60% dos homicídios de ambientalistas são registrados nesta região do planeta onde vigoram grandes agressões à ecologia e reina o mundo da impunidade e prevalecem os interesses de grupos econômicos
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A situação é tão grave que a ONU está fazendo um tratado... |
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...para defender líderes ameaçados em questões ambientais e de disputa por terras indígenas também no Brasil ruralista |
Pode parecer hipocrisia, mas o Brasil também assinou o tratado proposto pela ONU: recebemos a informação de Georgina Zerega por e-mail aqui no blog do movimento ecológico, científico e de cidadania Folha Verde News. Ela é da Cidade do México e fez a matéria para o jornal e site da Espanha, El Pais que debate os países onde a luta pela ecologia é mais perigosa (nosso país lidera esta ranking de violência e de atraso). A matéria começa falando que depois de 2 anos do
violento assassinato em Honduras da popular defensora do meio ambiente Berta Cáceres, 14 países da América Latina (entre eles estão o México, o Brasil e
a Guatemala) acabam de assinar um tratado como medida para proteger os
ativistas do movimento ecológico. O documento, acertado no marco da Assembleia Geral das Nações Unidas e batizado como Acordo de Escazú (Costa Rica), exige que os países “garantam um entorno seguro às pessoas, grupos, entidades, movimentos e organizações que promovem e
defendem direitos humanos e de cidadania relacionados a assuntos
do meio ambiente”.
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Tem havido protestos de jovens, de intelectuais e também de... |
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...de lideranças populares contra agressões e... |
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...por aqui e em toda a América Latina e Caribe |
Um dos temas que mais polemizaram neste encontro das Nações Unidas foi o fato que o Brasil hoje com tendência ruralista bate todos os recordes e é o país mais perigoso das Américas para ecologistas. A proposta chega em
um momento crítico em todo o continente, marcado pela impunidade. Mais de 200
ativistas foram assassinados no ano passado no mundo (nesse ano foram
contabilizadas até junho 60 mortes) e 60% desses homicídios, registrados pela
ONG Global Witness, acontecem na América Latina.
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Maria do Espírito Santo e José Cláudio foram citados... |
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...nos bastidores do entro das Nações Unidas sobre aumento de vítimas nas lutas de ecologistas, índios e líderes de cidadania |
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Assim como Marielle no Rio, muitos casos ficam sem solução |
A morte de Berta Cáceres,
executada em março de 2016, continua até hoje sem resolução. A grande maioria dos
homicídios ocorre em meio a disputas pelos recursos naturais ou por terras de comunidades tradicionais, nativas ou indígenas. Esse aliás foi o caso do líder indígena Isidro
Baldenegro, defensor das comunidades e das matas nativas do México,
que foi baleado há um ano sem que nada tenha sido apurado pelas autoridades sobre o caso. Parece até o que ocorreu com Marielle Franco no Rio de Janeiro, embora esta vereadora não lutasse especificamente pelo meio ambiente, tendo uma atuação ampla no movimento de cidadania das mulheres (e na favela de Maré). Além do que aconteceu com o ícone da ecologia Chico Mendes há 30 anos, nos bastidores deste encontro pelo Acordo de Escazú foram citados caos muito explícitos e mais recentes como de 3 mulheres que se manifestaram contra a poluição da mineração em Barcarena mais recentemente ou do casal de ativistas José Cláudio e Maria do Espírito Santo.
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Assassínio da líder Berta Cáceres no México chocou a opinião pública em toda a América Latina |
É sintomático a ONU precisar elaborar um acordo internacional e um tratado em defesa de lideranças ambientalistas no Brasil e em toda a América Latina. Este ângulo da violência foi discutido nas Nações Unidas mas não nos debates de TV e rádio ou imprensa para estas eleições...
ResponderExcluir"Este acordo, que retoma o princípio 10 da Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, é histórico e que com esse acordo que se inicia agora o continente se coloca na vanguarda contra crimes ambientais e assassinatos de líderes da ecologia e da cidadania": comentário de Alicia Bárcena, da Cepal, que é a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, na ONU.
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ResponderExcluir“O conteúdo deste tratado por enquanto não tem muito peso em termos práticos. Por enquanto há muita retórica, mas pouco sobre o que significa. Não tem muita informação sobre os passos concretos que os Governos precisam aplicar”: comentário de Billy Kyte, da Global Witness. O chefe de campanhas de defesa da terra e do meio ambiente da ONG afirma que se trata de “um marco”, mas mantém uma postura cautelosa diante da assinatura do tratado porque, segundo ele, sua eficácia dependerá da vontade dos países para cumprir o pactuado agora na ONU: "A violência contra ecologistas e contra o ambiente cresce mais do que qualquer medida".
ResponderExcluir"Brasil é o país mais perigoso para ambientalistas": comentário da Anistia Internacional em transmissão da Radio France Internationale em dezembro passado.
ResponderExcluir"Somente em 2017 a violência contra ativistas causou 58 mortes no Brasil e na América do Sul, sendo que agora já quase ao final de 2018 estes números dobraram": comentário de Ângelo Sanches, nos passando notícia com um relatório neste sentido da Global Witness, entidade internacional muito respeitada na Europa e em todo o planeta: ele é engenheiro civil e explica que se interessa pelo tema porque teve parentes passando por este problema no Pará. A gente agradece o material que nos foi enviado e vamos sim divulgar dentro duma próxima edição.
ResponderExcluir"O Brasil é o país do mundo que teve mais ativistas que lutam contra o desmatamento ou que defendem pequenos agricultores e sem-terra assassinados nestes últimos anos. Esta é uma das conclusões de um relatório divulgado pela Anistia Internacional. O documento mostra que, ao todo, 66 membros do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores dos Direitos Humanos foram assassinados no ano passado aqui em nosso país, que é o mais perigoso do mundo para ambientalistas e defensores do acesso à terra. O Brasil é seguido por Colômbia, Filipinas, Índia e Honduras, pelo critério de quantidade de vítimas": comentário extraído de reportagem do site Carta Capital.
ResponderExcluir"Os defensores do meio ambiente que lutam contra o desmatamento no Brasil e defendem os interesses de comunidades enfrentam um lobby poderoso de empresas que exploram recursos naturais, se apropriam de terras e se opõem à reforma agrária": comentário extraído de relatório da Anistia Internacional. Ainda segundo o documento da Anistia, a maior parte das vítimas são indígenas e pequenos agricultores "expropriados de suas terras por interesses poderosos, ligados à exploração das riquezas naturais". A organização não-governamental constata que a situação, conhecida há vários anos, parece se agravar, principalmente "depois que as autoridades relaxaram na defesa dos direitos humanos".
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