Eles buscam as raízes longe da natureza e necessitam ter vez e voz na atualidade do país sendo hoje segundo o IBGE mais de 300 mil pessoas vivendo em algumas das metrópoles brasileiras
 |
De 3 aldeias diferentes hoje na selva da grande cidade... |
 |
...um novo habitat e uma outra realidade... |
 |
...alguns índios urbanos se integram bem e formam família |
40% dos índios brasileiros hoje já estão vivendo em cidades, os refugiados da floresta, aqui um vídeo da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, um ponto de atração de refugiados das últimas florestas de Mato Grosso, Goiás, Minas: https://www.youtube.com/watch?v=RUsauLGj7C4
 |
Gaspar Tsiwari Waratzere tem muitos amigos e contatos em cidades e universidades mas formado em História voltou para sua aldeia Xavante |
A jornalista Patrícia Martinez Sastre havia feito uma reportagem, para o jornal e site da Espanha El Pais, sobre indígenas que abandonam suas aldeias em várias regiões do Brasil por diversas razões (inclusive agressões às florestas), ela então informava que 315.180 índios urbanos podem ser catalogados em algumas das principais metrópoles brasileiras, São Paulo, Rio, Brasília, Manaus, Recife, Salvador, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre...Eu resgatei esta matéria desta jornalista ao me encontrar em Ribeirão Preto (SP) com um índio Xamakiry, do Acre, que se transformou em músico e busca um espaço para o seu trabalho. Hoje aqui no blog a gente posta um clip de Paulo Afonso Tchê, descendente da antigos Guaranis, na região de Passo Fundo (RGS), que tocou e gravou com músicos consagrados, passou pela TV Cultura e hoje vive e atua em Pouso Alegre (MG): a gente aqui mostra uma de suas músicas, interpretada também por Lucas Adon, seu filho, tem uma sonoridade que remonta aos Mutantes, mais urbanos do que descendentes de índios, brasileiros contemporâneos. Confira neste clip aqui agora.
 |
Paulo Afonso Tchê descende de antigos Guaranis dos Pampas... |
 |
...mas já se integrou total à vida urbana e hoje mostramos aqui um clip de música sua cantada com seu filho Lucas Adon |
 |
Um dos trabalhos de Lucas Adon |
Não é somente no mercado musical que índios urbanos buscam um espaço em várias capitais brasileiras, muitos deles se formaram em universidades públicas de História, Medicina, Arquitetura, Comunicação. Este povo que vem da floresta para a cidade forma uma novo e crescente seguimento populacional e a seguir, alguns dados: em síntese com a população urbana e usando as tecnologias digitais eles se aventuram em novos rumos, mas muitos deles, como Gaspar Tsiwari, Xavante da aldeia de Namunkurá, Mato Grosso, não têm planos de viver em cidades: formado pela Universidade Federal do Mato Grosso, Gaspar preferiu voltar para a sua aldeia, ajudar a sobrevivência do seu povo, cuidar da terra e montar uma escola. Alguns dos descendentes próximos ou remotos de indígenas estão vindo de outros países, como Peru, Bolívia, Equador, Chile, como é o caso de Pedro Mapuche, que faz artesanato nativo, dentro das tradições da arte dos índios da Patagônia. Ele vive viajando em sua moto 150 cilindradas, conhecendo lugares e comercializando suas bijuterias que realmente são arte nativa.
 |
A arte e cultura original e nativa dos índios é expressiva... |
 |
..mas eles se adaptam bem aos smartphones... |
 |
...buscam usar a tecnologia das cidades... |
 |
...como quaisquer cidadãos jovens urbanos hoje |
“O Brasil não terá mais índios no século 21. A ideia de congelar o homem no estado primitivo de
sua evolução é, na verdade, cruel e hipócrita”, um dia escreveu o ex-ministro
brasileiro de Ciência e Tecnologia Hélio Jaguaribe. Não sabia o quanto estava errado. Atualmente há no Brasil mais de 800.000
indígenas, segundo o mais recente recenseamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Vivem nas grandes cidades 38,5% deles,
principalmente em São Paulo, mas também em Manaus, Boa Vista e no Rio de
Janeiro. Isso representa o último desafio para o índio: adaptar-se e sobreviver
entre toneladas de asfalto. As migrações indígenas de alguma aldeia para uma
grande cidade acontecem desde meados do século 20,
quando, entre as décadas de cinquenta e setenta, uma primeira onda de mão de
obra chega à metrópole para trabalhar na construção civil. Posteriormente, nos
anos noventa, após a Constituição de 1988 e a ampliação da rede de ensino, bem como a cultura de cidadania, essa
migração se torna principalmente universitária, com a presença de coletivos que
ganham a vida com apresentações artísticas e rituais. Nas últimas duas décadas, a diferença
entre zona rural e urbana se tornou mínima tanto no sentido migratório quanto
de interação entre ambas. Com algumas grandes exceções no Norte do Brasil, a
maioria das comunidades indígenas está bastante urbanizada, fazendo fronteira
com ou sendo parte de cidades médias, como é o caso da tribo Tupi-Guarani de
Maricá, no estadio do Rio de Janeiro. Mesmo assim, apesar de o convívio do
índio na cidade ser um fato histórico, o receio contra sua pessoa não diminui
com o passar do tempo. “Existe uma imagem dupla de preconceito: nos anos
cinquenta era a invisibilidade de não poder dizer que era índio para não sofrer
discriminação, razão pela qual muitos se faziam passar por nordestinos,
caboclos… e já nos anos noventa, trata-se da negação de sua identidade indígena
pelo fato de não viver mais na aldeia nem ter fenótipo de índio”, analisava o
antropólogo social Marcos Albuquerque. Mas isso mudou em parte, os índios se mostram inteligentes, dominam os meios digitais e podem enriquecer o lado humano e cultural da população urbana.
 |
Conteúdo Estadão fez matéria também neste tema |
 |
Em universidades já se estuda esta nova população |
Uma motivação diferente da econômica é a educacional. Um outro perfil de índios. Muitos deles nasceram na cidade, já pertencem à classe média brasileira e cursam faculdades: “Nasci no Rio de Janeiro. Meus avós emigraram na década de setenta, fugindo da seca nordestina. Sou professora da Universidade Federal Fluminense e tenho muito orgulho de ser indígena, apesar de viver no espaço urbano”, diz Carolina Potiguara. Por sua vez, uma outra descendente de índios Sandra Guaraní só vê na cidade vantagem pelo lado do estudo. “Nossos costumes têm muito a ver com a natureza, e por isso aqui entro em conflito comigo mesma. Não tenho terra, ar... Dentro de casa vou fazer meu ritual com quem? É um lugar pequeno, e tudo tem regras”, acrescenta. Ela ainda aguenta a barra urbana pelo desejo de fazer mestrado no próximo ano. Mas há outros incentivos para ficar na cidade. Entre eles, o desejo de derrubar na sociedade alguns tabus e o velho estereótipo do índio como ser preguiçoso e selvagem. Também de mostrar ao branco seu conceito particular sobre a Terra e, acima de tudo, de recontar sua história a partir da visão dos vencidos: indígenas corajosos que, a cada dia de vida, conseguem a vitória da sobrevivência. Até quando? Com o crescente agronegócio e as constantes crises ambientais, a tendência é que aumente uma outra espécie de índios urbanos, refugiados de desastres ambientais e destruição das últimas florestas.
 |
Mesmo na cidade ela tenta reviver a sua cultura nativa... |
 |
...e conta histórias do povos das florestas da Amazônia |
(Confira depois aqui no blog da ecologia, da cidadania, da ciência e da não violência na seção de comentários outras informações nesta pauta de hoje, OK?)
 |
Em Manaus muitos índios passam pela cidade e alguns voltam para suas aldeias enquanto outros tentam nova realidade |
Fontes: El Pais - UFMG - folhaverdenews.blogspot.com
Depois mais tarde, aqui nesta seção, postaremos comentários com mais informações sobre os índios urbanos: venha depois acessar e conferir aqui, OK?
ResponderExcluirVocê pode postar direto aqui a sua opinião, se preferir, mande a sua mensagem pro e-mail do editor deste blog que aí depois a gente insere aqui nesta seção, mande então seu conteúdo para padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir“A relação do índio com a natureza é umbilical. É uma relação de cura. Nosso psicólogo é a mata, por isso muitos não suportam ficar aqui”: comentário da índia ZawaraHu, conhecida também como Carolina Potiguara, hoje no Rio de Janeiro.
ResponderExcluir"Me formei em História e voltei para minha aldeia no Mato Grosso para ajudar meu povo Xavante lutare por suas terras, seus direitos, seu futuro, através da educação": comentário de Gaspar Watzere, formado pela UFMT.
ResponderExcluir