Está comprovado um processo de invasão do agronegócio em reservas de recursos naturais e hídricos: as medidas para conter as invasões e mudar esta realidade ainda não foram tomadas pelo Governo e estes fatos da Operação Shoyu em Matopiba provam as denúncias que vêm sendo feitas há tempos pela mídia mais aberta ao movimento ecológico, científico e de cidadania, como é o caso deste nosso blog
As fotos de Vinicius Mendonça da Operação do Ibama comprovam... |
...um processo de destruição dos recursos do Cerrado |
As fotos de Vinicius Mendonça feitas durante esta operação do Ibama comprovam desmatamento e plantio em
áreas que deveriam estar sendo protegidas em terras tradicionalmente indígenas e/ou em reservas florestais, no Cerrado
principalmente: só diante da invasão de grandes produtores de soja, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente aplicou R$ 105,7 milhões em multas por plantio
ilegal de grãos em áreas embargadas no interior do país, na região do bioma Cerrado. Há ainda invasões de madeIreiras e de pecuaristas que não estão nesta conta, por enquanto. Esta operação do Ibama em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) foi realizada para
coibir o desmatamento ilegal em áreas no Cerrado com várias ocorrências de plantio ou de pecuária ilegais, resultando até o momento na aplicação de
62 autos de infração. Iniciada no fim de abril,
e desenvolvida agora em maio esta fase da Operação Shoyu ocorreu em quatro estados: Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia, na região conhecida como Matopiba, com o objetivo de
responsabilizar empresas e produtores rurais que descumprem embargos de áreas
ilegalmente desmatadas e que comercializam, financiam ou intermedeiam produtos
agrícolas cultivados ali ilegalmente. Esta ocorrência comprova que há um processo de invasões em andamento no interior do Brasil.
Ibama usou drones e dados geoespaciais na Operação Shoyu |
A partir
do cruzamento de dados geoespaciais foram identificados 60 polígonos com
embargos descumpridos. As ilegalidades estavam associadas a 78 pessoas (físicas
e jurídicas) e 77 imóveis. Produtores rurais foram autuados por descumprir
embargos do Ibama em 40 propriedades, impedir a regeneração natural em
outras 14 e comercializar produtos de origem vegetal produzidos em áreas
embargadas de 10 imóveis rurais. Somente nesta operação, cinco
tradings foram multadas em R$ 24,6 milhões por adquirir 49.205 sacas de 60 kg
de soja produzida em áreas embargadas por serem reservas da nossa natureza. Durante a investigação foi
constatado que a compra antecipada de grãos financiou a atividade ilegal. O processo criminoso está claro, agora é urgente que se tomem medidas de gestão no Cerrado, na Amazônia, em todos os biomas brasileiros, para conter a volúpia do agronegócio e a destruição de reservas naturais e hídricas essenciais para o equilíbrio ambiental no Brasil, já mostrando descontrole no ciclo de chuvas e nas secas, nas erosões e nos desmatamentos ou queimadas na destruição enfim da ecologia brasileira.
(Confira na seção de comentários aqui no blog da gente mais informações e mensagens)Invasões estão destruindo a região de Matopiba... |
Fontes: EcoDebate - Ibama - Greenpeace
folhaverdenews.blogspot.com
"Um manifesto assinado por 40 entidades, nacionais e internacionais, convoca os setores da soja e carne a contribuírem para impedir a destruição do cerrado brasileiro. O documento é intitulado Nas mãos do mercado, o futuro do cerrado: é preciso interromper o desmatamento. Ele aponta o risco de extinção de 480 espécies até 2050 e cita a região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Ceará, como exemplo de maior perda de vegetação nativa nos últimos anos": comentário de Fpabio Lima, que edita o site Cidade Verde e em 1ª mão, ainda em 2017, divulgou este problema e esta denúncia, agora comprovada de vez pelo Ibama.
ResponderExcluir"O Brasil perdeu, entre 2013 e 2015, quase 19 mil quilômetros quadrados de cerrado, o equivalente à área da cidade de São Paulo a cada dois meses. Sobre o Matopiba: a região é a principal fronteira de desmatamento, onde 62% da expansão agrícola teria ocorrido sobre vegetação nativa. Lideranças ambientais de cinco organizações que assinam o manifesto visitaram a região do Matopiba ainda em setembro de 2016. Entre os problemas encontrados, elas destacam a "ausência de Estado". As instituições são frágeis em quase todos os setores, e muitas vezes não têm capacidade de evitar perdas de direitos associadas à grilagem da terra, expulsão de comunidades locais, contaminação da água e outros crimes além de toda a destruição de recursos naturais e hídricos": comentário no documento assinado por entidades como a WWF-Brasil, The Nature Conservancy (TNC), Greenpeace Brasil, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
ResponderExcluir"Outro ponto preocupante da destruição de reservas do Cerrado é o risco social e vulnerabilidade de comunidades locais no Matopiba. Foi constatada a expulsão de famílias de pequenos produtores por grileiros - provocando o êxodo rural, conflitos com a cadeia de soja e a crise nos serviços públicos de saúde, educação e outras áreas. É desnecessário que esses dois setores continuem se expandindo sobre habitats naturais no Cerrado, especialmente considerando que há cerca de 40 milhões de hectares já abertos no Brasil com aptidão para a expansão da soja, ou seja, não é necessário mais nenhum desmatamento, já existem áreas suficientes": comentário de Luiz Ferreira Mendes, agrônomo a partir de informações obtidas junto a algumas das principais e mais respeitadas entidades ambientalistas em ação no Brasil
ResponderExcluir"A lista pública de embargos ambientais na região de Matopiba nesta operação está disponível para consulta no site do Ibama, aponta as áreas proibidas para produção. O art. 54 do Decreto 6.514/2008 define como ilícito ambiental o comércio de produtos rurais procedentes dessas áreas. Na Amazônia Legal, a lista pública de autuações e embargos é usada por integrantes da cadeia produtiva da soja em análises de risco para a concessão de créditos rurais, o que gera compromissos econômicos voluntários em favor do controle do desmatamento": comentário em matéria sobre a Operação Shoyu agora do Ibama no site nacional de assuntos socioambientais EcoDebate.
ResponderExcluir"O Matopiba é uma região de intensa expansão do desmatamento no Cerrado. Por isso, é necessário maior envolvimento das cadeias produtivas para aumentar a conservação do bioma. O desmatamento ilegal no Cerrado é mais acelerado no Matopiba do que em outras regiões do bioma, o que exige o aprimoramento das estratégias de controle para garantir que a dissuasão atinja todos os elos ilegais na cadeia produtiva”: comentário do coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Renê Luiz de Oliveira.
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