Nada de móveis, portas ou cabos de vassoura. De cada dez árvores derrubadas na região amazônica, sete vão para a lata do lixo. De acordo com estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a maior parte da madeira é simplesmente descartada como resíduo. O principal problema é o processamento dessa madeira. Feito praticamente de forma artesanal e com baixa tecnologia, apenas 30% das toras é aproveitado. Essa fatia representa a parte mais nobre da árvore.
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O tesouro natural do país se escapa do desmatamento... |
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....em muitas regiões da Amazônia sofre queimadas |
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Derrubar só para acabar com a floresta?...
O resto, na forma de serragem e de sobras, é descartado. Segundo Niro Higuchi, coordenador da pesquisa do INPA, é fundamental melhorar o rendimento da floresta. Não basta apenas estancar o desmatamento, por exemplo. O pesquisador ainda aponta outro motivo para o baixo aproveitamento da madeira: ela é muito barata no mercado local. "É possível comprar um hectare de floresta por R$40", disse à Folha.
De acordo com a Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará (AIMEX), não é bem assim. O preço médio de uma árvore varia entre R$90 e R$360, dependendo da espécie.
"A madeira aqui na Amazônia é realmente barata. Mas não é só isso. Ela é explorada de maneira desorganizada", alerta Rosana Costa, engenheira agrônoma do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
A desorganização dessa exploração não é um problema exclusivo das grandes cidades, que transforma árvore em lixo urbano. Ela afeta também comunidades ribeirinhas - afinal, alguns núcleos incrustados na floresta sobrevivem do processamento de madeira.
Nessas comunidades, todo resíduo é despejado nos rios. "Na água, a serragem pode fermentar e soltar os produtos químicos que foram passados no tronco. Isso causa a morte do rio, como aconteceu no rio Trairão", alerta Rosana.
O objetivo do INPA é reverter, em cinco anos, essa porcentagem, passando a aproveitar 70% da madeira derrubada. O aumento da produtividade acontece em duas etapas.
Na primeira, aperfeiçoa-se a técnica e a tecnologia da indústria madeireira, como o modo de cortar e as lâminas utilizadas.
Em seguida, é a vez dos resíduos. A serragem gera energia em termelétricas. E as sobras, finalmente, podem virar móveis, portas ou cabos de vassoura.
Para Niro, os resultados em laboratório foram animadores. Com isso, já foi firmado convênio com uma madeireira de Itacoatiara (região metropolitana de Manaus) e a aplicação do projeto deve começar até o fim do mês. (Reportagem de Bruno Molinero).
Fonte: UOL
O ecodesenvolvimento é urgente também na região do Amazonas, onde a natureza já começa a dar sinais de alerta, como agora na mais recente seca, a maior dos últimos 100 anos.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAli se faz, aqui se paga - as queimadas e a seca na Amazônia
ResponderExcluirRodrigo Baleia - 10/11/2010
Notícia do INPE vem para denunciar parte dos culpados por eventos climático extremos estarem se repetindo com tanta frequência.
Veja aqui neste link:
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/rodrigo-baleia.shtml
A postagem anterior foi removido pois estava com informações incompletas.
ResponderExcluirRodrigo Baleia é fotojornalista ambiental há mais de dez anos. Trabalha regularmente para o grupo Greenpeace e colabora com a National Geographic Brasil desde 2001. Tem seus projetos pessoais distribuídos por agências como a Gettyimages, ZumaPress e Folha Press.
Link:
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/rodrigo-baleia.shtml
Paz e saúde camaradas!