Insetos vitais para ecologia e vítimas da monocultura... |
...foram pesquisados no corredor ecológico entre as serras Cantareira e Mantiqueira |
A pesquisa da ecóloga Paula Carolina Montagnana da USP de Ribeirão Preto documenta a
importância das florestas e do uso diversificado do solo (não a monocultura)
para a preservação de abelhas e vespas (populares com o nome de marimbondos) que são todos fundamentais para a
vida da natureza: o estudo foi realizado no corredor ecológico entre a Serra da
Cantareira e a Mantiqueira e finalizado no laboratório da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em
Ribeirão Preto. A jornalista Rita Stella, com a colaboração de Tainá Lourenço. fez matéria documentando todo o processo da
pesquisa, a informação foi enviada aqui para o nosso blog pela técnica agrícola
Mariana Salgado com o comentário: "Está claro nessa época de tanta
violência ambiental o caminho para a preservação das abelhas, que andam
desaparecendo de regiões onde prevalece a cana ou a soja e outras grandes
monoculturas". A gente agradece e vamos divulgar a seguir um resumo desta pesquisa aqui no blog Folha Verde News, estamos todos conectados em busca do rumo
sustentável para nosso país.
Esta pesquisa dá rumo à defesa das abelhas e de todos os ... |
...insetos que ajudam o controle biológico do ambiente |
Onde há apenas um uso da terra, como, por exemplo,
as áreas dominadas por grandes monoculturas de cana-de-açúcar na região de
Ribeirão Preto (interior de São Paulo) ou nos plantios de soja, algodão e milho
presentes no Centro-Oeste do Brasil, a situação é bem mais complicada para as
abelhas e insetos polinizadores que favorecem o equilíbrio biológico.
Tetrapedia sp, uma das espécies
de abelha solitária identificada no levantamento que foi realizado no Corredor
Ecológico Cantateira-Mantiqueira, em São Paulo; apesar da ocupação urbana nesta
região, abelhas e vespas ainda são abundantes, a pesquisadora explicou e mostrou como chegou às suas
conclusões. O estudo foi realizado na Zona Norte de São Paulo entre a
Cantareira e a Serra da Mantiqueira em pesquisa da FFCLRP da USP revelando uma boa notícia sobre a vida de abelhas e
vespas, insetos que estão desaparecendo da natureza. A pesquisa do Laboratório
de Ecologia e Evolução de Abelhas e Vespas do Departamento de Biologia desta
faculdade de Ribeirão Preto constatou
que elas ainda são abundantes naquele local (Canteira/Mantiqueira) apesar da ocupação urbana. Segundo os estudos, a
quantidade de floresta nativa (mais de 50% da área) e a utilização
diversificada das terras entre os fragmentos de Mata Atlântica são os
principais fatores da preservação dos insetos. As abelhas são insetos
polinizadores e as vespas, agentes de controle biológico.
A ecóloga Paula Carolina Montagnana,
responsável pela pesquisa, explica que se a região fosse dominada por
monocultura (como a observada em diversos outros locais do estado de São Paulo,
por exemplo), as abelhas e vespas não teriam a mesma sorte para encontrar
alimentos ou construir seus ninhos: “As abelhas e vespas solitárias têm
autonomia de voo de cerca de 600 metros e isto significa que elas precisam
encontrar fontes de alimentação e condições de procriação dentro de uma área
que não ultrapasse esse limite”. Drª Paula fez esta pesquisa de campo na
Cantareira entre 2014 e 2018 para a tese de doutorado que apresentou na FFCLRP, com orientação do
professor Carlos Alberto Garófalo. O trabalho pretendia verificar a influência
das diferentes formas de utilização do solo na vida de abelhas e vespas
solitárias. Assim, foram confeccionados e instalados em 29 pontos da região da
Cantareira ninhos-armadilha (pequenos
tubos de cartolina preta e gomos de bambus) que ficaram disponíveis para essas
espécies construírem seus ninhos. Paula coletou todos os ninhos-armadilhas
ocupados e os levou para o Laboratório de
Ecologia e Evolução de Abelhas e Vespas da FFCLRP. Na região estudada, a ecóloga
encontrou condições que favoreceram a identificação de uma maior quantidade de
espécies e de um número mais elevado de abelhas e vespas. “Em uma linha
reta de 1 quilômetro (km), traçada a partir do local de um dos
ninhos-armadilha, haverá maior diversidade desses insetos se ao longo
dessa reta houver locais com pastagem, floresta, agricultura, vilas rurais,
entre outros tipos diversificados de uso da terra.Mas também é igualmente
importante a porcentagem de floresta que existe dentro de paisagens com 5 km de
raio, que deve superar 50% dessa área. Por sinal, nesse corredor ecológico
entre as serras da Cantareira e da Mantiqueira, região onde ela fez o monitoramento
das
abelhas e vespas solitárias, a preservação de mais de 50% da mata nativa
favorece a sobrevivência dos insetos, que são polinizadores e agentes de
controle biológico.
Ninhos- armadilha para a pesquisa de campo... |
...finalizada em laboratório pela ecóloga Paula Carolina Montagnana da FFCLRP da Universidade de São Paulo |
(Confira depois mais tarde a seguir na seção de
comentários deste blog de ecologia e cidadania mais detalhes desta informação,
nos vídeos que postamos hoje em nossa webpágina que são reportagens da Band e mostram um pouco do que é o Corredor Ecológico entre a Cantareira e a Mantiqueira, serras vitais para a ecologia do interior, local da pesquisa da ecóloga da USP)
Amana para os índios a Serra da Mantiqueira ainda sobrevive com um equilíbrio ecológico impossível em áreas de monoculturas |
Conheça aqui e ajuda a preservar o que é a ecologia da Serra da Mantiqueira, (também local de pesquisa enfocada aqui hoje) neste vídeo que nos revela alguns outros ângulos do lugar, dentro duma série de reportagens feitas pela Band no tempo de Boechat)
Fontes: Jornal da USP - jornal.usp.br
folhaverdenews.blogspot.com
Mais tarde aqui nesta seção, comentários, mais dados neste tema, aguarde nossa edição e venha conferir depois, OK?
ResponderExcluirVocê pode postar direto aqui sua mensagem, se preferir mande a sua opinião ou conteúdo (texto, foto, vídeo, notícia, pesquisa) pro e-mail do editor deste blog que aí mais tarde a gente posta aqui, mande e-mail para padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluirVocê da mídia pode contatar a ecóloga Paula Carolina Montagnana da USP pelo e-mail paula.eco@hotmail.com
ResponderExcluir"Está claro nessa época de tanta violência ambiental o caminho para a preservação das abelhas, que andam desaparecendo de regiões onde prevalece a cana ou a soja e outras grandes monoculturas": comentário da técnica agrícola Mariana Salgado, de SP, que nos enviou matéria sobre esta pesquisa feita pelo Jornal da USP, base de nossa postagem hoje.
ResponderExcluir"Indicadores ambientais: a escolha pelas espécies solitárias, se deve ao fato da presença delas na natureza ser ótimo indicador ambiental que pode ser extrapolado para as demais espécies de abelhas e vespas, insetos polinizadores e agentes de controle biológico, respectivamente": comentário extraído de fala da ecóloga Paula Carolina Montagnana ao Jornal da USP.
ResponderExcluir"As duas espécies são chamadas solitárias pois, ao contrário dos insetos que formam colônias, elas utilizam cavidades preexistentes na natureza para fazer seu ninhos. A coleta aconteceu entre os meses de setembro e março, os mais chuvosos e quentes do ano no estado de São Paulo, e período de maior atividade e diversidade de insetos": comentário sobre a pesquisa em emissão da Rádio USP.
ResponderExcluir"Após monitoramento dos ninhos e identificação das espécies, foram encontradas 24 espécies de abelhas e 21 de vespas, comprovando a condição ecológica favorável do Corredor Cantareira-Mantiqueira. A partir destes dados, o estudo constatou a importância do uso diversificado da terra e da quantidade suficiente de mata nativa (mais de 50% de preservação) para a sobrevivência desses insetos": comentário extraído da matéria de Rita Stella, que serviu como conte principal de informação para nossa postagem aqui no blog.
ResponderExcluir"Nas regiões em que grande parte da vegetação nativa já tenha sido retirada e a atividade humana seja intensa, a ecóloga constatou que ainda assim é possível preservar algumas espécies> “A sugestão é que haja uma diversificação no uso da terra, principalmente com atividades de menor impacto como agroflorestas, locais de recuperação da vegetação nativa, agricultura orgânica, mas que também sejam preservados os locais de vegetação nativa já existentes”: comentário de Paula Carolina Montagnana: “Essa diversidade é muito melhor para a vida de abelhas e vespas que paisagens onde há apenas um uso da terra, como, por exemplo, as áreas dominadas por grandes monoculturas de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto (interior de São Paulo) ou nos plantios de soja, algodão e milho presentes no Centro-Oeste do Brasil".
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