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Na lista da Anvisa o pimentão aparece em primeiro lugar
Nova pesquisa - Testes toxicológicos realizados pelo Laboratório de Resíduos de
Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo, a pedido da
organização não governamental Greenpeace, mostraram que 60% dos
alimentos que a população de São Paulo e Brasília come diariamente
contém resíduos de agrotóxicos. Em 36% das amostras, havia ainda alguma
irregularidade, como presença de agrotóxicos banidos do país e de
quantidade acima do limite máximo de resíduos permitido no Brasil.
A seguir a listagem completa dos alimentos mais contaminados |
Segundo a Anvisa, foram analisadas quase 2.500 amostras de 18 tipos
de alimentos pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de
Alimentos. E o resultado surpreende negativamente: cerca de um terço dos
vegetais mais consumidos no Brasil apresentaram um nível de agrotóxico
acima do aceitável. Foram considerados os seguintes critérios: análise da presença de
agrotóxicos acima do nível permitido e a presença de agrotóxicos não
autorizados para o tipo de alimento. Entre todos os vegetais analisados, a batata foi o único que passou
ileso, sem apresentar contaminação. Já o pimentão alcançou o primeiro
lugar no ranking entre os que mais apresentaram overdose de agrotóxicos,
sendo que 91,8% das amostras analisadas estavam com níveis acima do
aceitável. Cerca de 1/3 dos vegetais e frutas apresentam taxas acima dos
níveis aceitáveis de toxinas. O morango, o pepino e a alface
apresentaram irregularidades com taxa acima dos 50% nos lotes examinados.
Aqui o infográfico dos 9 alimentos mais perigosos
Há como evitar produtos envenenados e/ou como diminuir o risco?
A melhor forma para se garantir produtos de qualidade mais natural e livres de
contaminação é optar pelo consumo de produtos orgânicos, que são
alimentos produzidos com métodos que não utilizam agrotóxicos
sintéticos,
transgênicos ou fertilizantes químicos. Com isso, sua qualidade é
mantida e seus nutrientes preservados. Uma medida que pode atenuar o
problema é limpar adequadamente os alimentos, por exemplo, deixar de
molho com água e limão algumas frutas, além de lavá-las com água e
sabão, para então poder comer inclusive com suas cascas, como maçãs ou
uvas. Mas algunas especialistas negam que esta providência seja eficaz. Deixar vegetais por exemplo de molho no vinagre ou no limão antes de levá-los à mesa pode ser
ótimo para matar micróbios, mas nem sempre vai funcionar quando se quer
tirar agrotóxicos de frutas e verduras, relataram especialistas, preocupados com resíduos tóxicos segundo a lista da Anvisa: de 3.130 amostras coletadas pela agência, mais de 29% apresentaram algum tipo de irregularidade.
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Aumentam os riscos mas também a consciência da população |
Na opinião de Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) da Faculdade de Medicina da USP
se a aplicação do agrotóxico é mais na superfície, na parte externa do
alimento, pode ser, estas medidas eliminam o maior risco, é o caso de se
limpar assim tomates ou morangos mas a dificuldade é maior quando a
substância tóxica penetra mais no produtos, aí, só a fervura pode
eliminar o risco, desde que não tenham sido aplicados agrotóxicos à base
de zinco ou estanho, aí nem lavando nem fervendo se reduz o perigo da
contaminação". Por sua vez, o médico Wanderlei Pignati, professor de Saúde Ambiental na
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é mais cético em relação a isso: "Lavar os alimentos não resolve praticamente nada. Vai eliminar o
agrotóxico que tem na casca, mas o grande problema está dentro". Pignati aponta também outra dificuldade: estatísticas não mostra as doenças
relacionadas a agrotóxicos porque é difícil fazer exames para
identificar substâncias tóxicas no organismo. "Aqui em Mato Grosso, para exemplicar o que é comum em todo o interior, se
eu quiser fazer uma análise de suspeita de resíduos de agrotóxicos no
sangue ou na urina do consumidor, tenho que mandar a amostra para o Rio de Janeiro ou
São Paulo". Uma melhor estrutura laboratorial pode ajudar, também o Idec
(Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) luta por medidas mais
radicais no setor, como uma urgente reavaliação toxicológica das
substâncias pela Anvisa, há agrotóxicos com uso livre no Brasil
que já estão proibidos em outros países, onde há um melhor controle da
qualidade dos alimentos.
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Livre uso no Brasil de agrotóxicos já proibidos em outros países |
Uma voz dissidente é a do médico Angelo Trapé, professor da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), ele discorda da opinião da maioria dos médicos e nutricionistas. Segundo Trapé avalia, as
irregularidades encontradas pela Anvisa não mostram que haja
perigo ao
consumidor, a quantidade de agrotóxicos nos alimentos é perigosa mas
ainda não é tão intensa.Porém ele, assim como a maior parte dos
especialistas, querem uma melhor realidade no setor (para evitar a
overdose e a contaminação), uma reavaliação da toxicidade dos agentes ou
aditivos químicos, um controle mais rigoroso cobre os tipos de
agrotóxico sendo usados e em especial, a recomendação de todos: a opção
hoje mais segura é escolher alimentos orgânicos, que são produzidos de
forma mais limpa e natural.
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Só alimentos orgânicos podem garantir alimentação mais saudável |
(Confira na nossa seção de comentários a posição dos fabricantes de agrotóxicos e outras informações importantes nesta pauta em debate hoje em nosso blog)
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Urgente controlar a overdose de agrotóxicos e os tipos mais agressivos |
Fontes: www.vivomaissaudavel.com.br
G1 - Uol - EFE - Anvisa - Greenpeace
www.folhaverdenews.com
O pior da notícia hoje é que 36% dos alimentos contém agrotóxicos proibidos e acima do limite. Esta é uma luta vital para o movimento ecológico, científico e de cidadania: num país ruralista, colocar a saúde e a ecologia acima dos lucros e dos riscos...
ResponderExcluir"O problema seria resolvido se os agrotóxicos fossem utilizados da maneira correta. Se fossem usados dentro dos padrões permitidos, não teria tanta dificuldade nem tantos desafios": comentário do engenheiro de alimentos Carlos Eduardo Sassano, professor da Universidade de Guarulhos, São Paulo.
ResponderExcluir"Um maior consumo de alimentos orgânicos poderia ser uma boa alternativa, mas aí op desafio é o preço além duma produção insuficiente. Hoje em dia a produtividade tem que ser alta. Por isso muitos defendem a agricultura com agrotóxico, porém, bastaria o país investir forte nos orgânicos, que então seriam mais econômicos, além também do alimento ser mais ecológico": comentário da nutricionista pela Unesp, Eliana Mattos, que atua no Rio de Janeiro.
ResponderExcluir"As irregularidades encontradas pela Anvisa não mostram que haja perigo ao consumidor, pois a quantidade de agrotóxicos nos alimentos é ainda pequena. A população pode ingerir alimentos de maneira segura que não vai causar nenhum dano à sua saúde": comentário do médico Angelo Trapé, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),uma voz discordante da maioria dos especialistas.
ResponderExcluirOs fabricantes de defensivos agrícolas, por meio da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), argumentam que os produtores rurais estão cada vez mais preocupados em aplicar corretamente os agrotóxicos, escolhendo os que não são proibidos:
ResponderExcluir"A Andef considera fundamental tranqüilizar a população quanto à segurança dos alimentos tratados com defensivos aplicados de acordo com as recomendações agronômicas e oficialmente registrados", afirmou a instituição em nota divulgada à imprensa, depois da lista da Anvisa.
"Só há dois caminhos, a agroecologia e um avanço científico na produção agrária, os alimentos orgânicos são uma boa alternativa ecológica mas precisam se adequar à realidade econômica da maioria dos consumidores brasileiros": comentário de Gilson Moreira Santos, que pesquisou sobre este assunto em sites de entidades europeias de defesa do consumidor. Ele é engenheiro agrônomo e pratica a agroecologia em sítio da sua família em Sacramento (MG).
ResponderExcluir"Pude conferir um programa do Globo Repórter sobre este temas, em resumo, a informação era de que agrotóxicos podem causar doenças como depressão, câncer e infertilidade": comentário de Ary Moreira Salles, de Belo Horizonte, horticultor.
ResponderExcluir"O epidemiologista Sérgio Koifman, da Fiocruz, que se dedica a estudar os efeitos dos pesticidas, substâncias das mais agressivas, diz que elas têm o efeito bastante diversificado nas populações rurais que estão expostas tanto diretamente, como nos consumidores em geral, que entram em contato com eles através dos alimentos. O Brasil é campeão mundial no uso de agrotóxicos. Mas, na hora de fazer compras, passa pela cabeça das pessoas que frutas legumes e verduras podem fazer algum mal para saúde?": comentário da jornalista Mônica Teixeira, do Rio de Janeiro.
ResponderExcluir"Testes toxicológicos realizados pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo, a pedido da organização não governamental Greenpeace, mostraram que 60% dos alimentos que a população de São Paulo e Brasília come diariamente contém resíduos de agrotóxicos. Em 36% das amostras, havia ainda alguma irregularidade, como presença de agrotóxicos banidos do país e de quantidade acima do limite máximo de resíduos permitido no Brasil": comentário no site Terra e na BBC sobre este tema enfocado hoje aqui também em nosso blog.
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