Secas nos país e em todo o continente podem aumentar até o fim do século, sugere o estudo que hoje já está publicado também na revista científica Earth Systems and Environment (frios intensos, geadas, inundações ou incêndios florestais também entram no roteiro do clima
devido ao desgoverno ambiental nestes países)
|
Paisagem polar nesses dias no interior paulista |
|
Seca brava em 5 áreas de 10 estados do Brasil |
Recebemos aqui no blog Folha Verde News a matéria de Elton Alisson postada no site OEco. Se as emissões de gases de efeito estufa (GEE)
continuarem no patamar atual, a temperatura média na América do Sul pode subir
até 4 ºC até o fim do século, em um cenário real e pessimista, tornando os
eventos climáticos extremos, como secas, inundações ou incêndios florestais mais
frequentes e intensos nesta região do planeta. As projeções foram feitas no âmbito de um estudo
internacional, com a participação de pesquisadores brasileiros. Os resultados do trabalho, apoiado pela Fapesp por
meio de um projeto temático ligado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Para Mudanças Climáticas e divulgados mundialmente também na revista Earth Systems and Environment.
|
Drama ambiental da América do Sul já começa a prejudicar o equilíbrio ecológico de todo o planeta |
“A América do Sul e, em particular, o
Brasil já mostram sinais das mudanças climáticas cada vez mais, incluindo o aumento das
temperaturas da superfície, alterações nos padrões de precipitação, derretimento
das geleiras andinas e elevação no número e intensidade de extremos climáticos.
Essas variações nas características climáticas são precursoras do que pode
estar por vir nas próximas décadas com a escalada sem precedentes nas emissões
de gases de efeito estufa continuando como estão”, comentou Lincoln
Muniz Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e
coautor do artigo.
|
No interior da ensolarada Minas de repente, o cenário mudou |
|
Incêndios florestais, seca ou então frio e enchentes em 5 áreas de 10 estados brasileiros exemplificam a crise da América do Sul |
Para fazer as projeções, os pesquisadores
analisaram o desempenho de 38 modelos climáticos globais (GCMs) que integram o
Projeto de Intercomparação de Modelos Climáticos Fase 6 (CMIP6, na sigla em
inglês), do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e estão sendo usados para elaboração do sexto relatório de
avaliação (AR6) do órgão. O lançamento do relatório da contribuição do Grupo de
Trabalho I do AR6, que avalia a base científica das mudanças climáticas, está
previsto para o próximo dia 9 de agosto. O desempenho dos modelos foi avaliado em relação à
sua capacidade de simular as observações históricas no período de 1995 a 2014 e
as mudanças projetadas de temperatura e precipitação na América do Sul em
meados e no final do século 21 – entre 2040 e 2059 e entre 2080 e 2099 – de
acordo com diferentes cenários de concentrações de GEE, que incluem mudanças de
uso da terra e decisões políticas relacionadas ao clima e meio ambiente.
|
Não só na Amazônia, nos Andes, no Brasil, em toda América do Sul essencial e urgente recuperar a ecologia da vida antes que seja caos |
Além das análises espaciais de todo o continente, a
América do Sul foi dividida em sete sub-regiões para analisar em mais detalhes
as características climáticas regionais. Em cada sub-região, análises
comparativas entre cenários, modelos climáticos globais e dois períodos de
tempo futuros (meados e final do século) foram realizadas para avaliar a precisão dos modelos e a capacidade de apontarem mudanças na distribuição da
precipitação e na temperatura em um determinado espaço e tempo. Os resultados das análises indicaram que os novos
modelos climáticos globais capturam com sucesso as principais características
climáticas da América do Sul e, em geral, suas projeções são consistentes com
as apresentadas pelos modelos usados para elaboração de relatórios de
avaliações anteriores do IPCC da ONU.
|
O aquecimento global tem muitos parceiros na América do Sul e em especial no Brasil |
|
A seca e a escassez de chuvas até em regiões antes temperadas sinalizam que é urgente mudar o modo de viver no continente todo |
As projeções feitas com os novos modelos
climáticos apontaram que, dependendo do cenário, o sul da Amazônia, por
exemplo, experimentará condição maior de seca, podendo a floresta virar uma savana. Em relação a chuvas, os modelos climáticos
indicaram aumento de ocorrências na maior parte do continente, com algumas exceções
na região Centro-Sul do Chile e norte da América do Sul, incluindo grande parte
da Amazônia. As projeções apontaram, contudo, que pode ocorrer
um aumento na sazonalidade e na distribuição de chuvas durante os anos, causado
pela diminuição da contribuição dos totais mensais para a média anual de
precipitação na região. Essas mudanças nos padrões de chuvas no continente
são progressivas e se tornarão mais fortes no final do século e em níveis de
emissões de GEE mais elevados. “As projeções indicam que a contribuição relativa
dos totais mensais acumulados para a média anual de chuvas na região está
diminuindo significativamente em alguns meses. Se antes chovia dez milímetros
em um determinado mês, esse número caiu pela metade”, exemplifica Lincoln Muniz Alves: “Isso tem impactos nos setores agrícola e de
geração de energia, por exemplo, que fazem seus planejamentos com base nos
volumes de chuvas”.
|
A América do Sul tem problemas ambientais em todos os países e setores, seu futuro depende de mudar o rumo que vai para o caos |
De acordo com os pesquisadores, a nova geração de
modelos climáticos permite estimar os impactos da mudança do clima com maior
acurácia na América do Sul por considerar mais elementos do sistema climático. O clima no continente varia amplamente de Norte a
Sul e de Oeste a Leste, devido à grande extensão latitudinal e
à heterogeneidade topográfica do continente, o que torna sua representação
um desafio para os modelos climáticos. Com essa nova geração de modelos climáticos foi
possível quantificar as incertezas nas projeções de determinadas regiões do
continente. Caso o Brasil e os países da América Sul queiram ter futuro na vida, na economia, precisam recuperar os mais rapidamente possível a sua ecologia, que vem sendo perdida, implantar formas sustentáveis de desenvolvimento, gestão ambiental pública para mudar de rota, como está hoje o continente se dirige a um caos.
|
As enchentes dividem com a seca o desequilíbrio que precisa ser contido com desmatamento zero e sustentabilidade |
(Depois, amanhã, mais alguns dados nesta pauta de mudar e de avançar a problemática América do Sul na seção de comentários deste blog da gente, nesta edição do Folha Verde News vamos também postar dois vídeos, um deles discute a ideia do continente se unir talvez como um bloco econômico tipo a UE - da série DGP - e em um outro a especialista Vila Ribeiro relata o drama comum dos países da América latina toda, os problemas urbanos em especial os ambientais, falta gestão para haver futuro sustentável)
|
Eventos extremos podem ocorrer cada vez mais agora... |
|
... a não ser que a América do Sul revalorize seu potencial de recursos naturais com um desenvolvimento capaz de equilibrar a economia, a ecologia, os direitos sociais evitando um caos que já começa a ser previsto também pelo IPCC da ONU |
Fontes: OECO - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Para Mudanças Climáticas - Fapesp - IPCC da ONU - INPE - Earth Systems and Environment - folhaverdenews.blogspot.com
Na sequência, vamos postar aqui nesta seção de comentários mais alguns dados, informações e argumentos que você já visualiza no texto, nas fotos, nas legendas, nos vídeos.
ResponderExcluirPoste diretamente aqui nesta seção o seu comentário, se tiver ou puder, envie o seu conteúdo neste tema(como mudar e avançar o futuro da América do Sul) para o nosso blog através do e-mail padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"O Brasil e a América do Sul precisam urgentemente ampliar a gestão ambiental que quase inexiste no país e no continente todo, dentro de uma nova estrutura sustentável que possa mudar e avançar todos os setores da realidade, urgente porque a UE já mostra o caminho de um avanço em bloco para implantar uma economia que resgate a ecologia e a condição devida da população, para ter futuro e não o caos já anunciado pelas pesquisas e diagnósticos como do IPCC": comentário de Antônio de Pádua Silva Padinha, editor deste blog e do Podcast da Ecologia.
ResponderExcluirO país e a América do Sul serão capazes de mudar e de avançar sua estrutura antes do caos já previsto pelos cientístas?...
ResponderExcluir"O apocalipse now é aqui, agora": comentário de Esdras Ribeiro de Castro, de BH, Minas Gerais, que nos manda um noticiário sobre a questão ambiental mineira, a gente agradece e vai divulgar, Esdras.
ResponderExcluir