O Ministério do Meio Ambiente havia prometido revitalização do lado e até implantar placas solares flutuantes na represa do Nordeste desde 2015 (para ajudar na geração de energia durante as secas) mas tudo ficou na promessa, na realidade, Sobradinho já está abaixo de 10% de sua capacidade hídrica agora em 2017 sendo que a sequência de anos com chuvas abaixo da média e a falta de gestão sustentável ambiental e governamental no Brasil explicam esta situação dramática que pode ainda ficar trágica com um caos em toda aquela região
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Projeto experimental de placas flutuantes de ES deu certo em Balbina (Amazônia)... |
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...mas prometidas pelo MMA desde 2015 não foram implantadas até hoje em Sobradinho |
Falta de gestão governamental ambiental sustentável no país
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Placas solares flutuantes para energia solar auxiliar das usinas para evitar apagão: ficou só discurso e o povo paga mais pelas termoelétricas que são superpoluentes |
Sobradinho, principal
reservatório nordestino construído entre o norte da Bahia e o oeste de
Pernambuco para armazenar água do rio São Francisco, está cada ano pior. Segundo
dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) está operando com menos de
10% de sua capacidade total agora. Em agosto do ano passado a situação já era
péssima, mas estava 8% a mais do que neste ano (18,5%). Em 2010, a situação era
bem melhor, a represa então operava com 61,97% de sua capacidade hídrica, em
2015, ela já havia caído para 16,63% sem que nenhuma providência estrutural
tenha sido tomada, agora em 2017, atinge a sua marca mais baixa, 9,80% na
história da ecologia desse país.
Existem nesses dados
dois divisores de águas, a situação estava confortável até 2011, outra
intermediária, mas completamente eficaz para atravessar o restante do período
seco até o período úmido entre 2013 e 2014 e as situações cada vez mais críticas
dos últimos anos. O que salvou o sistema em termos de hidrelétrica foi a
utilização de usinas térmicas, bem mais caras e muito poluentes, a diminuição
das vazões de entrada e saída das águas do reservatório também atenuou ou
disfarçou o problema. Neste ano porém a diminuição foi mais drástica, chegando
ao nível mínimo capaz de manter o abastecimento de água da população ribeirinha
à jusante do reservatório. Esta crise hídrica torna mais grave a crise de água
no Nordeste brasileiro e o ápice da seca de 2017 é um alerta máximo no Brasil. E
que providência emergencial tem sido tomada a bem da revitalização das águas do
Rio São Francisco, agora e em todos estes anos?
Os mapas técnicos
mostrados em detalhes no site Climatempo mostram que tivemos de 2012 para
cá uma sequência de anos com chuva abaixo da normalidade ao longo da calha do
rio São Francisco, sendo agravada pela forte escassez de chuva (muito abaixo da
normalidade) em 2014 e 2015. Só relembrando que 2014 foi o ano da crise hídrica
em grande parte do Brasil, inclusive no Sudeste, ocasionada por um forte e
prolongado bloqueio no verão, que impediu o deslocamento das frentes frias pelo
país. Em outras palavras, a situação já não vinha muito boa depois da escassez
de 2012, com pouca recuperação ao longo de 2013. O que ajudou um pouco o início
do ano de 2014 foi a atuação de uma forte ZCAS (Zona de Convergência do
Atlântico Sul) entre os dias 15 e 23 de dezembro de 2013, proporcionando muita
chuva neste mês e com grande reflexo na recuperação de Sobradinho ao longo de
janeiro de 2014. De lá para cá quase não choveu. Houve apenas um mês com chuva
acima da média no São Francisco. No final de 2014 tivemos a formação daquele que
se tornaria o El Niño mais forte do século e o segundo mais intenso de
todos os tempos. Por conta disso, choveu de forma concentrada apenas sobre o Sul
do país. O Centronorte brasileiro ficou com chuva muito abaixo da média e, por
isso, observamos a forte queda do armazenamento de Sobradinho nos anos de 2015 e
2016. E mesmo com o enfraquecimento do El Niño, a chuva não voltou com
força capaz de reverter essa situação, comprovam também estudos do sistema de
satélites NOOA.
A atuação de alguns
sistemas meteorológicos de inverno foi observada, mas só houve impactos
positivos nas Bacias do Sul principalmente e um pouco também no Sudeste (ou
seja, a chuva não chegou à região de Três Marias, próximo à cabeceira do São
Francisco).
Em resumo, o gatilho
para a formação da crise hídrica foi o mesmo, mas a retomada pós crise foi
bastante diferente. Com isso, o sistema se recuperou depois de 2003 e até 2011
não teve grandes baixas. A crise de agora ainda está se agravando demias,
havendo até a possibilidade de Sobradinho atingir 0% no fim de outubro, segundo
o próprio Operador Nacional do Sistema
(ONS).
Fontes: Climatempo - ONS - NOOA
www.folhaverdenews.com
Realmente, fica evidente a falta de gestão ambiental governamental no Brasil e é lamentável a promessa do MMA em 2015 não ter tornado realidade até hoje.
ResponderExcluir"Represa de Sobradinho na BA chega ao nível mais baixo da história e em contraste, o período chuvoso devolve o verde à vegetação na região agreste de Pernambuco": é matéria da revista Globo Rural que também alerta sobre a situação hídrica na região do reservatório Sobradinho no Rio São Francisco.
ResponderExcluir"Uma área em Sobradinho que serve de pasto já foi rio um dia. Hoje, em vez de água, no lugar há terra seca e galhos de árvores mortas. O Rio São Francisco recuou quase um quilômetro nos últimos anos e abriu a trilha por onde o pescador João Eudes dos Santos caminha todos os dias até o lago de Sobradinho para ver se ainda encontra peixe": comentário dramático também em matéria Globo Rural.
ResponderExcluir"Na barragem de Sobradinho é possível perceber o quanto o rio está seco. O reservatório opera com 600 metros cúbicos de água por segundo, a menor vazão desde a construção da barragem há 38 anos": comentário Globo Rural.
ResponderExcluir"Este mês, o volume do lago Sobradinho está mais baixo em relação ao nível registrado em julho do ano passado. Na ocasião, o lago estava com pouco mais de 20%. Este ano, está com menos de 11% da capacidade": comentário de geólogo Tomaz Santos, sobre o que constatou lá em julho. Eles nos enviou fotos e matérias, o que agradecemos em nome do nosso blog de ecologia.
ResponderExcluir"Para evitar que a situação piore, a Agência Nacional de Águas – ANA, já determinou que a captação na bacia do Rio São Francisco seja suspensa todas as quartas-feiras. Até o fim de novembro, nesse dia a água só pode ser retirada para consumo humano ou animal": esta nota resume uma das poucas providências governamentais diante desta situação que se aproxima do caos.
ResponderExcluir"Na comunidade de Algodão Novo naquela região, os agricultores dependem da irrigação para a produção de frutas. Antes, o sistema ficava ligado oito horas por dia. Agora, o tempo caiu para bem menos que a metade": comentário de Antônio Ferreira, que tem dois hectares de manga e goiaba nas proximidades de Sobradinho.
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ResponderExcluir"Já faz uns 2 anos que o Ministério do Meio Ambiente vem prometendo implantar, para auxiliar a geração de eletricidade sem se socorrer às caras e poluentes termoelétricas, implantar sistema de energia solar com placas flutuantes em Sobradinho, mas isso até agora ficou no discurso das autoridades políticas governamentais": comentário de Fernanda Mendes, Salvador (Bahia) que informa ter descoberto agora este blog ao pesquisar no site Google matérias sobre a seca no Sobradinho.
ResponderExcluir"O que se pode esperar de um Ministério de Meio Ambiente comandado pór umfilho do José Sarney que está no PV mas tem atuação marrom na Câmara Federal, como agora, votando sim à corrupção, contra os princípios da ética e da cidadania? Temos mesmo todos do movimento ecológico questionar um MMA sob a direção de cientistas ou então de ecologistas de verdade": comentário de Rafael Moreira, que estudou Engenharia na Unesp e está cumprindo estágio em empresa de energia solar no Canadá.
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