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terça-feira, 20 de março de 2018

O SER HUMANO É TIPO UM PARASITA QUE PODE LEVAR A TERRA À DESTRUIÇÃO SEGUNDO MACROECOLOGISTA DA ESPANHA VEM PESQUISANDO NA DINAMARCA


Especialista no tema David Nogués tem esta visão e  publicou agora na revista Science o primeiro mapa da diversidade genética do planeta


Nogués pesquisa o ser humano via a Macroecologia


O macroecologista David Nogués Bravo desenvolveu uma nova ferramenta, “como um novo tipo de telescópio” para observar a diversidade genética dos animais. “São os blocos da vida que nos ajudam a adaptar às mudanças climáticas. Se existem blocos que nos ajudam até com as mudanças do clima, temos mais possibilidades de sobreviver”, explica David Nogués, espanhol da Zaragoza, 42 anos, que atua pela Universidade de Copenhague: ele acaba de publicar os resultados de estudos que se destacam entre os cientistas contemporâneos, tanto que a matéria foi capa da revista Science. A principal observação proporcionada pela sua visão, vista como uma espécie de telescópio, é que mostra a  nós, humanos como destruidores, estamos acabando com a força genética dos animais: "Já sabíamos que arrasamos espécies e ecossistemas, mas também empobrecemos sua herança genética, o que os torna ainda mais vulneráveis". Isso cá entre nós pode mostrar como somos seres violentos, a Macroecologia pode ser também um novo enfoque científico da realidade de destruição dos recursos naturais e da própria vida terrestre.


David Nogués Bravo mostra novo enfoque...

...inspirado na história dos Mamutes na Terra

 

Um dos primeiros trabalhos de relevância de David Nogués foi, exatamente, sobre a extinção dos mamutes, um estudo que mostrava claramente como a mudança climática deixou esses primos peludos dos elefantes por um fio, com a chegada dos humanos a seus ecossistemas para lhes dar “o golpe de misericórdia”, explica o repórter Javier Salas no jornal e site El Pais: "É um exemplo tão profético quanto útil para entender como serão as extinções presentes e futuras que os seres humanos estamos provocando". Salas cita que Nogués explicou que nossa espécie de vida é capaz de fazer modelos sobre o futuro, mas não temos uma máquina do tempo para validar estes modelos que podem ter ou não ter sentido. E por isso começamos a trabalhar sobre o passado. A explicação  do macroecologista Nogués tem muita base, ele é professor titular do Museu de História Natural da Dinamarca, ali se trata dum lugar em que “a ciência é um pilar básico”, o que lhe permite ter projetos de grande porte que envolvem geneticistas, paleontologistas, ecologistas, biólogos e cientistas sociais. Em seu grupo de trabalho na ciência da Macroecologia no total 80 pesquisadores, cerca de 20 são economistas e sociólogos: "Isso é porque temos que entender como os processos econômicos e sociais estão ligados às dinâmicas naturais”,argumenta Nogués que completa: "Somos a espécie que melhor compete na história do planeta. E quando você compete muito, muito bem, desloca e acaba extinguindo as outras espécies". 



 Nogués em estudo com pesquisador alemão


Durante um projeto de apoio ao desenvolvimento, Nogués teve uma experiência reveladora, em um mercado em Durban na África do Sul, lá se faziam poções e se comercializava impunemente pedaços de animais mortos, muitos deles com risco de extinção, fatos assim são um dos grandes problemas com os mamíferos na África. Este pesquisador vendo depois o trabalho de seus colegas de museu dedicados ao estudo dos insetos sociais, chegou a uma conclusão: os humanos são o parasita da Terra. Ele comenta que já começou a 6ª grande extinção das espécies na história do planeta, algo equiparável à que sofreram os dinossauros. Nós, os humanos, temos a força destruidora de um novo meteoro: "O que temos certeza é que os níveis de extinção que estamos vendo nos últimos 500 anos são um fato único na história da Terra, que se assemelha a esses outros cinco grandes períodos de extinção. É importante dizer que nós como humanos estamos tendo um impacto muito rápido e direto na extinção de centenas de espécies. Somos a espécie que melhor compete na história do planeta. E quando você compete muito, muito bem, pode ser bom para sua espécie, mas você desloca e acaba extinguindo as outras espécies. Somos uma espécie com uma capacidade para atrair e sugar energia do nosso planeta em escala global como possivelmente nunca houve antes. Temos a capacidade de modificar o ambiente, fazendo com que muitas espécies não consigam sobreviver com este novo competidor. Para a história do planeta somos uma espécie muito recente, temos 200 mil anos, mas fomos capazes de competir com as outras até o extremo de ter um controle global sobre a biosfera". 



"Nos próximos 50 anos vamos ver desaparecer muitas espécies de primatas para sempre. De 1.300 espécies de invertebrados marinhos, 25% estão ameaçados de extinção; de 7.800 de invertebrados de água doce, 34%. Foram extintas quase 350 espécies de vertebrados nos últimos cinco séculos. Às vezes temos problemas para visualizar que isso está acontecendo, não é algo que os cientistas estão apenas supondo ou predizendo. Assistimos a extinções locais de forma contínua. Estamos em tempo de resolver muitos desses problemas, mas para parar essa dinâmica é preciso tomar medidas radicais, drásticas, mudar nossa forma de viver, mudanças que sejam rápidas. a bem da vida futura": é o que informa e alerta David Bogués. 




A destruição dos recursos naturais está no limite


Ser humano parasita - Continuamos sem saber quantos milhões de espécies existem no planeta, sabemos com certeza que muitas se extinguem antes mesmo de podermos descrevê-las, conta na revista Science David Nogués: "Tudo isso me veio à cabeça porque alguns colegas de pesquisa estiveram no Brasil, observando um fungo que parasita as formigas, entrando em suas cabeças, e transformando-as em zumbis. Assim conseguem controlar por completo as formigas em seu próprio benefício até que elas morrem. Desde a origem de nossa espécie até o Neolítico éramos caçadores coletores, vivíamos em relação de comensalismo com nosso planeta: obtínhamos benefícios da natureza, mas sem causar um impacto tão significativo. Mas a partir da Revolução Industrial ocorre uma aceleração exponencial de nossa capacidade de obter energia e de transformar ecossistemas. Nessa fase de nossa história de amor e ódio com a vida do planeta, chegamos a um estágio maior. Pode soar muito radical, porque o planeta continuará existindo com ou sem os humanos. Mas estamos dirigindo a vida planetária como se fôssemos a cabine de controle, isso acaba que estamos levando o ambiente para uma zona que não garante nossa própria sobrevivência. Já há estudos de outros setores da ciência afirmando que estamos perto de alcançar níveis insustentáveis para a nossa própria sobrevivência. Tem também essa questão, o ser humano como um parasita da Terra nos leva também à autodestruição".


 Nogués compara o ser humano com um Mamute...


Fontes: brasil.elpais.com
             folhaverdenews.blogspot.com
      

8 comentários:

  1. "Temos dificuldade de perceber como até mesmo tendências culturais e comportamentais muito pequenas podem melhorar ou ameaçar a segurança de recursos naturais, especialmente quando considerada a escala da população humana que tem sete bilhões de indivíduos e continua crescendo. Conforme a dependência socioeconômica entre nações, continentes e culturas se torna cada vez maior, alguns cientistas estão se esforçando muito para investigar as relações entre princípios ecológicos e evolutivos de grande escala relacionados ao uso e mau uso de recursos. Essa inovadora área de pesquisa está sendo batizada de “macroecologia humana”, está emergindo como uma estufa para novas e empolgantes descobertas relativas aos paralelos próximos entre a dinâmica de sociedades humanas e os processos naturais": cpmentário no jornal El Pais que procura definir o que é a Mcroecologia, base da pesquisa que mostramos hoje aqui no blog feita pelo cientista David Nogués Bravo.




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  2. "Há 200 anos, a simples ideia de que uma espécie animal pudesse se extinguir era completamente revolucionária. “Não posso deixar de acreditar que o mamute ainda existe. A aniquilação de qualquer espécie carece de exemplos em qualquer parte da natureza que observarmos”, escrevia em 1796 o paleontologista (e terceiro presidente dos EUA) Thomas Jefferson. O pai da Declaração de Independência tinha muitos motivos para pensar que, sem dúvida, a natureza era capaz de se manter em equilíbrio apesar da pressão que os humanos pudessem exercer em determinado ecossistema. Hoje, boa parte das notícias que temos sobre biodiversidade dão conta de novas espécies em perigo ou já em extinção em vários rincões do planeta. Mas para determinar o estado de saúde da biodiversidade da Terra em seu conjunto, cada vez mais é necessário o uso de novos instrumentos que permitam chegar a um novo diagnóstico sobre a realidade de destruição da Terra": comentário do jornalista Javier Salas, na abertura da sua matéria sobre o macroecologista David Nogués.

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  3. Logo mais, mais comentários e informações sobre esta pesquisa reveladora de David Nogués Braco, a partir da Macroecologia: confira aqui depois, mais dados.

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  5. Vídeos, fotos, material de informação você pode também enviar pro e-mail do nosso editor de conteúdo aqui no blo padinhafranca603@gmail.com

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  6. "Me parece uma pesquisa meio estranha pela minha formação cultural, mas é sempre bom a gente ver a realidade sob novos enfoques científicos": comentário de Geraldo Yunes, economista em Santos (SP), que comenta ainda: "O que importa é termos informações que nos levem a mudar a realidade atual a bem da vida".

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  7. "Coincidindo coma pesquisa deste cientista Noguês, estou vendo no Jornal Hoje que morreu no Quênia o último Hipopótamo branco selvagem, ameaçando assim mais uma espécie": comentário de Lucia Mendes, de São Paulo, estudante de Biologia na USP.

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  8. "O desafio da nossa atual geração é grande demais, são vários problemas e todos graves e terminais, a informação é o primeiro passo para mudar essa situação": comentário de Leonor Mendes, de Cuiabá (MT), professora de Geografia.

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