Um texto no site nacional de assuntos socioambientais Ecobate critica as raízes e a atualidade da economia brasileira: escrito por Giem Guimarães, empresário e diretor-executivo do Observatório de Justiça e Conservação bomba e ribomba na web e na mídia de todo o Brasil pela força de suas informações críticas de nossa atual realidade. Giem Guimarães além de empresário, é mestre em International Business Law pela
Universidade de Viena e em Administração e empreendedorismo pela
Universidade Positivo sendo também pós-graduado em Marketing pela Universidade da
Califórnia. É também acionista e membro do conselho de
administração do Grupo Positivo. Confira nos comentários a equipe extraordinária que atua com Giem Guimarães no Observatório de Justiça e Conservação. Aqui no blog da gente o importante texto, na íntegra, a seguir.
"Brasil: quinto maior país do globo em extensão territorial, com números
de primeira grandeza. De um lado, abriga a maior floresta tropical do
mundo, que garante o usufruto da maior reserva de água doce do mundo,
com 12% do total disponível no planeta. De acordo com a Organização para
Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), esse porcentual é
42% superior ao da Europa. De outro, concentra maior produção de gado
comercial do planeta – com mais de 215 milhões de animais – e a maior
produção mundial de soja, revezando a primeira colocação com os EUA. No gerenciamento das leis que regem a coexistência dessas
grandiosidades até aqui, claramente paradoxais – floresta e água versus
animais e soja –, temos outro expoente: a classe política brasileira,
que responde pelos maiores crimes de corrupção mundiais".
![]() |
Últimas matas de Auraucária do planeta |
"O Brasil segue sendo o que parece ter sido programado para se tornar
desde o princípio: uma terra que se arrasa e de onde se extrai
rapidamente todas as riquezas por uma casta de privilegiados. No início,
era a corte portuguesa que se fazia representada por exploradores
enviados pelo império lusitano. Outros, como franceses, holandeses e
espanhóis, tentaram o mesmo, mas nenhum, no entanto, foi páreo para a
classe dominante que aqui já se instalara. Fosse pela agricultura de subsistência, mineração, pecuária,
exploração de madeira e afins, todas as atividades econômicas
brasileiras foram, por séculos, “solodependentes”. Do pau-brasil ao
café; do ouro à cana-de-açúcar, nosso território tem por mais de 500
anos servido aos senhores da terra. Desse período, pelo menos quatro
séculos e meio, aproximadamente, solidificaram nossa cultura no trinômio
extração mineral, desmatamento e plantio".
![]() |
Trilheiros e ecologistas no Parque Nacional de São Joaquim |
"A maioria das famílias de imigrantes que nos séculos posteriores aqui
chegaram também tirou da terra o sustento e seguiu com o mesmo
comportamento destruidor aqui encontrado. Alemães, italianos e seus
descendentes aniquilaram as florestas do Sul do Brasil no século
passado. Nada mudou desde então; seguimos aprisionados no mesmo
trinômio, reféns de um sistema político montado não para nos servir, mas
para ser servido.
Quem poderia evitar a catástrofe se omitiu. Governantes eleitos e o
Poder Judiciário foram historicamente omissos, quando não coniventes, na
questão ambiental. E continuam sendo. De acordo com a revista Exame,
estima-se que 80% da madeira comercializada no Brasil seja ilegal, ou
“falsamente legal”. Na prática, o produto fornecido ao mercado vem de
madeireiras que burlam os sistemas de controle do governo. Mas como é possível tamanha falta de controle? Na verdade, é muito
simples a resposta: Brasília governa para Brasília. A bancada ruralista
que passou a dominar o governo (40% dos 513 deputados) enxerga o Brasil
com o mesmo olhar espoliativo-extrativista secular".
"A bancada ruralista faz mais do que isso: trata as autarquias públicas como se fossem uma extensão de seus negócios agrossilvopastoris. Vale deixar muito claro que não se faz aqui nenhuma crítica a partidos de direita ou de esquerda, já que o partido desses senhores seria melhor descrito como PPP, “partido do meu pirão primeiro“. O que aqui se critica é o descumprimento e a manipulação das leis ambientais. Os comportamentos patrimonialistas e criminosos perpetrados pela classe política são a maior expressão do desprezo total pelos conceitos de cidadania, patriotismo e legado. O que lhes importa é o carpe diem da corte, como testemunhamos, estarrecidos, no caso da ruína financeira do Rio de Janeiro. Pedir que essa gente tenha escrúpulos com a natureza neste país é quase risível. Evidentemente que farão de tudo por seus interesses e o das suas bancadas que, ironicamente, se mantêm no poder graças aos seus “currais eleitorais” – termo duplamente adequado, pois, para eles, os eleitores não passam de gado. E, se somos todos gado, agro é realmente tudo neste país".
"A bancada ruralista faz mais do que isso: trata as autarquias públicas como se fossem uma extensão de seus negócios agrossilvopastoris. Vale deixar muito claro que não se faz aqui nenhuma crítica a partidos de direita ou de esquerda, já que o partido desses senhores seria melhor descrito como PPP, “partido do meu pirão primeiro“. O que aqui se critica é o descumprimento e a manipulação das leis ambientais. Os comportamentos patrimonialistas e criminosos perpetrados pela classe política são a maior expressão do desprezo total pelos conceitos de cidadania, patriotismo e legado. O que lhes importa é o carpe diem da corte, como testemunhamos, estarrecidos, no caso da ruína financeira do Rio de Janeiro. Pedir que essa gente tenha escrúpulos com a natureza neste país é quase risível. Evidentemente que farão de tudo por seus interesses e o das suas bancadas que, ironicamente, se mantêm no poder graças aos seus “currais eleitorais” – termo duplamente adequado, pois, para eles, os eleitores não passam de gado. E, se somos todos gado, agro é realmente tudo neste país".
![]() |
Unidades de Proteção não saíram até hoje do papel |
"Enganam-se aqueles que julgam ser o Sul do Brasil uma ilha de ética e
prosperidade. Veja-se, por exemplo, a irresponsabilidade e falta de
consciência ecológica do Governo do Paraná e da Assembleia Legislativa
do estado, que desejam reduzir a Área de Proteção Ambiental (APA) da
Escarpa Devoniana em 70%. Em Santa Catarina, uma medida provisória quer
reduzir a área do Parque Nacional de São Joaquim em 20%, ou 17 mil
hectares. Estamos falando de regiões com incidência das últimas áreas de
Floresta com Araucária e Campos Naturais do planeta. Essas formações
vegetais estão extremamente ameaçadas pela extinção e erosão genética e
contam com menos de 1% de remanescentes em bom estado de conservação.
Ironicamente, no Paraná, a mais alta honraria pública amplamente
utilizada é chamada de Ordem do Pinheiro, uma referência à tão explorada
árvore nativa, que enriqueceu muitas famílias tradicionais brasileiras. Mas infelizmente, não são preocupações públicas que movem a maioria dos
parlamentares. São objetivos de cunho privado que visam tão somente
favorecer uma casta de privilegiados num país cujo sistema político
faliu. Enquanto as reformas não vêm, é preciso que a Justiça brasileira
ocupe seu lugar de maneira exemplar, não apenas em Curitiba, mas em
todos os municípios e em todas as instâncias. Fosse cumprido o artigo 225 da Constituição Federal – que trata do
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado –, certamente não
estaríamos aqui lamentando um dos piores tipos de corrupção: aquela que
nos rouba direitos inalienáveis e intergeracionais como nossa identidade
cultural, qualidade do ar, da água e do clima". (Giem Guimarães)
(Confira na seção de comentários deste blog de ecologia mais informações sobre o Observatório de Justiça de Conservação indo à luta pela manutenção e proteção da Floresta com Araucária e dos Campos Naturais no sul do país)
![]() |
Últimas áreas de Floresta com Araucária e Campos Naturais do planeta |
Fontes: www.ecodebate.com.br
www.folhaverdenews.com
As denúncias encaminhadas ao Observatório de Justiça e Conservação passarão pela análise da equipe deste entidades e posteriormente serão encaminhadas a profissionais do Ministério Público do Paraná, responsáveis por conduzir o projeto Mata Atlântica em Pé, lançado em agosto de 2016. A iniciativa busca identificar ações ilegais de desmatamento cometidas nos últimos dez anos, encontrar os responsáveis e envolvidos nas situações e cobrar reparação integral e compensação dos danos. A biodiversidade do sul do país pede socorro
ResponderExcluirComitê gestor do Observatório de Justiça e Conservação: Giem Guimarães – empresário, mestre em International Business Law pela Universidade de Viena e em Administração e empreendedorismo pela Universidade Positivo e pós-graduado em Marketing pela Universidade da California. É também acionista e membro do conselho de administração do Grupo Positivo. Foi presidente da Posigraf, da ABIGRAF-PR (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e diretor da FIEP (Federação das Indústrias do Paraná). Há mais de 15 anos, é conselheiro da SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental). É também conselheiro e um dos fundadores do Instituto LIFE e do Instituto Positivo. Sua atuação empresarial destaca-se pela defesa da conservação do patrimônio natural.
ResponderExcluirMais integrantes do Comitê Gestor do Observatório: Clóvis Borges – formado em Medicina Veterinária e mestre em Zoologia, é diretor-executivo da SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental).
ResponderExcluirFellow da Ashoka, também afiliado à Fundação Avina, membro do Conselho Consultivo do FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto LIFE, instituição que gere a Certificação LIFE.
Mais membros do comitê de gestão do Observatório: Claudia Guadagnin – jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), é pós-graduada em Antropologia Cultural. Reúne experiência em diversas áreas do jornalismo e soma anos de vínculo com o tema da conservação da biodiversidade. Além de reportagens voltadas à temática, já produziu cartilhas, um livro e se envolveu em diferentes lutas relacionadas à proteção da Floresta com Araucária, dos Campos Naturais e da Mata Atlântica.
ResponderExcluirContinuam informações sobre equipe do Observatório:
ResponderExcluirZig Koch – fotógrafo profissional há 31 anos com ênfase em fotografia de natureza, turismo e viagens. É autor das fotografias de 14 livros e 25 exposições individuais sendo quatro internacionais. Suas produções ilustram calendários, relatórios anuais de empresas, ONGs e peças publicitárias. Foi premiado em diversos concursos, entre eles o Nikon Photo Contest International 2007 e o Wildlife Photographer of The Year 2013. Ministra cursos, palestras e promove vivências fotográficas em locais pouco convencionais no Brasil e na América Latina. Também é sócio fundador da Associação de Fotógrafos de Natureza do Brasil (AFNatura).
Aristides Athayde – empresário e advogado, é especialista em Direito Internacional e Ambiental e mestre em Negócios Internacionais e Direito Ambiental pela Northwestern University. Foi assessor especial para assuntos internacionais do Governo do Paraná, corregedor da Junta Comercial do estado, membro do Conselho de Administração da Ambiental Paraná Florestas S.A e chaiperson do Comitê de Legislação da Câmara Americana do Paraná e do Comitê de Energias Renováveis da Câmara Americana de Ontário. É Fundador do Hub Verde, curador da Fundação João Bigarella (FUNABI) e membro do Instituto Paranaense de Relações Internacionais e da Academia de Cultura de Curitiba (ACCUR). Por mais de uma década, lecionou Direito Internacional Privado e Negociação Internacional na UNICURITIBA.
ResponderExcluirMais integrantes de valor do Observatório de Justiça e de Conservação: Camila Agibert Maia- advogada, especialista em Gestão Ambiental pela UFPR e em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, tendo como linha de pesquisa a tributação ambiental. É membro da Comissão de Direito Ambiental da OAB-PR, já atuou em projetos de engenharia ambiental e florestal e possui experiência em Direito Empresarial.
ResponderExcluirGilson Burigo Guimarães – geólogo, mestre e doutor em Ciências (Petrologia), é professor associado do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Vinculado a grupos de pesquisa do CNPq dedicados ao estudo do patrimônio natural e membro do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), trabalha na valorização e divulgação da geodiversidade e do patrimônio geológico e suas inserções nas estratégias de conservação da natureza e de promoção do patrimônio cultural.
Segue ainda relação da qualificada equipe do Observatório: Henrique Simão Pontes – geógrafo, técnico em meio ambiente, mestre em gestão do território e doutorando em geologia ambiental, é membro do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE) e do Grupo de Pesquisa CNPq/UFPR geoconservação e patrimônio geológico. Também realiza pesquisas sobre o patrimônio espeleológico e geodiversidade de ambientes subterrâneos com foco na conservação da biodiversidade.
ResponderExcluirEmerson Antonio de Oliveira – graduado em Agronomia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, é mestre e doutor em Engenharia Florestal/ Conservação da Natureza pela UFPR. Atuou por oito anos como técnico especializado do Ministério do Meio Ambiente (MMA) no Departamento de Áreas Protegidas e no Núcleo da Mata Atlântica e Pampa, na ampliação e consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Desde abril de 2011 é coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Também é coordenador e membro fundador do Observatório de Conservação Costeira do Paraná (OC2) e membro do Comitê Mundial de Áreas Protegidas da International Union for Conservation of Nature (IUCN).
Wigold Bertoldo Schäffer – conservacionista, formado em administração. Tem experiência em coordenação de projetos ambientais, planejamento de projetos e programas, captação de recursos e coordenação das atividades de execução de projetos, incluindo coordenação de equipes e desenvolvimento de normas ambientais. As experiências foram adquiridas em 12 anos de trabalho voluntário junto à ONG Apremavi (Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida), da qual é fundador, e em 11 anos de trabalho com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). É Fellow da Ashoka, fotógrafo, cinegrafista e editor de vídeos socioambientais.