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de jornalismo independente é um raridade e abre espaço para três dos líderes dos povos
indígenas que têm muito o que dizer: quebram o silêncio da maioria no Brasil que não sabe ou omite que os índios estão sendo dizimados aqui que um dia já foi o país da natureza (hoje é da violência e da corrupção)
Reportagem de Marina Amaral e de Sofia Amaral no
site Agência Pública (que reúne matérias e repórteres mais independentes e
autênticos ou éticos nesse Brasil estranho da atualidade em termos éticos) e a
gente resume aqui no blog do movimento ecológico, científico, da cidadania e da
não violência Folha Verde News o que Raoni Kayapó, Davi Yanomâmi e Sonia
Guajajara em resumo enfocam e representam. Depois entre em apublica.org para
conferir na íntegra esta reportagem dum jornalismo de verdade, OK?
Não é só cor, festa, fashion: dia do índio deveria ser todo dia... |
...e a população pressionar pelo fim da violência contra os povos nativos do Brasil |
O
mais famoso entre os três finalmente entrevistados talvez seja Raoni, o líder Kayapó com seu impressionante
adorno no lábio inferior – o labret –, sinal de compromisso do guerreiro com a
terra em que nasceu. Discursando em sua língua nativa, apesar do português
aprendido com os irmãos Villas-Bôas, há 40 anos empreende uma cruzada pelos
direitos, não apenas de seu povo, mas de todos os parentes – como os indígenas
se referem aos que pertencem a outras etnias. Desde 1989, quando deixou o
Brasil pela primeira vez para um tour em 17 países com o apoio de Sting, o
vocalista do Police, não parou de correr o mundo em defesa da floresta
amazônica, do Xingu, dos indígenas brasileiros e da nossa última ecologia. Ele convenceu índios de muitas tribos e etnias a não venderem madeira das florestas e zelarem pelos recursos da nossa natureza, com a explicação genial: "Se a natureza acabar, os primeiros a desaparecerem são os índios". Falando com a população brasileira, Raoni foi claro: “Eu quero deixar um recado
para todos vocês que são brancos, e eu quero que vocês ouçam minha palavra. Eu
não aceito barragem nos rios que moramos e não aceito extração de minérios em
nossas terras”, diz o ancião (ele tem por volta de 85 anos) em depoimento
gravado e
traduzido por seu neto e herdeiro, Beptuk, pouco antes de embarcar para última
Convenção sobre a Mudança do Clima da ONU, na Alemanha. Além do mais, Raoni é um dos ecologistas mais avançados do Brasil.
Conhecido
internacionalmente quase tanto quanto Raoni é o xamã Davi Kopenawa, o líder dos Yanomâmi, um dos povos
indígenas sobreviventes, com uma população de 25 mil pessoas que vivem no
Brasil (entre Roraima e Amazonas). Outros 15 mil desta etnia sobrevivem na Venezuela. Resumindo, Davi Yanomâmi relembra as ameaças sofridas
pelo povo, entre elas a invasão de 40 mil garimpeiros em 1986, autorizada pelo
então presidente da Funai Romero Jucá ao seu território. Foi também em uma
cruzada internacional, em companhia de outras lideranças como o próprio Raoni,
que os Yanomâmi conseguiram finalmente demarcar sua terra e deter o genocídio
de seu povo. “Agora tá pior, muito pior pra nós, presidente Temer, ele não é
honesto”, diz na gravação feita em Brasília, depois de uma palestra para
estudantes indígenas da UnB (Universidade de Brasilia). Ao contrário das autoridades governamentais, os jovens universitários entendem o desafio do índios que por serem os Pais do País deveriam ser ouvidos e respeitados a bem dum avanço cultural, étnico e moral da nação. Nação, que nação? Parecem dizer os políticos na síntese dos seus atos e da sua atuação lamentável no Brasil atualmente.
Davi com a paz Yanomâmi vai à guerra em defesa dos índios |
A esperança está na
resistência, concordam os líderes, que veem com entusiasmo o despontar de uma
nova líder, pela primeira vez uma mulher, que une contemporaneidade à defesa da
cultura tradicional. “Hoje o índio não está só no mato, hoje nós ocupamos todos
os espaços da sociedade”: esta é uma síntese das declarações de Sônia Guajajara, uma liderança atualmente de muita força no movimento de cidadania nacional e internacional. Ela foi convidada para vir a ser candidata a vice Presidente do Brasil. Aceitou o desafio. Só precisa ser se nosso povo está preparado para ser governado pelo nosso próprio povo.
Sônia Guajajara tem espaço quase que só no exterior |
Fontes:
apublica.org – survival international – folhaverdenews.blogspot.com
"Três dos principais líderes indígenas do Brasil denunciaram o ataque conjunto dos governos contra os direitos indígenas, os acusando de genocidio": comentário no site Survival International.
ResponderExcluirDavi Kopenawa Yanomami, xamã e líder do povo Yanomami do norte da Amazônia, Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó, e Sonia Bone Guajajara, líder e ativista guajajara, publicaram uma carta aberta. ainda por ocasião do Dia Internacional dos Povos Indígenas, Na carta, eles declaram: "Em nosso país, o Brasil, há um genocídio acontecendo silenciosamente e com violência".
ResponderExcluir"Nosso governo está nos destruindo, povos indígenas, os primeiros habitantes do país. Em nome do lucro e do poder, eles roubam nossas terras, incendeiam nossas florestas, poluem nossos rios e devastam nossas comunidades. Nossos parentes não contatados, que vivem no coração da floresta, são atacados e mortos. Mas não nos deixaremos silenciar. Nós não queremos que as riquezas da nossa terra sejam roubadas e vendidas. Nós cuidamos de nossas matas desde tempos imemoriais. Protegemos nossa floresta porque nos dá vida": comentário extraído da carta aberta dos três líderes indígenas brasileiros enfocados hoje aqui em nosso blog.
ResponderExcluir"Nós, irmãos e irmãs indígenas de mais de 200 tribos diferentes, nos unimos em um único protesto. E do coração da floresta amazônica, pedimos ajuda. Neste momento de emergência, precisamos de você. Por favor, diga ao nosso governo que nossa terra não deve ser roubada": comentário também extraído do mesmo documento, que serviu de inspiração a esta matéria de hoje.
ResponderExcluir"No Brasil hoje é poderoso e notoriamente anti-indígena lobby do setor agroindustrial. Os ativistas indígenas descreveram o comportamento da atual administração para os povos indígenas como "o pior em duas gerações". As tribos isoladas são os povos mais vulneráveis do planeta, mas onde seus direitos à terra são respeitados, eles continuam a prosperar": comentário em resumo sobre a carta dos índios, divulgada por agências de notícias como a Reuters.
ResponderExcluir"A Funai, o departamento de assuntos indígenas cujos agentes patrulham e protegem os territórios indígenas, sofreu cortes orçamentários significativos. Por essa razão, muitas tribos foram fatalmente expostas à violência e doenças externas, como a gripe e o sarampo, às quais não possuem defesa imunológica. Houve também um aumento acentuado na violência anti-indígena daqueles que estão tentando roubar as terras dos povos indígenas e seus recursos. Em agosto, uma dúzia de índios isolados foram massacrados no vale do Javari. No início deste ano, criadores atacaram um grupo de índios Gamela, mutilando brutalmente vários deles com facões": comentário em documento na ONU sobre a questão dos índios no Brasil.
ResponderExcluir"Em ano de eleição no Brasil estas informações precisam ser consideradas por algum candidato ou candidata que tem alguma ligação de verdade com a população": comentário de Ari Mendes Pereira, do Rio de Janeiro, técnico em Exportação.
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