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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

PARA QUEM AINDA PENSA POR AQUI QUE TODA CRIANÇA É FILHO DE PAPAI NOEL OLHA O QUE ACONTECE NA FRONTEIRA ENTRE RORAIMA E VENEZUELA

Fome mata número recorde de crianças venezuelanas (vítimas da megacrise do país vizinho à Amazônia): jornalista ficou meses apurando os acontecimentos ao vivo no país da América do Sul vivendo um caos no pior momento da sua história 

 

Crianças as principais vítimas da crise econômica, política e humanitária


Desde 2014, quando a economia da Venezuela começou a entrar em colapso, também por conta do desequilíbrio político, o problema da fome passou a assombrar a população mais carente do país, só que nos últimos três anos, a desnutrição chegou a um nível alarmante, com um número recorde de crianças mortas pela fome, denuncia uma investigação do jornal The New York Times. Um repórter norteamericano passou cinco meses na Venezuela e, conforme apurou com médicos de 21 hospitais públicos do país, as salas de emergência de hospitais de 17 estados estão abarrotados de crianças em um quadro grave de desnutrição. Segundo os profissionais de saúde, a situação na Venezuela pode ser comparada às emergências em campos de refugiados. É uma questão de condição humana de vida mas a grande mídia faz a população dos outros países (inclusive do Brasil) ter em mente somente a Versão Trump desta tragédia humanitária, demonizando a Venezuela e o seu povo. 
 
 

Não somente as crianças estão no sufoco na Venezuela


 Maduro está cada vez mais perdendo o controle do pais


 Mercosul critica projeto Trump de intervenção militar na Venezuela...


Alguns especialistas venezuelanos informaram ao repórter John Kerry que até 2016 a maioria dos casos de desnutrição infantil era relacionada a maus tratos na família. Agora, quase a totalidade dos casos é gerada pela escassez de alimento e da pobreza sofrida em geral por quase todos na Venezuela. Nos últimos anos e meses triplicou o número de crianças vítimas da fome: "Às vezes, elas morrem de desidratação nos meus braços. Em 2017, o aumento foi terrível. As crianças chegam com o mesmo peso e tamanho de um recém-nascido", comentou Milagros Hernández, médica de um hospital público da cidade de Barquisimeto, no norte da Venezuela.
 


Antes saudáveis índios Venezuelanos estão hoje na penúria

 
Para sobreviverem, as famílias de baixa renda na Venezuela se juntam em uma espécie de gangue, para vasculhar os lixos de restaurantes. A disputa pelos restos de comida é tão intensa que muitos carregam na pele algumas cicatrizes de briga de faca para conseguir levar algo para suas casas. Os pais, preocupados com a vida de seus filhos, ficam sem comer e, consequentemente, chegam a ter o mesmo peso que suas próprias crianças. Além disso, diversas mulheres estão aparecendo em clínicas de esterilização para não ter bebês que não possam alimentar. Por sua vez governo venezuelano, boicotado pelo poder econômico dos USA, ainda comandado pelo presidente Nicolás Maduro, tenta esconder as estatísticas negativas no setor da saúde, impondo medo aos profissionais que relatarem as mortes por desnutrição. A Venezuela não divulgou, por quase dois anos, nenhum dado ou boletim que informe a taxa de mortalidade infantil no país que anteiormente era considerado um dos países mais ricos da América do Sul. 
 


Crianças venezuelanas já salvas e em escola de Rondônia no Brasil


Agora, porém, a reportagem do NYT invadiu um link que apareceu em abril no site do Ministério da Saúde venezuelano informando que 11.446 crianças com menos de um ano morreram desnutridas só em 2016 na Venezuela, ou seja, um aumento de 30% em um ano ao passo que um relatório anterior da mesma fonte indicava que, desde 2012, o índice de mortalidade de bebês de até quatro semanas subira de 0,2% a 2%. Porém, isso não é bem a realidade que se desvenda agora neste momento em que o drama já se transforma em tragédia. Os últimos dados de documentos considerados fidedignos ganharam repercussão tanto nacionalmente quanto internacionalmente e depois de revelados por agências de notícias e denunciados por cidadãos ou cidadãs nas redes sociais, foram rapidamente apagados. Em resposta, o governo venezuelano explicou que o site foi hackeado, além de ter demitido a Ministra da Saúde e passado a monitorar a publicação destes boletins. "Em alguns hospitais públicos, os diagnósticos clínicos de desnutrição foram proibidos", explicou com cidadania e espírito humanitário Huníades Urbina Medina, presidente da Sociedade Venezuelana de Pediatria.
 

Mulheres da fronteira Venezuela Brasil se prostituem para comer


Médicos de nove hospitais entrevistados fizeram uma estimativa própria. Em um ano, eles contabilizaram 2,8 mil casos de má nutrição, com 400 mortes infantis. Já um relatório recente das Nações Unidas e da Organização Pan-Americana da Saúde chega a números bem maiores, estima que 1,3 milhão de pessoas que costumavam se alimentar na Venezuela passaram a ter cada vez mais dificuldades desde nos últimos três anos.  O Governo Maduro reconhece o agravamento da fome na Venezuela, mas culpa os adversários estrangeiro (como os Estados Unidos) pela crise econômica no país. O líder venezuelano também está se recusando a aceitar ajuda internacional para combater a desnutrição. E pediu ao Mercosul que investigue o projeto Trump de intervenção militar em seu país (o presidente venezuelano vê o americano de olho nas suas fontes de petróleo...) A Venezuela possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo, um país rico mas agora com um povo miserável. De acordo com especialistas, a má gestão nos últimos anos do país contribuiu para a crise econômica atual. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou que a inflação na Venezuela poderá chegar a 2.300% em 2018. A ONU estuda medidas de emergência de socorro às crianças e à população venezuelana, nos últimos meses, milhares de refugiados estão fugindo para através da fronteira na Amazônia para Rondônia. Oficialmente, o Brasil, por interesses políticos ou geopolíticos, se mantém omisso, mas esta crise humanitária já começa a ser exportada para o Brasil.  
 


Também por aqui movimento ecológico e de cidadania alerta sobre...


...situação da Venezuela e dos refugiados na fronteira com o Brasil


(Logo mais, outras informações na seção de comentários do nosso blog de ecologia e de cidadania, participe você também desta discussão antes de mais nada humanitária)



 NYT fez matéria bem na fronteira Venezuela Brasil sobre drama das crianças


Fontes: NYT - Ansa - JB - Terra - El Pais
             www.folhaverdenews.com

6 comentários:

  1. Segundo El Pais, da Espanha, os principais governos da América Latina reagiram neste sábado para rejeitar as ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de intervir militarmente na Venezuela. Sem citar o nome de Trump, os países mais importantes do continente, porém, fizeram declarações para defender que a solução da crise venezuelana não pode ser militar. A reação contra as ameaças de Washington esteve comandada pelo Mercosul, que há apenas uma semana decidiu suspender definitivamente a Venezuela do bloco comercial até a "recuperação da ordem democrática" em esse pais.






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  2. Países latinos assinalam na mídia da UE que buscam meios de restaurar a “democracia na Venezuela”. Jornais europeus chegam a dizer de alguma forma que Trump e os States querem se apropriar doa maior riqueza da Venezuela, fontes de petróleo.

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  3. Donald Trump decidiu abrir mais uma vez a caixa de fósforos e alertou a Venezuela sobre possibilidade de uma ação militar, se persistir a escalada autoritária do governo de Nicolás Maduro e se os States a considerarem necessária. Em uma semana marcada pelo acirramento da retórica de Guerra Fria, com a troca de ameaças entre Estados Unidos e Coreia do Norte, o presidente dos EUA lançou um aviso de chumbo sobre Caracas: "Temos muitas opções para a Venezuela, inclusive a militar, se for necessário", disse, de seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey, onde passa suas peculiares férias, acima do bem e do mal...

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  4. "Os países de América Latina têm evitado o confronto direto com o Trump, mas quase todos acham preciso reagir para avisar ao presidente dos EUA que uma eventual ação militar na Venezuela não teria qualquer apoio político na região. O repúdio a violência e a qualquer opção que envolva o uso da força é inarredável e constitui base fundamental do convívio democrático, tanto no plano interno como no das relações internacionais: o comentário é extraído da nota oficial do Mercosul.

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  5. "Rejeitando claramente uma ação militar exterior, reagiram rápido os governos do México, da Colômbia e do Peru. O governo de Lima, segundo a agencia Reuters, até tentou promover uma declaração conjunta dos países próximos da Venezuela, temendo por uma ação militar americana na região": comentário de Juan Peres, citado em matéria do El Pais.

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  6. "Uma vergonha, isso me parece que Trump está querendo, em nome de megaempresas americanas, se apropriar das reservas de petróleo da Venezuela, essa crise pode ter esse sentido desumano até": comentário de Izabel Morais, de Vitória (ES), que é economista pela UFRJ.

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