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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

VIOLÊNCIA NO BAIRRO DE PINHEIRINHO EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Fim do massacre do Pinheirinho é uma questão urgente de justiça e de cidadania

Daniella Cambaúva e Murilo Machado fizeram para o site judicial Última Instância uma reportagem sobre a  operação da polícia no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, que teve início às 6h do domingo  sem qualquer aviso ou notificação. Logo após a chegada duma tropa de cerca de 2 mil homens da Polícia Militar, manifestantes tentaram erguer barricadas e proteger o local, sem sucesso. Com a escalada da violência, os moradores agora pedem o fim do “Massacre de Pinheirinho”, um bairro popular que estava começando a ganhar vida destruido para defender a massa falida da empresa Selecta, do empresário Naji Nahas, este sim, um caso de polícia...Sete pessoas morreram na operação.

A operação policial não respeitou ordem judicial e usou de violência

Crianças, mulheres e moradores do Pinheirinho desrespeitados no direito de cidadania

OAB condena ação policial no Pinheirinho: "Foi desobediência à ordem judicial"

De acordo com a reportagem do Última Instância, os acessos estavam bloqueados para os carros e a entrada na ocupação era permitida apenas para policiais. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, sete pessoas morreram – seis civis e um policial militar – e um policial estaria internado em estado grave, mas esse número não foi confirmado oficialmente. A Polícia Militar informou apenas que um jovem foi gravemente ferido com um tiro e levado ao Hospital Municipal de São José dos Campos, onde foi operado. Em entrevista coletiva, o capitão Antero negou que o disparo tenha partido de policiais militares. Segundo ele, a PM está usando apenas gás lacrimogêneo e bala de borracha na operação, mas há controvérsias. De acordo com informações divulgadas pela polícia, 30% do local já foi desocupado.
Segurando bandeiras, panfletos e cartazes, cerca de 35 pessoas bloquearam a pista da Rodovia Dutra sentido Rio de Janeiro na altura do quilômetro 146, em São José dos Campos (97 quilômetros de São Paulo), por volta das 13h de domingo. Com gritos de “São José dos Campos virou Eldorado de Carajás”, os manifestantes pediam o fim “imediato” da intervenção da Polícia Militar na Ocupação do Pinheirinho. Participaram do protesto membros do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, da central sindical Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). A manifestação terminou às 15h de otem mas ainda hoje houve novos desocupamentos e novas ocorrências. Um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região José Carlos de Lima que estava liderando o protesto na via Dutra disse em entrevista ao Última Instância que a operação da Polícia Militar no Pinheirinho é um episódio de extrema violência que já era esperado, e que ao longo da semana o sindicato entregou panfletos contra a desocupação do local. “Só solidariedade com os moradores, não basta. É preciso que os políticos que têm caneta façam alguma coisa. A política está entrando nas casas e atirando em quem não quer sair de casa”, afirmou Lima.
Os manifestantes hoje pediam uma buzinada para apoiar o “fim do massacre no Pinheirinho” e tentavam entregar panfletos para os carros e caminhões que passavam. Alguns motoristas buzinaram em retorno e aceitavam o papel. Outros xingavam. Depois de dez minutos do início da manifestação, a Polícia Rodoviária Federal chegou ao local e negociou pacificamente a abertura de uma das três faixas. Vinte minutos mais tarde, um helicóptero da Polícia Militar sobrevoou o local, mas foi embora após observar o protesto por poucos minutos. Na comunidade vivem 1.600 famílias, seis mil pessoas, desde 2004. O terreno em disputa possui mais de um milhão de metros quadrados pertence à massa falida da empresa Selecta, do empresário oo especulador Naji Nahas. 


Fontes: http://ultimainstancia.vol.com.br
             http://folhaverdenews.blogspot.com

4 comentários:

  1. Além de notícia de 7 mortos, 6 moradores e um policial, a violência desta operação no bairro de Pinheirinho em São José dos Campos ficou clara, também na reportagem do Bom Dia Brasil, da Rede Globo, mostrando uma mãe desesperada que foi impedida de voltar à sua casa para pegar a mamadeira da criança de colo, chorando. Clima de guerra. Contra o povo.

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  2. A OAB e lideranças do movimento de cidadania de todo o país estão repudiando a violência e a ilegalidade da Operação Pinheirinho, policiais não respeitaram liminar concedida pela Justiça, aproveitando-se duma contradição formal entre a justiça federal e a estadual na questão. Um artifício que se é lícito, é também imoral, sem a ética que deve orientar as ações públicas.

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  3. O pior e mais revoltante para moradores e para a população em geral, informada sobre os fatos, é que desta forma a Polícia acabou agindo em defesa da massa falida da empresa Selecta, do empresário ou especulador Naji Nahas e não a favor do interesse da Justiça e da proteção da população no novo bairro de Pinheirinho, transformado em praça de guerra. Espera-se uma ação reparadora do Governador do Estado e da própria Presidente da República, a bem da normalidade das leis e da justiça social no Brasil, se é que estas instâncias existem.

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  4. e também: "Carro da Globo foi incendiado, mas, de acordo com a TV Vanguarda, ninguém ficou ferido"

    Foto: Mario Angelo/Agência Estado

    Link:
    http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5571173-EI5030,00-SP+carro+da+Globo+e+incendiado+em+reintegracao+de+posse.html

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