Uma prefeita na região de BH finalmente é presa por envolvimento em morte de jornalista e mais este caso nos leva a gente aqui no blog da ecologia e da cidadania a fazer um resumo do que a Abert, a ONU, os Repórteres Sem Fronteiras, a Anistia Internacional e a Press Emblem Campaign (PEC) têm levantado e discutido sobre esta situação violenta que também precisa mudar no país com urgência
![]() |
Maurício Campos Rosa fazia críticas severas à administração... |
![]() |
...da prefeita Roseli Ferreira Pimentel: foi assassinado e ela está presa |
![]() |
Nosso blog homenageia a memória do repórter de O Grito |
A prefeita de Santa Luzia (Região Metropolitana de Belo
Horizonte), Roseli Ferreira Pimentel (PSB), foi presa em pleno feriado de 7 de Setembro por
suspeita de envolvimento na morte de um jornalista em agosto do ano
passado. O mandado de prisão foi assinado pelo juiz Alexandre Victor de
Carvalho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A notícia nos foi dada por Leo Rodrigues, repórter da Agência Brasil. A decisão do Dr. Alexandre de Carvalho parece confirmar que esta política teria mesmo participado do homicídio de Maurício Campos Rosa, que era dono do jornal local O Grito e fazia críticas à administração dela, com muitos problemas. Junto com a prefeita Roseli Pimentel foram presos três homens suspeitos de terem praticado este crime. Roseli
foi encontrada pela Polícia Civil em sua própria casa e foi levada a
uma delegacia em Belo Horizonte. Antes de ser encaminhada para uma
unidade prisional, ela deverá ser submetida a exames no Instituto Médico
Legal (IML). Reeleita em 2016 para um segundo mandato, Roseli
teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) por
irregularidades na sua campanha. Ela foi afastada em 7 de junho. No
entanto, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e conseguiu uma
liminar, retornando ao cargo 15 dias depois.
Ocorrências como essa e muitas outras registradas entre 2016 e 2017 colocam o Brasil entre os países mais perigosos para o exercício do jornalismo, conforme apontam entidades internacionais como a organização Repórteres Sem Fronteiras, segundo a qual o Brasil é o segundo país mais violento da América Latina, atrás apenas do México, se bem que neste ano agora, pela primeira vez desde 2012 o número de mortes de repórteres tenha diminuído em comparação com anos anteriores. A Press Emblem Campaign (PEC), uma organização não governamental formada por jornalistas de várias nacionalidades que atua como consultora das Nações Unidas, colocou o Brasil entre os dez países de maior periculosidade para a profissão em todo o mundo. Quando analisados os dados entre 2012 e 2016, o país figura na 6ª posição do ranking mundial, à frente das Filipinas, da Índia, do Afeganistão e de Honduras. Difícil a gente compreender como um país relativamente democrático e com leis e instituições teoricamente em vigor como o Brasil o jornalista tenha que superar por aqui um cenário assim de terror que é mais comum no Afeganistão, argumentou um dirigente da Abert ao divulgar este relatório.
O total de casos de violência contra profissionais de imprensa registrados em 2016 foi 65,51% superior ao de 2015 e a tendência neste ano de 2017 é continuar na mesma progressão.. É o que revela um relatório divulgado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), nos informou o repórter Alex Rodrigues, também da Agência Brasil. Isso porque apesar do número de assassinatos ter caído de oito para dois casos de 2015 para 2016, o total de casos de violações à liberdade de expressão no Brasil saltaram de 116 para 192 ocorrências, atingindo diretamente a 261 trabalhadores e veículos de comunicação. Foram em resumo 67 ocorrências genericamente chamadas agressões, a forma mais comum de violência registrada contra os jornalistas. Sobretudo contra os que atuam em emissoras de TV. Em seguida vem os casos de ofensas (22); ameaças (19); condenações/decisões judiciais (18) que impedem jornalistas de apurarem um assunto ou divulgar suas descobertas; intimidações (17); ataques/vandalismos (17); censura (12); detenções (7); atentados (6); roubos e furtos (4), havendo ainda um caso de assédio sexual. Pelos dados do relatório, a maior parte das agressões é cometida por agentes públicos, principalmente por policiais, guardas municipais e outros agentes de segurança.
![]() |
A maior parte dos casos de agressões ocorrem em manifestações de cidadania |
![]() |
Aqui alguns dos repórteres que foram vítimas de violência recentemente no país |
“A maioria dos ataques e agressões tem acontecido durante manifestações políticas e, infelizmente, partiram de autoridades públicas, sobretudo de agentes de segurança, que aparecem como os grandes responsáveis por esse tipo de violência contra os profissionais de imprensa”, disse o presidente da Abert, Paulo Tonet de Camargo, defendendo a necessidade das autoridades de segurança capacitarem as forças policiais para lidar com jornalistas no exercício de suas funções. Isso se deve também a um fato detectado pela Anistia Internacional: policiais em todo o Brasil ainda usam métodos de ação herdados do tempo dos governos ditatoriais dos anos 60, 70 e 80 no Brasil.
![]() |
Já há um consenso que o trabalho mais visado é o de repórteres nas TVs |
(Nesse contexto já se teme por uma recaída de casos de censura a jornalistas brasileiros, confira na seção de comentários aqui no blog da ecologia e da cidadania|)
![]() |
Uma recaída da censura está em dados nos comentários aqui no blog |
Fontes: Agência Brasil
www.folhaverdenews.com
"A ONU denuncia aumento drástico da violência contra jornalistas na América Latina, especialmente no Brasil, e apela para que governos tomem medidas urgentes para lidar com a situação. ,os dados e sua avaliação completa das violações no mundo no primeiro semestre do ano": comentário em forma de alerta feito pela alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay.
ResponderExcluir"Entre crimes contra repórteres na Síria, Paquistão e Sudão, a comissária da ONU destacou a situação crítica que vivem os jornalistas nos países latino-americanos. "O aumento dramático na violência contra jornalistas em vários países na América Latina nos últimos meses é preocupante", ela afirmou, na abertura da 20.ª reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU. "Alguns governos enfrentam dificuldades para oferecer aos jornalistas proteção": comentário de Jamil Chade, correspondente do Estadão na Europa.
ResponderExcluirA ONU tem acompanhado a situação brasileira, no fim de abril, a entidade e já se declarou "alarmada" pelo número de jornalistas executados no Brasil, cobrou "medidas imediatas" do Governo para garantir proteção. A declaração foi feita depois que o jornalista Décio Sá, de 42 anos, foi assassinado no Maranhão. Ele foi a quarta vítima entre jornalistas em apenas quatro meses, o que coloca o Brasil como um dos líderes no número de mortes na América Latina.
ResponderExcluir"Nós estamos alarmados com o fato de que mais um jornalista foi morto no Brasil neste ano, afirmou a ONU com sede em Genebra. Mas a entidade insiste que o que mais a preocupa não é apenas o caso de um ou outro mas a sequência de mortes e de outras agressões: "Nós condenamos o assassinato de quaisquer jornalistas e estamos preocupados que essa violência crescente venha a minar o exercício da liberdade de expressão no Brasil": comentário de Rupert Colville, porta-voz do Escritório da ONU para Direitos Humanos.
ResponderExcluir"O pior destas mortes é que por trás delas, está um fantasma da recaída de casos de censura no Brasil": comentário de José Gomes, economista, de BH, ao citar também o assassinato de Maurício Campos Rosa, morto a mando da prefeita Roseli Ferreira em cidade próxima a Belo Horizonte (MG).
ResponderExcluir