O que acontecer com a natureza, acontecerá com a gente |
O escritor francês Victor Hugo já advertia ainda por volta de 1880 sobre um erro que ainda continua: "É triste pensar que a natureza fala mas o ser humano não a ouve"
O ser humano depende da natureza e não o contrário como se acredita... |
Estamos colocando em foco aqui no blog do movimento ecológico, científico, de cidadania e da não violência Folha Verde News, chegando hoje a quase 502 mil visualizações ao longo de 7 anos, pela medição da Google, este texto de José Eustáquio Diniz Alves, postado inicialmente no site nacional de assuntos socioambientais EcoDebate, com o objetivo de divulgar o seu conteúdo, importante nesse momento estratégico da luta por um desenvolvimento de verdade e assim por um futuro sustentável que precisamos todos juntos criar agora, equilibrando ecologia e economia para avançar nossa vida. Doutor José Eustáquio (ENCE/IBGE) ilumina com suas informações e inteligência essa virada de 2017 para 2018, a gente espera que possa estar virando também a criação duma nova realidade. A seguir, abrimos nossa webpágina para esta mensagem íntegra na íntegra para estimular não só a reflexão mas a ação de todo nosso movimento: pelo visto, teremos que radicalizar, aprofundar mudar o rumo ao máximo para que não ocorra o caos do ambiente e do clima, com o ecocídio que levará a extinção também de nossa espécie de vida: o que acontecer com a natureza, acontecerá com a gente...
"Preservar e conservar o meio ambiente são tarefas essenciais, pois a
humanidade depende da natureza e não o contrário. As atividades
econômicas necessárias para a sobrevivência do ser humano e a expansão
do bem-estar das pessoas dependem da saúde dos ecossistemas. Sem
ECOlogia não há ECOnomia. Preservação e conservação são termos diferentes, mas que podem ser
equacionados em uma visão holística de sustentabilidade ecocêntrica.
Preservação quer dizer proteção integral, ou seja, manter um determinado
ecossistema intacto e sem interferência da ação humana (áreas
anecúmenas). Conservação significa exploração das riquezas naturais, com
avaliação de custos e benefícios, garantindo a sustentabilidade para as
atuais e futuras gerações (áreas ecúmenas). O grande problema do mundo atual não é a diferença entre preservação e
conservação, mas sim a predominância generalizada da degradação
ambiental. O crescimento das atividades antrópicas aumentou muito desde o
início do capitalismo industrial, energizado pelos combustíveis
fósseis. Segundo o site Our World in Data, em 1820, cerca de 94% da
população mundial vivia abaixo da linha da extrema pobreza, contra menos
de 10% atualmente. Mas o crescimento exponencial ganhou momento depois da grande
aceleração que aconteceu após a 2ª Guerra Mundial. A população mundial
passou de 2,5 bilhões de habitantes em 1950 para 7,5 bilhões em 2017.
Enquanto a população mundial triplicou de tamanho, a economia
internacional foi multiplicada por 12 vezes. A renda per capita subiu 4
vezes. Ou seja, em 2016 havia 3 vezes mais gente no mundo, do que em
1950, e cada pessoa ganhava e consumia, em média, 4 vezes mais bens e
serviços. Isto significa mais exploração e extração de recursos da
natureza e mais poluição e descarte de resíduos tóxicos, sólidos e
líquidos".
Confira a relação negativa do ser humano com a natureza... |
...uma relação que já está chegando a uma situação limite |
Continua o editorial da hora de José Eustáquio Diniz Alves
"A humanidade ultrapassou a capacidade de carga do Planeta. A Global
Footprint Network mostra que em 1961 havia superávit ambiental no mundo e
as atividades antrópicas ocupavam apenas 73% da biocapacidade da Terra.
Mas, com a grande aceleração do Antropoceno, a reserva ecológica foi
sendo reduzida e, a partir de 1970, o superávit se transformou em
déficit ambiental. Em 2013, a pegada ecológica per capita do mundo subiu
para 2,87 gha e a biocapacidade caiu para 1,71 gha. As atividades
antrópicas passaram a utilizar 168% da biocapacidade, ou seja, o déficit
ambiental chegou a 68%, em 2013, e continua crescendo. Segundo o Stockholm Resilience Centre a humanidade já ultrapassou 4
das nove fronteiras planetárias. Duas delas, a Mudança Climática e a
Integridade da Biosfera, são o que os cientistas chamam de limites
fundamentais e tem o potencial para conduzir o equilíbrio homeostático
do Sistema Terra ao colapso. Assim, o rumo atual da economia internacional é insustentável, pois o
progresso humano ocorre às custas do retrocesso ambiental e sem os
serviços ecossistêmicos e as contribuições da biodiversidade, é
impossível manter o alto padrão de vida humana. Portanto, é preciso
preservar as áreas anecúmenas e conservar as áreas ecúmenas. Além disto,
é preciso ampliar as áreas anecúmenas (aumentar as áreas preservadas e
sem a presença humana) e decrescer as áreas ecúmenas (conservando da
melhor maneira possível o meio ambiente nas áreas com exploração
antrópica sobre o meio ambiente). Por exemplo, não faz sentido, do ponto de vista da sustentabilidade,
liberar a exploração de minério e de petróleo no Ártico, na Antártica e
nos parques nacionais. Assim como não faz sentido aumentar a presença
humana em territórios selvagens, quando o mundo caminha para a 6ª
extinção em massa das espécies. As correntes que defendem a conservação ambiental são aquelas
acreditam ser possível conciliar o desenvolvimento econômico com a
sustentabilidade ambiental. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS) se encaixam nesta perspectiva. Porém, está cada vez mais difícil
conciliar desenvolvimento com sustentabilidade, pois:
– A concentração de CO2 já ultrapassou 400 ppm em 2014 e ultrapassou 410 ppm em abril de 2017. O nível seguro é 350 ppm
– A temperatura média global do planeta já ultrapassou 1,1 graus em
relação ao período pré-industrial e o mundo caminha para a maior
temperatura dos últimos 5 milhões de anos
– A última vez que a temperatura ultrapassou 2 graus o nível do mar
subiu 6 metros, e existem 2 bilhões de pessoas que vivem em áreas até 2
metros do nível do mar
– O degelo conjunto do Ártico e da Antártica bateu todos os recordes de baixa em março de 2017
– A acidificação dos oceanos está matando a vida marinha e um exemplo
é a Grande Barreira de Corais da Austrália. Há sobrepesca e depleção
dos estoques de peixe
– Os oceanos terão mais plásticos do que peixes em 2050
– Houve queda de 58% na população de animais selvagens no mundo entre
1970 e 2012: até 2020, a perda pode alcançar a impressionante cifra de
dois terços, ou seja, 2 em cada 3 animais estarão extintos num período
de 50 anos
– A degradação do permafrost pode liberar metano e CO2 capaz de gerar uma situação apocalíptica.
"Diante deste quatro de degradação ambiental fica difícil acreditar na
possibilidade de manter o rumo do desenvolvimento com a conservação
ambiental. O atual impasse que o mundo passa hoje poderia ter sido
evitado se tivesse os autores do século XIX que alertaram para os
perigos da racionalidade instrumental que via a natureza apenas como
meio de enriquecimento humano, sem se importar com os direitos
intrínsecos da natureza. O enriquecimento humano não pode se dar em
função do empobrecimento ecológico. O ser humano não tem uma relação simbiótica com a natureza. As
abelhas, por exemplo, sugam a seiva das flores, mas não as destroem. Ao
contrário, elas são polinizadoras. Quanto mais abelhas sugarem o néctar
das flores, mais flores nascerão do processo de polinização. Mas o ser
humano tem uma relação parasitária com a natureza, pois para se
multiplicar causa prejuízo a outras espécies e aos ecossistemas
hospedeiros. A espécie humana é do gênero ectoparasita. Um ectoparasita
que está matando o seu próprio hospedeiro. A humanidade vive do
parasitismo ecológico e está provocando um holocausto biológico. Autores como Alexander von Humboldt (1769-1859), Henry David Thoreau
(1817-1862) e John Muir (1838-1914) foram grandes defensores da
natureza, da preservação ambiental e de uma relação mais simbiótica
entre todos os seres vivos da Terra. Estes autores também foram
inspiradores da Ecologia Profunda (Deep Ecology), que é uma corrente
preservacionista. A Ecologia Profunda é um conceito filosófico que considera que todos
os elementos vivos da natureza devem ser respeitados, assim como deve
ser garantido o equilíbrio da biosfera. O termo surgiu quando, em 1972,
foi publicado o artigo “The shallow and the deep, long range ecology
movement. A summary”, do filósofo e ambientalista norueguês Arne Naess
(1912-2009). Ele distinguiu as correntes ambientais entre movimentos
superficiais ou rasos (com tendência antropocêntrica e egocêntrica) e
movimentos profundos (não antropocêntricos, mas ecocêntricos). Os
movimentos rasos (ou maquiagem verde) limitam-se a tentar minimizar os
problemas ambientais e garantir o enriquecimento das sucessivas gerações
humanas (a despeito do empobrecimento da natureza), enquanto a Ecologia
Profunda vai na raiz dos problemas ambientais e defende os direitos de
toda a comunidade biótica. Na definição do físico, ambientalista e escritor Fritjof Capra
(nascido em 1939): “A ecologia rasa é antropocêntrica, ou centralizada
no ser humano. Ela vê os seres humanos como situados acima ou fora da
natureza, como a fonte de todos os valores, e atribui apenas um valor
instrumental, ou de ‘uso’, à natureza. A ecologia profunda não separa
seres humanos – ou qualquer outra coisa – do meio ambiente natural. Ela
vê o mundo, não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede
de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e
interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de
todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio
particular na teia da vida”. Há 10.000 anos os seres humanos e seus animais representavam menos de
um décimo de um por cento da biomassa dos vertebrados da terra. Agora,
eles são 97 por cento. O biólogo da Universidade de Harvard, Edward
Osborne Wilson acredita que o ser humano está provocando um holocausto
biológico e para evitar a extinção em massa de espécies, ele propõe
uma estratégia para destinar METADE DO PLANETA exclusivamente para a
proteção dos animais. Isto significa preservar metade da área do planeta
e conservar a outra metade. É preciso reselvagerizar o mundo. Desta forma, preservação ambiental não é “mito moderno da natureza
intocada”, mas sim uma postura ética de respeito à natureza e a favor da
sustentabilidade ecocêntrica. A conservação é importante na perspectiva
de diminuição das áreas ecúmenas, por meio do decrescimento
demoeconômico. Preservar a natureza e conter a expansão humana sobre os ecossistemas
visa não só evitar o ecocídio, mas também evitar o suicídio, pois a
humanidade não pode viver sem a natureza e sem respeitar o equilíbrio
homeostático do clima" (Dr. José Eustáquio Diniz Alves, EcoDebate)
Fontes: www.ecodebate.com.br
www.folhaverdenews.com
O site Pensamento Verde dentro deste tema está comentando que "Povos antigos já acreditavam que a Terra é um organismo vivo, onde tudo é diretamente interligado. De fato, vários sistemas do planeta são interligados e responsáveis pela manutenção da biosfera. Isso é visto nas correntes marítimas e de ventos que influenciam o clima do mundo todo, por exemplo. As florestas renovam o oxigênio constantemente, bem como ajudam a diminuir a temperatura do planeta. Mas com a constante influência do ser humano no meio ambiente, alguns desses sistemas têm sido drasticamente modificados e desequilibrados".
ResponderExcluirO termo Ecocídio foi usado pela primeira vez para definir o dano ambiental causado por uma ou mais espécies que causam mudanças no ecossistema. Foi utilizado para definir o evento do período Pré-Cambriano, onde as cianobactérias modificaram a atmosfera terrestre quando liberaram grandes quantidades de oxigênio, matando parte dos organismos não adaptados.
ResponderExcluirEsta expressão é também usada por especialistas em ecologia para definir a destruição em larga escala do meio ambiente, o que inclui exploração excessiva de recursos não renováveis, tais como, desmatamento, poluição do ar e das águas, entre outras formas de destruição massiva da natureza. Tais mudanças drásticas no cenário ambiental podem levar ao desequilíbrio do ecossistema, causando grandes impactos ambientais por todo o mundo. E levando à destruição da nossa espécie de vida.
ResponderExcluir"A espécie humana está cometendo um ecocídio com os efeitos da civilização industrial no aquecimento global. Conforme mostram os estudos realizados por ele, desde o início da segunda Era Industrial, quando combustíveis fósseis e recursos minerais não renováveis começaram a ser utilizados em larga escala, a temperatura global tem aumentado lenta e gradativamente. Isso pode ser observado pela diminuição das calotas polares nos últimos cinquenta anos, bem como a maior ocorrência de fenômenos ligados ao clima, como tempestades e ciclones, são os sinais que precisamos saber interpretar": comentário do escritor e ativista ambiental Patrick Hossay no seu livro Unsustainable:A primer for global environmental and Social Justic
ResponderExcluir"O Ecocídio é tema que vem sendo cada vez mais discutido, inclusive por grandes líderes mundiais em eventos como o Rio+20, realizado no Rio de Janeiro em 2012 que acompanhei ao vivo. Assim, os preceitos de Hossay citados aqui são tidos como fundamentos do movimento ambientalista. O texto de hoje no blog é ótimo nesse sentido": comentário de Humberto Morais, jornalista especializado na editoria de Meio Ambiente, Vitória (ES).
ResponderExcluirColoque direto aqui a sua mensagem ou se precisar ou preferir envie por e-mail para a redação do nosso blog via o endereço navepad@netsite.com.br e/ou então mande sua mensagem, vídeo, foto, charges para nosso editor padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Estou copiando toda esta edição deste blog e vou levar para minhas amigas e amigos que estudam Biologia e Psicologia na Unesp em Assis": comentário de Luiza Helena Passos, que é de Uberaba (MG)e nos manda um artigo "Ser ecologista é essencial". Vamos sim divulgar junto ao nosso movimento, paz aí.
ResponderExcluir"Entendi, com tantas informações pesadas hoje no blo, um videoclip suave, com Fernanda Takai na canção do Milton Nascimento e Fernando Brandt, tem tudo a ver a poesia para amenizar o momento de tanta gravidade": comentário de Isabella Moreira, de Ribeirão Preto (SP), estudante da USP.
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