FOLHAVERDENEWS: ALÉM DO MAIS DESMATAMENTO E QUEIMADAS NA AMAZÔNIA PROVOCAM DEGELO NOS PICOS ANDINOS E ESCASSEZ DE ÁGUA EM TODO O CONTINENTE

Cordilheira dos Andes perdeu quase metade das geleiras em 30 anos conforme estudo do MapBiomas que comprova a urgência de mudar esta situação cada vez mais insustentável para toda a vida da América do Sul

MapBiomas mostra degelo crescente nos Andes em 3 décadas...

....queimadas e desmates na Amazônia são uma das principais causas além do aquecimento global escasseando cada vez mais as águas de todo o continente e até de parte do planeta

O aumento de queimadas e do desmatamento na Amazônia está entre as causas do degelo nas montanhas segundo um estudo inédito divulgado pelo MapBiomas e que mostra que quase metade das geleiras da Cordilheira dos Andes desapareceu nos últimos 30 anos. Na prática, a dimensão da área passou de 2.429,38 km2 para 1.409,11 km2 em três décadas. O estudo foi produzido a partir de um mapeamento de imagens de satélite entre 1985 e agora. Segundo o levantamento, o maior volume de queimadas e desmate nas florestas está entre os principais motivos para o degelo da região. De acordo com os pesquisadores do MapBiomas, organização voltada para causas ambientais, o aumento no número de incêndios no bioma gerou uma maior liberação de carbono negro na atmosfera, elemento que tem origem da combustão de madeiras ou combustíveis fósseis.

As alterações afetam todo ecossistema dos Andes e agravam a escasssez de água e até enchentes também

MapBiomas fez pesquisas na região por 3 décadas comandadas pelo seu coordenador Carlos Souza Júnior

“As geleiras dos Andes tropicais estão passando por uma rápida redução, com potenciais impactos ambientais, culturais e econômicos para o mundo inteiro. E um dos motivos é a queima das florestas, que gera carbono negro e acelera o recuo das geleiras quando entra em contato com sua superfície”, explicou a Efrain Turpo, ambientalista que liderou a pesquisa científica. O levantamento traz que as geleiras mais afetadas estão localizadas a menos de 5 mil metros acima do nível do mar, que, em 30 anos, perderam quase 80,25% de sua área. De acordo com os pesquisadores ambientalistas, a aceleração foi mais significativa a partir de 1995, por conta das mudanças climáticas agravados pelo aquecimento global, complicando esta tendência mais ainda agora pporque todo mundo sabe o que acontece no Brasil atual.

MapBiomas constatou estragos e efeitos locais e continentais

A fauna andina sofre também para sobreviver

A população nativa dos Andes pede reflorestamento e proteção da Amazônia para não acontecer um caos na América do Sul

Localizado na América do Sul, o conjunto de montanhas dos Andes é classificado como a maior cordilheira do mundo, no quesito comprimento. Ela abrange sete países: Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. No entanto, não são apenas esses países que vão sofrer com as mudanças climáticas que aparecem nos Andes. O coordenador da equipe Amazônia do MapBiomas, Carlos Souza Jr, explicou que o Brasil pode enfrentar os maiores impactos ambientais nos próximos anos, caso políticas públicas não sejam adotadas. Mas ele adiantou que as consequências do degelo já podem ser vistas no país, mesmo que ainda de forma quase não discutida pela mídia.“As populações da América do Sul dependem da água dos Andes, tanto as populações que estão mais próximas como as mais distantes. Precisamos implementar políticas ecológicas públicas para as populações que vão sofrer com essas mudanças climáticas. Já percebemos por exemplo o início de inundações isoladas em partes do Pantanal brasileiro ou enhentes na Amazônia que foram impactadas pelo derretimento do gelo”, afirmou Carlos Souza.

Não é somente a paisagem que muda

“Para o futuro podemos sofrer com grandes mudanças no país. O que podemos dizer que vai afetar principalmente o Pantanal. Essa região vai perder superfície de água nos próximos anos. As geleiras são fonte hídrica para vários rios que correm no Pantanal, isso é um grande problema para a população humana, para a fauna e flora dos Andes, do Brasil e da Anérica do Sul”, explicou Carlos Souza Júnior, coordenador do MapBiomas.