O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostrou
que tinha havido uma alta de 92% na destruição de florestas nos últimos anos,
viraram pasto ou áreas para plantio de soja além de serem vítimas de extração
ilegal de madeiras e ontem o Jornal Nacional com dados do G1 do Pará
reafirmou a volta da devastação que corresponde a 200 mil campos de futebol e
isso em somente um ano, um aumento de mais
22% em relação à última medição há 12 meses sendo que os estados mais atingidos
desta vez foram Mato Grosso, Pará e Amazonas: os ecologistas não estão
sozinhos nas suas denúncias e o desmatamento dobra sendo numa palavra Monstro
Já se teme na região pelo que acontecerá até 2030 |
Só
neste último mês de maio, a área desmatada na Amazônia foi duas vezes o tamanho de Belo
Horizonte. O que mais preocupa os ambientalistas é que 30% das derrubadas
ocorreram em unidades de conservação como parques, florestas nacionais e
reservas extrativistas. São áreas protegidas por lei que possuem uma grande
biodiversidade. Entre
as unidades mais desmatadas está a Floresta Nacional do Jamanxim, no sudoeste
do Pará. De janeiro a maio agora, o Imazon detectou 57 quilômetros quadrados de
desmatamento. É mais que o dobro do total desmatado em 2017 na região, também pelos
dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Nós, antes disso, havíamos recebido por e-mail aqui no blog do movimento ecológico, científico, da cidadania e da não violência Folha Verde News informações levantadas pela jornalista Katherine Rivas para o site Envolverde a partir de pesquisa efetuada na região amazônica pelo Imazon
ao longo de 1 ano, quando se prometia desmatamento zero por lá, porém,
com um aumento em 92% na devastação das florestas neste pequeno período
de 12 meses, as emissões de gases de efeito estufa também cresceram em
torno de 60%, atingindo hoje cerca de 100 milhões de toneladas As
informações com números maiores ou menores e dados discordantes estão
também no site Carbono Brasil como também em resumos de agências de notícias internacionais.
O
problema não é de hoje. Entre agosto de 2012 a julho de 2013 a Amazônia
havia perdido 2.007 quilômetros
quadrados (km2) de floresta de acordo com o Boletim do
Desmatamento (SAD) feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia (Imazon).
Isso significava uma alta de 92% entre a destruição cometida em 12 meses
com relação ao período anterior (agosto de 2011 a julho de
2012), que então registrou 1.047km2. Toda essa devastação ocorrera
principalmente nos estados do Pará (38%), Amazonas
(28%), Mato Grosso (24%) e Rondônia (9%). E agora, mais uma vez.
A extração ilegal de madeira é apenas uma das causas |
Hoje
as florestas degradadas na Amazônia Legal somam bem mais do que os
93km2 que foram detectados em julho de
2013. Em relação a julho de 2012, quando a degradação florestal somou
27,5km2 já
houve um aumento de 237%. Todo o desmatamento detectado pelo
SAD comprometeu três
milhões de toneladas de CO² equivalente. No acumulado de um ano as
emissões de CO² equivalentes comprometidas com o
desmatamento totalizaram mais de 100 milhões de toneladas, o que representa um
aumento
de 60% em relação ao período anterior Como sempre, o Ministério do Meio Ambiente que havia anunciado redução em 20% do
desmatamento se vê na prática diante dum novo aumento. Culpa as
diferenças entre os índices oficiais e a estrutura que o Imazon usa para
medir a devastação. Técnicos ambientais lembram que além do desmate
para formação de pastos para gado e campos para plantio de soja, está
crescente também a extração ilegal de madeiras. Ela ocorre também quando
se corta árvores seletivamente,
sugerindo uma mudança na dinâmica do crime ambiental. O sistema de
inteligência do MMA já detectou essa prática que precisa ser
combatida
com
novas estratégias de controle ou fiscalização mais ampla, mas até agora
isso não foi feito. Enfim, a falta de gestão ambiental governamental e
dum programa nacional de desenvolvimento sustentáveis chegam a limites
tais que hoje não só o movimento ecológico, científico e de cidadania
adverte sobre a destruição crescente da nossa última ecologia, até mesmo
a grande mídia, que muitas vezes se mantém silenciosa diante de
problemas socioambientais brasileiros.
A pecuária sem limite um dos inimigos das florestas |
Plantios ilegais e não sustentáveis se soja agravam situação |
Há ainda no ar a promessa não cumprida até hoje de que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai tornar disponível em
seu site as áreas já desmatadas e as embargadas (proibidas ao plantio
para recuperação ambiental). Ali onde há uma riqueza extraordinária na
biodiversidade das florestas seja madeireiros, criadores de gado ou
plantadores de soja, eles continuam a agir ilegalmente, pensando tão
somente
no lucro do agronegócio, poderoso neste país ruralista: está cada vez
mais ameaçada
a nossa última ecologia e não somente na região amazônica. Agora que
até o Jornal Nacional noticiou, muita gente que duvidava dos dados do
Greenpeace, por exemplo, agora acredita: a esperança é que com a eleição
de presidenciável com mais ligação com a sustentabilidade e a nossa
natureza, o desmatamento monstro possa ser reduzido. Do jeito como vai indo, em 2030 a savana e até o deserto serão o bioma principal na região mais rica em florestas nativas no país e no planeta.
Fontes: Imazon - INPE - G1 - Envolverde - Carbono Brasil
folhaverdenews.blogspot.com
"O desmatamento na Amazônia está próximo de não ter mais volta": resumo de comentários feito por especialistas em matéria da Agência EFE.
ResponderExcluir"A Amazônia está se aproximando perigosamente de um ponto "sem volta", ao qual se chegaria se o desmatamento superar 20% de sua área original, afirmam dois renomados biólogos da Fundação das Nações Unidas. Em um editorial publicado pela revista especializada "Science Advances", o pesquisador americano Thomas Lovejoy e o brasileiro Carlos Nobre garantiram que o desmatamento da Amazônia está perto de 17% de sua vegetação nos últimos 50 anos, e que o limite de 20% seria o abismo climático": Agência EFE.
ResponderExcluir"A Amazônia produz aproximadamente metade de suas chuvas ao reciclar a umidade na medida em que o ar se move a partir do Atlântico, através da América do Sul e rumo a oeste. Esta umidade é importante para alimentar o ciclo da água não só do Barsil, da Terra de maneira mais ampla e afeta o bem-estar humano, a agricultura, as estações de seca e o comportamento da chuva em muitos países da América do Sul": comentário ainda deste estudo da EFE.
ResponderExcluir"Recentemente, fatores como a mudança climática, o desmatamento e o uso generalizado do fogo, das queimadas, tiveram influência no ciclo natural da água nesta região, acrescentaram os biólogos. Até agora, os estudos indicam que as interações negativas entre esses fatores significam que o sistema amazônico mudará para não florestal no leste, no sul e no centro da Amazônia se o desmatamento alcançar níveis que impactem em entre 20% e 25% da região. De fato, segundo os especialistas, a gravidade das secas de 2005, 2010 e 2015 poderia representar os primeiros reflexos deste ponto de inflexão ecológica. Esses eventos, junto com as fortes inundações de 2009, 2012 e 2014, sugerem que todo o sistema está oscilando.
ResponderExcluirAlém disso, os fatores de grande escala, como as temperaturas mais quentes da superfície do mar sobre o Atlântico Norte Tropical, também parecem estar associados com as mudanças na Terra. Por esses motivos, os biólogos Lovejoy e Nobre exigiram em seu artigo que se contenha a área desmatada abaixo de 20% da superfície original para evitar que se chegue a um ponto sem volta na capacidade regenerativa dessa importante região": comentário de conclusão do levantamento sobre a Amazônia feito pela EFE.
"O Brasil não precisa desmatar mais nada nem para plantio nem para criação de gado, há terras suficientes para isso, urgente é ter uma gestão sustentável deste setor": comentário de Geraldo Marques, economista de São Paulo, que nos envia material do Greenpeace, que fez um levantamento sobre esta questão. A gente agradece e vamos divulgar em seguida, já, esta informação.
ResponderExcluir"O Brasil não tem mais motivos para desmatar Apenas na Amazônia, a área de floresta perdida equivale a duas vezes o território da Alemanha. Desse total desmatado, 65% é usado para pastagens de baixa eficiência – menos de um boi por hectare. A contribuição adicional de cada ano de desmatamento para a economia é ínfima: entre 2007 e 2016 (7.502 km²/ano) teve potencial de adicionar anualmente apenas 0,013% do PIB brasileiro. A agropecuária pode continuar a contribuir para a economia produzindo nas áreas já desmatadas Só na Amazônia há 10 milhões de hectares de pastagens abandonadas ou mal aproveitadas, que poderiam ser usadas para a ampliação da produção de carne e grãos. Desde 2006, por exemplo, a área plantada com soja cresceu quase quatro vezes na Amazônia, devido à expansão sobre pastagens": comentário extraído das conclusões do estudo do Greenpeace a nós enviado por e-mail por Geraldo Marques.
ResponderExcluir"O desmatamento faz mal à saúde e ao clima Todos os anos, centenas de mortes precoces ocorrem na Amazônia devido à poluição gerada pelas queimadas. O desmatamento também prejudica o clima global – as mudanças no uso da terra representaram 51% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil, mantém o país como o sétimo maior poluidor do mundo. As temperaturas na bacia do Xingu subiram 0.5o C como decorrência da perda de florestas nos últimos anos, e isso pode estar relacionado às secas que têm prejudicado a produção na região": idem, ibidem.
ResponderExcluir"Desmatar a Amazônia é destruir o regador da agricultura, gerando prejuízos ao agronegócio. O Brasil já conhece o caminho para o desmatamento zero, então basta tornar esta estratégia uma gestão pública na Amazônia, o DZ é plenamente viável": comentário ainda do economista Geraldo Marques a partir do levantamento Greenpeace.
ResponderExcluir"Além de implantar como gestão mesmo o Desmatamento Zero, urgente punir os responsáveis pelo desmate ilegal, sejam pecuaristas, agricultores, madeireiros ou quem for, a impunidade é tão criminosa como a devastação da Amazônia": comentário de Marlene Santos, que é do interior de São Paulo (Catanduva) mas vive há alguns anos em Manaus (AM), como advogada.
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