“A notícia é esta: o Xingu vai morrer” escreve Eliane Brum e também a Procuradora
da República Thais Santi adverte que Belo Monte é inviável e responsável por esta agonia da Volta Grande do Xingu desde 2016 e agora ao mesmo tempo ocorre que povos indígenas
adoecem, Altamira já virou a cidade mais violenta de todo o Brasil enquanto já se teme além do mais por uma chegada da mineradora
canadense Belo Sun para aí sim então desequilibrar de vez todo o ecossistema por ali que é vital para toda a Amazônia
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Juruna, cacique da aldeia Miratu, continua indo à luta... |
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...revela com dados e fatos a jornalista Eliane Brum... |
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...em reportagens e videos sobre a morte do Xingu |
A seguir um resumo de informações que
vem abalando a Justiça, cientistas, ecologistas, lideranças indígenas e de cidadania no noticiário do El Pais e da BBC também na revista
Época e nos bastidores dos fóruns na Amazônia, onde o MPF tenta barrar o processo de
destruição da natureza, alertando sobre esta que virá a ser a maior tragédia
brasileira, já classificada como um ecocídio da Amazônia. Giliard Juruna,
cacique da aldeia Mïratu, é uma das principais lideranças locais que ainda
também lutam contra a morte da Volta Grande do Xingu, onde vive o seu povo, que
ao invés de peixe anda comendo comida industrializada e adoecendo, constata que "a gente morre junto com o Xingu". Os mais críticos afirmam que todo esta cenário objetiva também abrir caminho para a exploração do ouro, segundo denuncias também que podem ser captadas na mídia local e regional. Os principais veículos de comunicação do Brasil ainda se calam sobre esta previsão de uma tragédia monstruosa.
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As sequelas no rio, nos peixes, nos índios, nos ribeirinhos... |
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... já são muito visíveis na região e na cidade de Altamira... |
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...variados estudos científicos comprovam tudo isso |
No site amazonia real, um respeitado pesquisador
dos impactos ambientais das barragens de hidrelétricas na Amazônia, o ecólogo
Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), afirma
que as previsões climáticas para os próximos anos na região do Xingu apontam
para o agravamento dos períodos secos. O aquecimento global influencia estas alterações, também reforçadas pelo desmatamento: “As previsões de mudanças
climáticas atingem fortemente a região. O leste da Amazônia ficará com
muito mais secas. Isso está previsto em vários modelos de clima. O Xingu, por
exemplo, ficará com muito mais escassez hídrica. Isso será muito ruim para a própria hidrelétrica Belo Monte.
Há também ainda o impacto do desmatamento que vai reduzir a vazão do rio”,
afirma o cientista Philip Fearnside: o
desflorestamento na Alto Xingu, localizado na divisa do Pará com o Mato Grosso,
é uma das grandes ameaças ao rio Xingu tanto para sua viabilidade na geração de
energia em Belo Monte, como para a sobrevivência de comunidades ribeirinhas e
indígenas às suas margens, "são todos estes vários fatores que agem juntos para
que se tenha menos água nos rios desta região, que podem tornar a usina Belo Monte realmente inviável" O ecólogo Philip Fearnside radicaliza: “Belo Monte já está inviável. Não há água suficiente para movimentar as
turbinas durante muitos meses do ano. Durante três meses não há água suficiente
para movimentar uma turbina entre as 20 instaladas na casa principal. Isso
inviabiliza qualquer hidrelétrica pois as turbinas são as partes mais caras de
uma usina”.
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Belo Monte já está inviável (água insuficiente)... |
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...cada vez mais escasses de água na região... |
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...não faltaram protestos e alertas dos indígenas |
Ainda em meio às queimadas mais intensas de meses atrás, algo aterrador e menos visível, porém, ja estava em curso: a Volta
Grande do Xingu realmente morrendo. Esta era a mensagem que a Procuradora
da República em Altamira Thais Santi tentava passar aos jornalistas. "Os
incêndios são graves e devem ser denunciados e combatidos, mas é necessário
compreender também que um rio está morrendo. É ecocídio, e é
genocídio”, ela afirmou na matéria de Eliane Brum no site El Pais, advertindo que os fatos são eloquentes,
investigados e mensurados pelos melhores cientistas da área do Brasil, e também
por documentos oficiais. Na história recente da Amazônia, a grande causadora e
reprodutora de violências na região do Médio Xingu, onde está a cidade de
Altamira, foi e segue sendo a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Muito pouco
acontece na cidade que não tenha como marca sequela da Norte Energia SA., a empresa
concessionária da barragem. Isso está marcado na agonia da Volta Grande do
Xingu, uma região belíssima de 100 quilômetros onde vivem os povos Juruna e
Arara, assim como população ribeirinha e espécies endêmicas de peixes. É também
nesta região que, nos últimos anos, outra gigante, a mineradora canadense Belo
Sun, pressiona a população local e assedia políticos de Belém para obter
autorização para explorar aquela que poderia vir a ser a maior mina de ouro a céu aberto do
Brasil, decretando também o sepultamento oficial de esta esta macrorregião da Amazônia embaixo de toneladas
de rejeitos tóxicos.
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Mineração a céu aberto será outro fator mais destrutivo... |
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...Altamira, cidade da região, já é a mais violenta do país... |
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...sem penitenciária e sem postos policiais com estrutura |
Para o MPF Belo Monte é economicamente inviável - Há dois meses, Thais Santi e
outros 23 procuradores, incluindo coordenadores de câmaras, assinaram uma
recomendação para o Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) afirmando que o hidrograma – a administração da água pela
usina – deve ser suspenso e revisado. Caso isso não aconteça, o Ministério
Público Federal entrará com uma ação judicial. Na prática, o que o documento
demonstra e afirma é o que já se dizia e escrevia antes de Belo Monte ser
construída: fundamental preservar as condições mínimas para a vida de indígenas e
ribeirinhos, também as outras espécies numa das regiões mais
biodiversas da Amazônia, poupando assim o Xingu, um dos mais magníficos
afluentes do Amazonas, do qual depende a vida de dezenas de povos originários.
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O povo e a natureza do Xingu foram invadidos... |
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...hoje já há uma agonia socioambiental por ali |
(Depois mais tarde outros detalhes e mais informações sobre este temas da maior urgência ambiental na seção de comentários deste blog de ecologia e de cidadania, o vídeo já postado aqui "Eu + 1" sobre o enfoque nessa situação de caos do Xingu sob o ponto de vida da saúde, documentário escrito por Eliane Brum e Nani Garcia, confira também, OK?)
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Índios, ecologistas e cientistas protestaram antes... |
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...agora esta luta invadiu também o Sínodo da Amazônia... |
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...e já está na pauta das próximas manifestações dos jovens... |
Fontes: El Pais - BBC - Época - Amazônia Real
folhaverdenews.blogspot.com
Mais tarde aqui nesta seção a edição com mais informações, mensagens, opiniões, aguarde e depois acesse os comentários, aqui.
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ResponderExcluir"Embora grande parte da imprensa exaltasse a “grandiosa obra de engenharia”, eu e outros jornalistas vimos denunciando as violações em nossas reportagens. E fomos sempre fortemente pressionados junto a nossos editores pela empresa. Também fomos atacados por militantes nas redes sociais. Agora, a situação da Volta Grande do Xingu secando desde o início do funcionamento da usina, fala por nós": Comentário de Eliane Brum, jornalista, documentarista, escritora.
ResponderExcluirVenha conferir depois mais dados e comentários, participe desta luta pelo Xingu, Altamira, índios e povo da Amazônia.
ResponderExcluir"A gestão da água por Belo Monte é chamada de “hidrograma de consenso”. Apesar do nome, não há consenso algum. Está mais para “hidrograma de conflito”. Quem decidiu quanta água seria liberada pela usina para a Volta Grande do Xingu foram a empresa e o governo. E se trata de um esquema hidrológico que estipula as quantidades mínimas de água que precisariam passar pela Volta Grande para garantir a sustentabilidade socioambiental da região. O hidrograma tem sua origem no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento, anunciado como solução para conciliar a geração de energia, a quantidade de água indispensável para as funções ecológicas da região e a manutenção das condições de navegabilidade do rio Xingu, o que não aconteceu": comentário extraído do livro Xingu, o rio que pulsa em nós (Instituto Socioambiental).
ResponderExcluir"Em 2016, ano em que os Juruna da Volta Grande do Xingu chamam de "fim do mundo", morreram 16 toneladas de peixe devido à pouca água no rio, inclusive os Pacus, os mais tradicionais da dieta indígena": comentário de Eliane Brum em emissão da BBC News.
ResponderExcluirO problema é que, a partir de 2016, a região viveu uma das secas mais severas das últimas décadas e, ao mesmo tempo, foi afetada pelo barramento da usina. Ainda assim, havia 9.763 metros cúbicos por segundo em abril. Ou seja: mais água entrando na Volta Grande do que o pico de 8.000 metros cúbicos por segundo previstos no hidrograma de Belo Monte. Mesmo com mais água, os Juruna da Volta Grande batizaram de "fim do mundo”. Peixes morreram às toneladas, assim como outros animais. A vida começou a se tornar inviável. Caso Belo Monte execute os hidrogramas previstos, cientistas afirmam que será o fim da Volta Grande do Xingu. E um caos na Amazônia": comentário extraído do site Amazonia Real.
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