Fome mata número recorde de crianças venezuelanas (vítimas da megacrise do país vizinho à Amazônia): jornalista ficou meses apurando os acontecimentos ao vivo no país da América do Sul vivendo um caos no pior momento da sua história
Desde 2014, quando a economia da Venezuela começou a entrar em colapso, também por conta do desequilíbrio político, o problema da fome passou a assombrar a população mais carente do país, só que nos últimos três anos, a desnutrição chegou a um nível alarmante, com um número recorde de crianças mortas pela fome, denuncia uma investigação do jornal The New York Times. Um repórter norteamericano passou cinco meses na Venezuela e, conforme apurou com médicos de 21 hospitais públicos do país, as salas de emergência de hospitais de 17 estados estão abarrotados de crianças em um quadro grave de desnutrição. Segundo os profissionais de saúde, a situação na Venezuela pode ser comparada às emergências em campos de refugiados. É uma questão de condição humana de vida mas a grande mídia faz a população dos outros países (inclusive do Brasil) ter em mente somente a Versão Trump desta tragédia humanitária, demonizando a Venezuela e o seu povo.
Não somente as crianças estão no sufoco na Venezuela |
Maduro está cada vez mais perdendo o controle do pais |
Mercosul critica projeto Trump de intervenção militar na Venezuela... |
Os especialistas venezuelanos informaram ao repórter John Kerry que até 2016 a maioria
dos casos de desnutrição infantil era relacionada a maus tratos na
família. Agora, quase a totalidade dos casos é gerada pela escassez de
alimento e da pobreza sofrida em geral por quase todos na Venezuela. Nos últimos anos e meses triplicou o
número de crianças vítimas da fome: "Às vezes, elas morrem de
desidratação nos meus braços. Em 2017, o aumento foi terrível. As
crianças chegam com o mesmo peso e tamanho de um recém-nascido", comentou
Milagros Hernández, médica de um hospital público da cidade de
Barquisimeto, no norte da Venezuela.
Para sobreviverem, as
famílias de baixa renda na Venezuela se juntam em uma espécie de
gangue, para vasculhar os lixos de restaurantes. A disputa pelos restos
de comida é tão intensa que muitos carregam na pele algumas cicatrizes
de briga de faca para conseguir levar algo para suas casas. Os
pais, preocupados com a vida de seus filhos, ficam sem comer e,
consequentemente, chegam a ter o mesmo peso que suas próprias crianças.
Além disso, diversas mulheres estão aparecendo em clínicas de
esterilização para não ter bebês que não possam alimentar. Por sua vez governo
venezuelano, boicotado pelo poder econômico dos USA, ainda comandado pelo presidente Nicolás Maduro, tenta esconder as
estatísticas negativas no setor da saúde, impondo medo aos
profissionais que relatarem as mortes por desnutrição. A Venezuela não divulgou, por quase dois anos, nenhum dado ou boletim que informe a taxa de mortalidade infantil no país.
Agora, porém, a reportagem do NYT invadiu um link que apareceu em abril no site do Ministério da Saúde
venezuelano informando que 11.446 crianças com menos de um ano morreram
desnutridas só em 2016 na Venezuela, ou seja, um aumento de 30% em um ano.
Um
relatório anterior da mesma fonte indicava que, desde 2012, o índice
de mortalidade de bebês de até quatro semanas subira de 0,2% a 2%. Isso não é a realidade deste momento.
Os
dados destes documentos ganharam repercussão tanto nacionalmente quanto
internacionalmente e depois de revelados na matéria foram rapidamente apagados. Em
resposta, o governo venezuelano explicou que o site foi hackeado, além
de ter demitido a Ministra da Saúde e passado a monitorar a publicação
destes boletins. "Em alguns hospitais públicos, os diagnósticos
clínicos de desnutrição foram proibidos", explicou com cidadania e espírito humanitário Huníades Urbina
Medina, presidente da Sociedade Venezuelana de Pediatria.
Médicos de nove hospitais entrevistados fizeram uma estimativa própria. Em um ano, eles contabilizaram 2,8 mil
casos de má nutrição, com 400 mortes infantis. Já um relatório
recente das Nações Unidas e da Organização Pan-Americana da Saúde chega a números bem maiores, estima
que 1,3 milhão de pessoas que costumavam se alimentar na Venezuela
passaram a ter cada vez mais dificuldades desde nos últimos três anos. O Governo Maduro
reconhece o agravamento da fome na Venezuela, mas culpa os adversários
estrangeiro (como os Estados Unidos) pela crise econômica no país. O
líder venezuelano também está se recusando a aceitar ajuda internacional
para combater a desnutrição. E pediu ao Mercosul que investigue o projeto Trump de intervenção militar em seu país (o presidente venezuelano vê o americano de olho nas suas fontes de petróleo...) A Venezuela possui uma das maiores
reservas de petróleo do mundo, um país rico mas agora com um povo miserável. De acordo com especialistas, a má
gestão nos últimos anos do país contribuiu para a crise econômica atual. O Fundo
Monetário Internacional (FMI) divulgou que a inflação na Venezuela
poderá chegar a 2.300% em 2018. A ONU estuda medidas de emergência de socorro às crianças e à população venezuelana, nos últimos meses, milhares de refugiados estão fugindo para através da fronteira na Amazônia para Rondônia. Oficialmente, o Brasil, por interesses políticos ou geopolíticos, se mantém omisso, mas esta crise humanitária já começa a ser exportada para o Brasil.
Também por aqui movimento ecológico e de cidadania alerta sobre... |
...situação da Venezuela e dos refugiados na fronteira com o Brasil |
(Logo mais, outras informações na seção de comentários do nosso blog de ecologia e de cidadania, participe você também desta discussão humanitária)
Fontes: NYT - Ansa - JB - Terra - El Pais
www.folhaverdenews.com
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