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domingo, 20 de maio de 2018

EDUCAÇÃO COM PROFESSOR INDÍGENA EM CAARAPÓ ESPERANÇA DE NOVO CAMINHO NO MATO GROSSO DO AGRONEGÓCIO ONDE ACONTECEM MAIS HOMICÍDIOS DE ÍNDIOS


Já está quase pronta em Caarapó a escola em área ocupada por indígenas da etnia Guarani Kayowá em constante conflito com fazendeiros: a decisão foi dos índios com o apoio do Ministério Público Federal em busca duma nova realidade por ali


Caarapó é um pontos negros da violência contra povos indígenas...

..Guarani, Kaiowás e outras etnias nativas dali


Recebemos aqui na redação do blog Folha Verde News, através de e-mail, matéria feita por Natália Yahn para o Correio do Estado, na região de Caarapó, no Mato Grosso do Sul esta notícia positiva, com a esperança de haver pelo menos a partir de agora uma trégua na violência contra os índios naquela região: por lá está a segunda maior população indígena do Brasil (70 mil pessoas) e disputas de terras geram os mais altos índices de homicídios do país. Os índios entenderam que através da educação das crianças, dos jovens, da valorização das suas raízes culturais e da convivência com a população das cidades, esta situação poderá ir mudando. O Ministerio Público Federal montou parcerias (também com a Prefeitura de Caarapó) para assim viabilizar esta escola Guarani Kayowá, ali na Terra Indígena Guyraroká. Acompanhe um resumo das informações desta luta cultural pela paz na fronteira dos maiores conflitos entre ruralistas e índios no interior do Brasil.
Jovens indígenas no Te'ykuê, festa nativa em Caarapó
A escola em Caarapó pode ajudar a mudar essa realidade

A construção está sendo financiada com recursos disponibilizados pelo Ministério Público do Trabalho por meio do procurador Jeferson Pereira, com recursos provenientes de multas por descumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta. Na verdade, vai se ampliar uma construção de 63 metros quadrados que já existia e está sendo ampliada e adaptada para ser sala de aulas com professor índígena, também, ponto de encontro e local de apoio ao atendimento médico a índios, a ser feito pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). A estrutura contará também com cozinha, instalações básicas para higiene e um espaço para reuniões da comunidade. A mão de obra é custeada pela Prefeitura de Caarapó e assim com esse mutirão também entre o MPF e o MPT o início das aulas e das operações do espaço cultural já está agendado para o segundo semestre de 2018 agora. 

A escola em Caarapó será também base de apoio...
...e espaço cultural dos indígenas da região



Com certeza, um dos principais avanços da escola será um professor índio, capacitado a resgatar a cultura indígena ali em Guyraroká: isso pode influir em mudanças e avanços no Mato Grosso do Sul, terra ruralista? O tempo e os fatos dirão. 


Agronegócio e urbanização mudando cenários em Caarapó
Caarapó no mapa das terras dos índios

As diversas etnias indígenas que foram expulsas à força de seus territórios ou reunidas em pequenas áreas, para dar lugar à agropecuária, passaram, então, a depender de políticas compensatórias, lembrando aqui que a Constituição Federal de 1988 desde então já pelo menos no papel garantia aos indígenas o direito às suas terras tradicionais. De repente, a luta cultural poderá aproximar mais estes direitos da realidade dos Guarani Kaiowás em pleno faroeste do agronegócio. 


Devastação e invasão das terras indígenas em Caarapó...


...onde a violência contra os Guarani Kaiowá é alerta do CIMI e da ONU


(Confira mais informações na seção de comentários deste blog sobre a questão em Caarapó, também com base em dados do site Amazônia Real)

 

Fontes: Correio do Estado - ONU
             folhaverdenews.blogspot.com

8 comentários:

  1. Segundo a Funai, estudos afirmam que há relatos da ocupação tradicional dos indígenas desde o século 17 em Dourados Amambaipeguá 1, no Mato Grosso do Sul: a informação é destaque no site Amazônia Real.




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  2. "Campo Grande (MS) – Durante 17 dias a Aty Guasu (Grande Assembleia dos Povos Indígenas Guarani e Kaiowá) esteve reunida em vigília numa espera aflita da possível execução de duas ordens de despejos pela Polícia Federal contra as famílias que vivem nos Tokohas Jeroky Guasu e Pindo Roky, dentro do território em processo de demarcação Terra Indígena Dourados Amambaipeguá 1, em Caarapó, na região do Mato Grosso do Sul. O Ministério Público Federal pediu as suspensões das decisões no Tribunal Regional Federal da 3ª. Região, mas não houve uma solução definitiva ainda": comentário de Izabela Sanches, matéria especial para o site Amazônia Real.



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  3. “Estamos reunidos oito mil pessoas para proteger a nossa terra sagrada. Estamos vivendo uma tortura física e psicológica aqui no estado de Mato Grosso do Sul”: comentário de lideranças Guarani Kaiowá em carta assinada na assembleia indígena Aty Guasu.



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  4. A Terra Indígena Dourados Amambaipeguá 1 foi reconhecida como sendo uma ocupação tradicional dos Guarani Kaiowá e Guarani Nhandeva em 12 de maio de 2016, quando o governo federal publicou no Diário Oficial da União o relatório circunstanciado da Fundação Nacional do Índio (Funai). O território tradicional identificado é de 55 mil hectares. Segundo o Ministério Público Federal (MPF).

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  5. "As terras indígenas ali englobam áreas sobrepostas de 87 propriedades rurais dos municípios de Caarapó, Laguna Carapã e Amambai. Mas os fazendeiros entraram com constantes ações de reintegração de posse determinadas pela Justiça Federal em Dourados, que fica a 272 quilômetros de Campo Grande. O pedido de despejo das famílias do Tekoha Jeroky Guasu atende uma ação de reintegração de posse (processo de número 0002975-50.2016.403.6002) movida pelo fazendeiro José Odonel Vieira da Silva. Ele acusa os indígenas de crimes de esbulho (invasão), turbação (causar desordem) e ameaça. A Fundação Nacional do Índio (Funai) ingressou com um recurso argumentando que a terra indígena está em processo de demarcação, mas o TRF da 3ª. Região manteve a ordem de reintegração de posse da Justiça Federal em Dourados. Enfim, continua o conflito nos tribunais e nas terras da região": comentário que resume situação e foi publicado também no jornal Correio do Estado, Mato Grosso do Sul.

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  6. "Segundo o líder indígena Alécio Ramires Quevedo, os prometem resistência à reintegração de posse das terras originalmente suas mas temem que ali seja palco de mais violência. Ficou dialogado (com a Polícia Federal) dez dias para o pessoal sair pacíficamente, ou mandaria a tropa de choque e bomba. É uma área pequena, mas nessa área a comunidade está em volta, tem nove tekohas. Essa área tem 3 hectares, é só um pedacinho (da terra indígena Amambaipeguá). A gente está pensando o que pode fazer, porque a Polícia Federal pode passar no meio, por meio da aldeia Tey Kue, ou pode criar outra estratégia, porque a aldeia Tey Kue está envolvida com essa questão”: comentário também divulgado pelo CIMI junto à ONU.




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  7. Mais informações da matéria Terra Indígena Dourados Amambaipeguá 1, em Caarapó, Mato Grosso do Sul, site Amazônia Real: "Para os Guarani Kaiowá as ordens de despejos significam mais impunidade e violência por parte dos fazendeiros do Mato Grosso do Sul como o assassinato do agente de saúde Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza na fazenda Yvu, em 2016. Os cinco acusados pelo crime estão soltos. Os indígenas relatam também ameaças e envenenamento das lavouras e mananciais pela pulverização de agrotóxicos através de aviões.
    A liderança Guarani Kaiowá Norivaldo Mendes, 41, disse à reportagem que a Aty Guasu (Grande Assembleia dos Povos Indígenas Guarani Kaiowá) continuará em vigília até que as decisões de despejos sejam suspensas. “A gente não está sozinho”. O cacique Celso Martins, 41, diz que todos os indígenas estão mobilizados e não pretendem deixar os territórios já identificados pela Funai como de ocupação tradicional. A tese do Marco Temporal é derrubada pelos estudos antropológicos da Funai. Os estudos afirmam que há relatos da ocupação indígena dos Guarani Kaiowá desde o século 17 em Dourados Amambaipeguá 1.
    “Após a Guerra do Paraguai, os índios teriam sido expulsos de suas terras para dar lugar a formação de fazendas. Apesar da retirada forçada, os Guarani permaneceram na região como peões ou trabalhadores braçais para manter proximidade com o território tradicional”, conforme informa a Funai.

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  8. "Mesmo em condições adversas e de submissão, os Guarani e Kaiowá nunca deixaram de acessar suas terras de ocupação tradicional, empreendendo diversos esforços para resistir ao esbulho renitente de suas terras, havendo documentação oficial destes episódios, desde os anos 1940 até 1992, após a promulgação da Constituição Federal de 1988”: comentário de De acordo com o estudo publicado pela Funai, “mesmo em condições adversas e de submissão, os Guarani e Kaiowá nunca deixaram de acessar suas terras de ocupação tradicional, empreendendo diversos esforços para resistir ao esbulho renitente de suas terras, havendo documentação oficial destes episódios, desde os anos 1940 até 1992, após a promulgação da Constituição Federal de 1988”: comentário baseado em nota do MPF do Mato Grosso do Sul e estudos da Funai.

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