Aumenta o debate sobre a regulamentação deste
material, onipresente no Carnaval agora em 2018 no Brasil e também na moda e na Internet em todo o planeta: o impacto
dos microplásticos no ecossistema marinho e também na saúde humana está em debate hoje aqui no blog da ecologia com dados do jornal e site El Pais
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O glitter é a maior onda visual de agora... |
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...também nos desfiles e nos blocos do Carnaval |
Das
fantasias no Carnaval à maquiagem, roupas, bolsas, sapatos,
papelaria e até em cápsulas vaginais cresce o uso do glitter, uma overdose de glitter e purpurina
deixa um rastro cintilante na avenida e nas redes sociais diz poeticamente o texto do jornal e do site espanhol El Pais: “Hoje é a superestrela do
look atual”, comenta a make up artist Michele Magnani, colocando esse material como protagonista de muitas das
propostas de beleza. No Instagram, o já célebre aplicativo Kira Kira
serve para a beleza dos brilhos entre as contas mais populares da moda e várias tribos urbanas
se tornaram famosas graças precisamente ao uso que fazem destes brilhos, como a da
artista Sarah Shakeel, que
viralizou no Facebook por utilizar o glitter para elevar as suas próprias estrias à categoria de
arte. Porém, por outro lado, setores melhor informados estão alertando sobre o excesso no uso desta substância cintilante. Na Europa, no verão, vários ginecologistas pediram cautela por
causa da tendência relacionada com as Passion Dust, pílulas
com purpurina que se introduziam na vagina para que brilhasse e ficasse mais
aromática: "A vagina contém um delicado equilíbrio de bactérias benéficas que
estão ali como proteção e se uma mulher introduz objetos estranhos, corre
o risco de alterar esse equilíbrio do seu órgão, o que pode levar a infecções como
a candidíase vaginal ou ao menos alguma inflamação". Como vem advertindo em série de matérias e notícias o The Independent esclareceu o que muitas e muitos nem suspeitavam ou nem se davam conta: por ser feito de plástico este material, digamos artístico, pode criar problemas para a saúde da pessoa ou pro meio ambiente. "A galera quer brilhar e aparecer usando glitter e mal se dá conta ou sabe que esse material plástico além de poluir, agride a cadeia alimentar marinha, sacrificando os peixes", lembra o médico Pedro Fernandes: "Quem usa o glitter nem quer saber dos plânctons". Só que (depois de ser proibido no Reino Unido e criticado até pela ONU), esse fato levou a pesquisadores a desenvolverem estes microplásticos com outra estrutura, de forma biodegradável, o chamado Ecoglitter, confira a seguir por aqui um resumo, uma ótima notícia para mulheres e carnavalescos também agora nestes dias no Brasil.
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Ainda bem que inventaram agora o glitter biodegradável |
A purpurina biodegradável chegou - Motivando as pesquisas e os pesquisadores por trás estão pessoas apaixonadas pelo brilho do glitter e da
purpurina, mais conscientes do cuidado com o planeta, com a ecologia e com a própria saúde, como Kat Senior, que
fundou a empresa EcoStardust ainda em 2016 buscando
exatamente uma alternativa à purpurina convencional: “Queria criar um produto que tivesse um compromisso com a sustentabilidade, evitando o plástico o
máximo possível e nosso próximo passo é vender glitter em potes e sacos
biodegradáveis”, diz este inglês de Bristol (Reino Unido), pioneiro desta nova linha, suas purpurinas não usam o Pet como os glitters em geral no mercado, mas uma celulose como matéria prima, oriunda de árvores, especialmente do eucalipto e outras espécies que não sejam geneticamente modificadas. "Estamos voltando a ser índios usando materiais da natureza", comenta com humor britânico Kat Senior. Hoje já há vários outros fabricantes, com um processo de fabricação de glitter e purpurina que se utiliza duma espécie de plástico vegetal, uma celulose, recoberta 0,1% de alumínio e de pigmentos cosméticos, tornando este produto da moda ecológico, com uma fórmula 100% biodegradável. O
resultado desse tipo de processo resulta num material biodegradável “muito mais
suave ao tato do que a de plástico além do mais”, explica Noemi Lamanna, da Eco Glitter Fun.
No caso da Glitter Revolution, a purpurina é embalada solta, o que significa
que exige uma “cola” para aderir ao corpo, como um creme hidratante, um
protetor labial ou óleo facial. Não ter nenhuma base adesiva também significa
prolongar a vida útil da purpurina. São “produtos estáveis” “desde que
permaneçam secos. No entanto, se você acrescentar hidratação, calor ou presença
de micro-organismos, a purpurina começará a se biodegradar. O prazo de validade
depende do nível desses diferentes fatores, mas normalmente gira em torno de 90
dias, afirmam os especialistas que analisaram o glitter tradicional e o biodegradável. Infelizmente, no caso do glitter e da purpurina, brilhando nos desfiles e blocos de carnaval no Brasil, bem como em desfiles de moda e em festas ou em eventos do tipo, ainda são usados materiais à base de microplásticos comuns. Além do
problema de serem feitos de plástico, que leva centenas de anos para se
decompor no ambiente, há o de seu minúsculo tamanho. Os microplásticos, com um diâmetro
inferior a 5 milímetros (tamanho dum grão de arroz), estão causando muitas dores de
cabeça por suas consequências para os ecossistemas marinhos. Por que pedaços
tão pequenos de plástico provocam tanta preocupação? Porque se sabe que seus
efeitos podem ser maiores que os dos macroplásticos, adverte Celia Ojeda, responsável
por campanhas ecológicas para consumidores da Espanha, promovidas pelo Greenpeace. A ciência está agora ajudando a onda de beleza porque pesquisadores sensíveis ao mercado da moda já inventaram, ainda bem, o glitter e a purpurina biodegradáveis ou ecologicamente corretas, agora sim, o prazer estético pode ter também um conteúdo ecológico.
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A poluição dos microplásrticos é a pior para a vida marinha |
(Confira na seção de comentários daqui do nosso blog de ecologia e de cidadania, mais informações e também mensagens, aqui na nossa página há também um vídeo ilustrando a alternativa do glitter ecológico, aí sim, embelezando sem ameaçar a natureza nem causar danos à saúde de ninguém)
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O new look do glitter causa beleza porém... |
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...também poluição do ambiente e da vida marinha... |
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... a não ser que seja o novo glitter biodegradável |
Fontes: brasil.elpais.com
folhaverdenews.blogspot.com
Já temos aqui na redação cinco comentários para esta matéria, aguarde nossa próxima edição desta seção em breve, participe você também, coloque sua opinião ou envie mensagem para a gente através do e-mail de contato do blog navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirVídeos, fotos, material de informação em geral você também pode enviar diretamente pro e-mail do nosso editor de conteúdo deste blog padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Matéria da hora não só para a galera fashion mas também da ecologia!": comentário de Nathalia Lund, de São Paulo, que nos envia fotos do seu bloco de carnaval. Agradecem,os e vamos divulgar.
ResponderExcluir"O processo de fabricação passa pela transformação dessa celulose em uma espécie de plástico de origem vegetal, que é recoberto de 0,1% de alumínio e pigmentos cosméticos. Os rolos são enviados a um cortador de precisão e as peças são “capturadas” por uma rede quando são cortadas. A fórmula é “100% biodegradável, compostável, livre de testes em animais e além do mais não agressivo à saúde humana e ao meio ambiente marinho, como são os microplásticos": comentário que explica a fabricação do glitter biodegradável da BioGlitz, uma das marcas do produto.
ResponderExcluir"No Reino Unido proibido este material artístico por causa do perigo que representava para o meio ambiente. Foi justamente aí que soaram os alarmes sobre a possível proibição e da necessidade de se desenvolver outra fórmula sustentável para este material, desafio que os cientistas encaram e resolveram": comentário de Trisia Farrely, uma antropóloga do meio ambiente.
ResponderExcluir"Essas minúsculas cintilações que tanto interesse costumam despertar no mundo fashion costumam ser fabricadas com plástico. Especificamente, alumínio e polietileno tereftalato (PET). Para encontrar uma explicação para a matéria-prima seria preciso remontar a 1934, quando Henry Ruschmann, um maquinista de Nova Jersey (Estados Unidos) idealizou uma maneira de triturar plástico para criar grandes quantidades de glitter e purpurina. Chegou a fundar uma empresa, a Meadowbrooks Inventions, que atualmente é considerada a “maior produtora, distribuidora e exportadora de purpurina do mundo”. Sua popularização no setor da beleza chegaria nos anos 60, quando algumas empresas adicionaram esses brilhos a batons, sombras e pós, inspirados pelos vestidos cobertos de lantejoulas de Pierre Cardin": comentário de Arnold Santos, especialista em moda e em estética, do Rio de Janeiro, que se diz "encantado agora com o glitter e a purpurina biodegradáveis".
ResponderExcluir"Além do problema de serem feitos de plástico, que leva centenas de anos para se decompor na natureza, há o de seu minúsculo tamanho. Os microplásticos, com um diâmetro inferior a 5 milímetros estão causando muitas dores de cabeça por suas consequências para os ecossistemas marinhos. Por que pedaços tão pequenos de plástico provocam tanta preocupação? Porque se sabe que seus efeitos podem ser maiores que os dos macroplásticos": comentário de Celia Ojeda, responsável por campanhas do Greenpeace na Espanha.
ResponderExcluir"Alémn de serem ingeridos pelos peixes, confundidos com alimentos, estes microplásticos ainda por cima absorvem e acumulam poluentes em sua superfície. São os mais perigosos, tendo à propriedade que o plástico tem de “atrair” compostos químicos que acabam aderindo a ele, aumentando ainda mais a poluição": comentário de Estíbaliz López-Samaniego, responsável pelo meio marinho na associação Vertidos Cero, na UE.
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