Estudantes da USP produzem plástico 100% biodegradável sob orientação de
Química pós doutoranda criando assim alternativa menos agressiva ao ambiente com
filmes plásticos que são desenvolvidos a partir do amido presentes em alguns resíduos
agroindustriais
O programa Brasil Rural, transmitido pelas rádios Nacional do Alto Solimões, Nacional de Brasília e Nacional da Amazônia,
conversou a com Bianca Maniglia, pós-doutoranda em Química pela
Universidade de São Paulo
sobre a fabricação do plástico biodegradável a partir do descarte de
resíduos
agroindustriais de cúrcuma, babaçu e urucum. Ela passou informações
muito úteis, ainda mais nesse momento em que se buscam alternativas que
sejam mais sustentáveis, menos poluentes, menos agressivas ao ambiente
terrestre e marinho, menos perigosas também para a saúde humana: "O
plástico tradicional, que está em tudo por aí, na verdade a gente vê
hoje como um grande vilão, embora na história dos materiais, ele tenha
sido uma revolução na indústria das embalagens, com tantas formas e
formatos tornando possível acondicionar os mais diferentes produtos, mas
agora deu, o plástico acabou criando grandes problemas ambientais e
então é mesmo necessário a gente pesquisar e encontrar rápido outros
materiais".
A
pós doutora em Química reconhece que a questão ambiental tem que ser
priorizada atualmente, por exemplo, superando os problemas causados
pelo plástico, mas para isso Bianca Manpiglia destaca que é preciso
dominar a tecnologia para fazer um material que seja sustentável,
trazendo as
propriedades boas do material mas também conseguindo que ele seja
absorvido na natureza do solo e das águas para não
provocar acúmulos no meio ambiente. A especialista explica que
o plástico comum é produzido a partir de
derivados de petróleo, levando até 500 anos para se decompor, já o
biodegradável sendo feito a partir de material biológico entra em
decomposição em no
máximo 120 dias. Um ganho que é muito grande, concretizando um avanço do
desenvolvimento sustentável, com equilíbrio entre o fator econômico com
o ecológico, enfim, um material ambientalmente correto e atualizado
pronto para ser produzido em escala industrial e resolver um drama
contemporâneo que já parecia sem solução. A overdose de plásticos na vida atual já foi tema de duas ou três matérias aqui no blog do movimento ecológico, científico e de cidadania Folha Verde News, agora finalmente noticiando esta possibilidade de solução deste drama socioambiental.
Nova geração de químicos, biólogos e engenheiros ambientais pesquisa soluções sustentáveis para vários tipos de problemas atuais |
A boa nova saiu dos
laboratórios do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. A Drª Bianca Chieregato
Maniglia desenvolveu filmes plásticos biodegradáveis a partir de matrizes de
amido presentes em resíduos agroindustriais de cúrcuma, babaçu e urucum. O fato
do novo material vir a ser totalmente desenvolvido a partir de descartes da
agroindústria faz toda diferença porque ao mesmo tempo, recicla resíduos, é
biodegradável, produzido com fontes renováveis que não se esgotam como o
petróleo (de onde sai o plástico comum) e cultivadas em qualquer lugar do
mundo. Há mais predicados positivos neste produto: uma matéria-prima barata,
que não compete com o mercado alimentício e ainda contém além do maiscomposição
interessante com a presença de ativos antioxidantes. Essa fórmula com compostos
antioxidantes, nos lembra a pesquisadora da USP, pode ser ainda mais interessante no
desenvolvimento de “embalagens ativas”. Uma embalagem ativa interage
com o produto que envolve, sendo capaz de melhorar a qualidade e segurança para
acondicionamento de frutas e legumes frescos. Os estudos parecem indicar o
caminho certo para a obtenção de um plástico (ou pelo menos um filme plástico)
totalmente biodegradável. A equipe de pesquisa da FFCLRP conseguiu produzir
filmes plásticos com boa aparência, com boas propriedades mecânicas, funcionais e
ativas, o que torna este material mais eficiente na conservação de alimentos, como os produtos hortifrutigrangeiros.
Este material da USP ajuda despoluir a nossa natureza |
(Confira na seção de comentários aqui do blog mais informações, mais detalhes sobre esse plástico biodegradável, mostrando mais uma vez o valor da pesquisa e o potencial dos cientistas brasileiros para resolverem problemas com tecnologia e criatividade)
A overdose de plásticos na sociedade de consumo drama socioambiental |
Fontes: Agência Brasil - EBC - Jornal da USP
folhaverdenews.blogspot.com
Bianca Chieregato Maniglia possui graduação em Química, Bacharelado com atribuição em Tecnologia, Biotecnologia e Agroindústria pela Universidade de São Paulo (2010), Engenharia Química pela Universidade de Ribeirão Preto (2013), Licenciatura em Química pela Universidade de Franca (2016), mestrado e doutorado em Química - Universidade de São Paulo/FFCLRP (2012 e 2017, respectivamente). Tem experiência na área de polímeros naturais, com ênfase em filmes biodegradáveis, atuando principalmente nos seguintes temas: resíduos agroindustriais (cúrcuma e babaçu), estudo dos processos de elaboração de filmes e blendas e realização de modificações físico-químicas em resíduos para ampliação do seu potencial de aplicação. Fez pós doutorado no Departamento de Engenharia Química (LEA/POLI - USP) na formação de blendas por extrusão de polipropileno com resíduos agroindustriais.
ResponderExcluirEste filme plástico produzido pela equipe da USP em Ribeirão Preto, inclusive com resíduos de babaçu, está chamando muito a atenção do mercado, bem como de pesquisadores de ciência ambiental.
ResponderExcluir.
"Pesquisas da USP em Ribeirão Preto avançaram na busca de plástico 100% biodegradável e competitivo com o plástico comum. Testes que reúnem na fórmula resíduos agroindustriais resultaram num produto com qualidades técnicas e econômicas promissoras": comentário de Rita Stella, divulgando a pesquisa pelo Jornal da USP.
ResponderExcluir"A química Bianca Chieregato Maniglia desenvolveu filmes plásticos biodegradáveis a partir de matrizes de amido presentes em resíduos agroindustriais de cúrcuma, babaçu e urucum. O fato do novo material ser totalmente desenvolvido a partir de descartes da agroindústria faz toda diferença. Ao mesmo tempo, recicla resíduos; é biodegradável; é produzido com fontes renováveis que não se esgotam como o petróleo (de onde sai o plástico comum) e cultivadas em qualquer lugar do mundo. Bianca lembra de mais predicados de seu produto: matéria-prima barata, que não compete com o mercado alimentício e ainda “contém composição interessante com a presença de ativos antioxidantes”. Essa fórmula com compostos antioxidantes pode ser ainda mais interessante no desenvolvimento de “embalagens ativas” que interage com o produto que envolve, sendo capaz de melhorar a qualidade e segurança para acondicionamento de frutas e legumes frescos": comentário de Paulo Henrique Moreno, de Ribeirão Preto, divulgando a pesquisa no Jornal da USP.
ResponderExcluirDepois, mais comentários, informações, alguns outros detalhes e opiniões: participe, envie mensagem para o e-mail da redação do nosso blog que aí posatamos aqui nesta seção para você, mande então pro e-mail navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirVídeos, fotos, material de informação, sugestão de pauta ou de matéria, envie seu conteúdo direto pro e-mail do nosso editor aqui do blog da ecologia e da cidadania: padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Em termos de economia, os custos de produção desses materiais podem ficar bem menores que os atuais. E isso se deve à utilização dos resíduos agroindustriais, como o produto agora desenvolvido na USP, cujos componentes não competem no mercado com a indústria de alimentos. E mais um outro lado
ResponderExcluirpositivo, uma pesquisa nacional. Os resultados desse estudo foram apresentados em março deste ano à FFCLRP na tese de doutorado de Bianca Maníglia, que trabalhou sob orientação da professora Delia Rita Tapia Blácido": comentário extraído de artigo do Jornal da USP.
"Importante que este blog com tantas visualizações todos os dias divulgue uma coquista como esta porque a grande mídia em geral não dá o espaço necessário para nossos cientistas e sem divulgação, a pesquisa não tem a necessária valorização no Brasil": comentário de João Pedro Carmo Parreira, de Belo Horizonte (MG), advogado.
ResponderExcluir"Muito positiva essa pesquisa e a gente se enche de esperança quando sente a USP e cientistas empenhados em buscar soluções sustentáveis pro meio ambiente": comentário de Isabela dos Santos, de São Paulo, que se formou pela Unicamp mas se dedica a uma empresa da sua família.
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