(Ibama chama agentes do Brasil todo prá região, matéria de Ana Flor e Cláudio Ângela, Folhapress)
Já antecipando a flexibilização das leis ambientais do Código Florestal, ambicionadas pelas mudanças ruralistas, em discussão na Câmara Federal em Brasília, cresceu demais a explosão no desmatamento na Amazônia, o que fez o Ibama suspender todas as suas operações de fiscalização no país para concentrar esforços na contenção da derrubada. O Governo acredita que o pulo nos índices de desmate é resultado da perspectiva de afrouxamento da legislação com o novo Código Florestal, daí esta situação de alarme ambiental com a realização imediatamente desta megaoperação dos Instituto Brasileiro de Meio Ambiente.
A determinação do Ibama foi baixada num memorando às superintendências de todo o país. O documento determina que todas as operações de fiscalização do PNAPA (o plano anual de operação este órgão ambiental) que não tenham relação com o combate ao desmatamento na Amazônia sejam suspensas. Para 2011, o programa tinha 1.300 operações previstas.
"Não adianta combater o tráfico de animais, por exemplo, se o habitat deles foi para o saco", diz o presidente do Ibama, Curt Trennepohl. "Foi a decisão mais lógica. Temos de estancar a hemorragia em Mato Grosso."
Agentes dos Estados também estão sendo deslocados em massa para a Amazônia. Segundo Trennepohl, há cerca de 520 homens na região agora. O número deve crescer, já que só do Rio Grande do Sul, nesta semana, serão deslocados mais 60 agentes.
O Governo Dilma foi surpreendido pela retomada da devastação, principalmente em Mato Grosso. Dados preliminares do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a serem divulgados na semana que vem, sugerem um repique sem precedentes desde o final de 2007, quando o governo baixou o embargo de crédito aos desmatadores (gênese da polêmica atual sobre o Código Florestal).
Charge de Ivan Cabral no clima do alarme |
Estudantes da UNB e Greenpeace também mobilizados |
Mudanças ruralistas do Código Florestal já causam estragos antes até de serem aprovadas |
O índice de desmatamentos aumentou muito ultimamente segundo o Ibama no norte do país |
Começou uma megaoperação para tentar conter a volúpia do desmate |
de pré-caos ambiental...
Gilberto Câmara recusou-se a fornecer mais dados, alegando que ele ainda está sob verificação. "O gato subiu no telhado. Falta ver o tamanho do pulo". A expectativa em relação à mudança no Código, em discussão no plenário da Câmara (e que também provoca um mutirão de ecologistas, cientistas, entidades de vários setores socioambientais e do PV em posição contrária às mudanças ruralistas) é considerada pela área do Meio Ambiente do Governo um dos principais fatores por trás da aceleração da derrubada.
Como já é tradição na Amazônia, o setor produtivo se antecipa a decisões do poder público e derruba a floresta. Neste ano, em MT, o objetivo do desmatamento seria criar "áreas consolidadas" antes da aprovação do código para ganhar anistia.
Parlamentares ruralistas e entidades do setor têm vendido à base que o novo Código Florestal permitiria a manutenção de áreas rurais consolidadas e abriria a possibilidade de consolidar o uso de áreas de preservação permanente.
A retomada do preço das commodities no mercado internacional e a anistia ao desmatamento concedida pela recém-aprovada lei de zoneamento do Estado também são apontadas como causas possíveis do repique. Segundo Trennepohl, a devastação tem se concentrado na região produtora de grãos do Estado, e o desmate é sobretudo para agricultura, por enquanto, informa o Ibama.
Fontes: folha.com
http://folhaverdenews.blogspot.com/
Este estado quase caótico já de emergência, detectada pelo Ibama, é mais uma razão objetiva para todo o movimento ecológico, científico e de cidadania unir-se ao Partido Verde e até à Frente Ambientalista no sentido de conter a loucura ruralista, bancada pelo lobby dos que são ligados ao grandes agronegócios e às empresas de agrotóxicos. É hora urgentemente de fazer prevalecer o bom-senso, como conclama Marina Silva desde janeiro, e o respeito às leis básicas de defesa ambiental: podem ser feitas alterações no Código Florestal mas elas não devem ser retrocessos e sim avanços rumo a um Desenvolvimento Sustentável no país.
ResponderExcluirUma outra urgência é a implantação no Brasil imediatamente uma gestão ambiental para se evitar o caos dos recursos naturais e promover o ecodesenvolvimento.
ResponderExcluirA negociação para a votação do projeto propondo alterações ao Código Florestal foi adiada, sem data marcada. Na Câmara dos Deputados houve muita confusão, colocando à mostra as divergências internas entre os líderes do PT : Vaccareza e Paulo Teixeira. O Deputado Aldo Rebelo externou uma crise emocional ao acusar o marido da Senadora Marina Silva de contrabando de madeira, sendo que ele mesmo (Aldo Rebelo) se contradisse : lembrando que o defendeu dessa mesma acusação no passado recente. O Deputado Aldo Rebelo deixou escapar a sua dor de conscienência por ter se envolvido em defender interesses pequenos : frente aos grandes e reais desafios das alterações climáticas.
ResponderExcluirÉ uma enorme incoerência permitir que se diminuam as distâncias mínimas das matas ciliares das beiras de rios (áres de preservação permanente - APP's) nesse momento em que diversas regiões do Brasil e do mundo são assoladas por enchentes e inundações. Lembrem que fortes chuvas deixaram mais de mil pessoas mortas na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, recentemente (início de 2011), mostrando o perigo da permanência nas APP's e reforçando a necessidade de respeitar o Código Floestal.
Newton Almeida MEIO AMBIENTE RIO DE JANEIRO
http://limpezariomeriti.blogspot.com