Nova pesquisa da Fiocruz avalia possível catástrofe pela soma da Covid-19 com as queimadas ocorrendo agora na Amazônia também no Cerrado e no Pantanal
Pesquisadores advertem sobre mais esse efeito colateral das queimadas amazônicas |
Recebemos por e-mail matéria de Pedro Fonseca, da BBC, postada também no site Terra, sobre a pesquisa que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou para estudar a interação entre os efeitos das queimadas sobre a saúde das pessoas somadas à pandemia da Covid-19, comentou segundo também a Reuters um dos coordenadores do projeto, o pesquisador Christovam Barcellos, neste estudo a ser realizado pelo Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Lis/Icict). Ele alerta que a combinação poderá representar uma catástrofe brasileira.
Situação limite entre as queimadas e a pandemia |
Os incêndios na Amazônia, que ocorrem todos os anos na estação seca, já tinham atingido recordes no ano passado, provocando um alarme internacional sobre a destruição de uma floresta crucial na luta contra o aquecimento global, e desta vez, agora, aumentou o drama, com a preocupação adicional com as consequências para a saúde dos moradores da região diante da pandemia do Coronavírus. O material particulado gerado pela queima tem grande capacidade de transporte e dispersão de centenas quilômetros, produzindo plumas de poluição de larga escala que atingem diversas cidades de variadas regiões entre a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal.
O que acontecer com a Amazônia acontecerá com todos nós, alerta um dos vídeos hoje aqui no blog da gente |
No ano passado, quando as queimadas na Amazônia chamaram a atenção do mundo, algumas cidades dos Estados do Amapá, Pará, Maranhão e Mato Grosso tiveram o pior ano em termos de impactos à saúde por problemas respiratórios, de acordo com dados levantados pela Fiocruz, e o cenário pode ser ainda pior com a presença da Covid-19 na região: "A exposição à fumaça fragiliza o sistema imunológico, a pessoa fica mais vulnerável a infecções em geral, como a pneumonia. O sistema imunológico fragilizado e com a Covid pode causar uma catástrofe", afirmou ainda o pesquisador Christovam Barcellos: "A mesma pessoa pode pegar Covid e estar exposta à fumaça, isso e mais o fato que também tem a questão dos hospitais serem poucos e já estarem lotados".
Uma situação dramática já virando trágica |
De acordo com dados do governo, os primeiros 15 dias de agosto testemunharam uma diminuição de cerca de 17% no número de incêndios em relação ao mesmo período do ano passado, mas mesmo assim foram registrados mais de 15 mil focos de incêndio nesse período. O período seco na região vai de maio a setembro ou seja, poderá se agravar ainda mais. A área do chamado Arco do Desmatamento (que vai do sudeste do Pará para o oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre) é a zona mais impactada e que provoca maior preocupação, após ter concentrado a maior parte dos focos de queimadas e também as maiores taxas de internação por doenças respiratórias da região amazônica. Somente em maio e junho de 2019, mesmo antes do pico das queimadas, foram registradas nesta área cerca de 5.000 internações de crianças por mês, o dobro do valor que seria esperado pelos médicos, o que prova os efeitos dramáticos da interação queimadas e pandemia.
A situação dramática dos povos da floresta exemplifica bem a relação entre as queimadas e a Covid-19 |
Há uma preocupação em especial com os povos indígenas, que têm sido duramente atingidos pela pandemia. De acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), 678 índios já morreram de Covid-19 no Brasil, com 25.415 casos confirmados até o momento. No total da população brasileira, mais de 100 mil mortes pela pandemia, no ranking mundial nosso país está em segundo lugar, apenas atrás dos Estados Unidos, epicentro do Coronavírus hoje.
Além da floresta lá e da saúde humana agredir a Amazônia desequilibra todo o ciclo de chuvas no país |
(Confira depois, amanhã, na seção de comentários deste blog de ecologia e cidadania mais alguns detalhes e projeções deste estudo que está começando uma corrida contra o tempo: na edição de hoje, dois vídeos, um deles é a voz da Amazônia com Camila Pitanga e no mesmo pique de emoção, o outro canção de músicos amazonenses, Júlio Hat, cantada por Robson Júnior)
A grandeza da Amazônia merece uma emergência ambiental |
Fontes: BBC - Terra - Reuters
folhaverdenews.blogspot.com
"A gente quer divulgar nos próximos dias uma nota técnica sobre a interação das queimadas com a Covid-19, mas o estudo só será concluído em outubro, quando forem cruzados os dados das queimadas com informações do Ministério da Saúde sobre internações por doenças respiratórios na região": comentário do pesquisador Christovam Barcellos.
ResponderExcluir"Com base nos casos do ano passado, a Fiocruz estimou que viver em uma cidade próxima a focos de incêndio aumenta em 36% a probabilidade de se internar por doenças respiratória": comentário extraído da matéria de Pedro Fonseca para a BBC.
ResponderExcluirMais tarde, mais dados e mais comentários, venha conferir depois.
ResponderExcluir"Por aqui na região nordeste paulista, bem como no norte de Minas, a seca anda muito brava e com certeza essa condição fragiliza o sistema imunológico das pessoas que já são mais vulneráveis ou alérgicas": comentário de Raul Barros, que é profissional de saúde em Ribeirão Preto, sendo natural de Montes Claro (MG).
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