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sábado, 18 de janeiro de 2020

UMA NOTÍCIA FELIZ NO TRISTE BRASIL DE AGORA: ELA FAZIA FAXINAS PARA PODER ESTUDAR E HOJE SE TORNOU DOUTORA EM LETRAS CLÁSSICAS E EM LATIM AINDA BEM

A história da ex-empregada doméstica que se tornou uma doutora nos bastidores de um país que vira e mexe volta a sofrer com os erros e os limites na educação e em toda a realidade



Drª Simone Marasco é ícone de um povo que vai à luta

A BBC também destaca hoje no mundo  a migração de cérebros (um dos velhos problemas que voltaram a existir no Brasil)

A nossa equipe aqui no blog da ecologia e da cidadania está vibrando com a energia positiva desta reportagem da BBC News, feita pelo jornalista Vinicius Lemos: a gente resume alguns dos textos e informações desta matéria que consideramos a mais feliz destes dias na realidade de tristeza na área de cultura do país. Bem, mas a notícia em foco é Simone Marasco, 34 anos, mineira de Juiz de Fora (MG) morando hoje no Rio de Janeiro (em Volta Redonda) onde, entrevistada, ela se lembrou das dificuldades que enfrentou desde a infância para que pudesse estudar. E agora, comemora o seu doutorado em Letras Clássicas e Latim. Sim, o Brasil tem esperança que se chama Simone e a cultura da vida e do Latim. Confira a seguir aqui no blog Folha Verde News trechos de suas falas e de dados paralelos sobre educação na realidade aqui, agora, OK? 



Com seu companheiro que é Físico, professor e a filhinha deles nesse flash um happy end de verdade



Por cerca de oito anos, trabalhou como empregada doméstica e faxineira e se dividiu entre os livros e itens de limpeza. Hoje, se orgulha da sua história de vida. A BBC conta as dificuldades e humilhações que ela enfrentou até se tornar hoje Drª Simone. 


 Menina guerreira Simone hoje nas asas do Latim

(Confira depois mais tarde, na seção de comentários deste blog da gente outros relatos de Drª Simone, outras informações sobre Educação no Brasil e no vídeo hoje em nossa webpágina você poderá vibrar com o encontro entre Gilberto Gil e Rita Lee para um almoço vegano produzido com carinho pela ecologista Bela Gil, participa também a menina Flora, estreando como cantora, outra boa nova)



Gil e Rita Lee pássaros que voam acima dos limites do tempo e do vento

Bela Gil  com a menina Youtuber e cantora


Aqui, agora alguns trechos da vida e da luta cultural de Simone - "Durante a minha infância e adolescência, eu só pensava em estudar para mudar de vida. Sou filha de uma costureira e de um pedreiro, que sequer completaram o ensino fundamental. Morávamos na periferia de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Para ter dinheiro para comprar itens como materiais escolares, comecei a fazer diversos bicos desde cedo. Fui babá, entreguei salgadinhos e fui servente de pedreiro para o meu pai". 

"Fiz o primeiro e o segundo ano do ensino médio em uma escola pública, na região central de Juiz de Fora. Eu trabalhava no período da manhã e da tarde. Saía do serviço e logo pegava o ônibus em direção à escola. No terceiro ano, estudei em uma escola particular, porque o colégio público onde eu estudava entrava muito em greve e eu queria ter uma boa preparação para o vestibular daquele ano. Depois de tanta dedicação, fui aprovada no curso de Letras na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), para me habilitar em Português e Latim".  



"Quando ingressei na universidade, ainda não haviam entrado em vigor políticas públicas de acesso ao ensino superior como as cotas para pessoas de baixa renda. Mesmo não tendo a oportunidade de recorrer à cota na minha época, sei que é uma medida muito necessária. É como se fosse um paliativo até que a educação básica seja equiparada (entre escolas públicas e privadas). Na universidade, me encantei pela literatura latina, principalmente pela mitologia greco-romana. Por isso, decidi que queria trabalhar, principalmente, com o latim"

"No começo da graduação, mudei de casa e passei a trabalhar com uma nova família. Nesse novo trabalho, sofri muita humilhação. A avó do meu patrão guardava toda a comida do almoço na geladeira, pegava um pote com o almoço do dia anterior e dizia que eu deveria comer aquilo. Mesmo sobrando, ela não deixava que eu comesse a mesma comida que haviam almoçado naquele dia etc e tal". 

"Eu me tornei professora substituta na UFJF. O contrato era de dois anos. A partir de então, abandonei a função de diarista. O salário como professora era quatro vezes maior do que o que eu ganhava com faxinas. Com o primeiro salário, reformei o telhado da casa dos meus pais (hoje já falecidos). Chovia muito dentro de casa e ajudá-los para mim, isso foi a minha independência. Apesar de ter começado a trabalhar cedo, aquele momento foi a primeira vez em que vi que poderia fazer algo para ajudar meus pais. Comecei a namorar. Meu companheiro, que hoje é meu marido, cursou Física na UFJF. Ele passou em um concurso público para lecionar em Volta Redonda (RJ). Fiz uma prova e fui selecionada para o mestrado na UFRJ, com bolsa. Me mudei de Juiz de Fora para Volta Redonda com o meu companheiro. Em uma motocicleta, então percorria quase diariamente os cerca de 130 quilômetros que separam Volta Redonda, onde moramos, e a capital do Rio, onde concluí o mestrado e depois fiz o doutorado em letras clássicas, também, graças à Bolsa que consegui na Universidade Federal do Rio de Janeiro". 



 Com colegas no dia a dia na UFRJ

Notícias da educação - Nas últimas décadas, o Brasil adotou políticas públicas de inclusão no ensino superior - como as cotas para pessoas de baixa renda familiar, oriundos de escola pública ou pardos e negros. Houve também as criações de financiamento estudantil, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e as concessões de bolsas parciais ou integrais na rede privada, por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). Apesar das medidas, especialistas afirmam que o acesso à educação superior ainda é para uma minoria no país. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de baixa renda tem atraso escolar quatro vezes maior que as pessoas com rendimentos maiores. "Houve aumento no acesso ao ensino superior nas últimas décadas, com as políticas de expansão da educação superior e de ação afirmativa. Mas o percentual de alunos matriculados não é distribuído de maneira uniforme em termos de renda, cor e região do país", pontua a pesquisadora Rosana Heringer, doutora em Sociologia e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): "Os mais pobres são os que menos chegam ao ensino superior e as razões para isso incluem desde a trajetória escolar, que muitas vezes tem um ensino fundamental e médio da pior qualidade, até à entrada precoce - ainda no início da adolescência - no mercado de trabalho". 




Simone Sales Marasco Franco


Um toque mais de Drª Simone Marasco - "Entre as pessoas que tinham mesmo estilo de vida que o meu, poucas conseguiram concluir uma graduação. Bem, mas agora que fechei o doutorado, estou em busca de um emprego como professora de Latim. A grande dificuldade é que não se dá mais aula de Latim em qualquer lugar". 







E + um alô da gente - "Sem Latim, o entendimento, o domínio e a expansão da Língua Portuguesa e do futuro cultural também do Brasil fica limitado, é mais um setor que precisa urgente mudar e avançar no país", comenta por sua vez o ecologista e repórter Antônio de Pádua Silva Padinha ao editar neste blog esta postagem feliz numa realidade de tristeza no dia a dia brasileiro. Outros lances no tema de hoje e mais dados depois na seção de comentários aqui deste blog.  



Fontes: BBC - Uol - Youtube - folhaverdenews.blogspot.com


7 comentários:

  1. Depois, mais tarde, mais comentários, aguarde e venha conferir depois, aqui.

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  2. "Sem Latim, o entendimento, o domínio e a expansão da Língua Portuguesa e do futuro cultural também do Brasil fica limitado, é mais um setor que precisa urgente mudar e avançar no país", comenta por sua vez o ecologista e repórter Antônio de Pádua Silva Padinha, editor deste blog de ecologia e de cidadania.

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  3. Você pode postar direto aqui sua opinião também, se preferir, envie o seu conteúdo (notícia, comentário, foto, vídeo, charge, pesquisa, crítica, sugestão etc) pro e-mail do nosso editor que aí mais tarde inserimos aqui. E então mande desde já a sua mensagem para padinhafranca603@gmail.com

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  4. "Simone é a Maria, aquela música do Milton Nascimento que o Brasil cantou": comentário de Antônio José, produtor cultural, de São Paulo (SP).

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  5. "Simone Sales Marasco Franco possui graduação em Letras (Latim - Português) pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2007). Mestrado em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014). Doutorado em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras Clássicas, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos Clássicos, Literatura Clássica e Ensino de Línguas": comentário extraído de material da UFRJ.


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  6. "Quando terminei o ensino fundamental, deixei a minha escola na periferia para estudar em um colégio público na região central de Juiz de Fora. Mas havia um problema: eu não tinha dinheiro para pagar as passagens de ônibus para que pudesse me locomover diariamente ao novo colégio. Os meus pais não tinham condições para me ajudar no transporte escolar. Por isso, procurei um trabalho fixo. Assim, me tornei empregada doméstica aos 14 anos, em uma casa próxima à região em que eu morava com a minha família": comentário de Simone Sales Marasco Franco, ouvida na BBC News.



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  7. "Aos 21 anos, concluí a graduação. Ainda continuei como diarista, pois estava desempregada. Na época, fiz um processo seletivo e fui aprovada no mestrado em estudos literários, com foco na literatura latina, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Juntei dinheiro e me mudei para Belo Horizonte. Fiz o mestrado na UFMG por um ano. Na época, não consegui nenhum tipo de bolsa para me ajudar financeiramente. Por isso, precisei me dividir entre os estudos e algumas faxinas. Mas consegui poucos trabalhos como diarista naquela região, pois conhecia poucas pessoas. Quando estava na metade desse mestrado, o pouco dinheiro que eu tinha foi levado durante um assalto. Não tive condições financeiras para me manter em Belo Horizonte e voltei para Juiz de Fora. Eu ainda planejava concluir o mestrado na capital, mas a minha orientadora da época me desestimulou. Ela me disse que eu deveria escolher entre trabalhar ou estudar, porque eu deveria me dedicar totalmente aos estudos. Eu expliquei que não tinha bolsa na universidade, então precisava trabalhar (como a maior parte dos jovens no país) porque senão poderia até ficar sem comer. Já estava para desistir quando nesse mesmo ano, me tornei professora substituta na UFJF. O contrato era de dois anos. A partir de então, abandonei a função de diarista": comentáruio também extraído da BBC News.

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