MS: Índios Guarani Kaiowá enviam carta de apelo por Justiça
Medo, desespero e dor profunda. Esses sãos os sentimentos dos indígenas que ocupam parte da Fazenda Santo Antônio da Nova Esperança, no Município de Rio Brilhante, em Mato Grosso do Sul. Em carta endereçada aos juízes do Brasil, os índios Guarani Kaiowá relatam o clima no acampamento depois que foram intimados no dia 26 de janeiro a saírem em um prazo de 15 dias da Área de Preservação Ambiental da Fazenda, onde estão desde maio de 2011. Esta situação-limite entre o avanço do agronegócio e a agressão aos povos nativos no Mato Grosso do Sul está sendo destaque também na mídia internacional e exige uma atitude urgente da parte do Governo e da própria Presidente Dilma por se tratar de uma questão de extrema violência e ofensa aos direitos mais fundamentais do ser humano", comentou o repórter Antônio de Pádua, o ecologista Padinha, que edita este blog, Folha Verde News.Trecho da Carta/Nota do Conselho da Aty Guasu Guarani-Kaiowá para Justiça do Brasil
"O objetivo desta nota do conselho da grande assembleia Guarani-Kaiowá Aty Guasu é explicitar a situação mísera, perplexa e instável permanente de vida de várias comunidades Guarani-Kaiowá despejadas dos territórios tradicionais que se encontram nas reservas/aldeias superlotadas, nas margens da rodovias BR e nas periferias das cidades do Cone Sul de MS. De fato, a vida mísera e instável são resultados de despejo dos indígenas ou da expulsão forçada dos territórios antigos que foi praticada inicialmente pelos pistoleiros das fazendas do atual Cone Sul de MS. Assim, destacamos que um dos fatores determinantes de nossa miséria, sofrimento e morte física e cultural contínuo, sobretudo o nosso extermínio como povo indígena é o resultado da ordem da expulsão forçada ou despejo de nosso território tradicional praticado historicamente pelos fazendeiros e recentemente a ordem de despejo perverso da comunidade Guarani-Kaiowá foi assumido pela primeira instância da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul..."
"O objetivo desta nota do conselho da grande assembleia Guarani-Kaiowá Aty Guasu é explicitar a situação mísera, perplexa e instável permanente de vida de várias comunidades Guarani-Kaiowá despejadas dos territórios tradicionais que se encontram nas reservas/aldeias superlotadas, nas margens da rodovias BR e nas periferias das cidades do Cone Sul de MS. De fato, a vida mísera e instável são resultados de despejo dos indígenas ou da expulsão forçada dos territórios antigos que foi praticada inicialmente pelos pistoleiros das fazendas do atual Cone Sul de MS. Assim, destacamos que um dos fatores determinantes de nossa miséria, sofrimento e morte física e cultural contínuo, sobretudo o nosso extermínio como povo indígena é o resultado da ordem da expulsão forçada ou despejo de nosso território tradicional praticado historicamente pelos fazendeiros e recentemente a ordem de despejo perverso da comunidade Guarani-Kaiowá foi assumido pela primeira instância da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul..."
Conselho da Aty Guasu Guarani-Kaiowá resume a luta deste povo nativo brasileiro vítima de violência |
Estudantes e ecologistas já se manifestaram solidários à luta dos Kaiowá mas Governo não se posicionoi ainda |
À Sombra de um Delírio Verde (documentário sobre a situação do povo Kaiowá)
Na região Sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, o povo indígena com a maior população no Brasil trava, quase silenciosamente, uma luta desigual pela reconquista de seu território. Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, juntamente com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível “limpo” e ecologicamente correto. Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e trabalho escravo. Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.
À Sombra de um Delírio Verde
Tempo: 29 min
Países: Argentina, Bélgica e Brasil
Narração: Fabiana Cozza
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Entidades ligadas à causa indígena e órgãos governamentais apontam Mato Grosso do Sul como o estado mais perigoso para os índios viverem. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 250 indígenas foram mortos no estado de 2003 a 2010, depois disso ainda não há dados confirmados, mas outras mortes ocorreram e a maioria está ligada à luta pela terra que índios e fazendeiros travam há décadas. Para especialistas, muitos dos crimes entre índios são consequência da situação de confinamento em reservas cuja área se tornou insuficiente para abrigar a todos, da falta de perspectivas ou da perda da identidade cultural, conteúdos que configuram um genócido deste povo indígena do interior e da natureza do Brasil.
Fontes: www.ecodebate.com.br
http://folhaverdenews.blogspot.com
Na avaliação de uma reportagem ontem pela rádio da BBC de Londres, cerca de 300 índios Guarani Kaiowá já foram mortos nos conflitos, que tem um sentido de disputa pelas terras (agronegócio da cana versus território tradicional deste povo indígena, nativo do Mato Grosso).
ResponderExcluirNa íntegra da Carta Kaiowá os índios tambem criticam a falta de liberdade cultural e religiosa, não podendo viver segundo os seus ideais tradicionais nem praticar os seus rituais, que os mantém sintonizados com suas raízes e mais ligados nos seus problemas da atualidade.
ResponderExcluirNão é exagero dizer que este não é um problema isolado e que toda esta violência, relatada em resumo nesta matéria, configura um genocídio contra este povo Guarani Kaiowá, que deveria estar sendo preservado em sua riqueza cultural primitiva e respeitado como Pais do Brasil.
ResponderExcluirEstamos movendo um pedido de intervenção às forças de paz da ONU. Para isso vamos apresentar 4 petições criadas em conjunto, 1 Brasil, 1 França, 1 USA, 1 Suécia.
ResponderExcluirPrecisamos de muitas assinaturas. Peço por favor divulgar essas petições. Pessoas de todo o mundo estão assinando. Se o governo brasileiro não consegue resolver o conflito deve ao menos se preocupar com as vidas que estão em jogo, esse genocidio é vergonhoso, a 6a potência mundial é uma farsa.
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=Guarani