Debate
é oportuno também no Brasil agora com atual flexibilização das leis
trabalhistas: só agora em 2107 (4 anos depois da morte de Miwa Sado,
jornalista de 31 anos da rede NHK) esta emissora japonesa de TV pública admitiu a causa mortis (excesso de trabalho) e assim esta jovem virou ícone da discussão sobre o Karoshi em todo o planeta na polêmica sobre a condição humana de trabalho e de vida
Uma
tradição japonesa confundida com o heroísmo está sendo questionada
agora em redes sociais e em especial entre profissionais de comunicação
de vários países, dentro também de debates entre sindicalistas ou de
ativistas de cidadania ou de direitos humanos. Quatro anos após a morte
da jornalista Miwa Sado, a TV pública do Japão reconheceu que a
insuficiência cardíaca sofrida por ela, em julho de
2013 foi por excesso de trabalho. No mês que
antecedeu o episódio, a repórter de política tinha 159 horas extras
acumuladas e apenas dois dias de folga registrados nos arquivos da NHK. O caso dela no entanto não é tão incomum naquele país, segundo um
documento oficial do governo
japonês, um em cada cinco funcionários lá corre o risco de
stress, doença e até morte por excesso de trabalho. Além disso, 22,7%
das empresas
entrevistadas ao longo de um ano disseram que
tinham funcionários com mais de 80 horas extras por mês, o que
representa um grave risco para a saúde por excesso de esforço que pode
ser fatal. "Essa onda não pode pegar no Brasil, onde a crise da economia
e a visão atual dos governantes não exatamente humanitária nas relações
de direito trabalhista, pode importar para aqui comportamento similar
ao Karoshi", comenta agora o editor de conteúdo do nosso blog Folha Verde News, o
repórter e ecologista Antônio de Pádua Silva Padinha, analisando e
editando em nossa webpágina estas informações obtidas no site Japão em Foco, em agências de notícias como a Reuters internacional ou a japonesa Kyodo News, bem como a rádio Zero Hora,
do Rio Grande do Sul, que fez matéria nesse sentido, comparando a garra
dos gaúchos com a tradição guerreira dos japoneses, dentro dum
enfoque, trabalhar para viver ou viver para trabalhar? "O equilíbrio
entre as duas opções é o ideal", argumenta aqui Padinha.
Segundo Masahiko Yamauchi, um diretor do departamento de notícias da NHK, a morte da jornalista Miwa Sado "reflete um problema da nossa organização e do Japão como um todo, incluindo o sistema trabalhista, aqui é comum, assim se faz as coberturas no jornalismo". Sobre a demora para admitir a causa da morte dela, Yamauchi explicou em reportagem o jornal The Guardian, que a NHK omitiu este detalhe "por respeito à família e às tradições do seu povo". Porém, familiares da jovem jornalista mostraram na mesma matéria um sentimento de revolta com a situação: "Mesmo hoje, quatro anos depois, não podemos aceitar a morte da nossa filha como uma realidade. Esperamos que a tristeza de uma família de luto não seja desperdiçada", disseram os pais de Miwa, em um comunicado.
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Miwa Sado virou ícone no Japão hoje do excesso de trabalho e esforço |
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Inenuri (arte de dormir em qualquer lugar ou posição, até de pé) |
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Karoshi (过労死): excesso de trabalho até à morte |
Segundo Masahiko Yamauchi, um diretor do departamento de notícias da NHK, a morte da jornalista Miwa Sado "reflete um problema da nossa organização e do Japão como um todo, incluindo o sistema trabalhista, aqui é comum, assim se faz as coberturas no jornalismo". Sobre a demora para admitir a causa da morte dela, Yamauchi explicou em reportagem o jornal The Guardian, que a NHK omitiu este detalhe "por respeito à família e às tradições do seu povo". Porém, familiares da jovem jornalista mostraram na mesma matéria um sentimento de revolta com a situação: "Mesmo hoje, quatro anos depois, não podemos aceitar a morte da nossa filha como uma realidade. Esperamos que a tristeza de uma família de luto não seja desperdiçada", disseram os pais de Miwa, em um comunicado.
Embora
um escritório de direitos trabalhistas em Tóquio tenha afirmado que a
morte de Miwa deveu-se ao excesso de trabalho, a empresa de mídia NHK
anunciou o reconhecimento apenas agora. A expectativa no país é que essa
revelação pressione as autoridades japonesas a enfrentar mortes
semelhantes de outros trabalhadores. Outro caso recente
desencadeou um debate nacional sobre as práticas de trabalho que obrigou
o primeiro-ministro, Shinzo Abe, a rever uma cultura no local de
trabalho que alimenta a ideia de que trabalhar por longas horas
demonstra dedicação, ainda que haja pouca evidência de que isso melhore a
produtividade. Tradições ancestrais não se adaptam à estrutura da sociedade de consumo made in Japan?...
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A tradição de heroismo e superação em choque com o Japão atual |
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Em Tóquio, na França, no Brasil, manifestações trabalhistas... |
Agora em 2017 intensificou o debate no Japão
sobre a cultura (e as consequências) do excesso do trabalho no Japão, que tem o
nome de Karoshi, uma situação que a gente discute hoje aqui no blog da ecologia
e da cidadania porque também, por aqui no Brasil, as novas leis
e práticas trabalhistas estimulam de alguma forma este tipo de comportamento. Um alerta mundial foi
dando recentemente sobre o Karoshi (过労死), que significa literalmente “morte por excesso
de trabalho”. O termo acabou se tornando internacional após ser incluído no
Dicionário de Inglês Oxford. A principal causa por trás desse drama é o estresse que acaba levando
a pessoa a ter uma morte súbita causada por um ataque cardíaco fulminante ou
acidente vascular cerebral. As principais vítimas são os Salaryman, nome
dado aos assalariados japoneses, especialmente do sexo masculino, que trabalham
nas mais diversas corporações no Japão. Mais dramático ainda é o Karojisatsu (suicídio
provocado pelo stress pelo excesso de trabalho ou esforço). A
jornalista Silvia Kamanami, que analisou a cultura tradicional japonesa
no dia a dia de hoje, cita também personagens que se isolam de todos Hikikomori (que significa, isolados do mundo). Há ainda no cotidiano dos heroicos trabalhadores japoneses a figura da Inenuri
(a arte de dormir em pleno trabalho, em qualquer lugar ou posição, até
de pé). Dentro deste universo cultural existe também os que contradizem o
sistema atual de viver, os Sushoku daushi, expressão que pode
ser traduzida como homens herbívoros...Enfim, não é só o Karoshi mas ele
é o comportamento que mais criou polêmica atualmente no Japão,
questionando tradições do povo ancestral ou pósguerra diante da busca
humanitária e qualidade de vida atualmente. Esta discussão está bem
atual no Brasil hoje, onde muitos e muitos e muitos precisam trabalhar
dobrado para receber a metade do que deveriam receber.
Fontes: www.japaoemfoco.com.br
Zero Hora - Reuters - Kyodo News
www.folhaverdenews.com
"Assalariados conhecidos por suas longas jornadas de trabalho, pela ausência de um salário compatível com a carga horária de trabalho e também por sofrerem em alguns casos, vários tipos de humilhações por parte de seus superiores, em consequência do seu baixo prestígio dentro da hierarquia nas corporações, eles podem também exemplificar um tipo de trabalho escravo": comentário de Paulo Fernandes, advogado da área trabalhista em São Paulo, entrevistado no site Japão em Foco.
ResponderExcluir"O primeiro caso de Karoshi foi documentado em 1969, com a morte de um rapaz de 29 anos que trabalhava em um departamento de transporte no Japão. Porém, foi a partir da década de 80, com a “bolha econômica”, que o Karoshi passou a ser visto como um problema social e uma ameaça séria aos trabalhos em geral no Japão": comentário extraído de notícia da agência Kyodo News.
ResponderExcluirEm 1987, como forma de alertar a classe trabalhadora sobre os riscos de morte por excesso de trabalho, o Ministério do Trabalho Japonês já começava a publicar estatísticas anuais sobre os números preocupantes relacionados ao Karoshi e Karojisatsu (suicídio provocado por condições estressantes de trabalho).
ResponderExcluir"Segundo dados oficiais dpo governo, pelo menos 150 trabalhadores morrem de Karoshi anualmente no Japão. Porém, os números já foram bem maiores. Em 2005, 328 funcionários japoneses morreram por excesso de trabalho, 7 vezes mais do que em 2000. Já em 2007, 672 dos 2207 suicídios, tinham o mesmo motivo como causa principal", (Japan Times).
ResponderExcluirLogo mais mais comentários nesta seção onde você pode colocar direto a sua mensagem, informação ou opinião: se preferir ou precisar made o texto por e-mail para a redação do nosso blog de ecologia e de cidadania navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirVocê pode contatar também nosso editor deste blog para enviar informações ou material como vídeo, fotos ou mensagens, neste caso, envie e-mail para padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"A garra e a força de vontade, características marcantes do povo japonês, foram essenciais durante as décadas de 50 e 60, pois ajudou o Japão a se reerguer economicamente durante o pós guerra, transformando-o em uma grande potência mundial. Mas por outro lado, contribuiu para a ocorrência do Karoshi, um problema grave que ainda persiste entre os trabalhadores atualmenye lá": comentário do advogado Paulo Fernandes sobre os processos de Karoshi no Japão.
ResponderExcluir"Karoshi (过労死): excesso de trabalho até à morte. Adorei esta matéria aqui, sou descendente de uma um povo que veio do Japão depois da Segunda Guerra": comentário de Emilio Jorge Matsumi, de Orlândia (SP), que se dedica à produção de óleo.
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