O megainteresse da mineração passa por cima das leis e até do bom senso com a aprovação na calada da noite do fim da reserva entre BH, Nova Lima e Sabará contra os alertas dos ecologistas e do MP
Poluição, falta de água, doenças e problemas vão... |
...resultar da destruição da última ecologia que ainda resiste na Serra do Curral |
Maurício Ângelo nos informa que após uma semana de intensa mobilização contra o projeto da Taquaril Mineração em Belo Horizonte e na madrugada, a Câmara de Atividades Minerárias (CMI) aprovou a ampliação da destruição da Serra do Curral, algo que causará malefícios ambientais, sanitários e econômicos à população desta região do interior do Brasil. A mineradora pretende retirar 31 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo dos próximos 13 anos do local que no entanto é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Natural (Iphan) desde 2016. A Serra do Curral por sinal também tem um processo em curso para o tombamento a nível estadual, o que pode garantir um nível extra de proteção para a área, fundamental para a última ecologia regioinal O movimento Tira o Pé da Minha Serra fez intensa mobilização nas ruas, nas redes sociais e com intensa incidência na elaboração de pareceres técnicos que detalharam os motivos pelos quais o projeto deveria ser rejeitado. Mas os megainteresses falaram mais alto ou ensurdeceram o bom senso e a cidadania. Os conselheiros da CMI/COPAM - Conselho Estadual de "Política Ambiental" - seguiram o triste padrão de aprovar quase que integralmente o que as mineradoras desejam e deram o aval por 8 votos a 4 para a Taquaril Mineração na calada das 3h da manhã, isso, após mais de 18 horas de reunião pública em que centenas de pessoas da sociedade civil se inscreveram para se manifestar e muitas não puderam falar em defesa deste reserva de natureza, água e vida que poderá em breve ser o foco de mais uma tragédia para a saúde da população e a realidade da macrorregião. O processo, atropelado e repleto de ilegalidades, afeta áreas de preservação e pode comprometer o abastecimento de água da área metropolitana de Belo Horizonte. Devido a esta gravidade, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma ação contra a mineradora Taquaril (Tamisa) e a prefeitura de Nova Lima, após constatar irregularidades no empreendimento. Para o MPMG, a legislação municipal proíbe a atividade de mineração nesta determinada região. Mesmo assim, o governo e os políticos do Brasil, de Minas Gerais e de Nova Lima atestaram a conformidade do projeto no dia 15 de fevereiro deste ano. Os promotores pediram que a Justiça suspenda a instalação. O Ministério Público Federal (MPF) também se manifestou contrário ao projeto, que contou com parecer favorável da Secretaria de Meio Ambiente de MG (Semad) também da Superintendência de Projetos Prioritários (Suppri). Mas todos os representantes do poder executivo estadual foram estranhamente unânimes favoráveis à aprovação do polêmico projeto que beneficia somente estas gigantescas empresas mineradoas e seus aliados, de quem a história com certeza cobrará mais este absurdo bem Brasil.
A total destruição da Serra do Curral vai gerar problemas de abastecimento de água entre outros desequilíbrios ambientais |
A sociedade civil mineira, o Ministério Público e ecologistas de todo o Brasil tentam reverter a decisão na calada da noite |
Irregularidades, áreas protegidas ameaçadas, falta de consulta prévia - Mais de 41 hectares de vegetação nativa remanescente de Mata Atlântica serão devastados, incluindo seis hectares localizados dentro de uma Área de Preservação Permanente (APP). O interesse da Tamisa atinge diretamente o cartão postal de Belo Horizonte. Ambientalistas afirmam que entre os impactos previstos estão: a destruição da biodiversidade na Serra do Curral que abriga quase 40 espécies de plantas e animais ameaçados de extinção; poluição do ar causada pelas explosões utilizadas para a extração do minério, mais a poluição sonora da atividade mineradora em três turnos diários; riscos de desabamentos ampliados pelas explosões, A retirada da vegetação que evita a erosão do solo levará à morte os cursos d’água que nascem ali e são fundamennntais para o povo da região.
Todas as reservas de água e de natureza de Minas acabam neste processo por serem ameaçadas da mesma forma |
(Confira depois na seção de comentários mais informações sobre esta decisão anti Meio Ambiente e vida de Belo Horizonte, Sabará e Nova Lima, onde o povo tem sido historicamente sacrificado pela exploração minerária a qualquer custo: vamos postar também dois vídeos aqui no blog da ecologia e da cidadania dentro da luta contra esta vergonhosa e infeliz polêmica em plena era do desenvolvimento sustentável, hoje não existe tecnologia de mineração que não destrói o equilíbrio da natureza)
O ecoturismo pode ser mais econômico e sustentável além de não destruir o futuro ecológico das novas gerações da macrorregião |
Fontes: Observatório da Mineração - Globo News - BBC folhaverdenews.blogspot.com
Mais tarde e amanhã vamos completar esta edição com mais infoirmações, venha conferir depois.
ResponderExcluirVocê pode postar direto aqui sua opinião, se puder, envie o seu conteúdo (texto, foto, vídeo, arte, notícia, pesquisa) pro e-mail da redação que depois divulgaremos neste blog, mande já sua mensagem para padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluirA Taquaril Mineração (Tamisa) alega na sua versão destes lamentáveis fatos que “todas suas atividades são pautadas dentro da mais estrita legalidade, em total atendimento à legislação municipal, estadual e federal pertinente”...
ResponderExcluirTobias Vieira, representante da Associação para Proteção Ambiental do Vale do Mutuca (Promutuca) na CMI defendeu previamente que qualquer projeto que cause impacto na Serra do Curral deve ser rejeitado ou revisado: “No nosso entendimento, a Serra do Curral já está tombada e não deve ser impactada com processo minerário, nem qualquer outro processo. Deveria ser criado um parque estadual para preservar a Serra do Curral. Mas isso fica nas mãos dos governantes”, disse com preocupação...
ResponderExcluirA comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiando, localizada a 3km do empreendimento, não foi mencionada nos estudos da Tamisa e teve seu direito de consulta prévia, livre e informada ignorado, conforme a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, ratificado em lei pelo Brasil. A Constituição Federal também assegura os direitos das comunidades tradicionais.
ResponderExcluirA sociedade civil baseada em análise técnica que leva em conta de fato as questões socioambientais são minoria na CMI/COPAM. Historicamente, o governo estadual de Minas Gerais e as entidades ligadas às mineradoras e Federação das Indústrias de MG (Fiemg) aprovam o que bem entendem, caso de Mariana, Brumadinho, da Vallourec e tantos outros. "Isso precisa ser levado em conta agora pelo MP e MPF", argumenta Tales Sousa, que levou ao local pesquisadores da UFMG.
ResponderExcluirParlamentares de oposição ao projeto da Tamisa tanto a nível local como federal, como a vereadora Duda Salabert (PDT), do deputado estadual Rafael Martins (PSD) e da deputada federal Áurea Carolina (PSOL) prometeram acionar os meios cabíveis para barrar as pretensões da Taquaril. Carolina considerou a votação “criminosa”. “Não bastaram ações contrárias do MPMG, manifestações do MPF, análises técnicas de pesquisadores e a movimentação contrária da sociedade civil. A ação do MP segue nos tribunais e, diante das flagrantes ilegalidades, perseguiremos a justiça nas instâncias superiores”.
ResponderExcluir“Este pessoal da mineração que acredita estar acima do bem e do mal e desconhece qualquer limite. Convocaremos os conselheiros do Copam para que expliquem a decisão”, disse no Twitter um dos ecologistas de BH sobre essa situação difícil.
ResponderExcluirPara Jeanine Olivera, do Projeto Manuelzão, a mineração na Serra do Curral pode atingir gravemente o abastencimento de água da Grande BH. “As pessoas não estão sendo levadas em consideração neste processo todo. Se licenciar a mineração na Serra, nós vamos perder a única opção de abastecimento de água que nós temos próximos para essas Sabará; Nova Lima; região Leste e Centro-Sul Centro de BH”.
ResponderExcluir"A mineração Taquaril fica localizada a cerca de 1,5 km do Parque das Mangabeiras e a menos de 5 km de pontos importantes da capital mineira, como a Praça da Savassi, o Parque Municipal e a Estádio Independência. A poluição vai atingir o povo de BH, afetar a saúde da cidade e da população": comentário de Fábio Humberto, médico, que nos enviou fotos pelo e-mail, a gente agradece.
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