para integrar nosso país ao clube mundial do petróleo. Ele assim deixou claro a posição crítica do Brasil na COP28": comentário extraído deo noticiário do Le Monde.
ResponderExcluir"Governo Biden declara apoio a plano brasileiro de transformação ecológica. Com parceria, país norte-americano irá cooperar na implementação do plano e na geração de um fluxo de recursos para execução. O governo dos Estados Unidos declarou apoio ao Plano de Transformação Ecológica (PTE) do Brasil e a intenção de trabalhar conjuntamente com o país na pauta da mudança climática. Um comunicado oficial conjunto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do enviado do presidente Joe Biden para questões de clima, John Kerry, informa que serão criados grupos de trabalho com a primeira reunião programada para fevereiro do ano que vem, antes da Reunião Ministerial das Finanças do G20": comentário de Karla Spotorno, no site Terra
ResponderExcluir"O número de delegados ligados a produtores de combustíveis fósseis quadruplicou nas negociações climáticas da ONU deste ano em relação a 2022, apontam estatísticas. Cerca de 2.400 pessoas ligadas às indústrias do carvão, petróleo e gás foram registradas para as negociações climáticas da COP28. Este número recorde é superior ao total de participantes dos 10 países mais vulneráveis às alterações climáticas. O salto se deve em parte a mudanças nos registros, com os participantes agora obrigados a serem transparentes sobre sua área de trabalho": comentário de Matt McGrath Role, repórter de Meio Ambiente, enviado a Dubai pela BBC.
ResponderExcluirHá 7 minutos