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domingo, 18 de março de 2018

FIM DA AMAZÔNIA? REVISTA NATURE MOSTRA ABSURDO DA CONSTRUÇÃO DE 500 BARRAGENS NA AMAZÔNIA AO INVÉS DE ENERGIAS MAIS ECONÔMICAS E MAIS ECOLÓGICAS

Pesquisa de equipe multidisciplinar de cientistas da natureza afirma que o impacto sobre os rios amazônicos será irreversível levando clima e ambiente do Brasil e do continente a um caos se todas as represas que já estão planejadas forem construídas neste bioma ideal para fontes limpas de energia como a solar e a eólica que garantem o desenvolvimento sustentável

 

Edgardo Latrubesse coordena na Amazônia estudos de equipe de cientistas que ...

...estão alertando sobre a destruição monstruosa dos rios de várzea

 

Miguel Angel Criado, jornalista do El Pais, fez uma reportagem completa dentro desta pauta, as informações nos foram enviadas por e-mail também, através de Maria Luíza Dantas, que é paulista, formada em engenharia e hoje atua na região de Manaus: "O pior é que não se trata só da Belo Monte e mesmo com o Greenpeace, pesquisadores e ecologistas alertando, a decisão errada parece já ter sido tomada pelos nossos governantes e megaempresas parceiras deles, a dano da nossa natureza e da nossa população", comentou a engenheira civil formada pela USP. A matéria de Miguel Angel por sua vez informa que ao longo do Amazonas já existem 140 barragens hidrelétricas que já estão em funcionamento ou em construção e outras 428 estão planejadas!  

 

 Não só as comunidades ribeirinhas e indígenas serão extintas...

Jovens pesquisadores da Universidade do Texas
Em Austin estudantes brasileiros como Vanessa sabem do grande valor dos estudos do cientista Edgardo Latrubesse


Mesmo que no final apenas uma parte delas saia efetivamente do papel, os cientistas acreditam e alertam que o impacto disso será monstruoso sobre os rios amazônicos, um desastre socioambiental sem igual na história da ecologia, Este estudo global sobre as consequências de tantas barragens aponta que elas alterarão o curso do rio, retendo a maior parte dos sedimentos e nutrientes fluviais que não produzirão seus efeitos benéficos na planície amazônica, algo que irá sufocar a vida que depende do rio e do oceano onde acaba o fluxo das águas amazônicas. O caos atingirá também as comunidades bem como o ciclo de chuvas, afetando o clima e causando local, nacionalmente e internacionalmente um desastre monstro. Na sequência, mais informações. 
Este erro monstruoso causará caos no clima e no ambiente não só da região amazônica, de todo o Brasil e América do Sul

Tudo no rio Amazonas é desmedido. Seu principal trecho tem cerca de 2.000 quilômetros até a foz no Atlântico, em um estuário com mais de 300 quilômetros de largura. Mas ainda há outros 5.000 quilômetros até o extremo oposto, a nascente nos Andes peruanos, onde correm seus principais afluentes. Alguns, como o Madeira, o Negro ou o Japurá estão entre os 10 maiores rios do planeta. A Bacia Amazônica cobre uma área de 6,1 milhões de km2, 12 vezes maior que a Espanha. E a água que flui pelos rios amazônicos equivale a 20% da água doce líquida da Terra. Mais de 60% dos sedimentos trazidos pelo Amazonas às matas e planícies ficará preso nos reservatórios. Rios que precisam subir a correnteza na procriação, serão extintos, a dano também da base principal da alimentação do povo de todo este bioma. Apesar de todo o gigantismo amazônico, nenhum rio sobreviverá a 568 barragens. Essa é a principal conclusão de um amplo estudo do qual participou toda uma equipe de ecologistas a engenheiros, passando por economistas e geólogos de uma dezena de universidades norte-americanas, alemãs, britânicas e brasileiras. Apesar de cada barragem trazer consigo um estudo de impacto ambiental, nunca havia sido estudado o impacto regional de todas as barragens existentes e a serem construídas ainda na Bacia Amazônica. A pesquisa, publicada pela respeitada revista Nature, analisa o impacto que as obras terão sobre a vida do rio, das inundações sazonais que dão vida à Amazônia, aos sedimentos que deixará de arrastar até a desembocadura. Os rios não são apenas água. Também carregam grandes quantidades de sedimentos que arrancam de um lado e depositam no outro. Esses sedimentos são o substrato mineral da vida numa enorme região de mais de um milhão de km2, entre zonas úmidas e planícies de aluvião. Em seu último trecho, o Amazonas transporta anualmente entre 800 milhões e 1,2 bilhão de toneladas de lama, areia e argila e pelo menos a metade disso acaba no oceano. Em cada barragem que surgir entre o rio e o mar, uma porcentagem desses sedimentos ficará presa no concreto. O concreto sufocando e matando os rios...
 
Uma entre as 140 usinas já funcionando, outras 500 que vêm aí...



“Lembrem-se do antigo Egito, que dependia dos sedimentos do rio que fertilizavam as terras da planície de aluvião”, diz o pesquisador da Universidade do Texas, em Austin nos Estados Unidos e que participou destes estudos multidisciplinares (EUA), ele é o Edgardo Latrubesse, o principal autor do estudo: “O Nilo é hoje um rio totalmente regulado de maneira artificial por megarrepresas. É um caso típico que exemplifica claramente quantos  são os enormes impactos provocados por infraestruturas construídas há várias décadas, que produziram grandes rombos sociais, ambientais e econômicos”, diz o especialista em Geomorfologia dos rios. Não é esta a primeira vez que a situação do Egito moderno está sendo relacionada com a alteração do curso do seu grande rio. No caso que Latrubesse conhece melhor, o amazônico, o impacto combinado das barragens poderia provocar que mais de 60% dos sedimentos que o rio arrasta fique preso e inutilizado: “No Yangtzé, onde foi levantada a barragem das Três Gargantas, a retenção atualmente já é de mais de 75% e em outros rios, como o alto Paraná, no Brasil, a retenção é superior a 100%. Seca tudo, esse processo agressivo atinge valores maiores que 70-90% e são típicos deste tipo de construções no mundo. Infelizmente será o fim do Amazonas se todas as mais de 500 barragens hidrelétricas forem construídas", denuncia e adverte o cientista na Nature.  


140 hidrelétricas já funcionam e 428 estão planejadas...
...a destruição deste extraordinário bioma já está programada


Fontes: brasil.elpais.com
             folhaverdenews.blogspot.com

11 comentários:

  1. Essa interferência na dinâmica do rio terá “consequências desastrosas”, nas palavras do pesquisador da Universidade do Texas, em Austin nos Estados Unidos, o geólogo Edgardo Latrubesse, muito respeitado em todo o planeta.


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  2. Edgardo Latrubesse coordenou estes estudos multidisciplinares feitos por equipe de pesquisadores do Brasil e de outros 5 países: "Os sedimentos não transportam apenas nutrientes para a várzea, mas são parte integrante do rio. Os barrancos sofrem erosão, assim como ilhas e partes da várzea, enquanto novas áreas surgem por sedimentação”, alerta o pesquisador sobre as centenas de hidrelétricas programadas para serem construídas nos rios da Amazônia. 140 já estão funcionando e cerca de 500 estão planejadas neste megaprojeto monstro, nas palavras que estão em nota do Greenpeace.


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  5. "Precisa haver uma estrutura mundial de socorro aos recursos naturais da Amazônia, vitais para a ecologia, o clima e o ciclo das águas e da vida de toda a América do Sul, este megacrime denunciado agora pela revista Nature não pode ser concretizado": comentário de Mário Souza Vargas, engenheiro florestal, que hoje atua na região do Pará e que é gaúcho de Porto Alegre (RGS).


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  6. "O Amazonas transporta anualmente entre 800 milhões e 1,2 bilhão de toneladas de lama, areia e argila e pelo menos a metade disso acaba no oceano
    Os autores do estudo criaram um índice de vulnerabilidade dos rios ao impacto das barragens. Em um máximo de 100, alguns rios da parte andina, como o Marañón, poderiam atingir um índice de 72. Em sua cabeceira foram construídas ou planejadas 104 barragens de mais de um megawatt (MW) de capacidade de geração. Mais abaixo, o rio mais vulnerável é Madeira, um dos 10 mais caudalosos do mundo, que sozinho contribui metade dos sedimentos que o Amazonas leva ao mar": comentário feito no jornal e site El Pais por Edgardo Latrubesse, um cientista respeitado mundialmente, da Universidade do Texas, em Austin nos Estados Unidos e que coordenou estes estudos multidisciplinares.

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  7. "Com um índice de vulnerabilidades superior a 80, no Madeira vivem cerca de 1.000 espécies de peixes, o triplo do que em todos os rios da Europa. Mas o caso mais impressionante talvez seja o do Tapajós, o principal afluente da margem direita do Amazonas. Em seu trecho principal não há nenhuma barragem. No entanto, é e será um dos mais afetados pela construção de dezenas de barragens em seus afluentes, criando um sistema interligado de represas e pântanos artificiais ao longo 1.000 quilômetros, quase a distância entre Madri e Paris": comentário de Miguel Angel Criado, jornalista do El Pais, jornal e site da Espanha.


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  8. "Não sei como, mas nós brasileiros não podemos deixar que destruam a ecologia da Amazônia, há melhores tecnologias e então elas precisam ser a prioridade": comentário de Júlio Daul, engenheiro elétrico, de Curitiba (Paraná).


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  9. "O caso mais impressionante da destruição talvez seja o do Tapajós, o principal afluente da margem direita do Amazonas. Em seu trecho principal não há nenhuma barragem. No entanto, é e será um dos mais afetados pela construção de dezenas de barragens em seus afluentes, criando um sistema interligado de represas e pântanos artificiais ao longo 1.000 quilômetros, quase a distância entre Madri e Paris. Para Latrubesse, “seria impossível construir esse tipo de obra de enorme impacto ambiental em países desenvolvidos”: coimentário de Miguel Angel Criado, jornalista do El Pais, da ERspanha, que entrevistou Edgardp Latrubesse e outros pesquisadores da sua equipe, cientistas de vários países e setores do meio ambiente.


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  10. "A justificativa para todo esse absurdo foi a necessidade de gerar a energia para que Brasil, Equador, Peru ou Bolívia pudessem basear seu desenvolvimento. No entanto, as represas hidrelétricas não parecem ser a solução. lembra: “Nossas pesquisas anteriores mostraram que, devido ao sistemático problema dos custos adicionais e a ampliação dos prazos, o custo real das grandes barragens é muito alto para ser recuperado. Antes, esses trabalhos eram baratos, não incluíam o impacto ambiental. Agora, diz, as grandes barragens não apenas são inviáveis economicamente como também ambientalmente prejudiciais”: comentário de Atif Ansar, pesquisador da Universidade de Oxford e coautor do estudo que é a nossa pauta hoje neste blog do movimento ecológico, científico e de cidadania.

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  11. "Não podemos aceitar isso, gente de todas as regiões desse país temos que nos unir e nos movimentar, apoiar o Greenpeace, os ecologistas, os cientistas, os índios, as energias limpas e o desenvolvimento sustentável do Brasil e da América do Sul": comentário de Heitor Nunes, de Belo Horizonte (MG) que atua com TI.

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