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quinta-feira, 21 de junho de 2018

ATÉ O JORNAL NACIONAL ALERTA SOBRE O TAMANHO DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA QUE VOLTOU A CRESCER AGORA QUANDO JÁ DEVERIA ESTAR SENDO ZERADO


O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostrou que tinha havido uma alta de 92% na destruição de florestas nos últimos anos, viraram pasto ou áreas para plantio de soja além de serem vítimas de extração ilegal de madeiras e ontem o Jornal Nacional com dados do G1 do Pará reafirmou a volta da devastação que corresponde a 200 mil campos de futebol e isso em somente um ano, um aumento de mais 22% em relação à última medição há 12 meses sendo que os estados mais atingidos desta vez  foram Mato Grosso, Pará e Amazonas: os ecologistas não estão sozinhos nas suas denúncias e o desmatamento dobra sendo numa palavra Monstro


Já se teme na região pelo que acontecerá até 2030
OK


Só neste último mês de maio, a área desmatada na Amazônia foi duas vezes o tamanho de Belo Horizonte. O que mais preocupa os ambientalistas é que 30% das derrubadas ocorreram em unidades de conservação como parques, florestas nacionais e reservas extrativistas. São áreas protegidas por lei que possuem uma grande biodiversidade. Entre as unidades mais desmatadas está a Floresta Nacional do Jamanxim, no sudoeste do Pará. De janeiro a maio agora, o Imazon detectou 57 quilômetros quadrados de desmatamento. É mais que o dobro do total desmatado em 2017 na região, também pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).  Nós, antes disso, havíamos recebido por e-mail aqui no blog do movimento ecológico, científico, da cidadania e da não violência Folha Verde News informações levantadas pela jornalista Katherine Rivas para o site Envolverde a partir de pesquisa efetuada na região amazônica pelo Imazon ao longo de 1 ano, quando se prometia desmatamento zero por lá, porém, com um aumento em 92% na devastação das florestas neste pequeno período de 12 meses, as emissões de gases de efeito estufa também cresceram em torno de 60%, atingindo hoje cerca de 100 milhões de toneladas As informações com números maiores ou menores e dados discordantes estão também no site Carbono Brasil como também em resumos de agências de notícias internacionais.



 Nem mesmo reservas e unidades de proteção estão escapando

O problema não é de hoje. Entre agosto de 2012 a julho de 2013 a Amazônia havia perdido 2.007 quilômetros quadrados (km2) de floresta de acordo com o Boletim do Desmatamento (SAD) feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Isso significava uma alta de 92% entre a destruição cometida em 12 meses com relação ao período anterior (agosto de 2011 a julho de 2012), que então registrou 1.047km2. Toda essa devastação ocorrera principalmente nos estados do Pará (38%), Amazonas (28%), Mato Grosso (24%) e Rondônia (9%). E agora, mais uma vez.
 
A extração ilegal de madeira é apenas uma das causas



Hoje as florestas degradadas na Amazônia Legal somam bem mais do que os 93km2 que foram detectados em julho de 2013. Em relação a julho de 2012, quando a degradação florestal somou 27,5km2 já houve um aumento de 237%. Todo o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu três milhões de toneladas de CO² equivalente.  No acumulado de um ano as emissões de CO² equivalentes comprometidas com o desmatamento totalizaram mais de 100 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 60% em relação ao período anterior  Como sempre, o Ministério do Meio Ambiente que havia anunciado redução em 20% do desmatamento se vê na prática diante dum novo aumento. Culpa as diferenças entre os índices oficiais e a estrutura que o Imazon usa para medir a devastação. Técnicos ambientais lembram que além do desmate para formação de pastos para gado e campos para plantio de soja, está crescente também a extração ilegal de madeiras. Ela ocorre também quando se corta árvores seletivamente, sugerindo uma mudança na dinâmica do crime ambiental. O sistema de inteligência do MMA já detectou essa prática que precisa ser combatida com novas estratégias de controle ou fiscalização mais ampla, mas até agora isso não foi feito. Enfim, a falta de gestão ambiental governamental e dum programa nacional de desenvolvimento sustentáveis chegam a limites tais que hoje não só o movimento ecológico, científico e de cidadania adverte sobre a destruição crescente da nossa última ecologia, até mesmo a grande mídia, que muitas vezes se mantém silenciosa diante de problemas socioambientais brasileiros. 

A pecuária sem limite um dos inimigos das florestas


Plantios ilegais e não sustentáveis se soja agravam situação


Há ainda no ar a promessa não cumprida até hoje de que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)  vai tornar disponível em seu site as áreas já desmatadas e as embargadas (proibidas ao plantio para recuperação ambiental). Ali onde há uma riqueza extraordinária na biodiversidade das florestas seja madeireiros, criadores de gado ou plantadores de soja, eles continuam a agir ilegalmente, pensando tão somente no lucro do agronegócio, poderoso neste país ruralista: está cada vez mais ameaçada a nossa última ecologia e não somente na região amazônica. Agora que até o Jornal Nacional noticiou, muita gente que duvidava dos dados do Greenpeace, por exemplo, agora acredita: a esperança é que com a eleição de presidenciável com mais ligação com a sustentabilidade e a nossa natureza, o desmatamento monstro possa ser reduzido. Do jeito como vai indo, em 2030 a savana e até o deserto serão o bioma principal na região mais rica em florestas nativas no país e no planeta.





Fontes: Imazon - INPE -  G1 - Envolverde - Carbono Brasil 
              folhaverdenews.blogspot.com

9 comentários:

  1. "O desmatamento na Amazônia está próximo de não ter mais volta": resumo de comentários feito por especialistas em matéria da Agência EFE.

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  2. "A Amazônia está se aproximando perigosamente de um ponto "sem volta", ao qual se chegaria se o desmatamento superar 20% de sua área original, afirmam dois renomados biólogos da Fundação das Nações Unidas. Em um editorial publicado pela revista especializada "Science Advances", o pesquisador americano Thomas Lovejoy e o brasileiro Carlos Nobre garantiram que o desmatamento da Amazônia está perto de 17% de sua vegetação nos últimos 50 anos, e que o limite de 20% seria o abismo climático": Agência EFE.

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  3. "A Amazônia produz aproximadamente metade de suas chuvas ao reciclar a umidade na medida em que o ar se move a partir do Atlântico, através da América do Sul e rumo a oeste. Esta umidade é importante para alimentar o ciclo da água não só do Barsil, da Terra de maneira mais ampla e afeta o bem-estar humano, a agricultura, as estações de seca e o comportamento da chuva em muitos países da América do Sul": comentário ainda deste estudo da EFE.

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  4. "Recentemente, fatores como a mudança climática, o desmatamento e o uso generalizado do fogo, das queimadas, tiveram influência no ciclo natural da água nesta região, acrescentaram os biólogos. Até agora, os estudos indicam que as interações negativas entre esses fatores significam que o sistema amazônico mudará para não florestal no leste, no sul e no centro da Amazônia se o desmatamento alcançar níveis que impactem em entre 20% e 25% da região. De fato, segundo os especialistas, a gravidade das secas de 2005, 2010 e 2015 poderia representar os primeiros reflexos deste ponto de inflexão ecológica. Esses eventos, junto com as fortes inundações de 2009, 2012 e 2014, sugerem que todo o sistema está oscilando.
    Além disso, os fatores de grande escala, como as temperaturas mais quentes da superfície do mar sobre o Atlântico Norte Tropical, também parecem estar associados com as mudanças na Terra. Por esses motivos, os biólogos Lovejoy e Nobre exigiram em seu artigo que se contenha a área desmatada abaixo de 20% da superfície original para evitar que se chegue a um ponto sem volta na capacidade regenerativa dessa importante região": comentário de conclusão do levantamento sobre a Amazônia feito pela EFE.

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  5. "O Brasil não precisa desmatar mais nada nem para plantio nem para criação de gado, há terras suficientes para isso, urgente é ter uma gestão sustentável deste setor": comentário de Geraldo Marques, economista de São Paulo, que nos envia material do Greenpeace, que fez um levantamento sobre esta questão. A gente agradece e vamos divulgar em seguida, já, esta informação.

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  6. "O Brasil não tem mais motivos para desmatar Apenas na Amazônia, a área de floresta perdida equivale a duas vezes o território da Alemanha. Desse total desmatado, 65% é usado para pastagens de baixa eficiência – menos de um boi por hectare. A contribuição adicional de cada ano de desmatamento para a economia é ínfima: entre 2007 e 2016 (7.502 km²/ano) teve potencial de adicionar anualmente apenas 0,013% do PIB brasileiro. A agropecuária pode continuar a contribuir para a economia produzindo nas áreas já desmatadas Só na Amazônia há 10 milhões de hectares de pastagens abandonadas ou mal aproveitadas, que poderiam ser usadas para a ampliação da produção de carne e grãos. Desde 2006, por exemplo, a área plantada com soja cresceu quase quatro vezes na Amazônia, devido à expansão sobre pastagens": comentário extraído das conclusões do estudo do Greenpeace a nós enviado por e-mail por Geraldo Marques.

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  7. "O desmatamento faz mal à saúde e ao clima Todos os anos, centenas de mortes precoces ocorrem na Amazônia devido à poluição gerada pelas queimadas. O desmatamento também prejudica o clima global – as mudanças no uso da terra representaram 51% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil, mantém o país como o sétimo maior poluidor do mundo. As temperaturas na bacia do Xingu subiram 0.5o C como decorrência da perda de florestas nos últimos anos, e isso pode estar relacionado às secas que têm prejudicado a produção na região": idem, ibidem.

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  8. "Desmatar a Amazônia é destruir o regador da agricultura, gerando prejuízos ao agronegócio. O Brasil já conhece o caminho para o desmatamento zero, então basta tornar esta estratégia uma gestão pública na Amazônia, o DZ é plenamente viável": comentário ainda do economista Geraldo Marques a partir do levantamento Greenpeace.

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  9. "Além de implantar como gestão mesmo o Desmatamento Zero, urgente punir os responsáveis pelo desmate ilegal, sejam pecuaristas, agricultores, madeireiros ou quem for, a impunidade é tão criminosa como a devastação da Amazônia": comentário de Marlene Santos, que é do interior de São Paulo (Catanduva) mas vive há alguns anos em Manaus (AM), como advogada.

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