Temporada de queimadas aumenta e isso complica também os problemas de
saúde pública e de falta de gestão socioambiental
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Mais de 31 mil focos de queimadas entre janeiro e julho em todo o país |
Ângela Ruiz, através do site do
instituto Climatempo, nos está informando
um mapa da meteorologia no país, em especial, por aqui na região sudeste, em
resumo, ela noticia que uma forte massa de ar quente e seco se intensificou
agora nos últimos dias por aqui e sobre a maior parte do Brasil. A atuação prolongada
deste sistema funciona como um bloqueio atmosférico inibe a chuva e reduz a
umidade relativa do ar para níveis de alerta em algumas áreas brasileiras como
o Tocantins, oeste da Bahia, Centroeste e boa parte do estado de São Paulo,
como aqui entre o nordeste paulista e no lado sudoeste de Minas Gerais,
junto à Serra da Canastra, onde venta frio e levanta muita poeira. Essa
situação no meio rural é mais grave ainda no espaço urbano, onde esta condição
meteorológica somada à poluição atmosférica, causada principalmente pelos
combustíveis derivados do petróleo, vem a ser a causa de uma onda de doenças
respiratórias em crianças, pessoas alérgicas e idosas, mas em geral por todas
as faixas de idade da população. Seca, ventania, poeira, poluição e mais ainda
a temporada de queimadas, um desafio monstro para o meio ambiente e a saúde de
todos nós.
Com o tempo seco um problema
adicional começa a trazer preocupação no país, as queimadas que nesta época do ano começam a se espalhar com
facilidade. A fumaça avança com rapidez e é motivo de preocupação nos estados
que registram agora em 2017 um recorde nos focos de fogo. Desde 2016 nosso
movimento científico, ecológico, de cidadania e também médicos sanitaristas ou
os especializados em pneumologia estão alertando as autoridades públicas sobre
a urgência duma gestão ambiental, de vigilância sanitária e policial (por
exemplo, a Defesa Civil precisa de mais ousadia na sua ação, para tanto
recursos e visão dos políticos, o que mais faz falta). Também nos telejornais
regionais motoristas que trafegam pelas regiões afetadas têm constantemente
alertado sobre os desafios das queimadas, causadoras também de acidentes nas
rodovias devido à fumaça que tira a visão deles, sempre prejudicados por
causa da má visibilidade nas estradas e na condição de saúde. Outro ponto
problemático são os aeroportos que também costumam registrar acidentes,
fechamentos de teto, atrasos em vôos. Enfim, as queimadas geram problemas
socioambientais, de saúde e também na área econômica. Quais a providências
preventivas você vê aí na sua região?...
O problema e o desconforto para a população são
muito grandes. Além dos problemas de saúde causados por ingestão do ar poluído
e pela fumaça, a fuligem das queimadas entra nas casas e suja facilmente as
roupas nas áreas de maior incidência de queimadas, já mapeadas. Pelo menos um
aviso antecipado à população nesta áreas já evitaria o pior...
Número de queimadas aumenta mas inexiste ação pública
Há várias notícias pipocando na mídia,
como falta de chuva já preocupante demais na região de Brasília (DF), onde tem
havido racionamento de água e a seca é mais intensa todo ano. O ar seco e a
baixa umidade do ar deixam os médicos alarmados, mas a população desprotegida.
Para exemplificar o alcance deste problema no interior todo do Brasil, na
região de Campo Grande (MS) é a maior seca dos últimos 13 anos que assola o
ambiente e a saúde pública agora. O Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), dentro do Programa de Queimadas por Monitoramento de Satélites mostra em seu
último relatório sendo divulgado nesta semana que desde maio o número de
focos de queimada vem aumentando pelo Brasil. No período de 01 a 24 de maio, o
número de focos de fogo era de 2.731 e saltou para 7.565 em junho e neste mesmo
período contabiliza 13.707 focos, somente neste mês de julho. Em agosto
esta situação poderá se agravar mais ainda. O satélite que contabiliza o
número de focos de fogo é o AQUA, informa o INPE, assim como o Climatempo, os institutos
especializados cumprem a sua parte. Você já sabe onde está a falha gerencial
neste caso... Em todo o país já existem atualmente mais de 31 mil focos de
queimadas registrados somente no período entre janeiro e julho. Junho e julho
são meses onde o número de focos começa a aumentar, chegando ao ápice
entre agosto e setembro.
O número de focos de queimada e a
fumaça que se espalha com muita rapidez sendo motivo de
preocupação também longe daqui do sudeste, para os governos do Acre,
Rondônia, Tocantins, Pará e o norte de Mato Grosso. Os agricultores também
por aqui na região canavieira perto de Ribeirão Preto (SP) e na divisa entre
São Paulo e Minas Gerais (nordeste paulista e sudoeste mineiro) nas roças e
fazendas há o costume errôneo de se aproveitar a seca para limpar o terreno com
o objetivo de realizar o plantio. O outro lado: os governos destes
estados citados aqui afirmam que monitoram quem ateia fogo na mata para
preparar a terra sem autorização e todos os anos equipes vão a campo para
realizar um trabalho de conscientização sobre o problema da queimada em áreas
rurais e em beira de estradas. Em época mais severa de seca e queimada, o
governo de cada estado chega a suspender autorizações para queimadas
controladas. "Sim, já ouvi falar disso, mas não vejo efetividade na ação
governamental e fiscalizadora, uma gestão ambiental preventiva precisa ser
feita com um planejamento maior para uma melhor eficiência", contradiz a
afirmação governamental o ecologista Antônio de Pádua Silva Padinha, repórter
que edita este blog Folha Verde News no interior do
Brasil, já com quase 500 mil visualizações na Internet.
Por sinal, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), dentro do Programa de
Queimadas, Monitoramento de Satélites, indica que só ontem foram registrados
pelo satélite ACQUA e isso somente no
Mato Grosso aproximadamente 150 focos de fogo. Do primeiro dia de julho
até hoje já foram verificados 2500 focos de queimadas também no Pará. O
segundo estado com maior número é o Mato Grosso com aproximadamente 2100 focos,
seguido por Tocantins com 1752 e Maranhão com quase 1560. Enfim, urge uma
gestão governamental em nível federal para pelo menos atenuar o drama das queimadas,
da seca, da poluição e das doenças por todo o país.
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Queimadas nas rodovias,
fazendas, cidades...e nos pulmões!
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Fontes: www.climatempo.com.br
Logo mais, mais tarde, por aqui, atualização das informações sobre queimadas e previsão de tempo (de eventuais chuvas), bem como, mensagens e opiniões sobre esta pauta. Aguarde nossa edição e venha conferir aqui.
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ResponderExcluir"Estou preparando um dossiê de queimadas por aqui na minha região e envio para este blog logo mais": comentário de José Ribamar de Almeida, professor da rede pública em Araraquara (SP) e ligado à Unesp.
ResponderExcluirA gente estava escrevendo e finalizando esta matéria sobre queimadas no interior do país, quando por uma coincidência veio a notícia que estava pegando fogo na Mata de Santa Tereza em Ribeirão Preto (SP), uma das últimas reservas de Mata Atlântica no nordeste paulista. O incêndio teria sido criminoso? Ou é mais um efeito triste da falta de gestão ambiental? Amigos da EPTV e da Club (Band RP) nos passaram a notícias e fotos do G1.
ResponderExcluir"Um incêndio de grandes proporções atingiu, pelos menos, 25 hectares ( há suspeita de 50 hectares) da mata nativa de Santa Tereza, considerada, pela Secretaria do Meio Ambiente, uma reserva ecológica da região de Ribeirão Preto (SP). A intensidade do fogo fez com que uma densa fumaça branca envolvesse grandes áreas do nordeste paulista, prejudicando as visibilidades dos motoristas que passavam pelo Anel Viário Contorno Sul": comentário de Aristeu Fernandes, que nos mandou notícias e fotos do G1 sobre mais esta ocorrência que exemplifica bem a precariedade no setor.
ResponderExcluirO mesmo Fernandes, que atua com ecoturismo, mandou notícias sobre suspeita de incêndio criminoso que pode ter atingido até 50 hectares da reserva: "Em um dia, Ribeirão Preto aplica até R$ 154 mil em multas por queimadas. E elas continuam acontecendo. Não se trata de indústria de multa mas de queimadas".
ResponderExcluir"Incêndio destrói casa e mata cães de catadora de recicláveis em Bebedouro. Também no nordeste paulista, fieis participam de missa especial para pedir chuva em Ribeirão Preto": comentário de José Ribamar Almeida, Unesp, Araraquara.
ResponderExcluir"A mata de Santa Tereza em Ribeirão possui uma área remanescente de Mata Atlântica, permanecendo em constante estado de preservação. Em casos como este, suas próprias condições complicam o controle do fogo. É um incêndio diferente de quando acontece em estrutura, um incêndio urbano, porque a gente sofre diretamente a influência do vento, da umidade, e do próprio tipo de combustível que está queimando, que no caso é seiva, madeira, folhagem seca, entre outras coisas”: comentário do Capitão Rodrigo Araújo, do Corpo de Bombeiros da região, entrevistado pela EPTV.
ResponderExcluir"As causas do incêndio ainda serão investigadas. Contudo, há suspeitas de que o fogo tenha começado em um ritual religioso dentro da mata, no qual foram utilizadas velas. Mas não é nada de concreto, que a gente tenha uma testemunha que possa afirmar isso com certeza, pode ser gente com outros interesses": comentário também de Ribamar José de Almeida, da Unesp e de Araraquara, que vem pesquisando queimadas na região toda.
ResponderExcluir“A mata de Santa Tereza é qualidade de vida para Ribeirão Preto e para os bairros aqui na região. Isso aí que fizeram é um descaso total. Moradia de animais, moradia de pássaros, tudo no chão”: comentário do vigia Rafael da Silva Martins, que trabalha na reserva de Santa Tereza e que não se conforma com a situação lamentável.
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