PODCAST

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

NOS ÚLTIMOS MESES O DESMATAMENTO MUDOU DE ENDEREÇO NO PAÍS

Agora em 2022 o desmate cresceu 28% no Cerrado e mais 7% na Amazônia (todos estes dados foram constatados pelo Sistema Deter de satélites)


O aumento do desmate não se restringe só à Amazônia

No cerrado o problema cresceu e não é só de hoje


Valor registrado entre janeiro e julho teve um aumento gigante com relação aos últimos quatro anos para o período no Cerrado, sendo também o maior dos últimos seis anos na Amazônia, nos informa notícia do WWF Brasil. No bioma que ocupa o Mato Grosso e Goiás teve 4.091,6 km² desmatados entre o início de janeiro e o fim de julho, de acordo com o Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O valor representa um aumento de 28,2% em relação aos sete primeiros meses do ano passado e é o maior valor acumulado para o período nos últimos quatro anos no Cerrado. O total do desmatamento desde o início do ano até 31 de julho foi 50% maior que no mesmo período em 2020, quando atingiu 2.726,1 km² . Desde então, o valor acumulado nos sete primeiros meses de 2022 não parou de aumentar. O fim de julho marca o fechamento do ano Deter, que vai de agosto de 2021 a julho de 2022. Nesse período, o desmatamento do Cerrado atingiu 5.426,4 km², um aumento de 11,5% em comparação ao mesmo período no ano passado (4.866,6 km²) e de 38,3% em relação ao ano anterior (3.921,6 km²).

Cresceram as grandes propriedades do agronegócio e...

...além das florestas o povo nativo fica no prejuízo



O ano Deter de 2022 teve o segundo pior índice de desmatamento desde que o sistema foi lançado no Cerrado e o pior dos últimos três anos. Os estados que mais desmataram no período correspondem ao Matopiba - região que é considerada a principal fronteira de expansão agrícola no Brasil atualmente: Maranhão (1.255,5 km2), Bahia (1.232,0 km²), Tocantins (876,7 km²) e Piauí  (691,5 km²). Com mais de 4 mil km² desmatados, o Matopiba respondeu por três quartos de toda a devastação no bioma. Entre os cinco municípios que mais desmataram, quatro são da Bahia. Formosa do Rio Preto (BA) lidera o ranking com 283 km² de vegetação nativa perdida, sendo 99% dessa superfície na APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Preto. O município baiano tem sido o campeão da devastação do Cerrado nestes últimos anos. Entre 2020 e 2021, só no Condomínio Delfim, que integra o megacomplexo de várias  fazendas Estrondo, em Formosa do Rio Preto, foram ali  derrubados 247,3 km², com a autorização do  Inema (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos), o que caracteriza o desmatamento como uma política de estado, pelo menos na Bahia.

Na Amazônia aumento do desmate de mais de 7% só em 2022


Desmatamento na Amazônia - Na Amazônia, o acumulado de alertas de desmatamento nos sete primeiros meses do ano foi de 5.463,2 km². Isso representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período em 2021. O valor é o maior acumulado entre janeiro e julho nos últimos seis anos. O desmate acumulado em 2022 foi três vezes maior que o registrado em 2017, quando foram destruídos 1.790 km². Desde então, o valor não parou de aumentar ano a ano, mês a mês. Considerando o ano Deter, de agosto de 2021 a julho de 2022, o acumulado de alertas de desmatamento foi de  8.579,3 km². Apesar de representar uma redução de 2,3% em relação ao  mesmo período do ano anterior (8.780 km2), o valor continua no alto patamar dos dois anos anteriores e é o terceiro pior ano desde o lançamento do Deter-B, em 2015. Os estados que mais tiveram registros de desmatamento foram o Pará (3.070 km2) e o Amazonas (2.288,7 km²), somando os dois 62,5% e desflorestamento total da Amazônia Legal. Os dois municípios que mais desmataram são do estado do Amazonas: Lábrea, com 571 km² e Apuí, com 566,4 km². Os cinco municípios que mais desmataram no período já representam 28,4% do total desmatado na Amazônia Legal, com 2.440,2 km² de vegetação nativa destruídos. As duas áreas de proteção com maior desmatamento registrado são do Pará: a Floresta Nacional do Jamanxim (87,4 km²) e também toda a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (85,3 km²).

 Satélites, pesquisadores, ecologistas não cansam de alertar



O desmatamento na Amazônia e Cerrado influi na seca ou enchentes e desequilíbrios dos rios e do clima em todo o país e continente


"A Amazônia é patrimônio de todos os brasileiros: é ela que garante as chuvas que regam 90% das lavouras, abastecem os reservatórios de água potável e represas que geram hidroeletricidade no Brasil e em outros países da América do Sul. Ela já tem estado sob a pressão do aquecimento global e perigosamente perto dum ponto a partir do qual ela entra em processo de degradação sem volta. E quando isso acontecer, todo o nosso país ficará mais seco e mais exposto às crises hídricas, energética e até alimentar, com inflação de alimentos, como já começamos a ver. Cada hectare desmatado nos coloca mais perto desse cenário e é por isso que não podemos admitir que os números como estes, que o Deter acaba de divulgar, se repitam". é o que está  avaliando Edegar de Oliveira, diretor de conservação e restauração do WWF-Brasil. 


Toda a população e também os indígenas sofrem com... 

...esta tragédia que precisa parar o mais rápido antes que seja o caos da ecologia, das águas e do clima (não só no Brasil)



Fontes: WWF Brasil - INPE - folhaverdenews.blogspot.com

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Translation

translation