Conclusão da pesquisa é que maioria da juventude desta região confia em sucesso profissional mas especialistas discordam da metodologia e dos dados do levantamento feito pela Organização Internacional do Trabalho
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...confiança no futuro? O que define o jovem hoje? |
A pesquisa El Futuro del Trabajo que Queremos. La Voz de los Jóvenes y Diferentes Miradas desde América Latina y el Caribe, sendo divulgada em nosso país agora pela Agência Brasil através de matéria dos jornalistas Helena Martins e Fábio Massalli, segundo alguns especialistas falha pelo fato da OIT tentar mostrar os jovens deste lado do planeta como mais otimistas do que são na realidade. A juventude da América Latina e do Caribe vê o mundo do trabalho em transformação e as relações do trabalho influenciada bastante pelo avanço da tecnologia. As transformações demográficas (que inclui o envelhecimento da população e a incorporação de migrantes) também influem a visão dos jovens, assim como as mudanças climáticas e a dispersão da produção por diversos países. O resultado oficial da pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que 60% dos jovens da América Latina e do Caribe têm confiança em seu futuro profissional até 2030, enquanto 40% sentem incerteza ou medo. Um total de 69% espera trabalhar em sua própria empresa, 76% se mostraram com esperança de ganhar bons salários e 59% consideram que as mudanças associadas à tecnologia, como a robotização, vão acabar sendo positivas. O otimismo dos entrevistados pela OIT contrasta com a realidade diagnosticada em outras pesquisas com conteúdo similar, que avalia que os jovens da região enfrentarão um percentual crescente de informalidade (que em média deverá chegar a 56%) e uma taxa de desemprego três vezes maior do que os adultos enfrentam atualmente. Críticos das conclusões deste levantamento lembram que apenas nos últimos 12 meses o desemprego juvenil aumentou mais de três pontos percentuais na média da região, passando de 15,1% para 18,3%, números que comprovam um desafio maior do que o enfocado pela análise da OIT. Isso se explicaria porque a metodologia da pesquisa teve falhas na sua captação, entrevistando em geral jovens em melhor situação do que a média da população nesta faixa de idade em 26 países da América Latina e Caribe.
Uma das
explicações sugeridas pela OIT para os resultados otimistas encontrados
foi a metodologia utilizada na pesquisa, que foi feita em três etapas. As
duas primeiras tiveram como foco só a juventude do Peru, tendo sido captadas em reuniões
com especialistas e jovens lideranças, com mais de 400 participantes entre 18 e 29 anos no país andino. Jovens em situação econômica e social superior à media da juventude peruana. Um outro questionamento é sobre a segunda parte da pesquisa, que então foi ampliada para um universo maior, tendo sido realizado um questionário
virtual respondido por 1.554 jovens, de 15 a 29 anos, de 26 países da
região. O problema porém é que a maior parte dos que responderam a pesquisa era
formada por jovens com acesso à Internet e maior qualificação do que é a realidade da juventude em geral nestes países pesquisados. Apesar da polêmica sobre a metodologia usada na pesquisa, na
opinião da OIT, os dados permitem alimentar e aprofundar o debate sobre o
futuro do trabalho nesta região do planeta. Mas há outros problemas neste levantamento que poderia ter dados bem mais pessimistas se a pesquisa tivesse sido realizada com os mais variados setores da população, inclusive jovens com menos recursos ou mais pobres ou marginalizados.
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Preocupa a massa de jovens que não trabalham nem estudam ou se marginalizam e bebem muito ou se drogam em todas as classes sociais |
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Há jovens que trabalham, estudam e tentam furar bloqueios e limites |
Pelo lado positivo, estimulando uma visão otimista sobre o mercado de trabalho atual a investigação da OIT considerou conteúdos válidos, como a situação acadêmica e laboral dos jovens, o futuro do trabalho, a sua relação com a educação; a perspectiva acerca das relações profissionais, o papel das tecnologias e os fatores considerados por eles como obstáculos ou facilitadores da concretização de oportunidades para os jovens. A questão é que a população jovem pesquisada tem melhores condições do que a maioria da juventude na realidade difícil dos 26 países latinoamericanos. Entre os jovens pesquisados, 80% deles estavam estudando, 55% trabalhando e apenas 4% dos entrevistados não estudavam nem trabalhavam, porém, na realidade, esta geração nem-nem (jovens que não estudam nem trabalha, chega a 20% do total da juventude na América Latina e no Caribe, quando se enfoca a condição de vida geral da população. Enfim, este problemas podem realmente ter prejudicado o resultado da pesquisa, acusada de "dourar a pílula" por alguns críticos especializados.
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Há uma vanguarda da juventude buscando mudar a realidade de tudo |
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Uma grande massa jovem em busca do seu caminho |
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Muitos deles enfrentam a violência da realidade |
Ao divulgar a pesquisa nas proximidades do Dia Internacional da Juventude, a ser comemorado dia 12 de agosto, a OIT parece ter criado um clima mais otimista do que real, de toda forma, destaca a importância das expectativas da juventude latinoamericana e caribenha ser respondida por meio da criação de uma infraestrutura que aumente as oportunidades e o potencial de emprego. Do contrário, alerta a organização, "a frustração poderá impactar dinâmicas políticas e pactos sociais, além de afetar individualmente os jovens". Nós aqui no blog da ecologia e da cidadania ficamos à espera dum levantamento mais abrangente mas de toda maneira mesmo discordando de alguns dados da pesquisa, concordamos com esta conclusão de que é urgente mudar e avançar a realidade nos 26 país desta região para que a juventude e a própria condição de vida na América Latina e no Caribe evoluam, ajudando assim a criar o futuro: "Do jeito como as coisas estão não só o futuro dos jovens mas de toda a população destes países não está garantido", comentou por aqui no Folha Verde News o repórter e ecologista Antônio de Pádua Silva Padinha ao editar por aqui esta notícia sobre a mais recente pesquisa da OIT feita somente com alguns setores da juventude da América do Sul e Central.
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Aumenta o movimento da cidadania dos jovens? |
(Confira aqui nossa seção de comentários com outras informações e também mensagens)
Fontes: Agência Brasil
El Pais- G1
www.folhaverdenews.com
Entre os jovens estudantes, é forte a percepção da importância da qualificação profissional, pois 97% deles consideram que a educação recebida influi em seu cotidiano e 78% esperam fazer uma pós-graduação no futuro. Uma expectativa que é maior para as mulheres (81 %) que para os homens (73 %). Estes são dados de pesquisa do G1.
ResponderExcluirMais uma conclusão desta outra pesquisa, do G1 da Globo: "Os jovens que trabalham foram questionados sobre o que consideram mais importante na dinâmica laboral. No topo da lista, estão os seguintes critérios: bom salário, bom ambiente de trabalho e oportunidade de crescer na empresa. A importância da proteção social e da representação social cresce com a idade dos trabalhadores. Esses fatores foram apontados como mais importantes pelos jovens que têm entre 25 e 29 anos do que entre aqueles da faixa etária dos 15 aos 17. Para os mais velhos, é menor a importância dada, por exemplo, à qualidade do ambiente de trabalho. Em geral, os jovens que trabalham têm expectativa de trabalhar em suas próprias empresas (69 %) e no setor público (41 %)".
ResponderExcluirDepois aqui nesta seção mais informações sobre a juventude de hoje, foco da pesquisa da OIT que estamos divulgando. Você pode colocar aqui também a sua visão ou mensagem, pode também enviar e-mail com esse conteúdo para a redação do nosso blog que postamos, mande para navepad@netsite.com.br
ResponderExcluirVocê tem ainda a opção de contatar o nosso editor de conteúdo, enviar material de pesquisa, fotos, vídeos, informações: padinhafranca603@gmail.com
ResponderExcluir"Não podemos afirmar nada diante duma realidade tão variada e complexa, não é uma pesquisa, mas todo um movimento cultural que poderá nos ajudar a definir e encontrar o caminho da juventude": comentário de Odair Pedro Oliveira, estudante de Jornalismo na UFMG.
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