Um esporte que virou um negócio, assim eu via o futebol por suas cifras milionárias em contraste com outras profissões. Até fazer um curso do Sindicato dos Treinadores, uma semana só com ‘boleiros’ e suas vivências, com aprendizados que compartilho aqui. Começando pela imensa maioria que está lá mesmo por paixão (“matando um leão por dia” como se diz), sendo os milionários uma exceção absoluta dentre os milhares de clubes e as dezenas de milhares de jogadores, país afora. Questões culturais influem diretamente no futebol: o Brasil é o país com maior número de jogadores devolvidos do exterior, por não se adaptarem à disciplina tática exigida na Europa. E a Argentina, mesmo ferindo nosso orgulho nacional saber disso, é o país que mais exporta jogadores – e com sucesso, porque forma atletas com inteligência tática e espírito coletivo.
Impressiona o grau de desenvolvimento científico nos mais diversos aspectos do esporte: tática, estratégia, preparação física, técnica, fisiologia e medicina do esporte, nutrição e psicologia aplicadas, etc. No tempo do Pelé, um atleta corria 6 km durante uma partida de futebol, hoje corre até 14 km, quer dizer, é cada vez mais uma atividade de alta performance, resultando em que “diminuíram” os espaços em campo. Tudo isso gera a evolução do futebol como ciência, adquiri por exemplo um livro sobre “treinamento em espaço reduzido” cujo objetivo é simular situações de jogo e criar soluções para “abrir espaços”. As coisas mudam de perspectiva, quando as compreendemos melhor. Não acho mais tão engraçado fazer piadas sobre Celso Roth, desde que, dentre os 40 alunos do curso, vários “boleiros” que foram jogadores dele o descreveram como um cara competente, trabalhador e estudioso. Não existe piada “politicamente correta” mesmo, mas o que mudou foi perceber o respeito a um conhecedor do assunto. Foi uma rara oportunidade de ver o futebol “por dentro”, diferente da posição do torcedor ou da mídia.
Futebolistas com a tecnologia de hoje podem se tornar máquinas de jogar bola mas precisam do talento e inteligência... |
Fontes: www.ecodebate.com.br
http://folhaverdenews.blogspot.com
Além dos aspectos de ciência ou tecnologia esportiva, muito bem levantados neste texto de Montserrat Martins, temos que considerar também, com a mesma klucidez deste artigo, outros ângulos da cultura do futebol, hoje um fator de desenvolvimento sustentável.
ResponderExcluirDentro do lazer popular, o futebol pelos seus componentes de arte, marketing, emoção e divertimento se tornou um fator de qualidade de vida e devido a estes conteúdos se tornou mais importante do que foi sempre no Brasil, país da bola e em todos os países.
ResponderExcluirAqui no nosso blog estaremos debatendo este e outros temas da pauta Futebol Hoje, como por exemplo o excesso de comercialismo e a decadência do amor à camisa, atletas atuando mais por dinheiro do que por amor a um clube ou por opção pessoal de vida. O Futebol SA gerou um crise esportiva e cultural?...
ResponderExcluirPor telefone, o presidente da Francana diz ter lido este artigo de Montserrat Martins junto com os jogadores do clube antes do almoço, cumprimenta o autor e o blog pela iniciativa de discutir com seriedade e novos enfoques o futebol de hoje em dia. Registramos aqui sua mensagem, Fahim Youssef, obrigado.
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