A opinião é
do consultor Jean-Yves Carfantan, ele é o fundador da empresa Agrobrasconsult que atua
há 40 anos em São Paulo, sendo entrevistado hoje pela RFI por Lúcia Muzell explicando porque, nesse momento, tal como está, a situação é de pessimismo neste setor sob
suspeita pós o boom de queimadas e desmatamentos que criou uma crise entre a Europa e o Brasil
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O economista Carfantam é francês mas se considera brasileiro depois de tantos anos como consultor por aqui |
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A visão deste especialista repercute na Europa e no Brasil nosso blog levanta a questão ambiental na economia |
Recebemos por e-mail a matéria de Lúcia Muzzel que na sua primeira frase
já resume a situação: não é só a floresta que está ameaçada pelas queimadas na
Amazônia. A comoção mundial gerada pelo tema assusta o agronegócio do Brasil,
o principal motor da economia brasileira. Esta crise diplomática entre a França e o
Brasil, os riscos para o acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia e as campanhas pelo boicote aos produtos agrícolas brasileiros são alguns dos
efeitos que podem atingir este setor, já a curto prazo. Na opinião de quem conhece, o
consultor Jean-Yves Carfantan, francês mas que vive em São Paulo há 4 décadas e virou "um tanto brasileiro", apenas uma “mudança radical” da política ambiental do atual Governo poderá
reverter os danos qie já podem ser previstos. "O enxugamento dos recursos humanos e financeiros dos órgãos de fiscalização abala a imagem de toda uma parcela da agricultura brasileira, que se
esforça para vender ao mundo a ideia de que estaria atenta para práticas mais
sustentáveis de produção". Confira a seguir um resumo da entrevista e no vídeo já postado aqui no blog Folha Verde News um trecho de suas ponderações na RFI que estão repercutindo nos dois lados do Atlântico e...desta questão.
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As queimadas pressionam o agronegócio... |
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...a mudar a atual guerra que faz... |
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...contra a ecologia do meio ambiente |
“O maior município
do Brasil, Altamira (PA), tem só três fiscais do Ibama. Isso é completamente
insignificante, absurdo e se não tiver uma reversão radical dessa situação, a minha
percepção é muito pessimista, então o agronegócio brasileiro será depois das queimadas a próxima vítima,
porque ele vai sofrer boicotes comerciais e, a médio-longo prazo, vai ter até que
reduzir a produção porque a destruição da floresta amazônica e de outros biomas está alterando completamente o ciclo das chuvas, algo que vai levar também à diminuição da
produtividade das lavouras", argumentou Jean-Yves Carfantan.
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Enquanto as agressões ambientais crescem no Brasil, na China, o rumo é o contrário |
Até os chineses hoje têm preocupação ambiental, destaca Carfantan ao falar que atualmente o agronegócio brasileiro mais mais presente nos mercados
internacionais e começa a assimilar que a questão ambiental é estratégica. E é nesse contexto que as ameaças sobre a ratificação do acordo entre a União Europeia
e o Mercosul, que foram ressaltadas pelo presidente da França, o Emmanuel Macron, são
apenas uma amostra do que pode estar por vir, avalia o consultor. A maior
preocupação vem da China, que mudou, hoje a atenção aos parâmetros ambientais lá é crescente: “A China já representa
60% da produção brasileira de soja, usada para alimentação de rebanhos".
Pesquisas mostram que metade dos consumidores chineses de carne, que têm poder
aquisitivo e são formadores de opinião, estão preocupados com as condições de
produção dessa carne e problemas como o desmatamento e a preservação do meio
ambiente agora são decisivos, explica o economista: “Se amanhã o mercado chinês criar
dificuldades, o impacto sobre as cadeias produtivas no Brasil será muito maior até do que qualquer decisão da França ou da Irlanda”, constata o autor do livro no tema “Brésil,
les illusions perdues: du naufrage au redressement” (Brasil, as ilusões
perdidas: do naufrágio à recuperação”).
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Agora é a hora de mudar a filosofia no meio rural... |
(Confira depois na seção de comentários neste blog da gente mais algumas informações e mensagens, visualize também o vídeo, OK?)
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...começando uma realidade sustentável a bem da ecologia e da economia no agronegócio, diz o especialista |
Fontes: RFI - folhaverdenews.blogspot.com
"Apesar das incertezas quanto ao futuro do acordo UE-Mercosul, dificilmente a França conseguirá se impor diante da Alemanha, que está ansiosa para ampliar as exportações de produtos industrializados para os latino-americanos, como químicos, máquinas, têxteis e automóveis": comentário de Jean-Yves Carfantan.
ResponderExcluir“A pressão alemã vai ser muito forte. Eu duvido que a Alemanha abrirá mão do acordo comercial da Europa com o Mercosul apenas porque a França e o Brasil passaram por essa crise. Vai ser um processo que vai demorar, mas no fim das contas, o que vai prevalecer é o interesse econômico de ambos os lados”: comentário também de Carfantan: "Com uma visão ambiental, o processo será mais rápido".
ResponderExcluirDepois mais tarde, por aqui nesta seção, mais informações e mensagens neste tema de hoje, aguarde e venha depois mais tarde conferir aqui, OK?
ResponderExcluirVocês pode postar direito sua opinião neste espaço, se preferir mande uma mensagem por e-mail ao editor deste blog que aí a gente depois insere seu conteúdo aqui nesta seção, OK?
ResponderExcluir"Gostaria muito que esta visão contemporânea e sustentável deste economista fosse ampla no setor do agronegócio e entre as autoridades governamentais, mas temo que isso está ainda longe de ser realidade mesmo depois de todo esse caos": comentário de José Peres Santos, de São Paulo, que diz ter conhecido Carfantan em uma palestra em uma viagem que fez a Cuiabá no Mato Grosso, em evento do Sindicato Rural de lá.
ResponderExcluir"A norueguesa Mowi, líder mundial em salmão considera barrar a compra da soja do Brasil", comentário que resume matéria de capa hoje no Valor, que nos foi enviada ao Facebook pelo engenheiro Wellington Ferro. Agradecemos a informação que bate com o alerta de Jean-Yves Carfantan que está postado hoje aqui no blog.
ResponderExcluirInfelizmente o governo brasileiro so preocupa com a economia.Se consumidores de produtos brasileiro boicotarem a politica ecologica muda.
ResponderExcluirA juventude e os consumidores mais conscientes hoje em dia, em especial nos país mais avançados, se mobilizam para rejeitar cada vez no mercado produtos obtidos com algum tipo de violência ambiental.
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