Yanomamis levam turistas de volta ao cume do Yaripo pico mais alto do
Brasil e estas visitas
a este grande monumento natural também conhecido como Pico da Neblina estavam proibidas
desde 2003 mas agora o projeto de ecoturismo dos indígenas de
Maturacá no Amazonas é destaque do National Geographic e é em suma busca afastar garimpeiros, promover a economia da
comunidade nativa e transmitir a cultura dos povos da floresta
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Yaripo é um lugar sagrado para o povo Yanomami... |
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...que luta pelas suas tradições e contra o garimpo |
a Venezuela, entre os rios Branco e
Negro está o lar de uma das maiores populações indígenas ainda relativamente
isoladas da América do Sul, os Yanomami (a palavra significa seres
humanos): habitam há milhares de anos uma área que supera 190 mil km2,
bem no coração da Amazônia, sobrevivendo exclusivamente do que cultivam e caçam
na floresta. No lado brasileiro dessas terras, de acordo com o Instituto
Socioambiental (ISA), vivem cerca de 20 mil indígenas em mais de 220 comunidades
e oito povos diferentes. Homologada em 1992, e maior que a área de países como
a Suíça, a Terra Indígena Yanomami é
praticamente um país, unido pela língua original, suas variantes e uma cultura nativa bem como
pela luta pela preservação de suas terras, ameaçadas pelo desmatamento e,
principalmete, pela ação ilegal e agressiva dos garimpeiros e empresas de mineração que invadem também esta região, não só Roraima. Preocupados com as ameaças ao seu território e existência, os Yanomami
se organizam em associações que buscam fortalecer medidas de preservação e
garantir a subsistência das comunidades. Entre manifestações e mobilizações
políticas, uma das iniciativas que vem se mostrando mais eficaz é o
turismo ecológico, pode ser de aventura ou de uma expedição de pesquisa científica. No espaço de terra onde vivem os yanomamis estão também duas reservas
ambientais, o Parque Estadual da Serra do Acará e o Parque Nacional do Pico da
Neblina. Neste último fica o cume mais alto do Brasil, na região que é um dos
alvos do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Recentemente, a busca
pelo minério em partes da Amazônia se intensificou, causando mais episódios de
conflitos armados, degradação da floresta, violência e ameaça à saúde dos indígenas. Só em
2021, mais de 3,2 mil hectares da Terra Yanomami foram desmatados em prol do
garimpo, segundo levantamento da Hutukara Associação Yanomami. Desta vez, no
entanto, o próprio Pico da Neblina pode ajudar as comunidades Yanomamis. Em
março de 2022, saiu do papel um dos maiores projetos de ecoturismo no
território indígena, idealizado e organizado pelos próprios Yanomamis. A subida ao Yaripo (a morada dos ventos), como o povo local chama o Pico da
Neblina é hoje uma grande atração na ecologia de aventura.
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O ecoturismo pode ser a salvação sustentável dos Yanomamis...
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......que lutam para sobrevivvência da floresta... |
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...por sua terras e suas tradições nativas |
O Yaripo, localizado na Serra do Imeri, é considerado o ponto
mais alto do Brasil, com 2.995,30 metros de altura. Cercada pela densa floresta
amazônica, a montanha fica na fronteira com a Venezuela, no município de São
Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, faz parte dos territórios tanto da Terra
Yanomami como do Parque Nacional do Pico da Neblina. Há 20 anos o turismo na região estava suspenso por determinação do
Ibama, a fim de impedir a degradação ambiental e a violação dos direitos do
povo Yanomami. “Até então, a visitação ao pico era realizada sem qualquer
regulamentação ou controle dos órgãos responsáveis”, explica Marcos Wesley de
Oliveira, coordenador do Programa Rio Negro, do ISA, que acompanha o projeto de
ecoturismo Yanomami ao Pico da Neblina desde o início. Segundo ele, quando as visitações foram suspensas, a maioria
dos turistas que chegavam ao cume do Yaripo não sabiam que estavam em território
indígena e nem da importância cultural e espiritual que a montanha tem para este povo da Amazônia. “As agências que acompanhavam os turistas vinham de longe e para longe
levavam o lucro que obtinham com o negócio. E ainda impactavam o ambiente por
falta de conhecimento e de fiscalização”, comentou também Marcos Wesley Oliveira. Hoje, os yanomami defendem o ecoturismo na região, desde que a gestão e
os benefícios do empreendimento fiquem para os indígenas que vivem no local. “É
um projeto único que irá beneficiar cerca de 800 yanomamis que vivem em
comunidades próximas à montanha”, contou à reportagem José Mario Pereira Goes,
presidente da Associação Yanonami do Rio Cauaburis e Afluentes, a Ayrca, responsável pela gestão do projeto e acompanhamento dos turistas durante o
trajeto. Ainda segundo Goes, para
que o projeto de ecoturismo Yaripo saísse do papel, foram anos de conversas e
mobilizações das comunidades Yanomami e entidades ambiuentais junto com o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Nacional do Índio (Funai). Agora virou realidade e uma alternativa e esperança de impedir o avanço do garimpo e a destruição da natureza na região de Maturacá, sagrada para os povos da floresta. Yaripo, a casa dos espíritos, não é algo como um simples passeio, o desafio começa em São Gabriel da Cachoeira, em uma viagem de 88 km de carro até o porto Frente-Sul, no igarapé Yá-Mirim. De lá, os visitantes seguem de barco pelo rio Cauaburis, em um trajeto de seis horas, até um acampamento próximo à aldeia Maturacá, onde pernoitam e passam por orientações e rituais de proteção feitos pelos Pajés, preparando as pessoas para a aventura ecológica com guias indígenas. Aos guias fica também a tarefa de transmitir aos visitantes histórias de seu povo sobre o Yaripo, assim como palavras e cantos da tradição Yanomami. Eles contam sobre os guardiões da montanha, como Yoyoma ou Piyawawë e demais Hekurapë que habitam o local: Ruwëriwë, associado ao frio, à escuridão e às nuvens de tempestade; o ser Wariwë, responsável por acidentes envolvendo picadas de cobra e o Yariporari, ser do vento e da tempestade considerado perigoso, com força assustadora e responsável pelos vendavais constantes que atingem a montanha. Yariporari e a entidade que está por cima do pico Yaripo, sagrado para o povo Yanomami. A subida exige preparo físico, são oito dias de caminhada, com grande variação de altitude, de 95 metros na base da trilha até os 2.995 metros no topo. No caminho, há travessias de igarapés, passagem por brejos e momentos de chuviscos ou até tempestades mas principalmente a neblina que é a marca desta páisagem remota do norte da Amazônia.
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Além do pico mais alto do Brasil, a fauna da... |
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...Amazônia é outra atração especial mas... |
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...também tem desafios e perigos em meio à... |
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...à variedade e beleza das áves de Yaripo |
(Confira depois na seção de comentários mais dados sobre o mais alto pico do Brasil e detalhes da cultura natgiva sobre Yaribo, vamos também buscar vídeos que possam ilustrar esta aventura com um conteúdo de respeito às tradições indígenas e à ecologia tão amaeaçada da Amazônia)
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Um mundo de beleza extraordinária... |
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...desafio para o turismo ecológico e de aventura... |
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...com rituais e tradições difrentes... |
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...um povo nativo da floresta amazônica... |
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...que luta pelo seu modo de viver e suas terras... |
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...contra o desmatadores e garimpeiros... |
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...o povo de Yaripo se integra ao Brasil... |
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...através do ecoturismo no Pico da Neblina |
Fontes: National Geographic - Neo Geo Brasil - ISA - folhaverdenews.blogspot.com
"Os indígenas de Maturacá vinham imaginnando algo assim há uns10 anos. O programa começou a ser desenvolvido na prática em 2015 e foi idealizado principalmente pela Ayrca e pela Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma (Amyk). Participaram 55 representantes de 6 comunidades da região, na maioria jovens interessados em trabalhar no projeto e lideranças tradicionais": comentário de José Mario Pereira Goes, presidente da Associação Yanonami do Rio Cauaburis e Afluentes, a Ayrca.
ResponderExcluir"Com a aprovação do plano de visitação pelo ICMBio e pela Funai, em 2019, a expectativa dos Yanomami era levar os primeiros turistas ao Yaripo a partir de abril de 2020. A pandemia de covid-19, no entanto, obrigou o adiamento do início das atividades. Foi um desafio muito grande viabilizar a atividade turística aqui na região e é satisfatório ver nossos esforços dando frutos. Estamos felizes e ansiosos em receber os visitantes em nossa terra”: comentário também de José Mario Pereira Goes, da Ayrca.
ResponderExcluir"Yaripo é um tour pela casa dos espíritos. A subida até o pico não é um trajeto fácil. A participação dos indígenas na preparação do programa de ecoturismo é importante não só porque gera renda para as comunidades, mas porque os Yanomamis sabem – melhor do que ninguém – os caminhos mais seguros para se chegar até o cume": comentário também de Goes.
ResponderExcluir"O trajetoo começa em São Gabriel da Cachoeira, em uma viagem de 88 km de carro até o porto Frente-Sul, no igarapé Yá-Mirim. De lá, os visitantes seguem de barco pelo rio Cauaburis, em um trajeto de seis horas, até um acampamento próximo à aldeia Maturacá, onde pernoitam e passam por orientações e rituais de proteção feitos pelos Pajés (anciãos da comunidade e líderes espirituais). São estes rituais necessários porque, segundo a cultura Yanomami, o Yaripo é o local de descanso de espíritos de ancestrais da floresta, os Hekurapë, espíritos auxiliares dos xamãs, que podem interferir na viagem de forasteiros até o topo": comentário extraído da matéria que serve de fonte para esta postagem da National Geographic. .
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ResponderExcluir“Cada visitante que passa por aqui em Maturacá recebe uma benção e é protegido pela oração dos Pajés que fazem o ritual antes do povo prosseguir para a escalada”: comentário de Davi Kopenawa, líder Yanomami. .
Depois, mais tarde, mais dados e comentários. venha conferir. Você pode postar direto aqui sua opinião, se preferir ou se quiser e se puder, envie o seu conteúdo (texto, f oto, vídeo, notícia, pergunta, sugestão, pesquisa, arte etc) pro e-mail do editor deste blog que mais tarde divulgará o material, Mande já a sua mensagem para padinhafranca603@gml.com
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ResponderExcluirOs índios Yanomami através de sua associação Hutukara e o Conselho Indígena de Roraima denunciam com veemência, há algum tempo a invasão garimpeira(em especial em Roraima) afirmando que ela está crescendo dentro do território indígena, sem que os órgãos públicos resolvam o problema. De acordo com os indígenas os garimpeiros dentro da terra Yanomami já chegam em torno de 1.500 pessoas. A reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo denunciou com imagens irrefutáveis a atividade garimpeira no interior da terra indígena e a facilidade com que os locais do garimpo podem ser acessados, nas proximidades das aldeias indígenas. Mesmo assim, apesar das autoridades estarem amplamente informadas e sabedoras das conseqüências trágicas do garimpo para os indígenas e para o meio ambiente, nenhuma ação mais contundente e definitiva foi tomada até agora.
Continua o documento a nós enviado pela Hutukara e pelo Conselho Indígena de Roraima - O mais assustador é a constatação de que a invasão garimpeira se dá nos mesmos moldes daquela invasão ocorrida, em massa, no final da década de 1980 e início de 1990 que vitimou através de armas de fogo e de epidemias aproximadamente 2.000 Yanomami. Naquela época também todos sabiam da invasão garimpeira, e algo só foi feito lamentavelmente, depois dos Yanomami chorarem suas mortes, de muita pressão popular, os números (de mortos) serem estampados nos jornais do mundo inteiro. Não é difícil imaginar que para resolver o problema é preciso retirar os garimpeiros da área e desmantelar o esquema que financia o garimpo ilegal dentro da terra indígena, identificando inclusive, os motivos da omissão dos órgãos competentes na região. Saber por que os vôos clandestinos que abastecem o garimpo continuam a operar apesar de toda capacidade tecnológica do Sivam, de que hoje o governo dispõe para identificá-los, e por que não são fiscalizadas as lojas que comercializam abertamente, em Boa Vista, o ouro proveniente da terra Yanomami.
ResponderExcluirO futuro do povo Yanomami, outra vez está ameaçado devido à omissão do Estado. O governo é rápido nas decisões para implantar grandes obras na Amazônia que destroem o meio ambiente, inviabilizam a permanência dos povos e comunidades habitantes tradicionais nas regiões afetadas e beneficiam uns poucos. No entanto, quando se trata de cumprir com o seu papel de cuidar do povo, de fazer respeitar seus direitos, ele está ausente ou então se move a contragosto, a passos de tartaruga.
As medidas para coibir a invasão garimpeira na terra indígena, são urgentes e inadiáveis, para evitar a violência de 20 anos atrás praticada contra o povo Yanomami, e para que não seja necessário transformar a Rio + 20, a exemplo da Eco 92 num espaço para denunciar mais uma tragédia humana.