Devastação da Amazônia prejudica chuvas e até mesmo o Pantanal está batendo recorde de queimadas agora em 2020 as maiores dos últimos tempos
O diplomata Everton Vargas conclama que o Brasil crie uma estratégia ambiental para evitar... |
...o caos ambiental que se espalha por outras regiões além da Amazônia, como o sul e o sudeste do país |
O diplomata Everton Vargas argumenta
que o Brasil tem condições de criar uma estratégia para solucionar a tragédia
que os desmates e as queimadas estão causando, vale a pena conferir as
informações que ele passa em entrevista hoje ao repórter Felipe Frazão no site
Terra. Dentro deste mesmo tema do momento ambiental brasileiro, Gil Alessi fez
uma reportagem para o site El Pais, alertando que "apesar da distância, a
floresta tropical é responsável pela dinâmica das chuvas no bioma que se
estende pelo Centro-Oeste. Focos de incêndios na zona em julho foram os maiores
desde 1988". E ele ilustra a informação com a imagem de uma Anta fugindo
de um incêndio no Mato Grosso. Poderia também inserir imagem da seca que assola várias regiões brasileiras, até no Sudeste e no Sul. A devastação não é necessária, pesquisas já mostraram que existem terras suficientes para ampliar a agricultura e a pecuária, o desmatamento zero é 100% possível, não é preciso derrubar nem mais 1 metro quadrado de floresta, tema que já enfocamos em postagens anteriores também aqui no blog da gente. Sem mudar radicalmente o rumo atual, a única saída é uma emergência ambiental no país, os governantes precisam ler e adotar as medidas propostas pela Carta dos Ambientalistas, enfocada em duas matérias recentes aqui no Folha Verde News, já chegamos a uma situação limite em termos climáticos, algo que neste ano se agrava com a influência do fenômeno oceânico La Niña, algo que também já enfocamos. Até a Sociedade Rural Brasileira já se manifestou que não é necessário desmatar nem um metro quadrado de floresta para o agronegócio crescer, há terras suficientes para a expansão.
Nosso país tem tecnologia, criatividade e condição de mudar e avançar a realidade do meio ambiente numa situação limite explica Everton Vargas, responsável pela ECO 92 no Brasil |
"Há uma coisa muito importante que não damos conta. Toda vez que o Brasil investiu em conhecimento foi extremamente bem sucedido. Pega o caso da agricultura, da pecuária, da aviação, do etanol, da exploração de petróleo em águas profundas. Nesses cinco ítens, em todos eles o Brasil é competitivo, tem tecnologia, fez uma coisa que conseguiu se manter. Perder esse investimento, que não é do governo A, B ou C, mas da sociedade brasileira, deixar isso morrer por não ter estratégia para coibir o desmatamento, coisa que a gente também sabe fazer, do jeito como está é vergonhoso", comentou o diplomata Everton Vargas no site Terra.
Situação-limite |
Pesquisadores têm alertado que a Amazônia não é o único bioma ameaçado, enquanto a maior floresta tropical do mundo apresentava um recorde de desmatamento e queimadas em 25% a mais no semestre, El Pais lembra que por sinal ao mesmo tempo o Pantanal teve em julho o maior número de focos de incêndios desde 1998, início do registro da série histórica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Foram 1.684 queimadas registradas agora em apenas um mês, um aumento de 3,4 vezes. O bioma é a maior planície alagada do mundo e se estende pelo centro do Brasil e países vizinhos, Paraguai e Bolívia, sendo habitat de milhares de espécies únicas da flora e da fauna, além de reserva de água e equilíbrio ecológico do interior. Até esta região tão úmida está em chamas, isso reflete os efeitos da devastação amazônica também. Ela influi diretamente também em todo o clima do Sul, do Sudeste, com pontos de seca. Choveu um volume 50% menor nos primeiros meses do ano. E esta falta de chuvas tem relação com o que ocorre há milhares de quilômetros daqui. Apesar da distância, especialistas apontam para uma ligação entre o que acontece na maior floresta tropical do mundo, no Pantanal e em outros biomas e regiões do Brasil: “Existem muitos estudos que mostram como a umidade que sai da Amazônia abastece outros pontos do país, como no Centro Oeste, Sudeste e Sul”, explica Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima: "Isto se dá por um fenômeno conhecido como rios voadores, em função de ventos alísios que formam uma espécie de ciclo e da cordilheira dos Andes, a umidade da transpiração da floresta é empurrada para baixo, para todo o continente. Quando há uma estação mais seca na floresta ou um aumento do desmatamento, ocorre desequilíbrio de todo o sistema hidrológico envolvido”, completa Astrini, falando sobre a consequência: uma redução nas chuvas e na umidade no Pantanal e em outras regiões, o que favorece a proliferação de incêndios e a intensificação da seca.
Desmatamentos e queimadas causam escassez de chuvas, secas, problemas ambientais e de saúde pública no país |
A preservação da ecologia mínima da Amazônia... |
...poderia empregar os índios como fiscais e como guardiões das florestas? |
Na linha de frente do combate às queimadas no Pantanal está Alexandre Pereira, analista ambiental do Ibama que atua no programa de combate ao fogo da entidade, conhecido como Prevfogo. “Este ano está sendo atípico com relação às questões do clima, com chuvas abaixo da média e temperaturas acima, uma das consequências disso é uma alteração no regime de cheias e vazantes pantaneiras. Este ano vemos uma cheia muito baixa, uma das menores desde a década de 1970, quanto o bioma viveu uma grande seca. Esta situação cria um cenário que facilita os grandes incêndios florestais”.
Este ano os desmatamentos, as queimadas e os incêndios florestais atingem seu pior momento |
(Há como atenuar este impacto como analisa a Carta dos Ambientalistas em suas 5 propostas de solução, veja mais tarde outros dados e informações na seção de comentários deste blog: nesta edição vamos postar dois vídeos, um deles do canal e-Cycle sobre a questão: o desmatamento não é necessário, o outro, da série Meteoro, relaciona desmate com o risco de novas epidemias e até outra pandemia)
Por aqui madrugadas frias mas dias quentes clima de deserto no inverno de 2020 agora |
Fontes: El Pais - Terra - e-Cycle
folhaverdenews.blogspot.com
"Para evitar o caos é necessário e urgente que o Brasil tenha uma gestão governamental no setor de meio ambiente que hoje em dia, em qualquer país do planeta, é tão prioritário como a economia"> comenttátio de Antônio de Pádua Silva Padinha, ecologista que edita este blog: "Para um futuro sustentável é preciso mudar e avançar a gestão ambiental".
ResponderExcluirRecebemos três comentários que não vamos publicar, com xingamentos, sem argumento nenhum, em defesa da inação dos atuais governantes, talvez, tentando intimidar nosso trabalho de informação e de análise da realidade.
ResponderExcluirA favor ou contra, você pode postar direto aqui sua opinião, se preferir, envie seu conteúdo (texto, foto, vídeo, charge, pesquisa, notícia etc) pro e-mail do nosso editor que então a gente divulga aqui: padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"A Amazônia é patrimônio brasileiro, seus efeitos no sistema climático extrapolam fronteiras. É ingenuidade pensar que a comunidade internacional vai deixar de perceber e avaliar como o Brasil cuida de seu capital natural. Isso é essencial. Segunda coisa, é necessário que você saiba quais são seus desafios e como deve tratá-los. E para isso, vai depender de uma política interna coerente e consistente. E há outra coisa muito importante: a questão das comunidades indígenas. A imagem de qualquer país está vinculada à proteção do meio ambiente, dos direitos humanos, em particular das comunidades originárias, da adoção de padrões de produção e consumo sustentáveis, de combate ao desmatamento. Enquanto não fizer uma coisa concreta nessa área vão ter repercussões": comentário de Everton Vargas, diplomata que foi um dos maiores responsáveis pela ECO 92 e muito respeitada na UR.
ResponderExcluir"Concordo totalmente com a visão deste diplomata, ele sim deveria estar atuando no setor ambiental do governo, esta é a área mais frágil a dano do país": comentário de Fabrício de Salles, do Rio de Janeiro (RJ) que relata ter conhecido pessoalmente Everton Vargas ao prestar informações sobre a questão da Bahia de Guanabara, ele que é geógrafo e participou de uma pesquisa da UFRJ.
ResponderExcluir"Agora, estamos vendo um fenômeno novo que é exatamente o engajamento do setor financeiro internacional em ações que vão do desmatamento às culturas tradicionais": comentário de Everton Vargas. diplomata, na matéria do site El Pais.
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