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quarta-feira, 20 de junho de 2018

ESTE HOMEM E SEU EXEMPLO CULTURAL DE VIDA PODEM SER DECISIVOS NA POLÊMICA SOBRE O PROJETO DE LEI PRÓ AGROTÓXICOS NA CÂMARA EM BRASÍLIA

O holandês Joop Stoltenborg já foi entusiasmado com uso de agrotóxicos no sítio de sua família na Holanda, hoje desencantado se lembra do herbicida que deixava a sua pele amarelada mas  agora está feliz no sítio de produção orgânica  no Brasil, onde é um pioneiro deste avanço (na contramão de um dos lobbies mais poderosos do planeta)



Joop com Tini e com o know how de agricultor se torna decisivo contra agrotóxicos


André Borges, do Estadão, atualiza informações sobre o projeto de lei 6299/2002, que flexibiliza as regras para fiscalização e utilização de agrotóxicos no Brasil, depois de várias manifestações de cientistas, Ibama, defesa dos consumidores contra este PL de interesse dos ruralistas e da indústria mundial do setor: por enquanto ainda não foi votada e graças a Deus e a um bom senso mínimo, não foi aprovado pelos parlamentares este que visto como o projeto veneno na mídia internacional. A seguir, um resumo da matéria original da BBC News sobre a opção orgânica do agricultor Joop Stoltenborg, que mantém o sítio Boa Terra dentro da sua filosofia de vida, bem como, fotos e mais outros dados do G1 da Globo e da entidade Organis. Confira a seguir aqui no blog do movimento ecológico, científico, da não violência e da cidadania Folha Verde News um resumo geral da situação hoje.


 
 E o sítio Boa Terra vira ícone da agricultura orgânica no Brasil

 
"Arrancar o mato à mão demorava dias e pulverizando, apenas algumas horas. Aos domingos, quando eu encontrava a galera, a gente olhava quem tinha as mãos mais amarelas de herbicida" (Joop Stoltenborg, que depois vindo da Holanda para o Brasil adotou a agricultura orgânica em seu sitio, Boa Terra)

Joop Stoltenborg é um estímulo aos orgânicos brasileiros


Ele chegou a virar, como Joop mesmo diz, um especialista em veneno mas hoje, aos 79 anos, o holandês é um dos pioneiros da agricultura orgânica no Brasil, seu sítio é foi o sétimo certificado como orgânico no país. Hoje este experiente agricultor se opõe ao uso de agrotóxicos. Em uma palestra no evento Food Forum, em São Paulo, ele começou colocando cuidadosamente uma máscara e borrifando veneno em um prato de salada fresca: "Aqui eu usei só a dose permitida, dentro das normas. Mesmo assim, agora quero ver quem quer comer essa comida"...


 A opção pelos agrotóxicos precisa ser questionada a bem também da saúde


O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo, mais de 10 substâncias que já foram proibidas em outros países são usadas nas fazendas brasileiras. Deputados ruralistas mesmo assim continuam tentando votar, em comissão especial, o Projeto de Lei (PL) 6.299/2002, que pretende reformular a lei atual sobre o registro, a fiscalização e o controle de agrotóxicos. Atualmente, os agrotóxicos precisam ter uma avaliação toxicológica feita pela Anvisa, uma avaliação ambiental feita pelo Ibama e uma avaliação agronômica. Pela nova lei proposta pelo agronegócio, entidades especializadas como a Anvisa e o Ibama ficariam fora do processo e as substâncias seriam integralmente avaliadas apenas por uma comissão técnica com representantes dos ministérios da Agricultura, da Saúde, do Meio Ambiente, da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O debate vem causando polêmica entre ruralistas, a favor do PL 6.299/2002 e vários órgãos do setor, como também o próprio Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), todos se posicionam contra, a favor a indústria mundial dos agrotóxicos e as empresas agronegociantes. A gente espera aqui que o bom senso, a oposição do movimento dos cientistas, dos ecologistas e da cidadania prevaleça a bem do Brasil: este é o sentido maior de estarmos aqui neste blog mostrando a história e o exemplo de Joop Stoltenborg. 



Foram muitas as manifestações contra o PL 6.299/2002 


O setor de orgânicos no Brasil movimenta hoje mais de 3 bilhões de reais e cresce cerca de 20% a cada ano no Brasil, segundo o Organis - Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável. Cerca de 70% deste mercado corresponde a alimentos produzidos dessa forma e certificados por organismos que são credenciados pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os outros 30% correspondem a cosméticos, roupas, produtos de limpeza e outros setores da produção orgânica. Talvez pela força dos lobbies internacionais e do ruralismo brasileiro hoje em dia, apesar do potencial de avanço que a opção pelo orgânico significa para agricultores e para consumidores,  Joop Stoltenborg reconhece que ainda é difícil seguir esse caminho, na verdade, um atalho para o futuro sustentável, capaz de equilibrar os interesses econômicos com os ecológicos e os objetivos da saúde pública. Este atalho sim pode colocar o Brasil no caminho da liderança agrícola internacional, isso precisa ser também considerado nesta polêmica de agora. 


A feira internacional dos orgânicos nestes dias sucesso em São Paulo


(Confira na seção de comentários, atualização sobre votação do PL 6.299/2002, mais dados e informações, mensagens e opiniões)


Contra o PL dos venenos equilíbrio do ambiente e saúde dos orgânicos



Fontes: BBC News - G1 - Estadão - Organis
              folhaverdenews.blogspot.com 

8 comentários:

  1. "Bela a história do casal de holandeses Tini Schoenmaker e Joop Stoltenborg, que estão entre os produtores orgânicos mais antigos que se mantêm em atividade e cuja preocupação social e ecológica mudou a vida de muitas pessoas. Eles ganhavam um bom dinheiro com o cultivo de flores em Holambra. “Até demais”, ironizam... Com o tempo, contudo, observaram que, enquanto concentravam terras e recursos, os moradores da região empobreciam e eram obrigados a deixar a terra. Usando agricultura convencional, com agrotóxicos e adubação química, viram trabalhadores intoxicados terem de ser levados às pressas ao hospital. Essas foram as maiores razões para o casal de holandeses Tini Schoenmaker e Joop Stoltenborg, hoje com cerca de 70 anos, criarem o Sítio A Boa Terra. Lá, além de cultivar orgânicos, manter uma grande área de preservação ambiental, oferecendo aulas de “alfabetização ecológica” a alunos da rede pública local, implantaram uma minirreforma agrária e organizaram um movimento de sem-teto para construir 100 casas em mutirão. Enfim, além do mais líderes de cidadania": comentário de Maurício Ayer, da redação do site Outras Palavras.

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  2. O sítio Boa Terra está localizado a meio caminho das cidades de Casa Branca e Itobi, no estado de São Paulo, próximo à divisa com Minas Gerais. Hoje, entrega seus produtos para mais de 500 famílias em 18 cidades, entre elas São Paulo, Guarulhos, Osasco, Sorocaba, Campinas, Americana, Ribeirão Preto e Poços de Caldas. E, para aproximar as pessoas que se alimentam de seus produtos dos trabalhadores que os cultivam, organiza quatro vezes ao ano o Café das Estações, celebrando cada mudança originada pelo movimento da Terra em torno do Sol.

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  3. Logo mais mais informações também sobre o PL em debate em Brasília. Aguarde nossa próxima edição de comentários e participe. Você pode enviar mensagem direto para a redação do nosso blog de ecologia e de cidadania que postamos por aqui o seu conteúdo, mande para navepad@netsite.com.br

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  4. Material de informação, vídeos, fotos, sugestão de pauta, notícias você pode enviar diretamente pro e-mail do editor deste blog, envie pro e-mail padinhafranca603@gmail.com

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  5. "Minha esposa Tini e eu somos de regiões diferentes da Holanda. Ambos, no entanto, nos criamos em famílias de agricultores. Foi aqui em Holambra que nos conhecemos, quando o namoro engatou, os pais de Tini me convidaram a participar do negócio. A plantação de flores demandava sempre novas áreas de cultivo, o que significava uma forte pressão para a expansão das propriedades. Não há expansão de um lado sem recuo do outro, então havia um intenso processo de concentração de terras. Víamos muita gente ser expulsa do campo. A gente nesse processo todo fomos percebendo que nossa acelerada prosperidade tinha consequências sociais visíveis na região, que implicava concentração de terras e de renda. Essa percepção tinha ressonâncias de outra discussão que surgia naquele momento, relacionando as questões econômica e ecológica. Um marco deste debate foi a reunião ocorrida na Itália que produziu a Carta de Roma, na qual se afirmava que os recursos naturais do planeta são finitos, das riquezas minerais à água, e que não se podia crescer indefinidamente. “Lemos 'Small is Beautiful: Economics As If People Mattered' [traduzido no Brasil como O negócio é ser pequeno, do economista alemão Ernst Friedrich Schumacher, clique aqui para ler], sucesso internacional na época, e para nós ele foi revelador”: comentário de Joop Stoltenborg.

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  6. "A votação do PL 6.299/2002 foi adiada para a semana que vem na Câmara Federal em Brasília, ou seja, está na hora do movimento de cidadania ouvir o que diz com toda a sua experiência Joop Stoltenborg e alertar o país": comentário de Everaldo Sousa, ele é Técnico Agrícola e atua na região de Americana (SP).

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  7. "Joop Stoltenborg, os cientistas que pesquisam com independência o assunto, todos vão na mesma direção, mas perigosamente a mídia no Brasil (no caso, mais ainda a TV Bandeirantes) defende este projeto de lei ruralista, afirmando que ele é uma modernização da lei, quando na verdade se trata dum retrocesso em termos ambientais": comentário de Júlia Santos Ramos, professora de Geografia, ela informa ter acompanhado um debate neste tema na Unicamp, em Campinas.

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  8. "Tem coisas ditas modernas que são negativas, tipo a violência ou o excesso de consumismo, o debate está fora de foco, na verdade temos que lutar por uma lei e uma realidade mais contemporâneas e não voltar atrás, temos que buscar o desenvolvimento sustentável que ele sim está mais à frente, mas os nossos parlamentares ou não sabem o que é isso ou se fingem de bobos, em defesa do lobby criminoso dos agrotóxicos": Carlos Alberto, que se formou em engenharia ambiental e esteve em Brasília, relatando que "o pior pode acontecer porque a tendência ruralista na Câmara e no Senado é maior do que o bom senso ambientalista".

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