A final da Copa da Rússia não será somente futebol, tem mais
significados ainda que confusos mas me fazem torcer por intuição pela Croácia,
embora como todo brasileiro eu ame todos os povos do mundo: assim, Glória à
Ucrânia e Vive La France, no futebol e na vida, mas que vença os que estão agora
mais próximos da arte da bola ou do amor à justiça e à liberdade
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O líder Vida e seu menino símbolo da Croácia |
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Ucranianos agradecidos manifestam sua torcida pela Croácia |
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Torcedores croatas homenageiam a Ucrânia e criticam a Rússia |
É uma realidade complexa para nós brasileiros porém na minha
opinião precisamos estar atentos e informados, me parece que esta Copa do Mundo
na Rússia é também uma oportunidade cultural, serve para a gente entender e
respeitar povos distantes da nossa realidade que, cá entre nós, nossa realidade
também não é lá estas coisas. Mas enfim, você vai fazer qual saudação amanhã na
final França X Croácia: Vive La France ou Glória à Ucrânia? Ambas são frases
protocolares mas expressivas que no fundo significam viva a liberdade: torcer
pela seleção da Croácia ou da França é apenas futebol e questão de gosto porém existem
alguns conteúdos diferentes. Sendo sincero, não compreendo exatamente todos os
conteúdos, é algo complexo, a começar pelas palavras em língua ancestral cheia de
consoantes. No meu caso, eu sou anti nazifascista por opção e até pela minha
história de vida, mas assim como jogadores croatas também digo Glória à Ucrânia, como também os integrantes do
movimento de cidadania ligados ao Centro dos Direitos Humanos Memorial. Eles têm
feito manifestações que não têm nada a ver com asseclas tardios de Adolf Hitler
e sim, com a luta pela independência da Ucrânia em relação à toda poderosa
Rússia capitalista, que não tem nada a ver com algum socialismo ainda mais
atualmente, a Rússia na prática e nas política atual é mais tipo um imperialismo, o governo russo anexou o território da
Crimeia por voracidade em relação às reservas de petróleo desta região. O
simpático povo russo também não tem nada a ver com essa violência do Governo
Putin. Na minha visão, os croatas são como este movimento (que me parece
humanista) o Memorial, eles são contra a Rússia porque ela acabou por outros interesses
a separar o povo ucraniano pelo meio, em dois, metade a favor duma independência
nacional e aproximação maior com a Unidade Européia, metade ligada à influência
dos russos e dos seus aliados tradicionais, os sérvios, por sua vez, inimigos
ancestrais dos croatas e por aí vai. Algo confuso e difícil da gente entender
aqui no Brasil que é indígena, branco, negro, latino, com formação fortemente europeia
mas também influenciado demais pelos norteamericanos, o que é uma outra feijoada de sentimentos e de significados complexos. Imagine a gente aqui
entender a intenção do jogador Vida e do ex-jogador Ognjen Vukojevic,
criticados pela mídia, pela Rússia e pela Fifa por gravarem no Facebook a
saudação do povo eslavo Glória à Ucrânia. Eles se explicaram (talvez para não
serem punidos) que como haviam os dois jogado no Dínamo de Kiev (capital
ucraniana) queriam homenagear este povo de que são amigos. De toda forma (se eu estiver
equivocado me corrijam) esta saudação não tem sentido ultranacionalista e sim
de simpatia a uma população minoritária que luta por sua independência política
e econômica em relação à Rússia, hoje, assim como os Estados Unidos por aqui,
lá dona de tudo e de todos. Uma saudação pela liberdade dum povo nativo. Até me lembro dos nossos índios. Nesse
sentido, hoje aqui no blog da ecologia e da cidadania Folha Verde News a gente é Ucrânia (deveríamos grafar e falar
Ukraina), estamos postando o vídeo nesta webpágina uma espécie de oração (hino espiritual) pelas terras e pelo povo ucraniano. Confira.
Não sei se você conferiu dias atrás aqui mesmo no blog da gente um post sobre
Oleg Sentsov, cineasta ucraniano, preso político da Rússia, que estava fazendo
greve de fome há mais de um mês para ser libertado. Oleg luta pela sua
liberdade e para que sejam libertados todos os presos políticos da Ucrânia,
aprisionados injustamente, segundo ele. Eles talvez cheguem a 100 ativistas presos
por atividades contra a Rússia do presidente Putin. Há repórteres e humanistas
que falam que estes ativistas estão presos ilegalmente. Além de Oleg Sentov,
estavam fazendo greve de fome pela libertação dos presos políticos ucranianos, também Aleksandr Shhumkov e Volodymyr Balukh. A BBC e a Anistia Internacional
citaram que hoje fragilizados pelo jejum de tanto tempo, todos estão
fracos em sua saúde física e só não morreram porque foram alimentados à força,
com sondas pelo nariz. Se morressem nessa manifestação de não violência, se
tornariam mártires da liberdade do povo da Ucrânia, embora as autoridades
russas tenham explicado que estão alimentando à força os três rebeldes por uma
obrigação de estado de proteção dos seus prisioneiros. É mais uma situação
confusa. Pela intuição ou pelo meu amor à liberdade de manifestação e ao
direito à vida, eu digo mais uma vez em solidariedade a Oleg e outros presos por razões políticas, Glória à Ucrânia. Peço a Deus por este povo, que tem
sofrido na sua história recente tanto quanto a Croácia sofreu tanto tantas guerras, ali do lado de lá do
mar Adriático, vizinhos da Itália e portanto primos dos meus parentes
imigrantes italianos. Mais uma vez confusamente, de maneira intuitiva e por
solidariedade aos pequenos diante dos grandes, estou transferindo todos estes
conteúdos culturais e sentimentais para o futebol. Assim, declaro minha torcida
pela Seleção da Croácia, que tem sido solidária ao movimento pela libertação da
Ucrânia, mesmo consciente que o selecionado da França proclama igualdade, fraternidade,
liberdade no seu hino nacional (que remonta à Queda da Bastilha, por sinal, comemorada
hoje, véspera da final da Copa). Mesmo que os franceses tenham como presidente
Macron indo à luta pelo desenvolvimento sustentável, mesmo com toda a simpatia que
todos temos pela população francesa, sentimental e inteligente ao mesmo tempo,
mesmo tendo na sua seleção vários afroatletas (negros bons de bola), mesmo assim, estou torcendo pela
Croácia no sentido pequenos versus grandes, Davi contra Golias. A França já foi
campeã mundial, a Croácia não e os croatas estão praticando um futebol que mistura
talento e garra na medida mais heroica. Por tudo isso quero ver a Croácia entrando no mapa mundi sendo campeã do mundo, mesmo que seja apenas num jogo de bola. E espero que esta
minha declaração pública não me faça vir a ser mais um prisioneiro político da
Rússia. (Antônio de Pádua Silva Padinha, ecologista e esportista)
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A Copa é só futebol mas tem muito mais coisa em jogo |
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Suíços também se manifestaram politicamente (a favor da Albânia, contra a Sérvia) |
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O símbolo ancestral da Ucrânia tema de canção do nosso vídeo hoje |
Fontes: BBC – G1 – AFP – Reuters – Fifa
folhaverdenews.blogspot.com
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ResponderExcluir"Assim que li as primeiras linhas, na opura emoção, concordei, eu estava em dúvida entre torcer pela França ou pela Croácia, agora já escolhi minha seleção ou a minha emoção que concordo, a Copa não é só futebol": comentário de José Armando Santos, de São Paulo, o primeiro a chegar em nossa redação, José Armando é futebolista nas horas vagas e médico plantonista do SUS.
ResponderExcluir"A Copa não é só futebol e a Europa não é só Paris, gostaria assim de completar o que comentou aqui o dr. José Armando|": Mario Lopes, enfermeiro, de São Paulo, que tem laços de amizade com imigrantes antigos da Croácia e também mais recentemente da Ucrânia, "por causa do conflito com a Rússia".
ResponderExcluir"Sim, somos eslavos mas não escravos": comentário de Alex Janovic, que atua com importação e exportação em empresa no porto de Vitória. Ele conta que seus avós vieram num grupo de Zagreb, Croácia: "Foram de trem até Veneza, alguns ficaram por lá e outros vieram ao Brasil de navio".
ResponderExcluir"Não bastasse a atual rivalidade entre a Rússia e a Ucrânia, por causa das reservas de gás e petróleo da Crimeia, importantes para toda Europa, a hostilidade vem de longe, desde a época dos Cossacos que dali da Ucrânia dominavam os russos": comentário de Júlia Donelli, de São José dos Campos (SP), que se formou em Geografia pela Unesp.
ResponderExcluir"Num vácuo de poder, a oposição ucraniana assumiu o governo contrariando os interesses russos. A deposição de Yanukovich foi vista como “golpe de Estado” pela Rússia, o que aumentou as tensões. Vladimir Putin acusou, então, os mediadores ocidentais de traição e disse não considerar o novo governo ucraniano legítimo. No mesmo dia que Yanukovich deixava o poder, a líder da oposição e ex-primeira-ministra ucraniana, Yulia Tymoshenko, que estava presa desde 2011, é libertada, o que era um pré-requisito para a assinatura do acordo com a União Europeia. Isso elevou os ânimos russos que viram nesse ato um claro interesse em favor do Ocidente. De acordo com a Rússia, a mediação feita pelo Ocidente nas questões ucranianas visa à obtenção de vantagens sobre a questão do comércio de gás": comentário de Rodrigo Barreto, que nos enviou material de informação tanto sobre a Ucrânia como sobre a Croácia, nos ajudando a entender um pouco melhor essa questão que ainda não está resolvida: "Agora com a Copa da Rússia, toda a disputa voltou à tona",
ResponderExcluir"Estou conferindo aqui na mídia em geral hoje que a Croácia é proporcionalmente o menor país da Terra a chegar a uma final da Copa do Mundo, tem cerca de 4 milhões de habitantes, algo em torno de 0,06 da população mundial. Mas não há a qualidade maior de informações que este blog nos apresenta": comentário de Isabel de Sousa Medeiros, do Rio de Janeiro, engenheira civil e maratonista. (A gente aqui do blog agradece o elogio e o envio de mais material sobre os bastidores do mundial da bola).
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