O repórter Eduardo Carvalho (Globo Natureza) era um dos jornalistas presentes em São Paulo ao evento de cidadania, em que um grupo de ex-ministros do Meio Ambiente do Brasil, ecologistas, cientistas, técnicos especialistas e políticos ligados às questões verdes, divulgou manifesto que pede ao governo brasileiro mais atenção à pauta ambiental nas negociações da Rio+20, a Conferência Mundial da ONU no Brasil em junho (no Rio de Janeiro, 20 anos pós-ECO 92): "Bem na véspera do Dia do Índio, que é nesta quinta, 19 de abril, sempre uma data que faz a gente refletir sobre a nossa natureza, aconteceu esta manifestação que nos deixa a todos que lutamos pela ecologia e pela criação do futuro da Nação e da vida com muita tristeza, mas temos que continuar indo à luta prá mudar esta situação", comentou Antônio de Pádua, o ecologista Padinha, que edita este blog Folha Verde News. Ele recebeu um resumo do evento de São Paulo por meio de mensagens de integrantes do site Ambiente Brasil.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável deve reunir cerca de cem chefes de Estado, segundo informa o Itamaraty. Porém, o tão esperado Rio+20 já está sendo chamado de “Rio mais ou menos 20”, sendo este também o tom de um documento, assinado pelos ex-ministros Marina Silva, José Goldenberg, José Carlos de Carvalho, o embaixador e ex-negociador da ONU, Rubens Ricupero, além de outras lideranças do movimento socioambientalista, ressalta a urgência da incluir a agenda climática e ambiental nas negociações, para evitar o risco de que o encontro se torne irrelevante e configure em um “retrocesso”. "O mínimo dos mínimos que se espera de um evento da ONU sobre meio ambiente e sustentabilidade é que tenha uma pauta ambiental", comentou ao ler o manifesto o editor do nosso blog de ecologia e de cidadania. As avaliações críticas deste documento (elas estão sendo enviadas à Presidência da República, responsável pela organização e condução das negociações da cúpula da Organização das Nações Unidas) ressaltam que o país “praticamente ignorou” a dimensão climática. O manifesto informa ainda que o país “deve se engajar claramente, por meio de políticas públicas, na agenda de transição para uma economia de baixo carbono”, com a criação de planos para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa. “Há uma preocupação com a agenda histórica de 1992, com o exílio da problemática ambiental na Rio+20. O tema não precisa ser colocado em oposição ao desenvolvimento sustentável (…). Não há como discutir crise econômica sem discutir a crise ambiental”, disse a ex-ministra, ex-senadora e ex-candidata pelo PV à Presidência do Brasil, a ambientalista Marina Silva, presente ao evento em São Paulo, que ocorreu`na véspera do Dia do Índio, que tem um conteúdo de preocupação com o descaso no país da natureza com os povos da floresta e com a preservação ou recuperação do equilíbrio ecológico do meio ambiente. O Brasil está virando o país da desnatureza, já disse em matéria anterior este blog, e este mote está virando um fato na realidade brasileira, o que se reflete também na pauta governamental e oficial para a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável no Rio de Janeiro em junho.
Hoje, Dia do Índio, aumenta em todos a preocupação com os povos da floresta e toda a ecologia... |
Marina Silva poderia ser o elo entre os povos da floresta, ecologistas e cientistas com os chefes de estado na Rio+20 |
Sem avanços – Para Marina, a sociedade civil e a população em geral não podem ficar “refém da baixa expectativa” para a cúpula da ONU e o Governo não pode “enterrar” o tema ecologia no debate, quando todo mundo espera o contrário, um caminho rumo ao Desenvolvimento Sustentável, corrigindo problemas econômicos e revalorizando a ecologia na realidade: “Se isso não ocorrer, a Rio+20 será como as conferências anteriores à ECO 92, onde se debatia desenvolvimento sem o tema ambiental”.
O físico José Goldemberg, disse que o argumento brasileiro de que o encontro não é uma conferência especificamente ambiental representa um “atraso”. ou pelo menos um erro. Segundo ele, se não der atenção ao pilar ambiental, os demais pilares que compõem o “tripé” que norteia a conferência, o social e o econômico, deixam de existir. O embaixador Rúbens Ricupero, que foi um dos principais negociadores da ECO 92, disse que o Brasil não está assumindo seu papel de anfitrião na conferência ao limitar suas opiniões no debate com as nações em desenvolvimento, que compõem o G7 e China: “O país tem que posicionar melhor sua opinião e não se juntar ao grupo. Não é mais um debate Norte e Sul”, disse referindo-se ao embate entre países ricos do Hemisfério Norte contra os pobres do lado de baixo da Linha do Equador. Para os ex-ministros, há tempo de reverter a agenda da Rio+20, já que deve ocorrer mais duas rodadas de negociação – uma ainda este mês, em Nova York, e em junho, no Brasil, uma semana antes do encontro com os chefes de Estado. “Há muita coisa para fazer e dá para negociar sim, desde que haja vontade e um trabalho conjunto”, argumenta o ex-ministro de Meio Ambiente, Rúbens Ricúpero. E nós aqui na redação do Folha Verde News acrescentamos também que é fundamental um maior espaço de participação do movimento ecológico, científico e de cidadania do Brasil e dos vários países participantes, para que a Conferência da ONU não vire um clube fechado e monopolizador de temas que interessam a todos: "Pela importância e urgência de temas como problemas climáticos, ambientais, bem como, alternativas de solução sustentáveis, é preciso descobrir uma fórmula de emergência para haver um fluxo na troca de informações e de posicionamentos entre as autoridades governamentais e os ecologistas ou mesmo também jornalistas de todo o planeta especializados nestas questões, para assim aumentar o potencial de sucesso da Rio+20", ponderou Padinha, ao publicar este resumo deste documento crítico, superimportante a esta altura dos acontecimentos.
Na avaliação por exemplo do ambientalista Fabio Feldmann, não faltam alertas da comunidade científica sobre os problemas ambientais que o mundo enfrenta, como as mudanças climáticas e os limites físicos para a expansão da atividade econômica: "Essa é a grande diferença desde a ECO-92: se antes havia dúvida quanto ao aquecimento global, a perda de biodiversidade e a situação dos mares, hoje já não há. Temos a ciência indicando claramente que o planeta está encontrando seus limites", disse Feldmann. Segundo ele, o que preocupa é o Brasil, como anfitrião, não querer debater a fundo essas questões na Rio+20. "O Brasil está tímido porque não quer desagradar ninguém e no final vai acabar desagrando todo mundo."
Fontes: http://www.ambientebrasil.com.br/
http://www.folha.com/
http://folhaverdenews.blogspot.com/
Ao invés de fazermos uma matéria somente protocolar sobre o Dia do Índio, este blog de ecologia e de cidadania está hoje relacioinando a data com esta visão crítica sobre a Conferência Mundial da ONU em breve no Rio de Janeiro sobre Desenvolvimento Sustentável.
ResponderExcluirTem tudo a ver esta relação entre o descaso governamental brasileiro com a ecologia e também com os povos da floresta (os índios só são lembrados neste dia 19 de abril...): no caso da manifestação crítica sobre erros e limites da pauta da Rio+20, ela fica mais representativa por estar sendo feita por ex-Ministros de Meio Ambiente, lideranças socioambientalistas, cientistas e técnicos especializados no tema Desenvolvimento Sustentável.
ResponderExcluirExcluir os temas mais urgentes ou complexos relativos ao meio ambiente numa conferência mundial sobre Desenvolvimento Sustentável é condenar um evento internacional, que custará alguns milhões de dólares, ao vazio e à inutilidade. A própria ONU poderá ter comprometida a sua imagem pública com estes equívocos de enfoque, conteúdo, organização e falta de um real canal de participação do movimento ecológico, científico e de cidadania, especializado no tema central da Rio+20.
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