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terça-feira, 8 de novembro de 2011

PEQUENO FILME DOS ESTADOS UNIDOS LEVANTA GRANDE PROBLEMA

"Jesus era um comunista" do ator Matthew Modina está causando muita polêmica


Jesus no filme de Matthew sintetiza idéias do movimento Ocupar Walt Street
O premiado ator Matthew Modine já participou de filmes de sucesso no cinema e de séries televisivas realizou um curta-metragem que está causando muita controvérsia, isso numa momento em que ele está envolvido também nas gravações do novo filme sobre Batman. Entre uma filmagem e outra, além do seu ativismo em ecologia e cultura alternativa, ele produziu um curta-metragem de 15 minutos que mostra o filho de Deus como um líder socialista, oferecendo um argumento convincente em favor dos pobres. Modine escolheu um título polêmico: “Jesus era um comunista”. Seu filme oferece uma discussão das mensagens do Novo Testamento no contexto da pobreza, da poluição e da agitação política. Selecionado para participar de vários festivais de cinema em todo o mundo, a discussão que o veterano ator propõe já está chamando atenção. O movimento político direitista Tea Party tem usado a Bíblia como seu “cabo eleitoral e justificativa para mudanças na política”. Sites cristãos como o Truth Vanguard já fizeram pesadas críticas ao curta metragem. Posicionamentos assim já são conhecidos no Brasil, por exemplo, comenta o editor do blog Folha Verde News, Padinha, lembrando a polêmica que causou as idéias do movimento Toeria da Libertação, de Leonardo Boff e outros católicos, que chegou até a ser expurgado pelo próprio Vaticano por ser considerado esquerdista, quando na realidade radicalizava o sentido social e humanitário do Evangelho.  O filme de Matthew Modine parece ter um endereço certo. Algumas semanas atrás, o movimento “Ocupar Wall Street” iniciou um debate sobre a relação entre os mais ricos e os mais pobres da sociedade. Rapidamente iniciativas similares se espalharam por vários lugares do mundo. Vários meios de comunicação compraram a iniciativa com o início do Cristianismo, quando a igualdade entre todos os homens ajudou a desfazer a estrutura social do antigo Império Romano. Imediatamente líderes religiosos e teólogos começaram a debater o tema. Enquanto alguns apoiaram a ideia dizendo que Jesus estaria ao lado dos que ocupam Wall Street, outros criticaram veementemente, afirmando que a revolução que Jesus queria nada tinha a ver com distribuição de renda.
Embora o filme não tenha sido exibido comercialmente, está chamando muita atenção dos interessados em cinema e em cultura, como analisa também o jornalista ambiental Randáu Marques, que nos enviou a notícia sobre esta polêmica produção independente norteamericana.  O site do filme traz a seguinte mensagem em sua sinopse: “Sua revolução implicava em uma mudança dramática na forma como as pessoas pensavam. O pensamento progressista e liberal de Jesus se espalhou por todo o Império dominante. Sem exército e sem armas, Ele levou as pessoas a uma nova direção e uma forma mais humana de pensar, com sua filosofia de amor e perdão. Estas são as ideias defendidas neste exato momento pelos protestos em Nova York e por milhares de norte-americano através dos Estados Unidos”.
Falando sobre o curta, Modine explica: “Embora o título seja propositadamente provocativo, é importante às pessoas entenderem que o filme não é um ataque a Jesus ou à fé cristã e nem mesmo uma apologia ao comunismo. Trata-se de um filme com uma mensagem muito positiva, de responsabilidade e de esperança”.
Durante uma entrevista, no lançamento do curta-metragem na semana passada, Modine foi mais longe: “O movimento Ocupar Wall Street não tem uma só voz, um líder. Essa é uma extraordinária demonstração de liberdade civil e de democracia. Mas acho que se houvesse um homem barbudo, de pés descalços falando sobre paz, liberdade, amor e virasse a mesa dos especuladores de Wall Street acabou ele seria crucificado pela mídia. O prefeito exigiria sua prisão. Alguns meios de comunicação iriam incitar o ódio contra ele e declará-lo uma ameaça para o capitalismo”...
Vindo de uma família muito religiosa, o diretor e ator  com visão ecológica e da cultura da vida explica porque os ensinamentos de Jesus o motivaram: “Estou preocupado com os eventos que ocorrem em todo o mundo. A população chegou aos 7 bilhões. Existe muita fome no mundo. Há escassez de água potável. A poluição ameaça o meio-ambiente. Vemos os dos resíduos nucleares. Mudanças climáticas em todo o mundo… Há tanta confusão, culpa e falta de responsabilidade no mundo de hoje. Muitas guerras e assassinatos usam como justificativa o nome de Deus. Não foi isso o que Jesus ensinou”
O trailer do filme, curiosamente para nós do Brasil, que não valorizamos o ex-Bispo de Recife, inicia com a declaração do teólogo brasileiro Dom Elder Câmara:  “Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu pergunto por que os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista”.
Mais informações sobre o filme no site www.jesuswasacommiefilm.com

Fontes: Reuters
              http://folhaverdenews.blogspot.com

4 comentários:

  1. Realmente, a provocação cultural feita pelo ator e ecologista norteamericano, o veterano e muito talentoso ator Matthew Modine, que se revela agora também diretor de filmes, esta controvérsia mexe com a própria estrutura das sociedades de consumo na realidade globalizada de hoje em dia no planeta.

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  2. O atual sistema econômico globalizado talvez não seja exatamente mais o capitalismo e na atual sociedade de consumo, que se espalhou por todos os cantos da Terra, desde a queda do Muro de Berlim, o comunismo ou o capitalismo de estado também se deteriorou, hoje não existe a dicotomia da Guerra Fria entre direita e esquerda. Porém, sobrevive na estrutura da realidade os problemas sociais, econômicos e humanitários que também estão no conteúdo das idéias de Jesus. Este foi o gancho para Matthew Modine realizar o seu polêmico filme de 15 minutos, que está agitando muito mais do que a maioria dos longas-metragens...

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  3. A porocoação inteligente, a polêmica sadia e o quetionamento da realidade ou dos valores atuais ou tradicionais, tudo isso valoriza demais esta produção independente do cinema dos Estados Unidos, sinalizando caminhos alternativos para a produção cultural da atualidade.

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  4. Só por questionar os problemas econômicos e a injustiça social da sociedade de consumo, o curta-metragem de Matthew Modine é precioso, levantando uma discussão que precisa ser feita pela população ou pelo menos por aqueles que estão em busca de mudanças ou de avanços na realidade da vida atual.

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